Publicado por Marcio-geec em 24/5/2006 (1829 leituras)
Ivone do Amaral Pereira
"A letargia e a catalepsia derivam do mesmo principio, que é a perda temporária da sensibilidade e do movimento, por uma causa biológica ainda inexplicada. Diferem uma da outra, em que, na letargia, a suspensão das forças vitais é geral e dá ao corpo todas as aparências da morte; na catalepsia fica localizada, podendo atingir uma parte mais ou menos extensa do corpo, de sorte a permitir que a inteligência se manifeste livremente, o que a torna inconfundível com a morte. A letargia é sempre natural; a catalepsia é por vezes magnética. " Allan Kardec.
Por sua vez, respondendo a uma pergunta que lhe fizemos acerca de determinados fenômenos espíritas, o venerável Espírito Bezerra de Menezes disse-nos o seguinte, pequena lição que colocamos à disposição do leitor para observação e meditação:
- Podereis dizer-nos algo sobre a catalepsia e a letargia? - perguntamos - pois o que conhecemos a respeito é pouco satisfatório.
E benemérita Entidade respondeu:
- Quem for atento ao edificante estudo das Escrituras Cristãs encontrará em o Novo Testamento de N. S. Jesus Cristo, exatamente nos capítulos IX, de Mateus; V, de Marcos; VIII de Lucas, e XI, de João, versão do Padre Antonio Pereira de Figueiredo, a excelente descrição dos fenômenos de catalepsia ( talvez os fenômenos sejam, de preferência, de letargia, segundo as analises dos compêndios espíritas acima citados) ocorridos no círculo messiânico e registrados pelos quatro cronistas do Evangelho, lembrando ainda o caso, igualmente empolgante, do filho da viúva de Naim, caso que nada mais seria do que a mesma letargia, ou catalepsia.
A ciência moderna oficial, a Medicina, conhece a catalepsia e a letargia, classifica-as, mas não se interessa por elas, talvez percebendo não ser da sua alçada o fato de curá-las. A ciência psíquica, no entanto, assim também a Doutrina Espírita, não só as conhecem como se interessam grandemente por elas, pois que as estudam,, tirando delas grandes ensinamentos e revelações em torno da alma humana, e por isso podem curá-las e até evitá-las, ao mesmo tempo que também poderão provocá-las, contorná-las, dirigi-las, orientá-las e delas extrair conhecimentos esplendentes para a instrução cientifico-transcendente a beneficio da Humanidade.
Se os adeptos encarnados dessa grande revelação celeste - a Doutrina Espírita - não curam, no presente momento, as crises catalépticas do próximo, as quais até mesmo uma obsessão poderá provocar, será porque elas são raras ou, pelo menos, ignoradas, ou porque, lamentavelmente, se descuram da instrução doutrinária necessária à habilitação para o importante certame.
A catalepsia, tal como a letargia, não é uma enfermidade física, mas uma faculdade que, como qualquer outra faculdade medianímica incipiente ou incompreendida, ainda descurada e mal orientada, se torna prejudicial ao seu possuidor. Como as demais faculdades suas companheiras, a catalepsia e a letargia, também poderão ser exploradas pela mistificação e pela obsessão de inimigos e perseguidores invisíveis, degenerando então em um estado mórbido do Perispírito, tendência viciosa das vibrações perispirituais para o aniquilamento, as quais se recolhem e se fecham em si mesmas como a planta sensitiva ao ser tocada, negando-se às expansões necessárias ao bom funcionamento do consorcio físico-psíquico, o que arrasta uma como neutralidade do fluido vital, dando em resultado o estado de anestesia geral ou parcial, a perda da sensibilidade, quando todos os sintomas da morte e até mesmo o inicio da decomposição física se apresentam, e somente a consciência estará vigilante, visto que esta, fagulha da Mente Divina animando a criatura, jamais se deterá num aniquilamento, mesmo temporário.
