A Transfiguração de Jesus
WW escreveu………
“Novamente, Elias”
“Voltamos (ou avançamos, se for considerar a sequência Bíblica) até o monte Tabor, quando ocorreu a chamada “Transfiguração de Jesus”. Eis ali dois espíritos se materializando na frente de Jesus e dos discípulos, sendo plenamente identificados. Quer prova maior de que existe mediunidade?”
Em resposta a WW , primeiro vamos ver o que o livro A Gênese- Cap. XIV – Os Fluidos – Aparições e Transfigurações – item 39. nos diz sobre Transfigurações:
39. – Podendo o Espírito operar transformações na contextura do seu envoltório perispirítico e irradiando-se esse envoltório em torno do corpo qual atmosfera fluídica, pode produzir-se na superfície mesma do corpo um fenômeno análogo ao das aparições.
Pode a imagem real do corpo apagar-se mais ou menos completamente, sob a camada fluídica, e assumir outra aparência;
ou, então, vistos através da camada fluídica modificada, os traços primitivos podem tomar outra expressão.
Se, saindo do terra-a-terra, o Espírito encarnado se identifica com as coisas do mundo espiritual, pode a expressão de um semblante feio tornar-se bela, radiosa e até luminosa;
se, ao contrário, o Espírito é presa de paixões más, um semblante belo pode tomar um aspecto horrendo.
Assim se operam as transfigurações, que refletem sempre qualidades e sentimentos predominantes no Espírito.
O fenômeno resulta, portanto, de uma transformação fluídica; é uma espécie de aparição perispirítica, que se produz sobre o próprio corpo do vivo e, algumas vezes, no momento da morte, em lugar de se produzir ao longe, como nas aparições propriamente ditas.
O que distingue as aparições desse gênero é o serem, geralmente, perceptíveis por todos os assistentes e com os olhos do corpo, precisamente por se basearem na matéria carnal visível, ao passo que, nas aparições puramente fluídicas, não há matéria tangível.
Agora, vejamos o que o livro A Gênese – Cap. XV – Os Milagres do Evangelho- Transfiguração – item 44, tem a nos ensinar:
Mateus 17: 2 – 3 – E foi transfigurado diante deles; o seu rosto resplandecia como o sol, e as suas vestes tornaram-se brancas como a luz. E eis que lhes apareceram Moisés e Elias, falando com ele.
Marcos 9 :2 – 3 - Seis dias depois, tomou Jesus consigo a Pedro, Tiago e João e levou-os sós, à parte, a um alto monte. Foi transfigurado diante deles; as suas vestes tornaram-se resplandecentes e sobremodo brancas, como nenhum lavandeiro na terra as poderia alvejar. Apareceu-lhes Elias com Moisés, e estavam falando com Jesus.
Lucas 9: 29 – 31 - E aconteceu que, enquanto ele orava, a aparência do seu rosto se transfigurou e suas vestes resplandeceram de brancura. Eis que dois varões falavam com ele: Moisés e Elias, os quais apareceram em glória e falavam da sua partida, que ele estava para cumprir em Jerusalém.
44. – É ainda nas propriedades do fluido perispirítico que se encontra a explicação deste fenômeno.
A transfiguração, explicada no cap. XIV, nº 39, é um fato muito comum que, em virtude da irradiação fluídica, pode modificar a aparência de um indivíduo;
mas, a pureza do perispírito de Jesus permitiu que seu Espírito lhe desse excepcional fulgor. Quanto à aparição de Moisés e Elias cabe inteiramente no rol de todos os fenômenos do mesmo gênero. (Cap. XIV, nos 35 e seguintes.)
De todas faculdades que Jesus revelou, nenhuma se pode apontar estranha às condições da humanidade e que se não encontre comumente nos homens, porque estão todas na ordem da Natureza.
Pela superioridade, porém, da sua essência moral e de suas qualidades fluídicas, aquelas faculdades atingiam nele proporções muito acima das que são vulgares.
