A VERDADEIRA DESGRAÇA - DELPHINE DE GIRARDIN - PARIS 1861
ITEM 24: A VERDADEIRA DESGRAÇA
O espirito Delphine de Girardin, em Paris, em 1861, deu uma mensagem clara e profunda sobre a verdadeira desgraça para o homem, que ainda hoje, na prática, poucos conseguem entendê-la.
Difícil é para o homem imperfeito, que ainda só enxerga o que seus olhos materiais alcançam, que não sabe usar seus recursos espirituais para colocar-se acima dessa visualização material, elevar-se a planos mais altos, acima do mundo material em que pisa e respira, perceber e viver aqui, na Terra, na concepção da eternidade da vida, em toda a sua pujança e beleza.
Somos Espíritos imortais, viveremos eternamente! Nossas vivências materiais se constituem em um viver provisório, enquanto em desenvolvimento de todo o potencial que trazemos em nós, desde que fomos criados por Deus. Somos todos destinados à perfeição e à felicidade !
Para vivermos, em todos os instantes, dentro desta concepção da eternidade da vida, precisamos interiorizar dentro de nós as respostas que o espiritismo nos dá sobre quem somos, o que aqui fazemos, de onde viemos, para onde vamos.
Só então, seremos capazes de vivenciar no dia-a-dia, o mais possível, esta realidade da imortalidade, sabendo tudo interpretar , analisar, agir e reagir de acordo com ela, desde já, no presente.
Aí, essa mensagem torna-se entendida como possível de ser vivenciada.
A humanidade, em geral, considera verdadeiras desgraças a miséria, a morte de pessoas queridas, o credor impaciente, dores morais, a perda de bens materiais, o desemprego, o parente viciado em droga, a doença difícil, a traição, a falta de dinheiro, etc...
"Mas a verdadeira desgraça está mais nas conseqüências de uma coisa do que na própria coisa."*
Para sabermos se uma coisa é boa ou má, precisamos analisar suas
conseqüências próximas e futuras.
As chamadas desgraças, como as citadas acima, podem levar o homem a fortalecer-se na fé em Deus, em si, nos outros, podem estimulá-lo a desenvolver determinadas habilidades, torná-lo mais sensível ao sofrimento alheio, torná-lo mais previdente no gasto do dinheiro, ganhar novos amigos, exercitar o perdão estimulá-lo mais ao trabalho, à convivência com pessoas de bem...
Podem, se analisadas sob a ótica da imortalidade do Espírito, ser consideradas como oportunidades de crescimento espiritual, como desafios a serem vencidos, como provas da justiça divina, no exercício da lei de causa e efeito.
A vida mansa, ociosa, sem problemas, sem assunção de responsabilidades e compromissos, dinheiro farto, saúde perfeita, podem ser grandes desgraças pelas conseqüências dolorosas e perigosas que podem acarretar ao Espírito imortal, preso apenas aos interesses materiais.
Escreve a autora da mensagem: "A desgraça é a alegria, o prazer, a fama, a fútil inquietação, a louca satisfação da vaidade, que asfixiam a consciência, oprimem o pensamento, confundem o homem quanto ao seu futuro. A desgraça é o ópio do esquecimento, que buscais com o mais ardente desejo."
Quando se busca o prazer, a alegria, o sucesso, o dinheiro, inconseqüentemente, sem pesar os efeitos, sem respeito aos direitos dos outros e a si próprio, na infringência da ética e da moral divina, está-se reservando para si, sofrimentos e desgraças, por longos períodos do viver eterno do Espírito.
A conscientização da pré-existência da alma, sua eternidade, sua evolução contínua, através das reencarnações, a destinação de perfeição e felicidade, bem compreendidas, entendidas, aceitas pela razão e pela sensibilidade , interiorizadas no íntimo do ser, tornam o homem capaz de viver, na compreensão real dos seres, das coisas, situações e acontecimentos da Terra, porque tem a visão vertical do caminho que persegue para a finalidade transcendental e gloriosa do seu destino.
Procuremos, pois, no entendimento das vicissitudes da vida na Terra, no discernimento das conseqüências dos atos e ações, não perder de vista a imortalidade da vida, com as responsabilidades de cada um de nós, em nosso desenvolvimento espiritual. Só assim, podemos fazer as escolhas corretas com o livre-arbítrio que Deus nos deu .
Leda de Almeida Rezende Ebner
Julho / 2005
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