Enquanto não usarmos de tolerância uns para com os outros, continuaremos distantes do “amar ao próximo como a si mesmo”. Tolerante é aquele que desculpa falhas ou erros dos outros. Para entendermos melhor porque Jesus combateu a intolerância, que é o contrário da tolerância, alertando o homem que tem uma trava, dificultando-lhe a visão, a não observar o cisco no olho do próximo, e a não julgar para não ser julgado, vamos refletir, primeiro, sobre a culpa de quem erra. Do livro Jesus e Atualidade, de J. de Ângelis, pela mediunidade de D.P.F., na lição “Jesus e a Tolerância”, vamos comentar alguns parágrafos. Graças à lei divina de causa e efeito, o problema de quem erra pertence a quem o pratica, que se encontra, a partir daí, incurso em um processo de auto-punição, buscando, mesmo que, inconscientemente, liberar-se da falta que lhe pesa como culpa na consciência. A culpa é sombra perturbadora na personalidade, responsável por muitas enfermidades crônicas. Insculpida no intimo da individualidade espiritual, programa, por automatismo, naturalmente, os processos reparadores para si mesmo. Somos os nossos acusadores, os nossos próprios juízes. Daí, que toda contribuição de impiedade, mediante os julgamentos, que procedem do juízo, do arbítrio de alguém, gera, por sua vez, mecanismos de futura aflição para o acusador, porque ele próprio, é também, uma consciência sob o peso de vários problemas. Julgando as ações que considera incorretas no seu próximo, o homem realiza um fenômeno de projeção da sua sombra, da sua culpa, em forma de autojustificação, que não consegue libertá-lo do impositivo das suas próprias mazelas. “Na acusação, no julgamento dos erros alheios, deparamos com propósitos escusos e vingança-prazer em constatar as dificuldades dos outros indivíduos, que sempre merecem a misericórdia que todos esperamos encontrar quando em circunstâncias equivalentes.” A pessoa de bem, que se preocupa com seus erros, nem percebe muitos dos erros alheios, e quando os vê, busca aprender com eles, e os separa da pessoa que erra, não a julgando, nem acusando, porque sabe que todos nós, inclusive ela, estamos ainda sujeitos e erros e enganos. O julgamento pessoal, que ignora as causas geradoras dos problemas, demonstra o primitivismo moral do homem ainda “lobo” do seu irmão. Em razão disso, a tolerância a todos se impõe como terapia pessoal e fraternal, compreendendo as dificuldades do que erra, enquanto lhe estende mãos generosas para o auxiliar. Esforçarmo-nos para ser tolerantes é fazer um tratamento das doenças físicas e espirituais, que dificultam a nossa caminhada evolutiva, e libertarmo-nos da nossa imperfeição, que nos prende aos valores terrenos em detrimento dos valores espirituais. No livro Convites da Vida, de Joanna de Ângelis, lemos que é “aplicada, indistintamente, entre todos, em qualquer lugar, é lição viva de fé e elevação, que não pode ser desdenhada.” Ribeirão Preto, julho de 2004 Leda de Almeida Rezende Ebner Março de 2006, edição n°. 242 Jornal Eletrônico Verdade e Luz USE de Ribeirão Preto Intermunicipal de Ribeirão Preto - Caixa Postal, 827 - 14001-970 - Ribeirão Preto, SP
Enquanto não usarmos de tolerância uns para com os outros, continuaremos distantes do “amar ao próximo como a si mesmo”. “Indispensável não entrar em área de atrito, quando se pode contornar o mal aparente a favor do bem real”, disse Joanna de Angelis no livro Convites da Vida. No caso do erro alheio, quase sempre, o bem real é manter a amizade, o relacionamento, e, principalmente, não ferir ou magoar o outro, porque se um dia temos de amar ao próximo como a nós mesmos, temos de começar a exercer a tolerância com os erros e omissões do nosso mais próximo no momento, tornado-o satisfeito conosco, para mantermo-nos em harmonia. Se houver a possibilidade de esclarecimento, tal ato deverá ser feito em ocasião propícia, que pode ser após o ato, e a sós. Todavia, tolerar não significa concordar com o erro. Tolerar os limites e os problemas do próximo, mas nunca dar apoio ao equivoco, ao erro, nem negligência para com o dever. Chamado a opinar, a verdade deve ser dita, mas mostrando-se amigo do que errou, evidenciando, com suas maneiras, que continua