Tanto a catalepsia como a letargia, pois elas são faculdades gêmeas, se espontâneas ( pois elas poderão ser também provocadas e dirigidas, uma vez que a personalidade humana é rica de poderes espirituais, sendo, como foi, criada à imagem e semelhança de Deus), se espontâneas, serão, portanto, um como vicio que impõe o acontecimento, como os casos de animismo nas demais faculdades mediúnicas, vicio que, mais melindroso que os outros lembrados, se a tempo não for corrigido, poderá acarretar conseqüências imprevisíveis, tais como a morte total da organização física, a loucura, dado que as células cerebrais, se atingidas freqüentemente e por demasiado tempo, poderão levar à obsessão, ao suicídio, ao homicídio e a graves enfermidades nervosas: esgotamento, depressão, alucinações, etc. Mas, uma vez contornadas por tratamento psíquico adequado, transformar-se-ão em faculdades anímicas importantes, capazes de altas realizações supranormais, consoante a prática o tem demonstrado, fornecendo aos estudiosos e observadores dos fatos mediúnicos vasto campo de elucidação científica-transcendental.
Entretanto, se os adeptos da grande doutrina da imortalidade - os espíritas - não sabem, conscientemente, ou não querem resolver os intrincados problemas oferecidos pela catalepsia e sua irmã gêmea, a letargia ( eles, os espíritas, não se preocupam com esses fenômenos), sem o quererem e o saberem corrigem a sua possibilidade de expansão com o cultivo geral da mediunidade comum, visto que, ao contato das correntes vibratórias magnéticas constantes, e o suprimento das forças vitais próprias dos fenômenos mediúnicos mais conhecidos, aquele vicio, se ameaça, será corrigido, podendo, não obstante, a faculdade cataléptica ser orientada inteligentemente para fins dignificantes a bens a bem da evolução do seu possuidor e da coletividade. de outro modo, o tratamento magnético através dos passes, em particular os passes ditos espirituais, aplicados por médium idôneos e não por magnetizadores, e a intervenção oculta, mas eficiente, dos mestres da Espiritualidade, têm evitado que a catalepsia e a letargia se propaguem entre os homens com feição de calamidade, daí advindo a relativa raridade, espontânea, de tais fenômenos nos dias presentes. E essa nossa assertiva também revela que todas as criaturas mais ou menos possuem em germe as ditas faculdades e as poderão dirigir à própria vontade, se conhecedoras dos seus fundamentos, uma vez que nenhum filho de Deus jamais foi agraciado com predileções ou menosprezado com desatenções pela obra da Criação.
Dos casos citados nos Evangelhos cristãos, todavia, destaca-se o de Lázaro pela sua estranha particularidade. Aí vemos um estado cataléptico superagudo, porque espontâneo, relaxamento dos elos vitais pela depressão causada por uma enfermidade, fato patológico, portanto, provando o desejo incontido que o Espírito encarnado tinha de deixar a matéria para alçar-se ao infinito, e onde o próprio fluido vital, que anima os organismos vivos, se encontrava quase totalmente extinto, e cujos liames magnéticos do Perispírito em direção à carne se encontravam de tal forma frágeis, danificados pelo enfraquecimento das vibrações e da vontade ( Lázaro já cheirava mal, o que é freqüente em casos de crises catalépticas agudas, mesmo se provocadas, quando o paciente poderá até mesmo ser sepultado vivo, ou antes, não de todo no estado de cadáver), que fora necessário, com efeito o poder restaurador de uma alma virtuosa como a do Nazareno para se impor ao fato, substituir as células já corrompidas, renovar a vitalidade animal, fortalecer liames magnéticos com o seu poderoso magnetismo em ação. Na filha de Jairo, porém, e no filho da viúva de Naim as forças vitais se encontravam já em desorganização adiantada, e não fora o concurso dos liames magnéticos ainda aproveitáveis e as reservas vitais conservadas pelo Perispírito nas constituições físicas robustas ( o Perispírito age qual um reservatório de forças vitais e os laços magnéticos são os agentes transmissores que suprem a organização física) e se não fossem aquelas reservas Jesus não se abalaria à cura porque esta seria impossível. Muitos homens e até crianças assim têm desencarnado. E se tal acontece antes da época prevista pela programação da Lei de Criação, nova existência corpórea os reclamará para o cumprimento dos deveres assumidos e, portanto, para a continuação da própria evolução.
