Enquanto não usarmos de tolerância uns para com os outros, continuaremos distantes do “amar ao próximo como a si mesmo”. Tolerante é aquele que desculpa falhas ou erros dos outros. Para entendermos melhor porque Jesus combateu a intolerância, que é o contrário da tolerância, alertando o homem que tem uma trava, dificultando-lhe a visão, a não observar o cisco no olho do próximo, e a não julgar para não ser julgado, vamos refletir, primeiro, sobre a culpa de quem erra. Do livro Jesus e Atualidade, de J. de Ângelis, pela mediunidade de D.P.F., na lição “Jesus e a Tolerância”, vamos comentar alguns parágrafos. Graças à lei divina de causa e efeito, o problema de quem erra pertence a quem o pratica, que se encontra, a partir daí, incurso em um processo de auto-punição, buscando, mesmo que, inconscientemente, liberar-se da falta que lhe pesa como culpa na consciência. A culpa é sombra perturbadora na personalidade, responsável por muitas enfermidades crônicas. Insculpida no intimo da individualidade espiritual, programa, por automatismo, naturalmente, os processos reparadores para si mesmo. Somos os nossos acusadores, os nossos próprios juízes. Daí, que toda contribuição de impiedade, mediante os julgamentos, que procedem do juízo, do arbítrio de alguém, gera, por sua vez, mecanismos de futura aflição para o acusador, porque ele próprio, é também, uma consciência sob o peso de vários problemas. Julgando as ações que considera incorretas no seu próximo, o homem realiza um fenômeno de projeção da sua sombra, da sua culpa, em forma de autojustificação, que não consegue libertá-lo do impositivo das suas próprias mazelas. “Na acusação, no julgamento dos erros alheios, deparamos com propósitos escusos e vingança-prazer em constatar as dificuldades dos outros indivíduos, que sempre merecem a misericórdia que todos esperamos encontrar quando em circunstâncias equivalentes.” A pessoa de bem, que se preocupa com seus erros, nem percebe muitos dos erros alheios, e quando os vê, busca aprender com eles, e os separa da pessoa que erra, não a julgando, nem acusando, porque sabe que todos nós, inclusive ela, estamos ainda sujeitos e erros e enganos. O julgamento pessoal, que ignora as causas geradoras dos problemas, demonstra o primitivismo moral do homem ainda “lobo” do seu irmão. Em razão disso, a tolerância a todos se impõe como terapia pessoal e fraternal, compreendendo as dificuldades do que erra, enquanto lhe estende mãos generosas para o auxiliar. Esforçarmo-nos para ser tolerantes é fazer um tratamento das doenças físicas e espirituais, que dificultam a nossa caminhada evolutiva, e libertarmo-nos da nossa imperfeição, que nos prende aos valores terrenos em detrimento dos valores espirituais. No livro Convites da Vida, de Joanna de Ângelis, lemos que é “aplicada, indistintamente, entre todos, em qualquer lugar, é lição viva de fé e elevação, que não pode ser desdenhada.” Ribeirão Preto, julho de 2004 Leda de Almeida Rezende Ebner Março de 2006, edição n°. 242 Jornal Eletrônico Verdade e Luz USE de Ribeirão Preto Intermunicipal de Ribeirão Preto - Caixa Postal, 827 - 14001-970 - Ribeirão Preto, SP
Enquanto não usarmos de tolerância uns para com os outros, continuaremos distantes do “amar ao próximo como a si mesmo”. “Indispensável não entrar em área de atrito, quando se pode contornar o mal aparente a favor do bem real”, disse Joanna de Angelis no livro Convites da Vida. No caso do erro alheio, quase sempre, o bem real é manter a amizade, o relacionamento, e, principalmente, não ferir ou magoar o outro, porque se um dia temos de amar ao próximo como a nós mesmos, temos de começar a exercer a tolerância com os erros e omissões do nosso mais próximo no momento, tornado-o satisfeito conosco, para mantermo-nos em harmonia. Se houver a possibilidade de esclarecimento, tal ato deverá ser feito em ocasião propícia, que pode ser após o ato, e a sós. Todavia, tolerar não significa concordar com o erro. Tolerar os limites e os problemas do próximo, mas nunca dar apoio ao equivoco, ao erro, nem negligência para com o dever. Chamado a opinar, a verdade deve ser dita, mas mostrando-se amigo do que errou, evidenciando, com suas maneiras, que continua respeitando-o como amigo ou como pessoa. Ser tolerante com as faltas alheias, mas não as assimilar, nem sintonizar com as fraquezas morais a pretexto de bondade ou gentileza. Condescendência para com os direitos alheios, não produzindo choque, não escandalizando, é relevante testemunho de tolerância. Abeiremos do companheiro infeliz, com os valores da compreensão e da fraternidade, porque sua fraqueza já lhe é uma punição. Isso é tolerância. Allan Kardec formulou uma tríade como base para a felicidade humana: Trabalho, Caridade e Tolerância. Assim, tolerância sempre, em qualquer lugar na família, no trabalho, nas ruas, nas filas, no Centro Espírita. Se tratarmos o erro do semelhante como quem cogita de afastar a enfermidade de um amigo doente, estamos, na realidade, concretizando a obra regenerativa, que cabe a todos nós, individual e coletivamente. O que é ser tolerante com os erros alheios? É ter compaixão de quem erra, porque seu juiz é a sua própria consciência. É ajudar o que tomba, pois sua fraqueza já lhe constitui punição. É compreender as dificuldades alheias, no seu processo evolutivo, tanto quanto queremos que os outros sejam tolerantes conosco. Colocarmo-nos no lugar de quem erra, sentir suas dificuldades, é um bom começo para o exercício da tolerância. “Fora da caridade não há salvação”, escreveu Allan Kardec e, se tolerância é o começo da caridade, como escreveu Joanna de Ângelis, precisamos nos esforçar por desenvolver em nós a tolerância com as falhas dos outros, graves ou pequenas, como queremos que os outros sejam tolerantes com as nossas falhas. Ser tolerante é também, aprender com o infrator, pois ele representa o passado ou o futuro de quem não prossegue no bem, e, todos nós, Espíritos imperfeitos, vivendo em um mundo de expiações e de provas, já erramos muito e ainda continuamos errando, apesar da vontade de viver de acordo com as leis de Deus, ensinadas por Jesus. Pensemos nisso sempre que formos tentados a criticar alguém. Ribeirão Preto, julho de 2004. Leda de Almeida Rezende Ebner Palestra no C. E. Pai Jacó em 30/07/04. E utilizares para com os infelizes se transformará na medida emocional de compaixão que receberás, quando chegar a tua vez, já que ninguém é inexpugnável, nem perfeito.” “Perdoai, Senhor as nossas dívidas assim como nós perdoamos os nossos devedores”, dizemos, toda vez que proferimos a prece do Pai Nosso.”
Bibliografia – Joanna de Angelis, médium D. P. F./ 1- Jesus e Atualidade 2- Convites da Vida 3 - Otimismo Emmanuel, médium F. C. X. – Fonte Viva, cap. 37 Março de 2006, edição n°. 242 Jornal Eletrônico Verdade e Luz USE de Ribeirão Preto Intermunicipal de Ribeirão Preto - Caixa Postal, 827 - 14001-970 - Ribeirão Preto, SP
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