respeitando-o como amigo ou como pessoa. Ser tolerante com as faltas alheias, mas não as assimilar, nem sintonizar com as fraquezas morais a pretexto de bondade ou gentileza. Condescendência para com os direitos alheios, não produzindo choque, não escandalizando, é relevante testemunho de tolerância. Abeiremos do companheiro infeliz, com os valores da compreensão e da fraternidade, porque sua fraqueza já lhe é uma punição. Isso é tolerância. Allan Kardec formulou uma tríade como base para a felicidade humana: Trabalho, Caridade e Tolerância. Assim, tolerância sempre, em qualquer lugar na família, no trabalho, nas ruas, nas filas, no Centro Espírita. Se tratarmos o erro do semelhante como quem cogita de afastar a enfermidade de um amigo doente, estamos, na realidade, concretizando a obra regenerativa, que cabe a todos nós, individual e coletivamente. O que é ser tolerante com os erros alheios? É ter compaixão de quem erra, porque seu juiz é a sua própria consciência. É ajudar o que tomba, pois sua fraqueza já lhe constitui punição. É compreender as dificuldades alheias, no seu processo evolutivo, tanto quanto queremos que os outros sejam tolerantes conosco. Colocarmo-nos no lugar de quem erra, sentir suas dificuldades, é um bom começo para o exercício da tolerância. “Fora da caridade não há salvação”, escreveu Allan Kardec e, se tolerância é o começo da caridade, como escreveu Joanna de Ângelis, precisamos nos esforçar por desenvolver em nós a tolerância com as falhas dos outros, graves ou pequenas, como queremos que os outros sejam tolerantes com as nossas falhas. Ser tolerante é também, aprender com o infrator, pois ele representa o passado ou o futuro de quem não prossegue no bem, e, todos nós, Espíritos imperfeitos, vivendo em um mundo de expiações e de provas, já erramos muito e ainda continuamos errando, apesar da vontade de viver de acordo com as leis de Deus, ensinadas por Jesus. Pensemos nisso sempre que formos tentados a criticar alguém. Ribeirão Preto, julho de 2004. Leda de Almeida Rezende Ebner Palestra no C. E. Pai Jacó em 30/07/04. E utilizares para com os infelizes se transformará na medida emocional de compaixão que receberás, quando chegar a tua vez, já que ninguém é inexpugnável, nem perfeito.” “Perdoai, Senhor as nossas dívidas assim como nós perdoamos os nossos devedores”, dizemos, toda vez que proferimos a prece do Pai Nosso.”
Bibliografia – Joanna de Angelis, médium D. P. F./ 1- Jesus e Atualidade 2- Convites da Vida 3 - Otimismo Emmanuel, médium F. C. X. – Fonte Viva, cap. 37 Março de 2006, edição n°. 242 Jornal Eletrônico Verdade e Luz USE de Ribeirão Preto Intermunicipal de Ribeirão Preto - Caixa Postal, 827 - 14001-970 - Ribeirão Preto, SP
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sexta-feira, 11 de novembro de 2016
Tolerância - Momento Espírita
Muitas vezes, no nosso dia-a-dia, costumamos reclamar de algumas pessoas que nos atendem em lojas, supermercados, ao telefone, enfim, aquelas que nos atendem de alguma forma.
O que não nos damos conta é que também estamos entre essas pessoas. E que, como elas, também estamos nos relacionando com várias outras pessoas.
Devemos pensar duas vezes antes de nos irritarmos.
A irritação, a intolerância, fazem com que provoquemos males ainda maiores na sociedade em que vivemos.
São os pequenos desentendimentos que geram os grandes conflitos da Humanidade.
Por isso, não negue consideração e carinho diante de balconistas fatigados ou irritadiços. Pense nas provações que, sem dúvida, os atormentam nas retaguardas da família ou do lar.
A pessoa que se revela mal humorada, em seus contatos públicos, provavelmente carrega um fardo pesado de inquietação e doença.
Aprender a pedir um favor aos que trabalham em repartições, armazéns, lojas ou bares é obrigação.
Embora estejam sendo pagos para cumprir suas tarefas ou sejam subordinados a nós, são seres humanos como nós mesmos.
Lembre-se que todas as criaturas trazem consigo as imperfeições e fraquezas que lhes são peculiares, tanto quanto, ainda desajustados, trazemos também as nossas.
Muitas vezes, nós mesmos, atormentados por algum problema a resolver, tratamos mal alguém que nos venha pedir um favor com delicadeza.
