Estudando o Espiritismo

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segunda-feira, 2 de setembro de 2013

SABER AMAR • J. Herculano Pires (Irmão Saulo)

SABER AMAR  •  J. Herculano Pires (Irmão Saulo)


Às vésperas do Natal, a poetisa Maria Dolores nos lembra o mandamento do amor. Se o houvéssemos obedecido, a Terra seria hoje um mundo tranquilo e feliz. Como não fomos capazes de segui-lo, vemo-nos envolvidos em lutas inglórias e submetidos a terríveis ameaças. Quando Jesus advertiu os discípulos contra o fermento dos fariseus, eles entenderam que o Mestre lhes falava de pão. Dois milênios depois fazemos o mesmo. O fermento do orgulho e da vaidade nos leva a desfigurar os seus ensinos e rejeitar as suas palavras. Somos alunos repetentes de muitos séculos!
O item 5 do capítulo VI de O evangelho segundo o espiritismo, citado por Chico Xavier, constitui-se de uma mensagem do Espírito da Verdade, que há mais de um século repetiu-nos, como porta-voz de Cristo, o seu ensino esquecido: “Espíritas, amai-vos, eis o primeiro ensinamento; instrui-vos, eis o segundo”. A mensagem é dirigida aos espíritas, na era da razão, porque eles devem estar em condições de compreendê-la.

Não basta amar, é preciso saber amar. Jesus não nos trouxe apenas o amor, mas também a verdade. Ensinou-nos a raciocinar, a buscar o sentido da vida, a não nos perdermos de novo nas trevas da vaidade farisaica. Por isso o Espírito da Verdade acentua: "Instrui-vos".

O espiritismo é a Renascença cristã, segundo a bela definição de Emmanuel. Inicia na Terra uma fase nova da Ilustração, de Iluminismo, desalojando a nossa mente do fanatismo sectário. No Renascimento tivemos a iluminação das ciências. No espiritismo temos a iluminação da verdade, sob as luzes conjugadas da ciência, da filosofia e da religião.

Não temos o direito de nos perdermos de novo em jogos de palavras, como fizeram os sofistas gregos, os rabinos judeus, os clérigos medievais. Não temos o direito de corrigir os textos de Jesus e Kardec segundo a medida estreita de nossa miopia mental. Precisamos instruir-nos, arejar-nos, libertar-nos dos preconceitos para não confundirmos o fermento do passado com o pão de cada dia que o padeiro nos entrega.

A prece de Maria Dolores é um convite de Natal à compreensão profunda das lições do Mestre, à rejeição “das bagatelas entre as quais nos perdemos”, como crianças que brincam com os seixos da praia sem compreender a extensão e a profundidade do mar.

Abençoada lição que nos dá a grande poetisa do além: deixemos de lado os bilros das palavras e cuidemos do sentido real dos ensinos de Jesus, pondo-nos em prática na realidade da vida. Neste Natal, o Mestre nos olha compassivo, perguntando a si mesmo até quando continuaremos apegados à ilusão dos sofismas, tentando corrigir os seus ensinos.

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