"Por que tal coisa é possível sob as vistas da harmoniosa lei da Criação?Que culpa tem o homem de sofrer tais ou quais acidentes se não é ele quem os provoca e que se e que se realizam, muitas vezes, à revelia da sua vontade?
A resposta será então a seguinte: " Tais acidentes são próprios do carreiro da evolução, e enquanto o homem não se integrar de boamente na sua condição de ser divino, vibrando satisfatoriamente no âmbito das expansões sublimes da Natureza mecanicamente estará sujeito a esses e demais distúrbios.
Segue-se que, para a lei da Criação, a chamada morte não só não existe como é considerada fenômeno natural, absolutamente destituído da importância que os homens lhe atribuem, exceção feita aos casos de suicídio e homicídio. A morte natural, então, em muitos casos será um acidente facilmente reparável e não repercutirá com os foros de anormalidade como acontece entre os homens.
De outro modo, sendo a catalepsia e a letargia uma faculdade, patrimônio psíquico da criatura e não propriamente uma enfermidade, compreender-se-á que nem sempre a sua ação comprova inferioridade do seu possuidor, pois que, uma vez adestradas, ambas poderão prestar excelentes serviços à causa do bem, tais como as demais faculdades mediúnicas, que, não adestradas, servem de pasto a terríveis obsessões, que infelicitam a sociedade, e quando bem compreendidas e dirigidas atingirão feição sublime. Não se poderá afirmar, entretanto, que o próprio homem, ou a sua mente, a sua vontade, o seu pensamento, se encontrem isentos de responsabilidade no caso vertente, tanto na ação negativa como na positiva, ou seja, tanto nas manifestações prejudiciais como nas úteis e beneméritas.
"Um Espírito encarnado, por exemplo, já evolvido, ou apenas de boa vontade, senhor das próprias vibrações, poderá cair em transe cataléptico, ou letárgico, voluntariamente( 1), alçar-se ao Espaço para desfrutar o consolador convívio dos amigos espirituais mais intensamente, dedicar-se a estudos profundos, colaborar com o Bem e depois retornar à carne, reanimado e apto a excelentes realizações. Não obstante, homens comuns ou inferiores poderão cair nos mesmos transes, conviver com entidades espirituais inferiores como eles e retornar obsidiados, predispostos aos maus atos e até inclinados ao homicídio e ao suicídio.
Um distúrbio vibratório poderá ter várias causas, e uma delas será o próprio suicídio em passada existência. Um distúrbio vibratório agudo poderá ocasionar um estado patológico, um transe cataléptico, tal o médium comum que, quando esgotado ou desatento da própria higiene mental ou moral ( queda de vibrações e, portanto, distúrbio vibratório), dará possibilidade às mistificações do animismo e à obsessão.
Nesse caso, no entanto, o transe cataléptico trará feição de enfermidade grave, embora não o seja propriamente e será interpretado como ataques incuráveis, indefiníveis, etc. . O alcoólatra poderá renascer predisposto à catalepsia porque o álcool lhe viciou as vibrações, anestesiando-as, o mesmo acontecendo aos viciados em entorpecentes, todos considerados suicidas pelos códigos da Criação. Em ambos os casos a terapêutica psíquica bem aplicada, mormente a renovação mental, influindo poderosamente no sistema de vibrações nervosas, será de excelentes resultados para a corrigenda do distúrbio, enquanto que a atuação espírita abrirá novos horizontes para o porvir daquele distúrbio, que evoluirá para o seu justo plano de faculdade anímica. E tudo isso, fazendo parte de uma expiação, porque será o efeito grave de causas graves, também assinalará o estado de evolução, visto que, se o indivíduo fosse realmente superior, estaria isento de padecer os contratempos que acima descrevemos. Todavia, repetimos, tanto a catalepsia quanto a letargia, uma vez bem compreendidas e dirigidas, quer pelos homens quer pelos Espíritos Superiores, transformar-se-ão em faculdades preciosas, conquanto raras e mesmo perigosas, pois que ambas podem causar o desenlace físico do seu paciente se uma assistência espiritual poderosa não o resguardar de possíveis acidentes. A letargia, contudo, presta-se mais à ação do seu possuidor no plano espiritual. Ao despertar o paciente trará apenas intuições, às vezes úteis e preciosas, das instruções que recebeu e sua aplicação nos ambientes terrenos. É faculdade comum aos gênios e sábios, sem contudo constituir privilégio, agindo sem que eles próprios dela se apercebam, porque se efetivam durante o sono e sob a vigilância de Espíritos prepostos ao caso.
