Zaqueu e o encontro com o Mestre
Na antiga Roma, eram chamados publicanos os cavalheiros arrendatários das taxas públicas, incumbidos da cobrança dos impostos e das rendas de toda espécie, quer em Roma mesma, quer nas outras partes do Império.
Os riscos a que estavam sujeitos faziam que os olhos se fechassem para as riquezas que muitas vezes adquiriam e que, da parte de alguns, eram frutos de exações e de lucros escandalosos.
O nome se estendeu mais tarde a todos os que supervisionavam os dinheiros públicos e aos agentes subalternos. Até hoje esse termo se emprega em sentido pejorativo, para designar os financistas e os agentes pouco escrupulosos de negócios, como por ex.: “Ávido como um publicano, rico como um publicano”.
Zaqueu, embora fosse um judeu muito rico, era uma pessoa mal vista por ser um publicano, um cobrador de impostos e, ainda por cima, para os opressores: os romanos.
Mas Zaqueu estava preocupado com a vida que levava, que sabia ser contrária à lei de Deus e às leis de Moisés, e já estava propício a fazer sua reforma interior. Essa era a razão de sua tentativa desesperada de falar a Jesus, subindo a uma árvore para ser visto pelo Mestre.
Zaqueu demonstrou ter entendido a mensagem de Jesus, no momento em que se dispôs a distribuir metade de sua riqueza aos pobres e de restituir o quádruplo às pessoas que havia espoliado, ou seja, explorado.
Logo, quando Jesus profere a frase: Zaqueu, a salvação hoje entrou em tua casa, precisamos entender o significado da palavra salvação no contexto que, no caso, é sinônimo de transformação interior, que só pode ser resultado do esforço de cada um.
Jesus, ao informar que se hospedaria na casa de Zaqueu naquele dia, demonstrou também não ter preconceito, confirmando que tinha vindo para os pequeninos, aqueles que estavam dispostos a ouvir a sua mensagem, fossem eles quem fossem, ainda que publicanos.
Anne Marie Lanatois
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