No alvorecer do Século XXI, foi acelerada a Nova Era.
Almas que foram pacientemente preparadas no mundo dos Espíritos regressam em larga escala ao copo físico com objetivos transformadores, visando ao futuro. Novas ideais, novas posturas, nova forma de raciocinar e sentir.
Conquanto ainda sob a pressão de alguns traços morais do egoísmo, dos quais ainda não se livraram, tanto quanto nós, elas retornam nutridas e motivadas pela esperança de serem as cultoras dos novos tempos.
A Terra não tem referenciais similares até os dias de hoje sobre a natureza psicológica e cognitiva dessas almas. Logo nos primeiro anos de vida, demonstram uma incomparável capacidade de entendimento e, por isso mesmo, são diferentes no agir e no pensar.
Durante 100 anos, após o surgimento da doutrina espírita, por meio de uma organização jamais vista em todos os tempos, a campanha pela regeneração da Terra foi decisivamente deflagrada nas regiões superiores vinculadas às necessidades de nosso mundo de provas e expiações. Planos e metas, projetos e determinações foram exarados pelos condutores amoráveis e iluminados de nosso orbe. Psicólogos, servidores sociais, médicos, consultores, pensadores e toda uma multidão de homens e mulheres educados na arte de amar, nas suas mais diversas e amplas áreas de atuação, foram convocados a intenso, paciente e laborioso planejamento que envolveu todas as diversidades étnicas, religiosas e culturais da nossa humanidade.
E, nos últimos 50 anos, tais aspirações organizadas pelo Mais Alto entraram em dinâmica e ativa operação, conduzindo multidões à reencarnação em todos os setores das atividades terrestres na condição de forças transformadores culturais e morais. Colônias, cidades, postos de socorro, zonas de tratamento, hospitais e toda uma variedade de núcleos no mundo espiritual, sob intensa proteção e medidas das esferas mais elevadas, foram treinados para insculpir no campo mental dos reencarnantes os princípios da nova ordem de ideais e comportamentos do progresso do obre.
A geração traz os germens daquilo que a humanidade anseia em todos os tempos. Fazem parte dessa planejada e larga campanha realizada em todas as comunidades da psicosfera terrena, almejando a maturidade dos habitantes do planeta em face do mundo de regeneração que nos espera logo mais.
Vivemos hoje, mais que nunca, os tempos de transição em que se misturam os caracteres de uma e outra geração.
O novo e o velho se confundem e se chocam, tendo em vista o estabelecimento da nova ordem do progresso inestancável. Nesse aparente turbilhão de desordem em que se encontram as sociedades terrenas, nasce uma nova civilização.
E neste cenário notam-se claramente como as chamadas “minorias” trazem um poder transformador e gerador de microtendências da humanidade. Sob essa perspectiva de céleres metamorfoses sociais, nem sempre o poder constituído representa a aspiração das massas, nem sempre experiência significa autoridade e nem sempre a tradição é sinônimo de rota segura em direção aos objetivos nobres a que todos somos convocados na escola da evolução humana.
Evidentemente, nem toda minoria atende aos imperativos sagrados dos tempos futuros, entretanto, observa-se claramente como esse movimento é poderoso quando traz em sua essência os elementos que constituem velhos clamores e necessidades da humanidade na rota evolutiva de sua história.
O surgimento de nichos específicos sinaliza que algo precisa ser repensado e aprimorado. Muitas minorias trazem em seu ideal o embrião de futuras conquistas da humanidade. Refletem, algumas delas, a força transformadora que carregaram para a vida física esses milhões de corações que tiveram seu campo mental devidamente aprimorado para talhar os comportamentos regenerativos.
Meditemos em alguns traços da nova geração:
São idealistas com extrema necessidade de fazer algo que tenha impacto na sociedade. Vivem o seu presente a partir de um futuro desejável.
Querem ser ouvidos e recuam onde não haja espaço para o diálogo, rejeitando toda forma de autoritarismo e unanimidade. Louvam as comunidades e os grupos.
Têm um conceito de trabalho com significado produtivo para melhorar o mundo, e não apenas para ganhar. Preferem fazer o que gostam.
Priorizam a qualidade de vida.
Portadores de um nível de afetividade mais dilatado expressam-na de forma muito particular e distante dos costumes tradicionais.
São entusiastas do desenvolvimento pessoal.
Guardam identidade com a espiritualidade, e não com religião, com a qual só se afinizam quando se abrem para promover um renascimento conceitual de seus princípios.
São cultores da saúde e da beleza corporal.
Sensíveis às questões do meio ambiente.
São Espíritos cansados da intolerância, avessos à violência, à rigidez e a padrões e preconceito.
Adoram ser diferentes, ser originais, ser particulares. Guardam profunda necessidade de realização de seu mapa pessoal, em contraposição com o que a sociedade espera deles.
São arrebatados por tecnologia.
Deixemos claro que esses são apenas alguns pontos para meditação, nada mais que uma radiografia muito restrita da natureza e das características que compõem essa multidão de almas, que renascem com a mente sensível aos embriões de um mundo melhor, trazendo um mapa mental rico em elementos morais, culturais e espirituais.
Conquanto ainda se trate de uma geração marcada pelo egoísmo, ela traz em seu comportamento e em sua forma de pensar os ingredientes renovadores que impulsionam e modelam novos hábitos, tendências e dimensões sociais na futura extinção do materialismo. Composta de Espíritos com crenças e costumes distintos, eles são os operários da era do progresso moral.
(Extraído do livro Diferenças não são defeitos, de Ermance Dufaux, psicografia de Wanderley Oliveira – Editora Dufaux, 2011)
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