"A provocação desses fenômenos nada mais é que a ação magnética anestesiando as forças vibratórias até o estado agudo, e anulando, por assim dizer, os fluidos vitais, ocasionando a chamada morte aparente, por suspender-lhe, momentaneamente, a sensibilidade, as correntes de comunicação com o corpo carnal, qual ocorre no fenômeno espontâneo, se bem que este possa ocupar um agente oculto, espiritual, de elevada ou inferior categoria. Se, no entanto, o fenômeno espontâneo se apresentar freqüentemente e de forma obsessiva, a cura será inteiramente moral e psíquica, com a aproximação do paciente aos princípios nobres do Evangelho moralizador e ao cultivo da faculdade sob normas espíritas ou magnéticas legitimas, até ao seu pleno florescimento nos campos mediúnicos. O tratamento físico medicinal, atingindo o sistema neuro-vegetativo, fortalecendo o sistema nervoso com a aplicação de fortificantes, etc. , também será de importância valiosa, visto que a escassez de fluidos vitais poderá incentivar o acontecimento, emprestando-lhe feição de enfermidade.
Recordações da Mediunidade, recomendações do dr. Bezerra de Menezes.
"A letargia e a catalepsia derivam do mesmo principio, que é a perda temporária da sensibilidade e do movimento, por uma causa biológica ainda inexplicada. Diferem uma da outra, em que, na letargia, a suspensão das forças vitais é geral e dá ao corpo todas as aparências da morte; na catalepsia fica localizada, podendo atingir uma parte mais ou menos extensa do corpo, de sorte a permitir que a inteligência se manifeste livremente, o que a torna inconfundível com a morte. A letargia é sempre natural; a catalepsia é por vezes magnética. " Allan Kardec.
Por sua vez, respondendo a uma pergunta que lhe fizemos acerca de determinados fenômenos espíritas, o venerável Espírito Bezerra de Menezes disse-nos o seguinte, pequena lição que colocamos à disposição do leitor para observação e meditação:
- Podereis dizer-nos algo sobre a catalepsia e a letargia? - perguntamos - pois o que conhecemos a respeito é pouco satisfatório.
E benemérita Entidade respondeu:
- Quem for atento ao edificante estudo das Escrituras Cristãs encontrará em o Novo Testamento de N. S. Jesus Cristo, exatamente nos capítulos IX, de Mateus; V, de Marcos; VIII de Lucas, e XI, de João, versão do Padre Antonio Pereira de Figueiredo, a excelente descrição dos fenômenos de catalepsia ( talvez os fenômenos sejam, de preferência, de letargia, segundo as analises dos compêndios espíritas acima citados) ocorridos no círculo messiânico e registrados pelos quatro cronistas do Evangelho, lembrando ainda o caso, igualmente empolgante, do filho da viúva de Naim, caso que nada mais seria do que a mesma letargia, ou catalepsia.
