Estudando o Espiritismo

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domingo, 12 de fevereiro de 2017

O Elo de Ligação entre Corpo e Espírito é a Glândula Pineal

Introdução


          Muitos de nós pelo menos uma vez na vida já se perguntou sobre a vida após a morte, como seria o lugar para onde iríamos após o nosso óbito? Uma certeza temos! caso isso ocorra, não é com esse corpo orgânico que iremos fazer a  "passagem", pois é sabido por qualquer um que esse organismo físico perece, ou seja, sofre decomposição. "Nada se perde, nada se cria tudo transforma-se", já disse o grande sábio! Essa e muitas perguntas são resultantes dessa asseveração. Duas perguntas originam-se; Qual a conexão ou o elo que une o espírito ao corpo? Sendo assim definido, é possível que um espírito, ou seja, uma consciência que não possui um corpo físico, comunicar-se através de um de nós, que ainda possuímos a vivência física ou ainda manipular por completo o nosso corpo físico (fenômeno de incorporação).
         Existe um órgão que vêm sendo estudado durante o processo histórico de desenvolvimento científico, chamado de Glândula Pineal, produtora do hormônio chamado de melatonina, também produzido na retina, há muito tempo cogita-se a possibilidade do órgão ser a ligação do espírito com o corpo físico. Logo a baixo descreveremos um pouco da morfologia e das principais funções da Pineal.

          A glândula pineal tem a forma de um cone de pinha (pinea) e no adulto mede 8 mm de comprimento por 4 mm de largura e pesa 0,1 a 0,2 gramas. Apesar de sua anatomia tão discreta está sempre envolta por um misticismo. Citada em várias doutrinas, desde 3.000 anos a. C. na Yoga, no esoterismo, na numerologia ela aparece com alguns pontos em comum do conhecimento humano. No ocidente foi descrita pela primeira vez por Herophilus de Alexandria, por volta do ano 330 a. C., e foi reconhecida como uma glândula por Galeno, em Roma, que introduziu o termo "Konareon" para a pineal, pela estrutura em forma de um cone de árvore de pinha, "Pineal" é derivado do latim pinealis, que significa cone de pinha. A glândula Pineal também é conhecida como epífise, mas este termo é muito parecido com Hipófise, que é outra glândula do sistema endócrino, podendo dar margem a confusões, prefiro chamá-la de pineal, por ser mais aceito no campo científico, e também evitando equívocos. Versalius, no século XVI, descreveu elaboradamente a topografia e a consistência da glândula.  Descartes, no século XVII, atribuiu a pineal como sendo o ponto de união da alma ou espírito ao corpo biológico.
          O Espiritismo no século XIX a coloca como importante região na mediunidade e na deflagração da puberdade. Contemporaneamente, a pineal ressurge como objeto de estudo da Medicina e da Biologia, através de uma revisão da literatura mundial feita por Kitay e Altschule em 1954, Outro marco nos estudos da pineal ocorreu em 1959, quando Lerner et al. isolou o hormônio da glândula pineal, a que chamou de melatonina. A partir disso, em vários trabalhos, congressos e simpósios procurou-se esclarecer o papel funcional da pineal. A glândula pineal vem sendo estudada detalhadamente em vários animais e muitos achados demonstram a importância da pineal em vertebrados, mamíferos e humanos. Comum a todos os vertebrados é o caráter endócrino da pineal, cuja secreção é controlada pelo ciclo claro-escuro ambiental. Sendo a produção de melatonina exclusivamente noturna, a duração de sua concentração no extracelular depende da duração do período de escuro do ciclo dia-noite. A concentração plasmática de melatonina também varia de acordo com as diversas estações do ano, que determinam noites com diferentes durações conforme a estação vigente. A pineal é um temporizador do meio interno, estando envolvida na regulação de diversas funções fundamentais para a sobrevivência do indivíduo; regulação endócrina da reprodução, modulador do comportamento sexual, ciclo sono-vigília, regulação do sistema imunológico, regulação do metabolismo intermediário. Relatos ligam a pineal a distúrbios psiquiátricos como SAD (Seasonal Affective Disorder), analgesia e stress, distúrbios dos sono, epilepsia e outras manifestações clínicas, caracterizando a importância do estudo da glândula pineal e do seu principal hormônio, a melatonina.




