Por Djalma Santos
A felicidade não é deste mundo. Esta é uma frase que consta do Livro Bíblico, dos Provérbios de Salomão, em que o sábio Rei diz com todas as letras que, mesmo que o homem terreno tivesse toda a fortuna, toda a saúde, todo o poder e toda a beleza física, ainda assim não seria completamente feliz.
Isto nos dá uma ideia simples e concreta de que a felicidade não é externa e sim interna e deverá nascer de dentro do coração humano.
Exatamente por isso, nenhum bem terreno concedido por Deus, deve ser tratado com descaso ou indiferença, mas nenhuma dádiva deve torná-lo escravo.
Quando se tratar de faculdades naturais de que dispõe, como o pensamento contínuo que é uma das maiores potencialidades do homem; é o instrumento divino que o levará ao encontro de sua felicidade; Ele deve ser aprimorado diuturnamente, a fim de o alçar a metas evolutivas.
O pensamento contínuo funciona como se fosse uma sonda que, corretamente operada, pode atingir profundidades desconhecidas. Vale lembrar que não é o domínio das técnicas, nem os dotes humanos, mas sim a coragem e a determinação com que o ser humano se volta para o seu próprio mundo interno, na busca do seu verdadeiro destino, que consequentemente lhe trará a felicidade.
Essa palavra contém um magnetismo profundo. Ela vem sendo proferida há muitos séculos por todos os seres humanos que planejam concretizar seus ideais de iluminação, ou até mesmo vencer na vida física. São muito variados os métodos que se utilizam até hoje para se chegar a ela.
O homem terreno precisa aquilatar que a verdadeira felicidade é uma conquista interna, paulatina e homeopática, haurida e conservada aos poucos, para que depois de muito tempo, ela possa estabelecer um equilíbrio forte, do coração, do cérebro e da mente humana.
Sabemos também, por meio de conhecimentos revelados pelos sábios, profetas, escritores, e demais estudiosos das Leis Divinas e dos Homens, que a felicidade nunca está conosco. Precisamos de um esforço para nos chegarmos ao nosso próximo pois na realidade ele é a matéria-prima em que trabalharemos na edificação da nossa própria felicidade.
Uma coisa é certa: dificilmente seremos felizes se não estivermos dispostos a fazer o bem dos outros. Só quando plantarmos alegria e a felicidade nos corações dos que nos cercam é que a tal felicidade nos buscará, onde estivermos, aqui ou do outro lado da vida, implantando em definitivo a nossa suprema ventura.
Os espíritos encarnados aqui na Terra ou os que estão do outro lado da vida, quando inferiores, não conseguem ser felizes. Fazem com que os mortos se sintam vivos; locupletam-se com os prazeres materiais que vivenciaram enquanto no corpo de carne. Vagueiam pelas zonas sombrias das faixas inferiores da espiritualidade, à procura de parcerias entre os desencarnados e os encarnados, dos quais se aproximam pela afinidade fluídica, atraídos pelos vícios tão comuns aqui na Terra.
A felicidade dos espíritos nobres e bem-aventurados não consiste na ociosidade ou na adoração contemplativa. Milhares de pessoas nisso acreditam, mas é no trabalho, marca registrada em todos os quadrantes do Universo de Deus, que eles encontram satisfação. Quanto mais iluminado o espírito, mais se empenhará em desenvolver experiências a fim de beneficiar os outros, numa constante ação benemérita de solidariedade e compartilhamento. Muitos deserdados da sorte são beneficiados e é ai exatamente que se encontra a verdadeira felicidade - a arte de servir, de amar, de contribuir de maneira efetiva para minimizar a dor alheia.
Nascemos para sermos felizes. Embora desconhecendo esse mistério da vida, buscamo-lo incessante e demoradamente. Cada espírito corre atrás do bem estar próprio e de sua família. Como ponto determinante correm atrás de seus sonhos, desejos, ideais e ambições, mesmo sabendo muitas vezes que a felicidade se apresenta fugidia, e dificilmente estará onde a procuramos e não ficará onde a desejamos colocar.
Passamos às vezes, longos períodos felizes e logo depois tudo se desmorona ou acaba, deixando sempre um rastro de tristeza e melancolia. Esta é porém a dura realidade da vida de provas e expiações aqui na Terra.
O homem terreno liga a felicidade à posse dos bens terrenos que passam de mão em mão. Não os levam para o outro lado da vida nem os prazeres materiais, os vícios, desejos e paixões. Por isto a vida é cheia de perigos e armadilhas que envolvem a humanidade , levando-a muitas vezes à infelicidade.
Somente os espíritos corajosos, de têmpera de aço, determinados e de fé inabalável, conseguem estudar as Leis da Vida, rompendo com as amarras das atrações quase que irresistíveis da carne. Entendem que a felicidade é espiritual. É um estado d’alma. Vivem no cultivo às coisas do espírito, envolvendo a religiosidade, a prece, o recolhimento, o silêncio e o culto no lar. A convivência pacífica com os irmãos de luta é outro antídoto maravilhoso para se conseguir a felicidade, assim como, a serenidade, a bondade, a humildade, a simplicidade e a compaixão.
Milhares de pessoas aqui na Terra desejam a felicidade sem nenhum esforço. Apelam para a gratuidade, o automatismo e até mesmo pelo milagre, com se isso fosse possível, num mundo em que o trabalho é a mola ou a catapulta de impulso do espírito na direção desse objetivo.
Enquanto estivermos evoluindo neste Planeta de provas e expiações, aproveitemos bastante a duração de nossa vida física, a fim de mudarmos hábitos, tendências e pendores, reeducar pensamentos e sentimentos, como única forma sensata de alinharmos nossas aspirações de felicidade com Jesus, o maior dispensador de bens eternos do mundo.
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