A ciência moderna oficial, a Medicina, conhece a catalepsia e a letargia, classifica-as, mas não se interessa por elas, talvez percebendo não ser da sua alçada o fato de curá-las. A ciência psíquica, no entanto, assim também a Doutrina Espírita, não só as conhecem como se interessam grandemente por elas, pois que as estudam,, tirando delas grandes ensinamentos e revelações em torno da alma humana, e por isso podem curá-las e até evitá-las, ao mesmo tempo que também poderão provocá-las, contorná-las, dirigi-las, orientá-las e delas extrair conhecimentos esplendentes para a instrução cientifico-transcendente a beneficio da Humanidade.
Se os adeptos encarnados dessa grande revelação celeste - a Doutrina Espírita - não curam, no presente momento, as crises catalépticas do próximo, as quais até mesmo uma obsessão poderá provocar, será porque elas são raras ou, pelo menos, ignoradas, ou porque, lamentavelmente, se descuram da instrução doutrinária necessária à habilitação para o importante certame.
A catalepsia, tal como a letargia, não é uma enfermidade física, mas uma faculdade que, como qualquer outra faculdade medianímica incipiente ou incompreendida, ainda descurada e mal orientada, se torna prejudicial ao seu possuidor. Como as demais faculdades suas companheiras, a catalepsia e a letargia, também poderão ser exploradas pela mistificação e pela obsessão de inimigos e perseguidores invisíveis, degenerando então em um estado mórbido do Perispírito, tendência viciosa das vibrações perispirituais para o aniquilamento, as quais se recolhem e se fecham em si mesmas como a planta sensitiva ao ser tocada, negando-se às expansões necessárias ao bom funcionamento do consorcio físico-psíquico, o que arrasta uma como neutralidade do fluido vital, dando em resultado o estado de anestesia geral ou parcial, a perda da sensibilidade, quando todos os sintomas da morte e até mesmo o inicio da decomposição física se apresentam, e somente a consciência estará vigilante, visto que esta, fagulha da Mente Divina animando a criatura, jamais se deterá num aniquilamento, mesmo temporário.
Tanto a catalepsia como a letargia, pois elas são faculdades gêmeas, se espontâneas ( pois elas poderão ser também provocadas e dirigidas, uma vez que a personalidade humana é rica de poderes espirituais, sendo, como foi, criada à imagem e semelhança de Deus), se espontâneas, serão, portanto, um como vicio que impõe o acontecimento, como os casos de animismo nas demais faculdades mediúnicas, vicio que, mais melindroso que os outros lembrados, se a tempo não for corrigido, poderá acarretar conseqüências imprevisíveis, tais como a morte total da organização física, a loucura, dado que as células cerebrais, se atingidas freqüentemente e por demasiado tempo, poderão levar à obsessão, ao suicídio, ao homicídio e a graves enfermidades nervosas: esgotamento, depressão, alucinações, etc. Mas, uma vez contornadas por tratamento psíquico adequado, transformar-se-ão em faculdades anímicas importantes, capazes de altas realizações supranormais, consoante a prática o tem demonstrado, fornecendo aos estudiosos e observadores dos fatos mediúnicos vasto campo de elucidação científica-transcendental.
Entretanto, se os adeptos da grande doutrina da imortalidade - os espíritas - não sabem, conscientemente, ou não querem resolver os intrincados problemas oferecidos pela catalepsia e sua irmã gêmea, a letargia ( eles, os espíritas, não se preocupam com esses fenômenos), sem o quererem e o saberem corrigem a sua possibilidade de expansão com o cultivo geral da mediunidade comum, visto que, ao contato das correntes vibratórias magnéticas constantes, e o suprimento das forças vitais próprias dos fenômenos mediúnicos mais conhecidos, aquele vicio, se ameaça, será corrigido, podendo, não obstante, a faculdade cataléptica ser orientada inteligentemente para fins dignificantes a bens a bem da evolução do seu possuidor e da coletividade. de outro modo, o tratamento magnético através dos passes, em particular os passes ditos espirituais, aplicados por médium idôneos e não por magnetizadores, e a intervenção oculta, mas eficiente, dos mestres da Espiritualidade, têm evitado que a catalepsia e a letargia se propaguem entre os homens com feição de calamidade, daí advindo a relativa raridade, espontânea, de tais fenômenos nos dias presentes. E essa nossa assertiva também revela que todas as criaturas mais ou menos possuem em germe as ditas faculdades e as poderão dirigir à própria vontade, se conhecedoras dos seus fundamentos, uma vez que nenhum filho de Deus jamais foi agraciado com predileções ou menosprezado com desatenções pela obra da Criação.
