Estudando o Espiritismo

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domingo, 10 de julho de 2016

Virtudes e Defeitos , É permitido Repreender os Outros?


Josimar Fracassi

Queridos e amados irmãos, vamos por meio desse conversar sobre defeitos e virtudes, porque muitas vezes só vemos os defeitos dos nossos irmãos e não vemos suas virtudes, porque só damos valor aos defeitos?? Será que não temos defeitos, só os outros tem??

“Autoconhecendo-se, é mais fácil a alguém conhecer, com mais precisão, aqueles que se encontram à sua volta. Descobrindo as próprias deficiências, nasce-lhe tolerância para com os limites que encarceram outras pessoas na ignorância e na maneira rude de se apresentarem. Trabalhando o granito dos defeitos, tornasse-lhe fácil auxiliar a lapidação de arestas outras, que se encontram fora, em diferentes pessoas.” Divaldo Pereira Franco, pelo Espírito Joanna de Ângelis


É notável como conseguimos ver, todos os dias, a todos os instantes, os defeitos alheios.

Dificilmente encontraremos alguém que não se mostre propenso a apontar erros e absurdos dos outros.

Muitos casamentos acabam porque marido e mulher passam a ver tanto os defeitos um do outro, que se esquecem que se uniram porque acreditavam se amar.

Amigos de infância, certo dia, se surpreendem a descobrir falhas de caráter um no outro. Desencantados se afastam, perdendo o tesouro precioso da amizade.

Colegas de trabalho culpam o outro por falhas que, em verdade, em muitos casos, é da equipe como um todo.

Foi observando esse quadro que alguém escreveu que os homens caminham pela face da Terra em fila indiana, cada um carregando uma sacola na frente e outra atrás.

Na sacola da frente, estão colocadas as qualidades positivas, as virtudes de cada um. Na sacola de trás são guardados todos os defeitos, as paixões, as más qualidades do Espírito.

Por isso, durante a jornada pela vida, mantemos os olhos fixos nas virtudes que possuímos presas em nosso peito.

Ao mesmo tempo, reparamos de forma impiedosa, nas costas do companheiro que está à frente, todos os defeitos que ele possui.

Assim nos julgamos melhores que ele, sem perceber que a pessoa andando atrás de nós, está pensando a mesma coisa a nosso respeito.

A imagem é significativa e nos remete à reflexão. Talvez seja muito importante que saiamos da fila indiana e passemos a andar ao lado do outro.

E, no relacionamento familiar, profissional, social em geral, que nos coloquemos de frente um para o outro. Aí veremos as virtudes nossas, que devem ser trabalhadas, para crescerem mais e também as virtudes do outro.

Com certeza nos surpreenderemos com as descobertas que faremos.

Haveremos de encontrar colegas de trabalho que supúnhamos orgulhosos, como profissionais conscientes, dispostos a estender as mãos e laborar em equipe.

Irmãos que acreditávamos extremamente egoístas, com capacidade de ceder o que possuam, a bem dos demais membros da família.

Pais e mães que eram tidos como distantes, em verdade estarem ávidos por um diálogo aberto e amigo.

Esposos e esposas que cultivavam amarguras, encontrarem um novo motivo para estarem juntos, redescobrindo os encantos dos dias primeiros do namoro.

*   *   *

A crítica só é válida quando serve para demonstrar erros graves que possam causar prejuízo para os outros ou quando sirva para auxiliar aquele a quem criticamos.

Portanto, resistir ao impulso de ressaltar as falhas dos outros, exercitando-nos em perceber o que eles tenham de positivo, é a meta que devemos alcançar.

Não esqueçamos de que se desejamos que o bem cresça e apareça, devemos divulgá-lo sempre.

Falar bem é fazer o bem. Apontar o belo é auxiliar outros a verem a beleza.

Na primeira delas é que vamos nos deter por agora, quando Kardec pergunta: - "Ninguém sendo perfeito, seguir-se-á que ninguém tem o direito de repreender o seu próximo?" Resposta - "Certamente que não é essa a conclusão a tirar-se, porquanto cada um de vós deve trabalhar pelo progresso de todos e, sobretudo, daqueles cuja tutela vos foi confiada. Mas, por isso mesmo, deveis fazê-lo com moderação, para um fim útil, e não, como as mais das vezes, pelo prazer de denegrir. Neste último caso, a repreensão é uma maldade; no primeiro, é um dever que a caridade manda seja cumprido com todo o cuidado possível. Ao demais, a censura que alguém faça a outrem deve ao mesmo tempo dirigi-la a si próprio, procurando saber se não a terá merecido."
É bom lembrar que Jesus, tipo mais perfeito para servir de guia e modelo à Humanidade, enviado por Deus, como na primeira parte da resposta acima, jamais deixou de mostrar o erro nos quais os curados por Ele estavam inseridos, quando dizia: - "(...) de futuro não tornes a pecar". Mas, também, nunca repreendeu alguém com o intuito de desacreditá-lo junto à sociedade; ao contrário, como no caso da mulher surpreendida em adultério, disse: -"Aquele dentre vós que estiver sem pecado, atire a primeira pedra." Fez, como está no final da resposta de S. Luís, que antes de julgarmos os outros, devemos verificar se esse julgamento não nos cabe também.
Sem dúvida alguma, a crítica irresponsável, o notar as imperfeições alheias, a maledicência fazem parte do cotidiano da grande massa da população terrena, fruto, ainda, das nossas imperfeições que nos acompanham há milênios. É uma anormalidade que com frequência praticamos como se fosse normal, já que automatizamos tais pensamentos, palavras e ações infelizes sem nos conscientizarmos do mal que proporcionamos aos nossos semelhantes. Vemos, com muita tristeza, como os meios de comunicação, nas suas mais variadas formas, se utilizam dessas prerrogativas infelizes, sabedoras de que coisas dessa natureza é que vendem e dão altos índices de audiência. O que mostra como ainda estamos atrasados moralmente.
Lemos outro dia, numa coluna de jornal, pequeno artigo que contava uma história mais ou menos assim: "Cada pessoa caminha na vida carregando duas sacolas, uma no peito e outra nas costas. Na do peito estão contidas as virtudes, e na das costas, os vícios. Cada um de nós só vê as costas dos que vão à frente, portanto, só os defeitos dos outros, esquecendo-nos de que os que vêm atrás de nós vêem os nossos defeitos também."
Atitudes dignas para com os semelhantes deveriam ser rotineiras e não fatos isolados que chegam a ser destacados como coisas extraordinárias.
Costumamos dizer em nossas palestras que cada pessoa deveria ter um disjuntor moral na língua, que desarmasse automaticamente, quando fôssemos falar mal de alguém e, assim, ficaríamos mudos, só retornando a voz quando fôssemos falar coisas boas daquela pessoa. Mas o disjuntor deveria ficar mesmo era no cérebro, para que toda vez que um pensamento infeliz com relação a uma pessoa surgisse, ele se desligasse e nós não indignificaríamos a ninguém. Esse disjuntor chama-se autocontrole sobre o que pensamos, para que não falemos ou ajamos em desfavor dos nossos semelhantes.
O Espiritismo nos mostra a necessidade da renovação pessoal na busca do ser integral, principalmente agora, nesta era da Humanidade, norteada pelo amor que deve unir a todas as criaturas.
Lutemos por corrigir os nossos defeitos e, como diz a parábola do Argueiro e da Trave no olho, retiremos primeiro as nossas imperfeições, para só depois vermos como poderemos "auxiliar" os outros a removerem as suas.

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