Glândula Pineal 


Anatomia

          A glândula pineal tem a forma de um cone de pinha (pinea) e no adulto, mede 8 mm de comprimento por 4 mm de largura e pesa 0,1 a 0,2 gramas. É um órgão parenquimatoso, derivado do teto diencefálico caudal que se projeta posteriormente no tronco cerebral. Está unida ao diencéfalo por um pedículo que no homem é curto e fino, situando-se entre os colículos superiores. O terceiro ventrículo está imediatamente anterior à pineal que está em contato com os recessos pineal e suprapineal do mesmo. Encontra-se também logo abaixo do esplênio do corpo caloso.




Bioquímica


          Em alguns animais, a melatonina é produzida na retina e na pineal, mas, no ser humano, a produção fisiologicamente importante é de origem pineal, já que humanos pinealectomizados não apresentam níveis detectáveis de melatonina circulante. A melatonina foi isolada em 1959 por Lerner. Este hormônio recebeu o nome grego melas (escuro) e tonos (trabalho). A melatonina, ou N-acetil-5metoxitriptamina, é o maior produto metabólico da pineal. É uma indoleamina com um peso molecular de 232.3. A sua síntese depende das condições ambientais de luz e é estimulada por fibras simpáticas pós-ganglionares provenientes do gânglio cervical superior, cuja atividade está sincronizada com a fase escura do ciclo dia-noite. A luz tem ação inibitória.



 A GLÂNDULA PINEAL E DOUTRINAS


 Doutrinas Orientais

          Nas doutrinas orientais a glândula pineal corresponde ao centro coronário também chamado “chakra” coronário. A palavra chakra é sânscrita, e significa roda, ou disco giratório. É usada por classificar o que amiúde se chama de Centros de Força do Homem. A energia no interior do chakra deve sair ou entrar de acordo com a direção em que está girando. A direção de seu giro é determinada pela influência das correntes positivas e negativas que são alternadas e que dependem da energia do planeta e do cosmo. O Centro coronário é o sétimo situado no alto da cabeça. Os livros hindus chamam-no lótus de mil pétalas, embora o número exato de força primária seja 960. Estas "pétalas" são uma maneira de descrever a frequência da energia em cada chakra. O número de pétalas em cada lótus é o mesmo que o número de raios que cada roda de força tem. No centro coronário que está na posição da glândula pineal há o desenvolvimento das experiências subjetivas do "Eu Sou". Precisamos sentir, sempre, o ritmo de dormir e acordar, de inspirar e expirar, e todos os pares de oposições que vem com o mundo objetivo e da forma. São esses ritmos que nos dão a lei cíclica ou periódica em toda manifestação.  
          Para os hinduistas o despertar do centro coronário corresponde ao coroamento da vida, pois confere ao homem a plenitude de suas faculdades. Os esotéricos referem uma particularidade no desenvolvimento deste chakra. No princípio é, como todos os demais uma depressão do duplo etérico (que é a parte invisível do corpo físico pelo qual fluem as correntes vitais que mantém vivo o corpo, e serve de intermediário entre o pensamento e o corpo físico) pela qual penetra a divina energia procedente do exterior.
          Mas quando o homem se reconhece como a luz divina e se mostra magnânimo com tudo que o rodeia, o chakra coronário reverte, por assim dizer, de dentro para fora, e já não é um canal receptor, mas um radiante foco de energia, não uma depressão, mas uma proeminência ereta sobre a cabeça como uma cúpula, como uma coroa. As imagens pictóricas e esculturais das divindades e excelsas personagens do Oriente, costumam mostrar esta proeminência como se vê na estátua do Senhor Buda em Borobudur (ilha de Java). Também se nota essa proeminência na simbologia cristã, como, por exemplo nas coroas dos vinte e quatro anciões, que a retiravam diante do trono do senhor. Essa vibração é freqüentemente representada pelos artistas como uma auréola circundando a cabeça de pessoas altamente desenvolvidas ou santas. A Glândula corresponde ao Chacra Frontal (6), na figura abaixo:





