Estudando o Espiritismo

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quinta-feira, 19 de junho de 2014

Destruição necessária e destruição abusiva

Destruição necessária e
destruição abusiva

Apresentamos nesta edição o tema no 45 do Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita, que está sendo aqui apresentado semanalmente, de acordo com programa elaborado pela Federação Espírita Brasileira, estruturado em seis módulos e 147 temas.

Se o leitor utilizar este programa para estudo em grupo, sugerimos que as questões propostas sejam debatidas livremente antes da leitura do texto que a elas se segue. Se destinado somente a uso por parte do leitor, pedimos que o interessado tente inicialmente responder às questões e só depois leia o texto referido. As respostas correspondentes às questões apresentadas encontram-se no final da lição.

Questões para debate

1. Por que motivo o Criador estabeleceu a necessidade de os seres vivos mutuamente se destruírem?

2. Quais são os outros dois motivos?

3. A luta pela própria sobrevivência ajuda de que modo o ser inteligente?

4. O uso de alimentação carnívora pelo homem está de acordo com as leis de Deus?

5. Em que situações o homem é escusado de responsabilidade na destruição de outros seres?

Texto para leitura

A destruição atinge os corpos, mas não afeta os Espíritos
1. A destruição recíproca do seres vivos é, dentre as leis da Natureza, uma das que menos parecem conciliar-se com a bondade de Deus. Por que o Criador estabeleceu a necessidade de eles mutuamente se destruírem para se alimentarem uns à custa dos outros?

2. Para aquele que enxerga apenas a matéria, que limita sua visão à vida presente, isto parece, sem dúvida, uma imperfeição na obra divina. É que, em geral, os homens julgam a perfeição de Deus pelo seu ponto de vista; sua própria opinião é a medida da sua sabedoria; pensam, assim, que Deus não poderia fazer melhor do que eles próprios o fazem.

3. Como sua vista curta não lhes permite julgar o conjunto, não entendem que de um mal aparente pode resultar um bem real. O conhecimento do princípio espiritual e da grande lei de unidade, que constitui a harmonia da Criação, é o único que pode dar ao homem a chave desse mistério e mostrar-lhe a sabedoria providencial e a harmonia onde não via, antes, senão uma anomalia e uma contradição.

4. A primeira utilidade que decorre dessa destruição – utilidade de natureza puramente física – é esta: os corpos orgânicos não se mantêm senão por meio de matérias orgânicas, que são as únicas que contêm os elementos nutritivos necessários à sua transformação. Como os corpos – instrumentos da ação do princípio inteligente – têm necessidade de ser incessantemente renovados, a Providência os faz servir para a sua manutenção mútua. É por isso que o corpo se nutre do corpo, mas o Espírito não é destruído nem alterado; apenas se despoja do seu envoltório.

A luta pela sobrevivência desenvolve o ser espiritual
5. Outra utilidade decorrente da lei de destruição  é a necessidade que tem o ser espiritual de desenvolver-se. A luta é necessária a esse desenvolvimento, porque na luta ele exercita suas faculdades. O ser que ataca em busca do alimento e o que se defende para conservar a vida usam de habilidade e inteligência, aumentando por conseguinte suas forças intelectuais. Um dos dois sucumbe, mas, em realidade, que foi que o mais forte ou mais destro tirou ao outro? A veste de carne, nada mais. Ulteriormente, o ser espiritual – que jamais morre – tomará outra.

6. Nos seres inferiores da criação, naqueles a quem ainda falta o senso moral, a luta tem por móvel unicamente a satisfação de uma necessidade material. Ora, uma das mais imperiosas dessas necessidades é a de alimentar-se, para assegurar a própria sobrevivência. Eles lutam, pois, unicamente para viver, ou seja, para fazer ou defender uma presa, visto que nenhum móvel mais elevado os estimula. É nesse período que a alma se elabora e se ensaia para a vida.

