Estudando o Espiritismo

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domingo, 2 de dezembro de 2018

Quem Cala Consente


Existe uma corrente dentro do “Movimento “Espírita Brasileiro” de que não devemos nos manifestar contra os políticos e contra a corrupção por interpretarem erradamente o conceito de INDULGÊNCIA. A interpretação errada chega a tal ponto de termos palestrantes dizendo que não podemos nos manifestar porque se estivéssemos no lugar deles poderíamos estar fazendo até pior. Desconfiamos daqueles que defendem tais pensamentos, pois a Doutrina Espírita é sempre CLARA E OBJETIVA e temos diversas matérias que nos auxiliam a entender tal assunto. Vejamos alguns deles:

ESE, CAP. X

 13....O reproche lançado à conduta de outrem pode obedecer a dois móveis: reprimir o mal, ou desacreditar a pessoa cujos atos se criticam. Não tem escusa nunca este último propósito, porquanto, no caso, então, só há maledicência e maldade. O primeiro pode ser louvável e constitui mesmo, em certas ocasiões, um dever, porque um bem deverá daí resultar, e porque, a não ser assim, jamais, na sociedade, se reprimiria o mal. Não cumpre, aliás, ao homem auxiliar o progresso do seu semelhante? Importa, pois, não se tome em sentido absoluto este princípio: “Não julgueis se não quiserdes ser julgado”, porquanto a letra mata e o espírito vivifica. Não é possível que Jesus haja proibido se profligue o mal, uma vez que Ele próprio nos deu o exemplo, tendo-o feito, até, em termos enérgicos. O que quis significar é que a autoridade para censurar está na razão direta da autoridade moral daquele que censura. Tornar-se alguém culpado daquilo que condena em outrem é abdicar dessa autoridade, é privar-se do direito de repressão. A consciência íntima, ademais, nega respeito e submissão voluntária àquele que, investido de um poder qualquer, viola as leis e os princípios de cuja aplicação lhe cabe o encargo. Aos olhos de Deus, uma única autoridade legítima existe: a que se apoia no exemplo que dá do bem. É o que, igualmente, ressalta das palavras de Jesus.



É permitido repreender os outros, notar as imperfeições de outrem, divulgar o mal de outrem?

 19. Ninguém sendo perfeito, seguir-se-á que ninguém tem o direito de repreender o seu próximo?

Certamente que não é essa a conclusão a tirar-se, porquanto cada um de vós deve trabalhar pelo progresso de todos e, sobretudo, daqueles cuja tutela vos foi confiada. Por isso mesmo, deveis fazê-lo com moderação, para um fim útil, e não, como as mais das vezes, pelo prazer de denegrir. Neste último caso, a repreensão é uma maldade; no primeiro, é um dever que a caridade manda seja cumprido com todo o cuidado possível. Ademais, a censura que alguém faça a outrem deve ao mesmo tempo dirigi-la a si próprio, procurando saber se não a terá merecido. – São Luís. (Paris, 1860.)



20. Será repreensível notarem-se as imperfeições dos outros, quando daí nenhum proveito possa resultar para eles, uma vez que não sejam divulgadas?

Tudo depende da intenção. Decerto, a ninguém é defeso ver o mal, quando ele existe. Fora mesmo inconveniente ver em toda a parte só o bem. Semelhante ilusão prejudicaria o progresso. O erro está no fazer-se que a observação redunde em detrimento do próximo, desacreditando-o, sem necessidade, na opinião geral. Igualmente repreensível seria fazê-lo alguém apenas para dar expansão a um sentimento de malevolência e à satisfação de apanhar os outros em falta. Dá-se inteiramente o contrário quando, estendendo sobre o mal um véu, para que o público não o veja, aquele que note os defeitos do próximo o faça em seu proveito pessoal, isto é, para se exercitar em evitar o que reprova nos outros. Essa observação, em suma, não é proveitosa ao moralista? Como pintaria ele os defeitos humanos, se não estudasse os modelos? – São Luís (Paris, 1860.)



21. Haverá casos em que convenha se desvende o mal de outrem?

É muito delicada esta questão e, para resolvê-la, necessário se torna apelar para a caridade bem compreendida. Se as imperfeições de uma pessoa só a ela prejudicam, nenhuma utilidade haverá nunca em divulgá-la. Se, porém, podem acarretar prejuízo a terceiros, deve-se atender de preferência ao interesse do maior número. Segundo as circunstâncias, desmascarar a hipocrisia e a mentira pode constituir um dever, pois mais vale caia um homem, do que virem muitos a ser suas vítimas. Em tal caso, deve-se pesar a soma das vantagens e dos inconvenientes. – São Luís (Paris, 1860.)



ESE Cap. XII

...8. Dever-se-á, entretanto, tomar ao pé da letra aquele preceito? (Se alguém vos bater na face direita, apresentai-lhe também a outra) Tampouco quanto o outro que manda se arranque o lho, quando for causa de escândalo. Levado o ensino às suas últimas conseqüências, importaria ele em condenar toda repressão, mesmo legal, e deixar livre o campo aos maus, isentando-os de todo e qualquer motivo de temor. Se se lhes não pusesse um freio às agressões, bem depressa todos os bons seriam suas vítimas. O próprio instinto de conservação, que é uma Lei da Natureza, obsta a que alguém estenda o pescoço ao assassino. Enunciando, pois, aquela máxima, não pretendeu Jesus interdizer toda defesa, mas condenar a vingança.



ESE CAP. XXVI - Mercadores expulsos do templo

 5. Eles vieram em seguida a Jerusalém, e Jesus, entrando no templo, começou por expulsar dali os que vendiam e compravam; derribou as mesas dos cambistas e os bancos dos que vendiam pombos; e não permitiu que alguém transportasse qualquer utensílio pelo templo. Ao mesmo tempo os instruía, dizendo: “Não está escrito: ‘Minha casa será chamada casa de oração por todas as nações?’ Entretanto, fizestes dela um covil de ladrões!” — Os príncipes dos sacerdotes, ouvindo isso, procuravam meio de o perderem, pois o temiam, visto que todo o povo era tomado de admiração pela sua doutrina. (Marcos, 11:15 a 18; Mateus, 21:12 e 13.)



6. Jesus expulsou do templo os mercadores. Condenou assim o tráfico das coisas santas sob qualquer forma. Deus não vende a sua bênção, nem o seu perdão, nem a entrada no Reino dos Céus. Não tem, pois, o homem, o direito de lhes estipular preço.

(Inserimos essa passagem para evidenciar que Allan Kardec, além de reproduzir o Evangelho, não fez nenhum comentário a respeito de que sendo Jesus INDULGENTE não poderia agir de forma grosseira e violenta, admitindo que tenha ocorrido exatamente dessa forma)



O LIVRO DOS ESPÍRITOS

 642. Para agradar a Deus e assegurar a sua posição futura, bastará que o homem não pratique o mal?

 “Não; cumpre-lhe fazer o bem no limite de suas forças, porquanto responderá por todo mal que haja resultado de não haver praticado o bem.”

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