A GLÂNDULA PINEAL E ESPIRITISMO


          A glândula pineal é descrita apenas em obras correlatas do Espiritismo. Em minha pesquisa encontrei 3 autores que descrevem hipóteses quanto à sua função; são eles C. Torres PastorinoJorge Andréa e André Luiz. Em trabalhos mais recentes há publicações do Dr. Sérgio Felipe Oliveira e Dra. Marlene Nobre pesquisando sobre o assunto Existe uma revisão dos avanços nos estudos da glândula pineal pelo Dr. Mario Fernando Prieto Peres excelente, porém sem os aspectos do Espiritismo. Em Técnica da Mediunidade 1969 de C. Torres Pastorino, na parte de Biologia - Sistema Glandular o autor descreve o corpo pineal anatomicamente e faz alguns comentários histológicos, e afirma: "Na realidade o corpo pineal não é a glândula produtora de hormônios, mas uma Chave de ligação elétrica ou, talvez melhor dito, uma Válvula. Os impulsos eletromagnéticos e eletroquímicos são registrados no corpo pineal e transmitido para o espírito. Temos, pois, no corpo pineal a válvula transmissora receptora de vibrações do corpo astral, regulando todo o fluxo de emissões do espírito para o corpo físico e vice-versa. Os impulsos provenientes do espírito são transferidos do corpo astral ao corpo pineal, irradiando-se daí a substância branca, ao córtex, ao tálamo, até penetrar normalmente no sistema nervoso, comandando o veículo somático. Essa é a ligação direta do próprio espírito (personalidade) com seus veículos físicos.” Discordaremos do autor pois desde 1959 Lerner sintetizou a melatonina que é um hormônio produzido pelo corpo pineal como chama o autor, provando ser uma glândula. E através deste hormônio a glândula pineal interage com os demais órgãos. Pastorino coloca também que o corpo pineal (ou epífise) é a responsável pela vidência do mundo astral e pela clarividência. O autor usa o título do livro "Técnicas da Mediunidade" e usarei a definição de Mediunidade do Livro dos Médiuns - como a faculdade dos médiuns, e Médiuns como pessoa que pode servir de medianeira entre os espíritos e os homens. Kardec refere como médiuns videntes as pessoas dotadas da faculdade de ver os Espíritos. "O médium vidente acredita ver pelos olhos, mas na realidade é a alma que vê, e por essa razão eles tanto vêem com os olhos abertos ou fechados". Para podermos afirmar que a pineal é responsável pela vidência necessitaríamos um embasamento científico, para podermos comprovar sua importância. Pastorinho utiliza da designação "corpo astral" que é utilizado no esoterismo, Kardec utiliza o termo perispírito.
          O autor se refere posteriormente sobre a "interação na irradiação que provém da "mente" cuja emissão é feita através de onda que é emitida pelo "átomo monádico" localizado no coração. Esta teoria lembra a de Descartes no século XVII em "As Paixões da Alma" art. 36 Descartes coloca "Os espíritos refletidos pela imagem assim formada sobre a glândula pineal, quer por ação direta sobre o coração, quer por uma variação no regime do sangue, modificam o regime dos espíritos que seguem do coração para o cérebro, de modo que a alma, sentindo a paixão torna a lançar os espíritos no mesmo circuito". 
          Jorge Andrea também faz referências sobre a glândula pineal. "O estudioso Leyding admitia ser a glândula pineal o órgão responsável pelo "sexto sentido". Na espécie humana, a glândula pineal responderia pelos mecanismos da meditação e do discernimento, da reflexão e do pensamento e pela direção e orientação dos fenômenos psíquicos mais variados. Os seres vivos; quer vegetais ou animais até determinados anfíbios, as suas respectivas essências psíquicas ou energias espirituais pertenceriam ao grupo (alma grupo), a espécie de que fazem parte. A partir dos lacertídeos, entretanto, haveria como que um desligamento no "sincício energético". de uma série de nórteis, pontos centrais e vitais das respectivas individualidades que emanciparam energéticamente de suas próprias fronteiras.