Posto de lado o seu envoltório carnal, ele nos patenteava o estado dos puros Espíritos.
WW escreve ainda………..
“Esquecem (os espíritas) que Jesus, dentro do contexto BÍBLICO, que é o que deve ser considerado, era o Filho de Deus, ou o próprio Deus encarnado, como queiram.”
Prefiro, Filho de Deus.
Porque dizer que Jesus era o próprio Deus encarnado, é um absurdo, negado sempre pelo próprio Jesus.
Em Obras Póstumas, Allan Kardec escreveu um ótimo texto sobre este assunto:
O dogma da divindade de Jesus está fundado sobre a igualdade absoluta entre a sua pessoa e Deus, uma vez que é o próprio Deus: é um artigo de fé;
ora, estas palavras, tão freqüentemente repetidas por Jesus: Aquele que me enviou, testemunham não somente quanto a dualidade das pessoas, mas, ainda, como dissemos, excluem a igualdade absoluta entre elas;
porque aquele que é enviado, necessariamente, está subordinado àquele que envia;
obedecendo, faz ato de submissão.
Um embaixador, falando de seu soberano, dirá: Meu senhor, aquele que me enviou; mas se é o soberano em pessoa que vem, ele falará em seu próprio nome e não dirá: Aquele que me enviou, porque não se pode enviar a si mesmo.
Jesus o disse, em termos categóricos por estas palavras: eu não vim por mim mesmo, mas foi ele quem me enviou.
Estas palavras: Aquele que me despreza, despreza aquele que me enviou, não implicam, de nenhum modo, a igualdade e ainda menos a identidade; em todos os tempos, o insulto feito a um embaixador era considerado como feito ao próprio soberano.
Os apóstolos tinham a palavra de Jesus, como Jesus tinha a de Deus; quando lhes disse: Aquele que vos escuta me escuta, não entendia dizer que seus apóstolos e ele não faziam senão uma única e mesma pessoa, igual em todas as coisas.
A dualidade de pessoas, assim como o estado secundário e subordinado de Jesus, com relação a Deus, ressaltam, além disso, sem equívoco, das passagens seguintes:
“Fostes vós que permanecestes sempre firmes comigo nas minhas tentações. – Por isso eu vos preparo o Reino, como meu pai mo preparou, – a fim de que comais e bebais à minha mesa no meu reino, e que vos senteis sobre os tronos para julgar as doze tribos de Israel.” (Lucas, cap. XXII, v. 28, 29 e 30.)
“Por mim eu digo o que vi na casa de meu Pai, fazeis vós o que vistes na casa de vosso pai.” (João, cap. VIII, v. 38.)
“Ao mesmo tempo apareceu uma nuvem que os cobriu, e saiu dessa nuvem uma voz que fez ouvir estas palavras: Este é meu filho bem-amado; escutai-o.” (Transfiguração. Marcos, cap. IX, v. 6.)
“Ora, quando o filho do homem vier em sua majestade, acompanhado de todos os anjos, sentar-se-á sobre o trono de sua glória; – e todas as nações estando reunidas, separará umas das outras, como o pastor separa as ovelhas dos bodes, – e colocará as ovelhas à sua direita e os bodes à sua esquerda.
– Então, o Rei dirá àqueles que estarão à sua direita: Vinde, vós que fostes abençoados por meu Pai, possuir o reino que vos foi preparado desde o começo do mundo.” (Mateus, cap. XXV, v.31 a 34.)
“Ouvistes o que vos disse:” Eu me vou, e volto a vós. Se me amais, vos alegrareis de que vou para meu Pai, porque meu Pai É MAIOR DO QUE EU.” (João, cap. XIV, v. 28).
“Então um jovem se aproxima e lhe diz: Bom mestre, que bem é necessário que eu faça para adquirir a vida eterna?
– Jesus lhe respondeu:: “Por que me chamais bom? Não há senão Deus que seja bom.