O que aconteceria se essa pessoa também nos tratasse mal? Ficaríamos ainda mais irritados. No entanto, se essa pessoa, apesar da nossa má vontade, nos tratasse bem, com cortesia e gentileza, pensaríamos melhor no que estamos fazendo, podendo até mudar de atitude.
Em muitos casos, o que nos falta é um pouco de tolerância.
Ter tolerância é ter paciência e saber entender os problemas alheios.
A tolerância deve ser aplicada indistintamente entre todos e em qualquer lugar. É lição viva de fé e elevação e não pode ser esquecida.
Tolerar, no entanto, não significa conivir.
Desculpar o erro não é concordar com ele. Entender e perdoar a ofensa, não representa ratificá-la, mas sim ser caridoso e compreensivo.
É indispensável não entrar em área de atrito, quando puder contornar o mal aparente a favor do bem real.
Perdoe as ofensas e tente entender os problemas alheios sem julgá-los preconceituosamente.
Faça aos outros o que gostaria que fizessem para você.
Seja uma pessoa amistosa para com todos.
Contribua sempre com um pouco de amor para vencer o mal do mundo.
* * *
Tolerância é caridade em começo. Exercitando-a, em regime de continuidade, você defrontará com os excelentes resultados do bem onde esteja, com quem conviva.
Redação do Momento Espírita com base no cap. 14
do livro Sinal verde, pelo Espírito André Luiz, psicografia de Francisco
Cândido Xavier e no cap. 56 do livro Convites da vida, pelo Espírito
Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. Leal.
Em 25.04.2011.
O que não nos damos conta é que também estamos entre essas pessoas. E que, como elas, também estamos nos relacionando com várias outras pessoas.
Devemos pensar duas vezes antes de nos irritarmos.
A irritação, a intolerância, fazem com que provoquemos males ainda maiores na sociedade em que vivemos.
São os pequenos desentendimentos que geram os grandes conflitos da Humanidade.
Por isso, não negue consideração e carinho diante de balconistas fatigados ou irritadiços. Pense nas provações que, sem dúvida, os atormentam nas retaguardas da família ou do lar.
A pessoa que se revela mal humorada, em seus contatos públicos, provavelmente carrega um fardo pesado de inquietação e doença.
Aprender a pedir um favor aos que trabalham em repartições, armazéns, lojas ou bares é obrigação.
Embora estejam sendo pagos para cumprir suas tarefas ou sejam subordinados a nós, são seres humanos como nós mesmos.
Lembre-se que todas as criaturas trazem consigo as imperfeições e fraquezas que lhes são peculiares, tanto quanto, ainda desajustados, trazemos também as nossas.
Muitas vezes, nós mesmos, atormentados por algum problema a resolver, tratamos mal alguém que nos venha pedir um favor com delicadeza.
O que aconteceria se essa pessoa também nos tratasse mal? Ficaríamos ainda mais irritados. No entanto, se essa pessoa, apesar da nossa má vontade, nos tratasse bem, com cortesia e gentileza, pensaríamos melhor no que estamos fazendo, podendo até mudar de atitude.
Em muitos casos, o que nos falta é um pouco de tolerância.
Ter tolerância é ter paciência e saber entender os problemas alheios.
A tolerância deve ser aplicada indistintamente entre todos e em qualquer lugar. É lição viva de fé e elevação e não pode ser esquecida.
Tolerar, no entanto, não significa conivir.
Desculpar o erro não é concordar com ele. Entender e perdoar a ofensa, não representa ratificá-la, mas sim ser caridoso e compreensivo.
É indispensável não entrar em área de atrito, quando puder contornar o mal aparente a favor do bem real.
Perdoe as ofensas e tente entender os problemas alheios sem julgá-los preconceituosamente.
Faça aos outros o que gostaria que fizessem para você.
Seja uma pessoa amistosa para com todos.
Contribua sempre com um pouco de amor para vencer o mal do mundo.
* * *
Tolerância é caridade em começo. Exercitando-a, em regime de continuidade, você defrontará com os excelentes resultados do bem onde esteja, com quem conviva.
Redação do Momento Espírita com base no cap. 14
do livro Sinal verde, pelo Espírito André Luiz, psicografia de Francisco
Cândido Xavier e no cap. 56 do livro Convites da vida, pelo Espírito
Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. Leal.
Em 25.04.2011.