Andréa denomina: “Campo-Energético-Especializado de zona espiritual, zona inconsciente ou subconsciente representando o Campo-Orientador das células e tecidos da organização física; seria a "energia-responsável" pela onda morfogenética da espécie, em virtude de seu potencial estar carregado pelas experiências incontáveis de vidas pretéritas. O autor descreve a influência da glândula pineal na esfera genital e sua intercomunicações neuroendócrinas, e descreve o que ele chama de "Núcleos em Potenciação". Estes núcleos são apresentados de intenso poder vibratório, consequentemente de forte emissão energética. Os núcleos atuariam em dimensão mais evoluída, no seu conjunto representariam quase a totalidade da energética espiritual, onde não existem limites no espaço. Estes pontos energéticos seriam o centro, a fonte de toda energia psíquica, em volta dos quais as experiências iriam fixando ampliando seus potenciais, para que a evolução se observe nos diversos setores de vida". A glândula pineal segrega “hormônios psíquicos” ou “unidades de força” que vão atuar, de maneira positiva nas energias geradoras.  Na qualidade de controladora do mundo emotivo, sua posição na experiência sexual é básica. A pineal é a tela medianeira onde o Espírito encontra os meios de aquisição dos seus íntimos valores, por um lado e, pelo outro, fornece as condições para o crescimento mental do homem, num verdadeiro ciclo aberto, inesgotável de possibilidades e potencialidades. As aquisições para o Espírito são cada vez maiores e as influências do Espírito são cada vez mais potentes, Há ampliação e recompletamento nas ajustadas etapas palingenéticas, como possibilidades mais lógicas da evolução no esquema cósmico. A pineal comanda as forças subconscientes sob a determinação direta da vontade, graças à sua ligação com a mente, através de princípios eletromagnéticos do campo vital. Durante a tarefa medíunica, (intercâmbio entre espíritos desencarnado com encarnado) a pineal torna-se extremamente luminosa
          A pineal tem a potencialidade de traduzir estímulos psíquicos em reações de ordem somática e vice-versa, colocando o ser encarnado em permanente contato com o mundo espiritual que é eterno. Fica difícil entender a proposta dos Núcleos de Potenciação proposto por Andreas, devido a dificuldade da teoria e muito das palavras usadas serem inexistentes no dicionário.
         Jorge Andréa coloca descrição da glândula pineal e pergunta "Porque não admitir a pineal - devido á sua situação absolutamente central em relação aos órgãos nervosos, das unidades glandulares que dirige, dos elementos somáticos que influenciam, do sistema neurovegetativo que atua e controla como sendo o Centro Psíquico, o Centro Energético, o Centro Vital, que se responsabilizava pela ativação e controle de todos os atos orgânicos, desde os mais simples até os fenômenos mais altos da vida?" Uma outra hipótese referida "possível que os hormônios, pela sua estrutura bionergética, tenham ações específicas nos genes dos cromossomos". "Todas as substâncias estruturadas por moléculas complexas teriam a possibilidade de irradiar elementos apropriados das órbitas de seus átomos. Muitas substâncias ativas de moléculas específicas, pelas suas condições bioenergéticas, e facilmente influenciam a organização perispiritual ou do psicossoma. Esta teoria necessitaria um respaldo científico para poder ser discutida. Em André Luiz a glândula pineal é colocada como a glândula de vida mental. Ela acorda no organismo do homem na puberdade, as forças criadoras e, em seguida continua a funcionar, como o mais avançado laboratório de elementos psíquicos da criatura terrestre. A pineal preside aos fenômenos nervosos da emotividade, como órgão de elevada expressão no “perispírito”. Perispírito (do grego, péri, ao redor) é o envoltório semimaterial do Espírito. Sendo o perispírito um dos elementos constitutivos do homem, desempenha um papel importante em todos os fenômenos psicológicos e patológicos
          Nas obras básicas não há nenhuma citação especificamente quanto a glândula pineal, nem ligada à mediunidade nem a sexualidade. Haveria necessidade de junto com a informação científica, pesquisarmos se antes e após as atividades medíunicas há ou não aumento ou diminuição da produção de melatonina para que cientificamente pudéssemos opinar da importância da glândula pineal no Espiritismo.

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