Estudando o Espiritismo

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segunda-feira, 22 de abril de 2013

Vós sois o sal da terra e a luz do mundo


Vós sois o sal da terra e a luz do mundo

INTRODUÇÃO

Jesus como todos sabemos foi o espírito de maior envergadura moral a encarnar em nosso planeta.  Veio com sua sabedoria, inteligência, bondade e amor incondicional despertar-nos para a realização de nossa evolução, mostrando-nos principalmente através de seu exemplo (Ele mesmo revelou-se como sendo o caminho) aquilo que necessitamos fazer para alcançarmos a verdadeira felicidade, que conforme dita pelo cardeal Morlot no Evangelho Segundo o Espiritismo (Cap.V-20) – “não é deste mundo”.  Não que a Terra não vá se tornar um mundo feliz, pois isto faz parte da evolução, mas é que no estágio atual em que nossa humanidade se encontra isso não é possível, pois baseamos ainda nossos objetivos e metas para a felicidade sobre valores transitórios como juventude, riqueza, poder, beleza, bens materiais etc.

Jesus já há 2.000 anos atrás expressava-se através de uma forma de comunicação muito moderna em que passava uma idéia, intenção e conteúdo, tanto nas parábolas, nos sermões, nas curas, nos diálogos ou atos.  E foi justamente em um destes sermões que ele nos transmitiu sua elevada moral de amor ao próximo, queda de orgulho, de vaidade, de egoísmo dando-nos esperança, coragem, fé e alegria de viver.

Este sermão impressionou e continua impressionando filósofos, pensadores e líderes religiosos até hoje.  Exemplo disso foi o que Mahatma Gandhi disse certa vez: “Ainda que todos os escritos do mundo fossem destruídos e só restasse o sermão do Monte a humanidade teria à sua disposição um conjunto de ensinamentos que a levaria à felicidade e à libertação definitiva”.  E é justamente neste tratado de ética e moral elevados que buscamos o tema de nosso estudo de hoje:

VÓS SOIS O SAL DA TERRA E A LUZ DO MUNDO

Para melhor compreendermos a grandiosidade destas palavras, vamos prestar atenção ao início do sermão da montanha (bem aventuranças): Mateus V – 13 a 16.

Qual teria sido o objetivo de Jesus afirmando (nada foi dito por Jesus, mas sim afirmado) sermos a luz do mundo?

Primeiramente recorramos ao dicionário para entendermos melhor o que significa a palavra luz:  Palavra que se origina do latim “luce” e que em física quer dizer radiação eletromagnética capaz de provocar sensação visual num observador normal.  Em sentido figurado significa aquilo ou aquele que esclarece, ilumina ou guia.  Esclarecimento, elucidação, certeza, verdade.

E o que tem isso a ver com nossos dias atuais?

Atravessamos um período de transição tal qual previsto por Jesus, João e outros profetas que também falaram sobre o fim dos tempos.  Daqui há 4 dias um símbolo deste processo de degradação estará completando 1 ano.  O 11 de setembro de 2001 foi um marco das disputas religiosas por fiéis, da obstinação pelo poder, da rivalidade de idéias.  Neste mesmo processo, temos a globalização fazendo suas vítimas por aí, a poluição, o efeito estufa, o desmatamento predatório, a matança contumaz de animais, o retorno de enfermidades consideradas extintas, o ser humano que se debate entre as drogas e a prostituição, continentes inteiros à beira da morte e a mercê das doenças sexualmente transmissíveis e da fome, as guerras, a aflição, a violência de qualquer nível, a mediocridade dos programas de “lazer”  impostos pela mídia, o egoísmo, ódio, inveja, intolerância e por aí vai.  Tudo isso está aí presente em nossas vidas para mostrar-nos que realmente vivemos este período de trevas previsto.  E poderíamos continuar a enumerar outros fatos cotidianos deste nosso mundo de provas e expiações, mas o que isso mudaria ou acrescentaria à evolução de nós espíritos que somos – não transitórios – mas eternos?  E como tal precisamos igualmente de valores eternos que nos alimente e nos sustente.