Dos casos citados nos Evangelhos cristãos, todavia, destaca-se o de Lázaro pela sua estranha particularidade. Aí vemos um estado cataléptico superagudo, porque espontâneo, relaxamento dos elos vitais pela depressão causada por uma enfermidade, fato patológico, portanto, provando o desejo incontido que o Espírito encarnado tinha de deixar a matéria para alçar-se ao infinito, e onde o próprio fluido vital, que anima os organismos vivos, se encontrava quase totalmente extinto, e cujos liames magnéticos do Perispírito em direção à carne se encontravam de tal forma frágeis, danificados pelo enfraquecimento das vibrações e da vontade ( Lázaro já cheirava mal, o que é freqüente em casos de crises catalépticas agudas, mesmo se provocadas, quando o paciente poderá até mesmo ser sepultado vivo, ou antes, não de todo no estado de cadáver), que fora necessário, com efeito o poder restaurador de uma alma virtuosa como a do Nazareno para se impor ao fato, substituir as células já corrompidas, renovar a vitalidade animal, fortalecer liames magnéticos com o seu poderoso magnetismo em ação. Na filha de Jairo, porém, e no filho da viúva de Naim as forças vitais se encontravam já em desorganização adiantada, e não fora o concurso dos liames magnéticos ainda aproveitáveis e as reservas vitais conservadas pelo Perispírito nas constituições físicas robustas ( o Perispírito age qual um reservatório de forças vitais e os laços magnéticos são os agentes transmissores que suprem a organização física) e se não fossem aquelas reservas Jesus não se abalaria à cura porque esta seria impossível. Muitos homens e até crianças assim têm desencarnado. E se tal acontece antes da época prevista pela programação da Lei de Criação, nova existência corpórea os reclamará para o cumprimento dos deveres assumidos e, portanto, para a continuação da própria evolução.
"Por que tal coisa é possível sob as vistas da harmoniosa lei da Criação?Que culpa tem o homem de sofrer tais ou quais acidentes se não é ele quem os provoca e que se e que se realizam, muitas vezes, à revelia da sua vontade?
A resposta será então a seguinte: " Tais acidentes são próprios do carreiro da evolução, e enquanto o homem não se integrar de boamente na sua condição de ser divino, vibrando satisfatoriamente no âmbito das expansões sublimes da Natureza mecanicamente estará sujeito a esses e demais distúrbios.
Segue-se que, para a lei da Criação, a chamada morte não só não existe como é considerada fenômeno natural, absolutamente destituído da importância que os homens lhe atribuem, exceção feita aos casos de suicídio e homicídio. A morte natural, então, em muitos casos será um acidente facilmente reparável e não repercutirá com os foros de anormalidade como acontece entre os homens.
De outro modo, sendo a catalepsia e a letargia uma faculdade, patrimônio psíquico da criatura e não propriamente uma enfermidade, compreender-se-á que nem sempre a sua ação comprova inferioridade do seu possuidor, pois que, uma vez adestradas, ambas poderão prestar excelentes serviços à causa do bem, tais como as demais faculdades mediúnicas, que, não adestradas, servem de pasto a terríveis obsessões, que infelicitam a sociedade, e quando bem compreendidas e dirigidas atingirão feição sublime. Não se poderá afirmar, entretanto, que o próprio homem, ou a sua mente, a sua vontade, o seu pensamento, se encontrem isentos de responsabilidade no caso vertente, tanto na ação negativa como na positiva, ou seja, tanto nas manifestações prejudiciais como nas úteis e beneméritas.