Tolerância e Respeito
Tolerância e Respeito
Sérgio Biagi Gregório
SUMARIO: 1. Introdução. 2. Conceito. 3. Considerações Iniciais. 4. Sobre a Tolerância: 4.1. Os Vícios e as Virtudes; 4.2. Formas Falsas e Formas Verdadeiras de Tolerância; 4.3. Tolerância é uma Virtude Difícil. 5. Sobre o Respeito: 5.1. O Respeito em Kant; 5.2. A Lei Áurea; 5.3. A Tolerância é Passiva e o Respeito Ativo. 6. Tolerância, Respeito e Espiritismo: 6.1. Lei de justiça, Amor e Caridade; 6.2. Cristo é o Ponto Chave da Tolerância; 6.3. O Respeito ao Próximo. 7. Conclusão. 8. Bibliografia Consultada.
Tolerar é bom, mas respeitar é melhor. Respeitar é bom, mas amar é melhor.
1. INTRODUÇÃO
O que significa a palavra tolerância? E respeito? Tratamos o próximo da mesma forma que gostaríamos de ser tratados? Somos severos para com os outros e indulgentes para conosco ou severos para conosco e indulgentes para com os outros? Que tipo de subsídios o Espiritismo nos oferece para uma melhor interpretação do tema?
2. CONCEITO
Tolerância – do latim tolerantia, do verbo tolerare que significa suportar. É uma atitude de respeito aos pontos de vista dos outros e de compreensão para com suas eventuais fraquezas. Esta palavra está ligada a outros termos afins: paz, ecumenismo, diferença, intersubjetividade, diálogo, alteridade, não violência etc.
Respeito – do latim respectus, de reespicere que significa olhar. Sentimento de consideração àquelas pessoas ou coisas dignas de nossa veneração e gratidão, como aos pais, aos mais velhos, às coisas sagradas, aos sentimentos alheios etc.
3. CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Em seu sentido estrito, a tolerância é o regime de liberdade concedido pelo governo de um país, onde já se tem uma forma de religião estabelecida, de praticar qualquer outra forma de religião, ou mesmo de não seguir nenhuma.
A completa liberdade religiosa é fato recente no mundo ocidental. Antes da Reforma, a Igreja católica aplicava todo o tipo de penalidades a quem quer que se desviasse da sua ortodoxia. A Reforma (1517) deu início à tolerância, mas não de forma absoluta, pois os próprios reformadores não toleravam as teses que combatiam. Os Protestantes quiseram não só submeter indivíduos, mas nações inteiras às suas opiniões. Com isso, vimos aparecer o movimento denominado "Contra-Reforma", encetado pela Igreja católica, dando origem à "guerra das religiões", de caráter político religioso. (Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira)
A intolerância religiosa foi, no processo histórico, a maior causadora das guerras entre nações. Nesse mister, o próprio catolicismo demorou muito a respeitar o pluralismo das diversas crenças. Foi somente no Concílio Vaticano II que deixou claro: 1.º) a tolerância religiosa não se baseia no falso princípio de que todas as religiões sejam verdadeiras, mas no princípio da liberdade de consciência; 2.º) esta não dispensa ninguém do dever fundamental de fidelidade à verdade, isto é, não significa que se pode mudar de religião como se muda de roupa, mas significa que a aceitação de uma fé é um ato soberanamente livre e espontâneo da consciência. (Pequena Enciclopédia de Moral e Civismo)
O ser humano moderno não é um Robinson Crusoe, desterrado em uma ilha, cuja única atividade era a de pescar e de caçar para sua sobrevivência. O homem tem que viver em sociedade, pois já se disse que ele é um animal político e social. E quando começa a se associar, a entrar em contato com mentes que pensam de forma diferente da sua, a contradição aparece. E é justamente aí que surge o ensejo de praticar a tolerância, que nada mais é do que o respeito para com o pensamento alheio.
4. SOBRE A TOLERÂNCIA
4.1. OS VÍCIOS E AS VIRTUDES
A virtude é a potência de um ato. É a atualização do que já existe no âmago do ser. A virtude do abacateiro é produzir abacate. A virtude do santo é produzir santidade. Segundo Aristóteles, a virtude deve ficar no meio, ou seja, nem se exceder para cima e nem para baixo. O relacionamento entre vício e virtude coloca-nos frente à lei da utilidade marginal decrescente, a qual nos ensina que o excesso de uma coisa pode transformar-se no seu oposto. Assim sendo, o excesso de humildade pode transformar-se em orgulho e o excesso de orgulho pode transformar-se em humildade. Tomemos o exemplo de Paulo. Depois da perda e recuperação de sua visão, no deserto de Damasco, o orgulhoso combatente de Cristo tornou-se o seu mais humilde servidor.
