A MELANCOLIA - FRANÇOIS DE GENÈVE - BORDEAUX
A palavra melancolia vem "do grego melagkholia, as, que significa condição de ter bile negra, donde humor negro, cólera negra." No século XIX, melancolia significava estado soturno da mente .
Dentre outras definições, melancolia significa " estado afetivo caracterizado por profunda tristeza e desencanto geral." ( dicionário Houais ).
A pessoa melancólica não sente prazer em viver, não se alegra com nada.
Segundo Joanna de Ângelis ( *), a melancolia "investe com vagar e segurança, estendendo-se poderosa como tenaz que destroça esperanças, aniquila aspirações, deixando em derredor pessimismo e amargura."... "Sustenta-se na autopiedade injustificável e se compraz em espalhar o ácido corrosivo do desânimo".
Procede das existências passadas, aos abusos do livre-arbítrio, manifestando-se "como tristeza indefinida, disfarçando o remorso que a carne abafa nos centros da memória perispiritual".
"Medra com facilidade, de tempos em tempos, toda vez que emoções desta ou daquela natureza, produzindo impacto forte, desatem os controles dos centros do esquecimento, aflorando, à maneira de gramínea perniciosa, em jardim de realizações".
François de Genève, que deu esta mensagem, fala da melancolia como a "vaga tristeza que se apodera por vezes de vossos corações e vos faz sentir a vida tão amarga."
Penso que não há sobre a Terra quem não sinta essas sensações, de vez em quando, ou não a tenha sentido alguma vez.
O Espírito reencarna para evoluir, no desenvolvimento do potencial que traz em si, na sua essência, desde a sua criação. Nesse processo, infringe muitas vezes, as leis divinas, pelas quais tornar-se-á perfeito e feliz. Pela lei de causa e efeito, automaticamente, passa por provas e expiações, através das quais, corrige os erros cometidos, repara as conseqüências dos mesmos, e vai desenvolvendo as qualificações nobres que estão dentro de si e que lhe trarão a paz , a felicidade e a perfeição.
Cada reencarnação na Terra, representa, pois, uma oportunidade para libertar-se das culpas dos erros anteriores, corrigindo-os nos seus efeitos, livrar-se dos inimigos, transformando-os em amigos, continuando o desenvolvimento do potencial intelectual e moral.
Assim, com esse entendimento, não se pode ou não se deve deixar-se envolver em sentimentos negativos, tais como o desânimo, a melancolia, a tristeza, dos quais pode-se chegar a doenças e ações graves, atrasando e dificultando o processo evolutivo.
O contrário dever ser feito, ou seja esforçar-se para desenvolver a alegria, o otimismo, a confiança em Deus, em si próprio e nos outros.
O autor da mensagem esclarece que esse sentimento, que surge envolto numa vaga tristeza e impede a pessoa de perceber e sentir as alegrias do viver, é fruto do desejo do espírito que aspira a liberdade e a felicidade, aspirações essas, naturais em todo Espírito, visto que as leis divinas estão gravadas na consciência de cada um.
Em dados momentos mais difíceis, deseja o Espírito liberar-se das provas, das lutas e dificuldades, mas, sente-se preso no corpo e deixa-se envolver pela melancolia.
Não se pode libertar-se das conseqüências dos erros e equívocos passados, com apenas o conhecimento das leis divinas. Preciso é enfrentá-las, corrigi-las e aprender com elas, aproveitando-as para no seu processo evolutivo.
O espiritismo nos ensina que essa provas e expiações duram o tempo necessário ao aprendizado do homem que as sofre. A tristeza, o desânimo, a melancolia, assim como a revolta, o desespero, prolongam-nos, quando não dão origem a problemas maiores.
Cabe ao homem esforçar-se para manter-se sempre confiante e alegre, em qualquer situação, lutando contra qualquer sentimento de melancolia, para que nesta reencarnação, possa enfrentar, com coragem, as provas e expiações, conseqüências dos seus atos, próximos ou remotos, com a certeza de que é possível desenvolver-se, aperfeiçoar-se, em um mundo de expiações e de provas, com muito mais segurança, confiança e alegria!
* - Lampadário Espírita, de Joanna de Ângelis, médium D. P. Franco, lição 59.
Leda de Almeida Rezende Ebner
Agosto / 2005
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