"Um Espírito encarnado, por exemplo, já evolvido, ou apenas de boa vontade, senhor das próprias vibrações, poderá cair em transe cataléptico, ou letárgico, voluntariamente( 1), alçar-se ao Espaço para desfrutar o consolador convívio dos amigos espirituais mais intensamente, dedicar-se a estudos profundos, colaborar com o Bem e depois retornar à carne, reanimado e apto a excelentes realizações. Não obstante, homens comuns ou inferiores poderão cair nos mesmos transes, conviver com entidades espirituais inferiores como eles e retornar obsidiados, predispostos aos maus atos e até inclinados ao homicídio e ao suicídio.
Um distúrbio vibratório poderá ter várias causas, e uma delas será o próprio suicídio em passada existência. Um distúrbio vibratório agudo poderá ocasionar um estado patológico, um transe cataléptico, tal o médium comum que, quando esgotado ou desatento da própria higiene mental ou moral ( queda de vibrações e, portanto, distúrbio vibratório), dará possibilidade às mistificações do animismo e à obsessão.
Nesse caso, no entanto, o transe cataléptico trará feição de enfermidade grave, embora não o seja propriamente e será interpretado como ataques incuráveis, indefiníveis, etc. . O alcoólatra poderá renascer predisposto à catalepsia porque o álcool lhe viciou as vibrações, anestesiando-as, o mesmo acontecendo aos viciados em entorpecentes, todos considerados suicidas pelos códigos da Criação. Em ambos os casos a terapêutica psíquica bem aplicada, mormente a renovação mental, influindo poderosamente no sistema de vibrações nervosas, será de excelentes resultados para a corrigenda do distúrbio, enquanto que a atuação espírita abrirá novos horizontes para o porvir daquele distúrbio, que evoluirá para o seu justo plano de faculdade anímica. E tudo isso, fazendo parte de uma expiação, porque será o efeito grave de causas graves, também assinalará o estado de evolução, visto que, se o indivíduo fosse realmente superior, estaria isento de padecer os contratempos que acima descrevemos. Todavia, repetimos, tanto a catalepsia quanto a letargia, uma vez bem compreendidas e dirigidas, quer pelos homens quer pelos Espíritos Superiores, transformar-se-ão em faculdades preciosas, conquanto raras e mesmo perigosas, pois que ambas podem causar o desenlace físico do seu paciente se uma assistência espiritual poderosa não o resguardar de possíveis acidentes. A letargia, contudo, presta-se mais à ação do seu possuidor no plano espiritual. Ao despertar o paciente trará apenas intuições, às vezes úteis e preciosas, das instruções que recebeu e sua aplicação nos ambientes terrenos. É faculdade comum aos gênios e sábios, sem contudo constituir privilégio, agindo sem que eles próprios dela se apercebam, porque se efetivam durante o sono e sob a vigilância de Espíritos prepostos ao caso.
"A provocação desses fenômenos nada mais é que a ação magnética anestesiando as forças vibratórias até o estado agudo, e anulando, por assim dizer, os fluidos vitais, ocasionando a chamada morte aparente, por suspender-lhe, momentaneamente, a sensibilidade, as correntes de comunicação com o corpo carnal, qual ocorre no fenômeno espontâneo, se bem que este possa ocupar um agente oculto, espiritual, de elevada ou inferior categoria. Se, no entanto, o fenômeno espontâneo se apresentar freqüentemente e de forma obsessiva, a cura será inteiramente moral e psíquica, com a aproximação do paciente aos princípios nobres do Evangelho moralizador e ao cultivo da faculdade sob normas espíritas ou magnéticas legitimas, até ao seu pleno florescimento nos campos mediúnicos. O tratamento físico medicinal, atingindo o sistema neuro-vegetativo, fortalecendo o sistema nervoso com a aplicação de fortificantes, etc. , também será de importância valiosa, visto que a escassez de fluidos vitais poderá incentivar o acontecimento, emprestando-lhe feição de enfermidade.
Recordações da Mediunidade, recomendações do dr. Bezerra de Menezes.
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