Que tipo de energia estamos alimentando a egrégora do nosso ambiente quando nos prendemos a estes pensamentos e comentários?  É por isso que Jesus nos alertou para a necessidade de vigiarmos nosso pensamento.  Está na hora de revertermos esta situação e falarmos dos bons exemplos, como os médicos e enfermeiras que trabalham diuturnamente nos hospitais de periferia, doando de seus minguados salários o dinheiro necessário à reposição de material faltante, quando não à ajuda aos pobres que os procuram; falemos dos paramédicos que atendem, madrugada afora, à imprevidência e ao descuido nas estradas e nas ruas das grandes metrópoles; falemos dos operários e das mulheres que sustentam seus lares e famílias; dos que cuidam dos órfãos e dos velhos; dos que arriscam suas vidas em defesa do outro, dos que mantém a ordem; dos que minimizam a miséria, a fome e a delinqüência; daqueles que trabalham, anônimos, para manter o conforto que usufruímos em nosso lar; das ONGs que se dedicam à preservação da Vida na terra, no ar, nas águas, velando pela Natureza e pelo meio ambiente.  Assim fazendo vamos aos poucos tirando a candeia debaixo do alqueire.  Se somos a Luz do Mundo, vamos agir como tal.  Alerta-nos a espiritualidade sobre a necessidade do conhecimento (luz) e do trabalho (sal) no bem.  Emanuel recomenda-nos não nos determos em conflitos ou perquirições sem proveito, visto que a luz não argumenta mas sim esclarece e socorre, ajuda e ilumina.

Voltando a pergunta anterior, o que tem isso a ver conosco?  Quando Jesus afirma sermos o Sal da Terra e que se o sal perder o seu sabor não servirá para nada, exceto ser jogado fora e pisado pelos homens, nos adverte para a necessidade do trabalho (diferente de emprego).  Trabalho aqui deve ser entendido como necessidade de nos instruirmos das verdades apresentadas no Evangelho, do esforço para nos transformarmos, da ação que fazemos em benefício do próximo sem esperarmos recompensas e da prática do perdão incondicional.

Aliás, semana passada assisti uma parte de um programa evangélico na TV onde uma pessoa que telefonou para o programa conta diversos problemas pelo qual passava e dizia não entender o porquê de tudo isso estar acontecendo com ela, logo ela que era tão boa para os outros e tinha tanta fé em Deus.  Contou que procurou diversos lugares para cura e entre eles foi a uma casa onde a colocaram para recitar mantras enquanto caminhava ao redor de uma pirâmide para que o mal se dissipasse etc.  Após ouvir atentamente o pastor que apresentava o programa fez com que ela reafirmasse a estória algumas vezes, enfatizando que nada tinha adiantado até agora e lhe disse o seguinte:  - Irmã, nada disto adianta se você não está conectada a Deus.  A própria caridade que você fez, esperando bençãos em troca não tem qualquer valor para Deus.  Irmã, para que você alcance a graça e saia desta situação em que se encontra tem que limpar seu coração da mágoa e do ressentimento, que são sentimentos ligados às trevas.  Liberte seu coração da necessidade da troca e deixe a caridade fluir espontaneamente, pois esta é a que conta para Deus e liberta do mal.”

CONCLUSÃO

Nós espíritas temos a presunção (natural no ser humano) de acharmos que por entendermos um pouco sobre a pluralidade dos mundos e das existências (reencarnação), lei de causa e efeito, obsessão etc estamos espiritualmente mais elevados e somos mais merecedores da bondade de Deus do que nossos irmãos que não tem ou são de outras religiões.  E por isso quando fiz a minha pesquisa sobre este tema encontrei diversos autores chamando a atenção de nós espíritas sobre a responsabilidade que temos por causa deste conhecimento adquirido através da codificação que veio rasgar o véu da ignorância ainda predominante sobre o Evangelho.  Particularmente compreendo os espíritas ao contrário:  somos aqueles espíritos recalcitrantes nos mesmos erros durante séculos em virtude de ainda não termos compreendido e menos ainda vivenciado os ensinamentos do Mestre.

Conhecimento é luz sem dúvida e deve ser compartilhado, mas devemos ter muito cuidado para que esta luz clareie sem ofuscar.  Em muitas circunstâncias a luz de uma vela tem maior utilidade que a luz de um holofote.  Jesus também nos ensinou que não jogássemos pérolas aos porcos e com certeza quando disse a seus discípulos Vós Sois a Luz do Mundo, não se referiu somente a luz fria do conhecimento (do qual somos muito orgulhosos), mas também a luz que aquece, que consola, que trabalha com determinação no bem, que transmite carinho, amor e se compraz com a felicidade do próximo, sem nada aguardar em troca.

Para sermos a Luz do Mundo devemos estar ligados na fonte divina do amor que é Deus, procurando imitar ao máximo o amigo e mestre Jesus, orientador espiritual de todos nós.

Eis aí a nossa responsabilidade.   Muita Paz!

Palestra proferida por Gian Mendelski em 02/07/2002

O conhecimento auxilia por fora, só o amor socorre por dentro.

Calderaro a André Luiz - no livro No Mundo Maior.

Paz a todos: Equipe Espiritualidade em Debate

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