A indulgência é um dos sentimentos mais elevados que pode ser desenvolvido pelos seres humanos.
Caracteriza-se pela compaixão que se demonstra pelo próximo e pelas suas imperfeições.
Permite que perdoemos as ofensas que nos atingem.
Ao mesmo tempo, proporciona ao ofensor a possibilidade de reabilitar-se por meio de ações meritórias que o ajudam na reconquista de si mesmo.
É a mensageira angelical que entoa hinos de ternura aos ouvidos daqueles que sofrem.
Se alguém mostra-se um acusador cruel e rebelde, atacando os demais com injúrias e recriminações violentas, também ele é merecedor de indulgência.
Tais distúrbios de comportamento expressam, em verdade, o estágio de inferioridade pelo qual ele transita infeliz.
Se outro esmaga o fraco que se encontra sob sua dependência, também este opressor demonstra estar necessitando de grande dose de indulgência.
Seu transtorno emocional, capaz de fazê-lo comprazer-se com essa espécie de violência, por certo, está a ponto de enlouquecê-lo.
Se uma pessoa se alegra com o sofrimento daquele que elegeu como adversário, perseguindo-o sem trégua, carece também ele de indulgência.
Esta bênção funcionará para o desequilibrado como bálsamo a apaziguar a aflição em que se debate.
Se a criatura é ingrata e soberba, esquecendo-se de todo o bem que tem recebido, porque se encontra momentaneamente em posição confortável, também esta prova ser carecedora da indulgência.
Esta virtude será o melhor recurso para que tal enfermidade moral estanque no nascedouro.
Se este outro é rude e presunçoso, esquecido das próprias limitações, somente a indulgência para com ele será capaz de demonstrar-lhe a ruína moral em que se encontra.
Indulgência para com os outros, eis aí um dos mais significativos convites que nos deixou o Mestre Nazareno.
Porquanto, no grau evolutivo em que nos encontramos, não há aquele que não necessite recebê-la durante a caminhada terrestre.
A indulgência espalha a oportunidade de reabilitação ao ofensor, mas também pacifica o coração daquele que a oferece.
Sem indulgência a vida terrena perde o seu significado e o ser humano torna-se joguete de paixões que desencadeiam consequências nefastas.
Graças à indulgência o ser edifica-se e se engrandece, entesourando paz e alegria de viver.
* * *
Indulgente para com as misérias humanas, o Cristo veio ter com as criaturas para auxiliá-las no árduo caminho do progresso.
Desde sempre suporta nossas imperfeições com amor e compreende-as com misericórdia.
Consciente de que a libertação do erro e a ruptura das algemas dos instintos agressivos são processos lentos, Jesus jamais Se irritou ou desanimou.
Em momento algum demonstrou cansaço ou perturbação.
Nas ocasiões em que Se mostrava enérgico, evitou a rispidez e a agressividade, tão comuns ainda em nossos atos cotidianos.
Além disso, o Mestre jamais necessitou da indulgência de ninguém.
Ele tomou Sua cruz e plantou-a no monte da adversidade humana, sem queixas, nem lamentações.
Mesmo no momento derradeiro, traído e abandonado, Ele Se manteve indulgente e compassivo.
Perdoou, de forma incondicional, a perversidade daqueles que haviam recebido Dele Seu inefável amor.
Sem cobrança, nem lamúrias, exemplificando de modo inquestionável a virtude que nos concita a exercer e a conquistar.
Desde agora e para sempre.
Redação do Momento Espírita com base no
capítulo 34 do livro Lições para a felicidade,
pelo Espírito Joanna de Ângelis, psicografia
de Divaldo Pereira Franco, ed.Leal.
Em 01.03.2010.
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