Necessidade da vida social
Apresentamos nesta edição o tema no 40 do Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita, que está sendo aqui apresentado semanalmente, de acordo com programa elaborado pela Federação Espírita Brasileira, estruturado em seis módulos e 147 temas.
Se o leitor utilizar este programa para estudo em grupo, sugerimos que as questões propostas sejam debatidas livremente antes da leitura do texto que a elas se segue.
Se destinado somente a uso por parte do leitor, pedimos que o interessado tente inicialmente responder às questões e só depois leia o texto referido. As respostas correspondentes às questões apresentadas encontram-se no final do texto abaixo.
Questões para debate
1. Por que é necessário ao homem viver em sociedade?
2. O isolamento do homem, com o objetivo de crescer espiritualmente, é atitude correta?
3. Quais as principais características de uma vivência cristã legítima?
4. Que pensar dos que se afastam do bulício citadino, para se dedicarem ao socorro dos desgraçados?
5. Tendo por modelo o exemplo de Jesus, que desceu das Regiões Felizes ao vale das aflições para nos ajudar, como devem agir no mundo os que se dizem cristãos?
Texto para leitura
Deus não fez a ninguém perfeito, mas perfectível
1. “O homem é um animal social”, já o disse, com acerto, famoso pensador da Antiguidade, querendo com isso asseverar que o ser humano foi criado para conviver com os seus semelhantes. A sociabilidade é instintiva e obedece a um imperativo da lei do progresso que rege a Humanidade, a que o homem não se pode esquivar, sem prejudicar-se, pois é por meio do relacionamento com os semelhantes que ele desenvolve as suas potencialidades.
2. O insulamento priva o homem das relações sociais que lhe garantem o progresso. A razão disso é que Deus, em seus sábios desígnios, não nos fez perfeitos, mas perfectíveis. Por isso, para atingirmos a perfeição a que estamos destinados, precisamos todos uns dos outros, pois não há como desenvolver e burilar nossas faculdades intelectuais e morais senão no convívio social, na permuta constante de afeições, conhecimentos e experiências, sem a qual a sorte do nosso Espírito seria o embrutecimento e a estagnação.
3. Como o fim supremo da sociedade é a promoção do bem-estar e da felicidade de todos os que a compõem, para que isso seja alcançado há necessidade de que cada um de nós observe certas regras de procedimento ditadas pela justiça e pela moral, abstendo-se de tudo que as possa destruir.
O insulamento do homem é uma violência à lei natural
4. Homem nenhum possui faculdades completas. Com a união social elas se completam umas às outras. É essa a principal causa que determina que os homens, necessitando uns dos outros, vivam em sociedade e não insulados.
5. Em que pese o fato de ser o homem, inquestionavelmente, um ser gregário, houve quem pretendesse isolá-lo do mundo com o pensamento de que, assim fazendo, poderia ele melhor servir a Deus. Esse isolamento constitui, no entanto, uma violência à lei natural e se caracteriza por uma fuga injustificável às responsabilidades do dia-a-dia.
6. A vivência cristã implica um clima de convivência social em regime de fraternidade, em que todos se ajudam e se socorrem, dirimindo dificuldades e problemas. Viver o Cristo é conviver com o próximo, aceitando-o tal qual é, com seus defeitos e imperfeições, sem a pretensão de corrigi-lo. O verdadeiro cristão inspira seu semelhante com bondade para que ele mesmo desperte e mude de conduta de moto próprio.
7. Isolar-se a pretexto de crescer espiritualmente não passa, pois, de uma experiência em que o egoísmo predomina, porque afasta o indivíduo da luta que forja heróis e constrói os santos da abnegação e da caridade.. Segundo o Espiritismo, tal procedimento só merece reprovação, visto que não pode agradar a Deus uma vida pela qual o homem deliberadamente se condena a não ser útil a ninguém.
Os que se isolam para ajudar o próximo têm duplo mérito
8. Já aqueles que se afastam do bulício citadino, buscando no retiro a tranqüilidade reclamada por certas ocupações, como os que se recolhem a determinadas instituições fechadas para se dedicarem, amorosamente, ao socorro dos desgraçados, embora afastados da convivência social eles prestam, obviamente, excelentes serviços à sociedade e adquirem duplo mérito, porque têm a seu favor, além da renúncia às satisfações mundanas, a prática das leis do trabalho e da caridade cristã.
9. Lembra-nos Joanna de Ângelis que, ao descer das Regiões Felizes ao vale das aflições, para nos ajudar, Jesus mostrou-nos como devem agir os que se dizem cristãos. O Mestre não convocou a si os privilegiados, mas os infelizes, os rebeldes, os rejeitados, suportando suas mazelas e, mesmo assim, os amando.
