A LEI DA CONSERVAÇÃO
Ricardo leia a questão nº 703 de O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec, disse Luciano.
O Grupo Espírita de Estudos Sociais, já estava reunido.
- “ Com que fim outorgou Deus a todos os seres vivos o instinto de conservação?
- Porque todos têm que concorrer para cumprimento dos desígnios da Providência. Por isso foi que Deus lhes deu a necessidade de viver. Acresce que a vida é necessária ao aperfeiçoamento dos seres. Eles o sentem instintivamente, sem disso se aperceberem.”
- Como vocês observam, - comentou Luciano, - todos os seres vivos possuem o instinto de conservação, qualquer que seja o grau de inteligência, pois a vida é necessária ao aperfeiçoamento dos seres.
O existir e o aperfeiçoar-se através do desenvolvimento de suas potencialidades são forças inerentes aos seres, pois atendem aos reclamos da Lei da Evolução.
- Mas em nome do instinto de conservação teria o ser humano o direito de avançar sobre a natureza, extinguindo com espécies vegetais e animais, como está ocorrendo na atualidade? – questionou Edvaldo.
- Não! De forma alguma, redargüiu Luciano. Observamos na questão 704 da obra que estamos estudando, o seguinte: “ Tendo dado ao homem a necessidade de viver, Deus lhe facultou, em todos os tempos, os meios de conseguir e se ele os não encontra, é que não os compreende. Não fora possível que Deus criasse para o homem a necessidade de viver, sem lhe dar os meios de consegui-lo. Essa a razão por que faz que a Terra produza de modo a proporcionar o necessário aos que a habitam, visto que só o necessário é útil. O supérfluo nunca o é.”
A Terra produz de modo a proporcionar o necessário aos que a habitam não há, pois necessidade de destruir a natureza. O que encontramos aí é a ganância daqueles que colocam os seus interesses pessoais, os seus lucros acima do bem da coletividade e do próprio equilíbrio planetário.
- É mesmo, adiantou Narcisa, - Nos dias atuais, há paises que não desistem de lançar toneladas de gases poluidores da atmosfera e detritos industriais que contaminam os rios, lagos e os oceanos, sob a justificativa do progresso e da necessidade de gerar empregos. Em verdade, com suas leis, esses países estão protegendo os grandes conglomerados empresariais que visam exclusivamente o lucro.
- Você tem razão, - atalhou Luciano, - ao lado da abundância, do supérfluo, falta o necessário à massa humana dos marginalizados na sociedade. Nela encontramos a carência, a doença, a falta de habitação, a escassez de vestuário, a ausência de instrução e o trabalho humano. Essa massa contrasta com a minoria que detém o poder econômico. Tal é a situação em muitas partes do planeta, no chamado Terceiro Mundo.O Brasil também apresenta esse aspecto social, na periferia dos grandes centros urbanos e nas regiões socioeconômicas menos desenvolvidas.
- Então a escassez não está na Natureza? Interrogou Lúcia.
- Se você me permite, Lúcia, eu penso que embora a civilização amplie as necessidades, ela também aumenta as fontes de trabalho e os meios de viver. A Ciência e a Tecnologia vêm aumentando progressivamente a produção dos bens e à medida que se aplique a justiça social a ninguém faltará o necessário.
- É mesmo, Darci, você como economista e espírita estuda e entende muito bem esse assunto.
- Darci tem razão, - aditou Luciano. Esclarece o Espiritismo que para todos há um lugar ao sol, mas com a condição de que cada um ocupe o seu lugar e não o dos outros.
A Natureza não pode ser responsável pelos defeitos da organização social, nem pelos efeitos da ambição e do egoísmo.
Finalizemos com a afirmação dos Mentores Espirituais: “ O uso dos bens da terra é um direito de todos. Esse direito é conseqüente da necessidade de viver. “ (Questão nº 711 de O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec )
A preservação e o uso dos bens da Terra são direitos de todos os homens, conforme os princípios mais avançados da Justiça e do Amor, que já começam a ser consagrados em leis e já eram expressos pela Doutrina Espírita.
Na consolidação e aplicação desses direitos estejam atentas as forças do bem e a elas ofereçamos as nossas possibilidades de atuação.
- Puxa, depois dessa, Luciano, vamos ficar por aqui, pois há muito o que pensar e uma vastidão para agir.
- Assim seja, - disse Luciano – sorrindo e encerrando a reunião.
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