Estudando o Espiritismo

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quinta-feira, 26 de maio de 2016

"Os Tormentos Voluntários"



Ao nos depararmos com este pequeno texto do Evangelho Segundo o Espiritismo, "Os Tormentos Voluntários", a primeira sensação é a de estranhamento: como assim, tormentos voluntários? Quem, em boa consciência, criaria tormentos para si mesmo? Que motivos teria alguém para procurar deliberadamente situações para sentir-se miserável?


Infelizmente, todos nós temos sofrimentos que são, em algum grau, voluntários. Não porque conscientemente escolhamos sofrer, mas porque tomamos decisões e perpetuamos hábitos que sabemos muito bem, não nos trarão nada de bom.

A verdadeira felicidade é impossível no estado em que nos encontramos atualmente, pois ainda somos espíritos inferiores. Mas, cultivando os pensamentos apropriados, podemos fazer com que a vida na Terra transcorra de maneira muito mais suave, sem conflitos desnecessários.

Fénelon, autor do texto, exemplifica bem os tormentos voluntários, falando-nos sobre a inveja e o ciúme. Ambos os sentimentos são parecidos: nos comparamos com os outros e, querendo estar por cima, cada coisa boa que lhe acontece nos parece um insulto pessoal, principalmente quando a pessoa recebe uma atenção que desejamos para nós.

Esses sentimentos criam conflitos internos: entramos em estados difíceis de angústia e inquietude. Não podemos estar em paz, nessas condições. Ao invés de desejar o mal alheio, para que possamos aquietar nossa angústia, por que não trabalharmos para nossa cura, compreendendo que a inveja e o ciúme não têm sentido?

Muitos outros tormentos são criados por nós mesmos, em diversas situações: quando levamos qualquer crítica para o lado pessoal, quando somos pessimistas, quando queremos aquilo de que não precisamos, quando insistimos, por teimosia, em não perdoar aos outros e a nós...

Somos responsáveis por nossos sentimentos - por que querer mudar o outro, quando podemos mudar nossa reação ao que ele faz? Sabemos que ninguém burla a justiça de Deus: caso alguém nos tenha causado mal propositalmente, essa pessoa terá de lidar com as consequências de seus erros. Não cabe a nós mudar ou julgar ninguém.

Muito sofrimento pode ser evitado, quando decidimos pela resignação, pela fé e pela humildade.

Então, ao invés de criar tormentos para nós mesmos e para os outros, elevemos nosso pensamento ao que é realmente importante e façamos o possível para mudar nossos padrões de comportamento. Busquemos, acima de tudo, a paz de nossos corações.

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