Se quereis entrar na vida, guardai os mandamentos.” (Mateus, cap. XIX, v. 16, 17. – Marcos, cap. X, v. 17, 18, – Lucas, cap. XVIII, v. 18, 19.)
Não somente Jesus não se deu, em nenhuma circunstância, por ser o igual de Deus, mas aqui ele afirma positivamente o contrário, considera-se como inferior em bondade;
ora, declarar que Deus está acima dele pelo poder e suas qualidades morais, é dizer que ele mesmo não é Deus.
As passagens seguintes vêm em apoio destas, e são também explícitas.
“Não falei, de nenhum modo, de mim mesmo; mas meu Pai, que me enviou, foi quem me prescreveu, por seu poder, o que devo dizer, e como devo falar; – e eu sei que o seu poder é a vida eterna; o que eu digo, pois, o digo segundo o que meu Pai mo ordenou.” ( João, cap. XII, v. 49, 50.)
“Jesus lhes respondeu: “Minha doutrina não é minha doutrina, mas a doutrina daquele que me enviou. – Se alguém quer fazer a vontade de Deus, reconhecerá se a minha doutrina é dele, ou se falo de mim mesmo.
– Aquele que fala de seu próprio movimento procura sua própria glória, mas aquele que procura a glória de quem o enviou é verídico, e nele, de nenhum modo, há injustiça.” (João cap. VII, v. 16, 17, 18.)
“Aquele que não me ama nada, não guarda, minha palavra; e a palavra que ouvistes não foi a minha palavra em nada, mas a de meu Pai que me enviou.’ (João, cap. XIV, v. 24.)
Desde então, que ele não disse nada de si mesmo; que a doutrina que ensinou não é a sua, mas que a tem de Deus, que lhe ordenou vir fazê-la conhecer;
que não faz senão o que Deus lhe deu o poder de fazer; que a verdade que ensina, ele aprendeu de Deus, à vontade de quem está submetido;
é que não é o próprio Deus, mas seu enviado, seu messias e seu subordinado.
Jesus NÃO é Deus.
Jesus é FILHO de Deus
Jesus JAMAIS disse que era Deus.
Ele sempre chamou Deus de PAI.
I João 1: 3 – o que temos visto e ouvido anunciamos também a vós outros, para que vós, igualmente, mantenhais comunhão conosco.
Ora, a nossa comunhão é com o Pai e com seu Filho, Jesus Cristo.
E, WW continua escrevendo………..
“Outra coisa importante: dentro do contexto Bíblico, ELIAS NÃO MORREU.”
Morreu, sim, pois TODOS MORREM.
Salmo 82: 7 – Todavia, como homens, morrereis e, como qualquer dos príncipes, haveis de sucumbir.
Salmo 89: 48 - Que homem há, que viva e não veja a morte? Ou que livre a sua alma das garras do sepulcro?
Lucas 23: 46 - Então, Jesus clamou em alta voz: Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito! E, dito isto, expirou.
Até Jesus morreu. Por que Elias não teria morrido ?
A Bíblia diz apenas, que Elias subiu ao céu num redemoinho.
Mas, Jesus DECLAROU , que Elias e João Batista eram o mesmo espírito ( os discípulos, assim o entenderam).
Mateus 17 : 12 – 13
12 Eu, porém, vos declaro que Elias já veio, e não o reconheceram; antes, fizeram com ele tudo quanto quiseram. Assim também o Filho do Homem há de padecer nas mãos deles.
13 Então, os discípulos entenderam que lhes falara a respeito de João Batista.
Para Elias ter reencarnado como João Batista, evidentemente, é porque ele morreu.
E, WW escreve mais…………
“Então, como poderia ser um espírito “invocável” numa sessão Espírita?”
A resposta já foi dada. Mas, esta dedução, responde a própria pergunta.
Se Elias apareceu, é porque era um ESPÍRITO.
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