Estudando o Espiritismo

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sábado, 30 de abril de 2011

Qual livro mediúnico é melhor? Meu testemunho como médium espírita



Há trinta anos, quando ingressei nas fileiras do Espiritismo, os livros que formaram minha orientação doutrinária foram as obras de Chico Xavier e de Allan Kardec. Aprendi muito com os livros de André Luiz, Emmanuell, Humberto de Campos.
Ao longo dos anos, fui observando que cresciam o número de livros mediúnicos e que as obras que me orientaram no início já não eram tão conhecidas. Em uma capital brasileira, ministrei um seminário no qual perguntei para centenas de pessoas presentes, quem conhecia “Pensamento e Vida” de Emmanuell, e para minha surpresa meia dúzia de mãos se levantaram.
Comecei a refletir no assunto e a me indagar se esse seria o rumo natural das coisas, e acabei me deparando com questões que gostaria de compartilhar com os amigos.
Há quem defenda e aplique com rigor alguns critérios para reconhecer um livro mediúnico afinado com a proposta básica da doutrina. Existe mesmo tanta rigidez no assunto que há boicote declarado e formalizado a livros que, no entendimento de alguns, prestam um desserviço à causa. Para esse grupo, as obras de Chico, Allan Kardec e mais alguns poucos médiuns merecem o aval e o reconhecimento como sendo espíritas. 
Entretanto, mesmo com essa inflexibilidade ninguém consegue mais deter o número de médiuns e livros que cada dia mais surge na comunidade espírita. Acontece com os livros mediúnicos e com o próprio Espiritismo um fenômeno mundial e irreversível chamadodiversidade. E nesse universo de diversidade, há livros para todos os gostos e necessidades, versando sobre os mais diversos temas e com uma farta variedade de estilos. 
Fico pensando, por exemplo, nos chamados romances “água com açúcar” de alguns médiuns, que vendem milhões de cópias. Quantos milhares ou milhões de pessoas não encontram neles a motivação para mudar ou mesmo um conforto para vencer uma provação. A utilidade de um livro mediúnico por mais singela que seja é indiscutivelmente benfazeja. Olhando por esse prisma, pode até ser verdadeiro que tais romances ou livros menos densos não cooperem para um conhecimento mais profundo do Espiritismo, mas ninguém pode negar o seu valor instrutivo, moralizante e consolador. Aliás, quantas não são as pessoas que hoje chegam ao Espiritismo através desses títulos e depois passam a livros com mais conteúdo?
Particularmente, vejo com bons olhos e acho muito sadio esse cenário. Apenas lamento, mas respeito, que as obras novas estejam sendo, em muitos casos, mais lidas que as de Chico e Allan Kardec. Nada contra as novidades, entretanto, quem conhece as bases sabe como podemos aprender com elas. Diante desse quadro a atitude de proibir ou denegrir não ajuda em nada. Por isso, aprendi que respeitar todas as produções mediúnicas é um bom caminho, uma boa atitude. O livro mediúnico, não importa sua densidade de conteúdo, está salvando vidas, iluminando decisões e auxiliando a sociedade que se encontra tão desorientada.
Por tudo isso, quando alguém me pergunta hoje o que acho de um livro mediúnico, eu replico com outra questão: você está aprendendo algo com livro? Ele está ajudando você a ser alguém melhor? Para mim, esse é o melhor critério para avaliar qual é o melhor livro mediúnico. 
Alguns diante dessa fala, indagam: Mas e o Espiritismo, como fica? Não são obras aprovadas ou recomendadas segundo a organização X ou o senhor dirigente Y. Eu confesso que entendo muito bem quem cultiva essas idéias, elas acreditam no que estão defendendo. O que eu ainda tenho certa dificuldade para assimilar é que ainda existam mentes que, em pleno século XXI, o século da quebra de todas as barreiras, que sigam cegamente o que organizações e lideranças impõem como verdade. 
Nesse momento de tanta liberdade de expressão e de avanço social, o maior valor humano que pode ser prezado e incentivado é a crença na competência humana para conquistar seu discernimento pessoal. É por essa razão que quando ouço alguém censurando um livro eu quero conhecê-lo, porque com certeza ele deve ter um diferencial. 
Fazer alguma recomendação de livro, incentivar o conhecimento da literatura basilar e falar do livro que foi importante para você é algo muito natural e cooperativo, mas daí a colocá-los como critério de verdade é no mínimo uma postura preconceituosa.
Mais a mais, nesse assunto do livro mediúnico, não guardo a menor dúvida, até que me prove o contrário, que a postura anti-fraterna e preconceituosa tem feito muito mais mal que o conteúdo supostamente duvidoso de algumas publicações. 

WO

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