7. Uma terceira utilidade da lei de destruição é que, ao se destruírem uns aos outros, pela necessidade de  alimentar-se, os seres infra-humanos mantêm o equilíbrio na reprodução, impedindo-a de tornar-se excessiva e contribuindo, além disso, com seus despojos, para uma infinidade de aplicações úteis à Humanidade.

Toda destruição abusiva é uma violação da lei de Deus
8. Examinando a questão apenas do ponto de vista do comportamento do homem, aprendemos com a Doutrina Espírita que a matança de animais, bárbara sem dúvida, foi, ainda é e será por algum tempo necessária na Terra; contudo, à medida que os terrícolas se depuram, sobrepondo o espírito à matéria, o uso de alimentação carnívora passa a ser cada vez menor, até desaparecer definitivamente, como já se verifica nos mundos mais adiantados que o nosso.

9. A necessidade de destruição guarda proporção com o estado mais ou menos material dos mundos. E cessa quando o físico e o moral se acham mais depurados. Muito diversas são, pois, as condições de existência nos mundos mais adiantados que a Terra.

10. Conforme os ensinos espíritas, o homem só é escusado de responsabilidade nessa destruição na medida em que a faça para prover ao seu sustento ou garantir sua segurança. Fora disso, quando, por exemplo, se empenha em caçadas pelo simples prazer de matar, terá que prestar contas a Deus pelos abusos que cometa, os quais revelam inegavelmente a predominância dos maus instintos.

11. Toda destruição – ensina o Espiritismo – que excede os limites da necessidade constitui uma violação da lei de Deus e será, por esse motivo, severamente punida.

Respostas às questões propostas

1. Por que motivo o Criador estabeleceu a necessidade de os seres vivos mutuamente se destruírem? R.: São três os motivos. O primeiro: Os corpos orgânicos não se mantêm senão por meio de matérias orgânicas, que são as únicas que contêm os elementos nutritivos necessários à sua transformação. Como os corpos – instrumentos da ação do princípio inteligente – têm necessidade de serem incessantemente renovados, a Providência os faz servir para a sua manutenção mútua. É por isso que o corpo se nutre do corpo, mas o Espírito não é destruído nem alterado; apenas se despoja do seu envoltório.

2. Quais são os outros dois motivos? R.: O desenvolvimento do ser inteligente e a manutenção do equilíbrio das espécies.

3. A luta pela própria sobrevivência ajuda de que modo o ser inteligente? R.: Essa luta é necessária ao seu desenvolvimento porque na luta ele exercita suas faculdades. O ser que ataca em busca do alimento e o que se defende para conservar a vida usam de habilidade e inteligência, aumentando por conseguinte suas forças intelectuais. Um dos dois sucumbe, mas, em realidade, que foi que o mais forte ou mais destro tirou ao outro? A veste de carne, nada mais. Ulteriormente, o ser espiritual – que jamais morre – tomará outra.

4. O uso de alimentação carnívora pelo homem está de acordo com as leis de Deus? R.: Segundo a Doutrina Espírita, a matança de animais foi, é e será por algum tempo necessária na Terra; contudo, à medida que os terrícolas se depuram, sobrepondo o espírito à matéria, o uso de alimentação carnívora passa a ser cada vez menor, até desaparecer definitivamente, como já se verifica nos mundos mais adiantados que o nosso.

5. Em que situações o homem é escusado de responsabilidade na destruição de outros seres? R.: Conforme os ensinamentos espíritas, o homem só é escusado de responsabilidade nessa destruição na medida em que a faça para prover ao seu sustento ou garantir sua segurança. Fora disso, quando, por exemplo, se empenha em caçadas pelo simples prazer de matar, terá que prestar contas a Deus pelos abusos que cometa, os quais revelam inegavelmente a predominância dos maus instintos. Toda destruição que excede os limites da necessidade constitui uma violação da lei de Deus e será, por esse motivo, severamente punida.

Bibliografia:

O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec, itens 728, 730 e 735.

A Gênese, de Allan Kardec, itens 20, 23 e 24.

O Céu e o Inferno, de Allan Kardec, itens 2 a 4.

As Leis Morais, de Rodolfo Calligaris, págs. 91 e 92.

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