Estudando o Espiritismo

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terça-feira, 31 de março de 2020

A INDULGÊNCIA - PARTE II


 “Sede indulgentes para as faltas alheias, quaisquer que elas sejam; não julgueis com severidade senão as vossas próprias ações, e o Senhor usará de indulgência para convosco, como usastes para com os outros.”

Assim inicia sua mensagem João, bispo de Bordeaux.

Novamente, a mesma recomendação da mensagem anterior, levando-nos à importância do entendimento de que, perante Deus e suas leis, somos todos iguais e nossa conduta em relação aos outros determina a maneira como essas leis serão aplicadas a nós.

Na prece do Pai Nosso que milhões e milhões de pessoas dizem, diariamente, na frase: “Perdoai-nos, Senhor, assim como perdoamos aos nossos devedores”, está-se assumindo, com Deus, o compromisso do esforço de perdoar aos que ofendem, mas, poucos se dão conta de que esse compromisso, não é o do pensamento ou da palavra, mas sim o da ação.

No exercício de sermos severos para com nossas falhas, estamos exigindo de nós o que devemos e podemos fazer, pois se já somos capazes de perceber nossos erros, já temos evolução suficiente para evitá-los.

O contrário se dá, quando julgamos o outro, do qual nada sabemos, por mais que o conheçamos. Não sabemos das suas experiências anteriores, dos seus sonhos, das suas angústias, frustrações e sofrimentos, das suas necessidades, dos motivos que o levam a agir dessa ou de outra forma.

Para julgar alguém precisaríamos conhecê-lo como nos conhecemos.

Daí a necessidade de sermos severos para conosco e indulgentes para com os outros, se queremos ter paz interior, evitando maiores sofrimentos para nós mesmos.

Perdoar não é só o esquecimento das faltas, pois se as leis divinas se esquecerem das faltas, esquecerão também das conseqüências das ações boas, dos méritos. Sendo as leis divinas sábias e justas, nada pode ser simplesmente apagado, esquecido.

O perdão de Deus não pode suspender as conseqüências de suas leis, visto que Ele, AMOR e SABEDORIA, não iria infringi-las.

Quando pedimos perdão a Deus por nossas faltas, estamos ou deveríamos estar pedindo que Ele nos faculte os meios de repará-las da melhor maneira possível. Que Ele nos dê forças para não recairmos nos mesmos erros, proteção para libertarmo-nos das imperfeições que lhes dão origem e auxílio para entrarmos nesse novo caminho de arrependimento, de reparação, de submissão e de amor.

Assim, devemos perdoar aos que nos ofendem. Esquecer as ações ofensivas, mas ir além, procurar ter para com ele pensamentos e sentimentos bons, fazendo por ele o que faríamos para com um amigo, assim como queremos que Deus faça conosco.

Esse é o perdão que vem do coração esclarecido pela razão. É o amor em ação, é a caridade ativa e infatigável!

“Substituí a cólera que mancha, pelo amor que purifica. Pregai pelo exemplo essa caridade ativa, infatigável, que Jesus ensinou. Pregai-a como ele mesmo o fez por todo o tempo em que viveu na Terra, visível para os olhos de corpo, e como ainda prega sem cessar, depois que se fez visível apenas para os olhos do Espírito. Segui esse divino modelo, marchai sobre as suas pegadas: elas vos conduzirão ao refúgio onde encontrareis o descanso após a luta. Como ele, tomai a vossa cruz e subi, penosamente, mas corajosamente, o vosso calvário: no seu cume está a glorificação.”

Leda de Almeida Rezende Ebner
Janeiro / 2009

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