"Para os homens, na maioria dos casos, a liberdade
não é outra coisa, senão, a faculdade de escolherem a
servidão que mais lhe convém."
Gustavo Le Bon
Gostaria de acreditar que essa citação já não é verdadeira.
Gostaria de acreditar que o homem ao refletir sobre as Leis Morais conseguiu captar a sua essencialidade e percebendo-se parte de um todo universal, que é regido pelo pensamento constante do Criador, sentiu que a sua liberdade se daria no respeito à liberdade do próximo.
Gostaria de acreditar que já não existem homens que escravizam outros homens.
Gostaria de acreditar que os homens já entenderam que não são prisioneiros do destino ou fadados a errar porque estão mergulhados no erro alheio.
Gostaria de acreditar que ao usar o livre-arbítrio buscassem os homens a possibilidade de agir em busca de um futuro de mais paz e menos poder, de mais abnegação e menos exigência.
Escolher com sabedoria exige análise dos resultados que se almeja alcançar.
Pensar melhor para agir com mais equilíbrio demanda exercício de reflexão e compreensão das causas do sofrimento.
Mas o que parece ser a verdade é que o homem, ao fazer as escolhas que lhe vão nortear a existência ainda sente o peso do seu egoísmo, do seu interesse pessoal e muitas vezes do seu orgulho.
Usa de seu livre-arbítrio com infantilidade e torna-se incapaz de escolhas que verdadeiramente o livrem de fardos indesejáveis à luz de sua evolução espiritual.
Ser livre é estar jungido ao dever de amar, de tolerar e de acolher, é não ceder à tentação de aceder ao primeiro impulso ou de buscar as portas mais largas que nos conduzem apenas a meio caminho ou a caminhos de retorno amargo e duro.
Ser livre é não se deixar subjugar pelo pensamento ou pela ação alheia porque sempre nos é facultada a escolha e a direção a seguir.
Ser livre é ter a iniciativa de buscar a atitude que desfaz amarras e rompe aprisionamentos, é permitir escolhas que embora mais difíceis proporcionarão colheitas mais leves e plenas de um encantamento que só é capaz de nas de um encantamento que só é capaz de perceber o coração mais puro e mais maduro.
É tempo de ser livre para mudar o tempo do verbo e poder dizer:
Gosto de ver o homem que acredita e luta por um futuro melhor.
Gosto de acreditar no homem que acredita no outro homem e luta para educá-lo e, portanto torná-lo livre das desditas e das escolhas mal elaboradas.
Gosto de acreditar que o homem que conhece o Espiritismo se sente forte para buscar o raciocínio amplo, livre de dogmas, de questionamentos, de misticismo e pleno de racionalidade e de solidariedade.
Gosto de acreditar que o homem, alcançando-se da animalidade em direção à angelitude, haverá de ser como Jesus disse:
"Onde surge define a luz e o amor em si mesmo, indicando, no próprio exemplo, o roteiro certo, mas sem coagir pessoa alguma nessa ou naquela resolução."
Ionilda Veloso de Carvalho
é médica, professora universitária e
oradora espírita em Campos dos Goytacazes
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