Estudando o Espiritismo

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terça-feira, 31 de março de 2020

A INDULGÊNCIA - PARTE I


“Espíritas, queremos hoje falar-vos da indulgência, esse sentimento tão doce, tão fraternal, que todo homem deve ter para com seus irmãos, mas que tão poucos praticam.”

Com essas palavras, inicia José, Espírito Protetor, sua sublime mensagem sobre a indulgência, sentimento que leva o homem a perdoar culpas, usar de clemência, ter misericórdia, ser tolerantes com as atitudes que lhe pareçam estranhas ou são negativas.

Seu antônimo é a malevolência, que leva a perceber as falhas alheias, criticá-las e comentá-las.

“A indulgência não vê os defeitos alheios, ou se os vê evita comentá-los e divulgá-los. Oculta-os, pelo contrário, evitando que se propaguem, e se a malevolência os descobre, tem sempre uma desculpa à mão para os disfarçar, mas uma desculpa plausível, séria, e não daquelas que, fingindo atenuar a falta, a fazem ressaltar com pérfida astúcia.”

Quem lê essas palavras, penetrando-lhes no seu profundo significado, vai esforçar-se para vivenciá-las. Vai falhar muitas vezes, vai pegar-se, em flagrante, na malevolência, outras muitas vezes, porque muito mais difícil do que adquirir um hábito novo é perder hábitos antigos, e comentar falhas e erros alheios é um hábito muito arraigado no Espírito humano, que aparece sempre nas conversas entre pessoas, um mau hábito social, como se fora algo sem importância, inocente.

Como o homem aprende e fixa o aprendizado pelo exercício, quanto mais pratica o hábito da malevolência, da maledicência, mais se distancia da indulgência.

Sentir indulgência para com os outros, procurando não destacar seus defeitos, mas exaltar suas boas qualidades é uma excelente atitude para estimular o outro a querer ser melhor do que é, sem que se sinta ferido no seu orgulho.

Todos nós poderíamos evoluir com menos dores e sofrimentos, se eliminássemos esse mau hábito de ver, apontar, criticar, comentar os erros alheios, principalmente, na ausência dos mesmos, como se não errássemos nunca; se fôssemos mais indulgentes com os outros e mais severos conosco; se buscássemos entender as dificuldades alheias tanto quanto enxergamos as nossas; se ao percebermos uma falha em alguém, procurássemos evitá-la em nós ao invés de a ressaltarmos no outro; se tentássemos auxiliar o que erra, com benevolência, com discrição, com humildade.

Quantas situações de grandes dores são criadas com esse hábito horrível de destacarmos, com malevolência, os defeitos alheios!

 Mas se houver perseverança e vontade nesse esforço, um dia iremos conseguir ser indulgentes para com os erros dos outros, como queremos que os outros o sejam para com os nossos erros.

             “Ó homens! Quando passareis a julgar os vossos próprios atos sem vos ocupardes do que fazem os vossos irmãos? Quando fitareis os vossos olhos severos somente sobre vós mesmos?

             “Sede, pois, severos convosco e indulgentes para com os outros”.

No Livro da Esperança, Emmanuel, no capítulo 27, destaca que Deus “espera as criaturas, no transcurso do tempo, tolerando-lhes as faltas, e encorajando-lhes as esperanças, embora lhes corrija todos os erros, através de leis eficientes e claras”.

Diz que se toda obra de bem, exige responsabilidade e disciplina, dentre outras coisas, “é imperioso considerar que toda boa obra roga auxílio, a fim de aperfeiçoar-se”.

Daí a necessidade de se compreender que “o bem exigido pela força da violência, gera males inúmeros em torno, e desaparece da área luminosa do bem para converter-se no mal maior”.

Estudemos bem essa mensagem de José, Espírito Protetor, tão atual, como se ela fosse escrita hoje, para nós, e reflitamos bastante na frase final: “Sede indulgentes, meus amigos, porque a indulgência atrai, acalma, corrige, enquanto o rigor desalenta, afasta e irrita”.

Leda de Almeida Rezende Ebner
Dezembro / 2008

Bibliografia:
KARDEC, Allan -“ O Evangelho Segundo o Espiritismo”

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