Arrependimento
Por - Gilberto L. Tomasi
(...) O arrependimento já é uma característica de evolução do espírito. Allan Kardec caracteriza o arrependimento em três hipóteses: desejo de melhora, sentimento de culpa e esforço de superação. (O Livro dos Espíritos)
Essas afirmativas, passadas à Kardec pelo mundo espiritual nos dá a certeza de que, quando tomamos consciência dos erros cometidos, começamos nossa jornada, mesmo que timidamente, de evolução moral.
Mas, o que significa arrependimento e porque sofremos com ele? Freud afirma que o arrependimento está paralelamente ligado ao sentimento de culpa por alguma coisa errada que o homem pratica e tem consciência do ato praticado. Porém, a maioria ainda convive e sofre com esses sentimentos, arrependimento e culpa, sem nada fazer para corrigir ou superar os erros cometidos e, passam a vida inteira sofrendo estacionados e inertes diante do fato.
Com relação às hipóteses do arrependimento, conforme palavras de Kardec, o desejo de melhora não é muito simples e fácil de aceitar, haja vista, que isso implica em reconhecer nossa inferioridade moral, ou “reconhecer a própria sombra”, (Ermance Dufaux – Reforma Íntima sem Martírios). Porém, não existe outra maneira ou outro caminho para o arrependimento senão reconhecer de imediato que ainda somos imperfeitos e, que devemos dia-a-dia fazer um esforço muito grande para darmos os passos iniciais à nossa reforma íntima.
O Evangelho Segundo o Espiritismo narra o episódio de Santo Agostinho ensinando que devemos sim, todos os dias antes de dormir, refletir sobre tudo o que fizemos ou deixamos de fazer de bom ou ruim e repetir sempre aquilo que foi bem feito e corrigir logo tudo o que foi o mal feito sempre que tivermos oportunidade para tal.
Sofremos muito convivendo com o sentimento de culpa sem entender, conforme nos falam os espíritos superiores, que no estágio em que nos encontramos nesta encarnação se não fosse esse sentimento, a culpa, não iríamos sair do lugar, pois é justamente o sentimento de culpa, de ter feito algo errado ou de não ter feito algo de bom, que nos empurra para o progresso e para a evolução, entendendo que os erros devem servir de ponto de partida para nosso futuro e não como prisão mental, moral ou espiritual.
A terceira hipótese para conquistar equilíbrio no processo do arrependimento, conforme Kardec, é o esforço, juntamente com o desejo e força de vontade de reparar toda e qualquer situação equivocada. Isto nos faz lembrar Paulo de Tarso que disse “A mim, que fui antes recrimino, perseguidor e injuriador, mas alcancei a misericórdia de Deus porque o fiz por ignorância e por ser incrédulo”.
Todos nós sabemos que Paulo era antes Saulo o soldado que perseguia Jesus e passou a segui-lo após cair em si e enxergar o que antes seus olhos não viam. Acontece que ainda somos totalmente cegos diante de nossa real situação, ainda estamos arraigados à materialidade, à vaidade, ao ego, esquecendo de nos manter exatamente onde devemos estar, ou seja, ao aprendizado.
Não devemos conviver com a culpa e o arrependimento em auto-flagelação. Não precisamos sofrer e nos auto-punir, lembremos das palavras de Kardec, afirmando, que somente ocorrerá a regeneração do espírito quando este atingir as três condições para apagar os traços de seu erro, que são: arrependimento, expiação e reparação. Não importa se sofremos nos arrependemos e nos culpamos mais com o que deixamos de fazer ou com o que fizemos, o passado deve apenas servir como ponto de partida, vendo onde, como e porque agimos desta ou daquela maneira.
Joana D’Angelis nos chama atenção para a prática da oração em toda e qualquer situação que estejamos envolvidos.
Fonte: “Considerando o Arrependimento” do livro Leis Morais da Vida – Item 11 – Divaldo Pereira Franco/Espírito Joanna de Ângelis
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