10. Evocando o exemplo do Cristo, a mentora de Divaldo P. Franco recomenda (Leis Morais da Vida, cap. 31):
“Atesta a tua confiança no Senhor e a excelência da tua fé mediante a convivência com os irmãos mais inditosos que tu mesmo.
Sê-lhes a lâmpada acesa a clarificar-lhes a marcha.
Nada esperes dos outros.
Sê tu quem ajuda, desculpa, compreende.
Se eles te enganam ou te traem, se te censuram ou te exigem o que te não dão, ama-os mais, sofre-os mais, porquanto são mais carecentes de socorro e amor do que supões.
Se conseguires conviver pacificamente com os amigos difíceis e fazê-los companheiros, terás logrado êxito, porquanto Jesus em teu coração estará sempre refletido no trato, no intercâmbio social com os que te buscam e com os quais ascendes na direção de Deus.”
Respostas às questões propostas
1. Por que é necessário ao homem viver em sociedade? R.: “O homem é um animal social”, já o disse, com acerto, famoso pensador da Antiguidade, querendo com isso asseverar que o ser humano foi criado para conviver com seus semelhantes. A sociabilidade é instintiva e obedece a um imperativo da lei do progresso que rege a Humanidade, a que o homem não se pode esquivar sem prejudicar-se, pois é por meio do relacionamento com os semelhantes que ele desenvolve as suas potencialidades.
2. O isolamento do homem, com o objetivo de crescer espiritualmente, é atitude correta? R.: Não. Em que pese o fato de ser o homem, inquestionavelmente, um ser gregário, houve quem pretendesse isolá-lo do mundo com o pensamento de que, assim fazendo, poderia ele melhor servir a Deus. Esse isolamento constitui, no entanto, uma violência à lei natural e se caracteriza por uma fuga injustificável às responsabilidades do dia-a-dia. Isolar-se a pretexto de crescer espiritualmente não passa de uma experiência em que o egoísmo predomina, porque afasta o indivíduo da luta que forja heróis e constrói os santos da abnegação e da caridade.
3. Quais as principais características de uma vivência cristã legítima? R.: A vivência cristã implica um clima de convivência social em regime de fraternidade, em que todos se ajudam e se socorrem, dirimindo dificuldades e problemas. Viver o Cristo é conviver com o próximo, aceitando-o tal qual é, com seus defeitos e imperfeições, sem a pretensão de corrigi-lo. O verdadeiro cristão inspira seu semelhante com bondade para que ele mesmo desperte e mude de conduta de moto próprio.
4. Que pensar dos que se afastam do bulício citadino, para se dedicarem ao socorro dos desgraçados? R.: Os que se afastam do bulício citadino, buscando no retiro a tranqüilidade reclamada por certas ocupações, como os que se recolhem a determinadas instituições fechadas para se dedicarem, amorosamente, ao socorro dos desgraçados, prestam, obviamente, excelentes serviços à sociedade e adquirem duplo mérito, porque têm a seu favor, além da renúncia às satisfações mundanas, a prática das leis do trabalho e da caridade cristã.
5. Tendo por modelo o exemplo de Jesus, que desceu das Regiões Felizes ao vale das aflições para nos ajudar, como devem agir no mundo os que se dizem cristãos? R.: Lembra-nos Joanna de Ângelis que, ao descer das Regiões Felizes ao vale das aflições, para nos ajudar, Jesus mostrou-nos como devem agir os que se dizem cristãos. O Mestre não convocou a si os privilegiados, mas os infelizes, os rebeldes, os rejeitados, suportando suas mazelas e, mesmo assim, amando-os. Evocando o exemplo do Cristo, a mentora de Divaldo P. Franco recomenda: “Atesta a tua confiança no Senhor e a excelência da tua fé mediante a convivência com os irmãos mais inditosos que tu mesmo. Sê-lhes a lâmpada acesa a clarificar-lhes a marcha. Nada esperes dos outros. Sê tu quem ajuda, desculpa, compreende. Se eles te enganam ou te traem, se te censuram ou te exigem o que te não dão, ama-os mais, sofre-os mais, porquanto são mais carecentes de socorro e amor do que supões. Se conseguires conviver pacificamente com os amigos difíceis e fazê-los companheiros, terás logrado êxito, porquanto Jesus em teu coração estará sempre refletido no trato, no intercâmbio social com os que te buscam e com os quais ascendes na direção de Deus.”
Bibliografia:
O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec, itens 766 e 768.
As Leis Morais, de Rodolfo Calligaris, págs. 107 e 108.Leis Morais da Vida, de Joanna de Ângelis, psicografado por Divaldo P. Franco, cap. 31.
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