4.2. FORMAS FALSAS E FORMAS VERDADEIRAS DE TOLERÂNCIA
Existem formas falsas e verdadeiras de tolerância. Um exemplo de forma falsa é a do ceticismo, aquela que aceita tudo, subestima todas as divergências doutrinais, porque parte do princípio de que é impossível aproximar-se da verdade. A verdadeira tolerância é humilde, mas convicta. Respeita as idéias e condutas dos demais, sem desprezá-las, mas também sem minimizar as diferenças, porque sabe que é a contradição que leva ao bem comum. Nesse sentido, a frase atribuída a Voltaire, "Não concordo com nada do que você diz, mas defenderei o seu direito de dizê-lo até o fim", é providencial para elucidar o respeito que devemos ter para com os nossos semelhantes, sejam de que condições forem.
4.3. TOLERÂNCIA É UMA VIRTUDE DIFÍCIL
O dilema dos limites da virtude da tolerância pode resumir-se em dois princípios: "Não faças aos outros o que não queres que te façam a ti" e "Não deixes que te façam o que não farias a outrem". O comodismo que norteia os nossos passos é o grande obstáculo para o não cumprimento desta virtude. Quantas não são as vezes que dizemos sim a um convite quando, com razão, deveríamos ter dito não, por faltar-nos a coragem de dizer que aquilo não faz parte de nosso projeto de vida.
Em se tratando dos erros alheios, a dificuldade está em delimitar aceitação dos mesmos. Pergunta-se: até que ponto devemos suportar as injúrias e violências, os agravos e os desatinos de nosso próximo? Qual é o limite? Jesus ensina-nos que devemos perdoar não sete, mas sete vezes sete, isto é, indefinidamente. É para sempre? Contudo, há um limite em que a paciência deixa de ser considerada virtude. Qual é o limite? Ainda: "O hábito de tudo tolerar pode ser fonte de inúmeros erros e perigos".
5. SOBRE O RESPEITO
5.1. O RESPEITO EM KANT
Em Kant, o respeito é o único sentimento comparável com o dever moral. Não é um sentimento "patológico" que procede da sensibilidade – como todos os outros – ou seja, da parte passiva do nosso ser. Ele procede da vontade. Em sua Fundamentação da Metafísica dos Costumes, define-o como a consciência da imediata determinação da vontade pela lei, ou seja, como a apreensão subjetiva da lei. Embora tenha certas semelhanças com as inclinações naturais e o temor, distingue-se de ambos porque não resulta de uma impressão recebida, mas de um conceito de razão. (Dorozói, 1993)
5.2. A LEI ÁUREA
A lei áurea já existia antes de Jesus. Os gregos diziam: "Não façais ao próximo o que não desejeis receber dele"; os persas: "Fazei como quereis que vos faça"; os chineses: "O que não desejais para vós, não façais a outrem"; os egípcios: "Deixar passar aquele que fez aos outros o que desejava para si"; os hebreus: "O que não quiserdes para vós, não desejeis para o próximo"; os romanos: "A lei gravada nos corações humanos é amar os membros da sociedade como a si mesmo".
Com Jesus, porém, a regra áurea solidificou-se plenamente, pois o mestre não só a ensinou como a exemplificou em plenitude de trabalho, abnegação e amor. (Xavier, 1973, cap. 41)
5.3. A TOLERÂNCIA É PASSIVA E O RESPEITO ATIVO
A palavra tolerância relaciona-se com o substantivo "respeito" e o verbo "suportar". Conseqüentemente, devemos não somente respeitar como também suportar Deus, o próximo e a nós mesmos. Suportar a nós mesmos deve vir em primeiro lugar, porque não há peso mais pesado do que o nosso próprio peso. Quantas não são as vezes que pensamos estar agradando aos outros e não percebemos o elevado grau de grosseria, hostilidade e autoritarismo que lhes causamos. Eles acabam nos aturando porque não têm outra saída. É o caso do relacionamento entre o funcionário e o seu chefe. Se não lhe obedecer, estará sujeito a perder o emprego.
A tolerância obriga-nos a respeitar a regra de ouro: "Não fazer aos outros o que não gostaríamos que nos fizessem". Evitar fazer mal aos outros é uma atitude meramente passiva. O respeito, ao contrário, carrega uma polaridade ativa: "Amar ao próximo como a nós mesmos". De acordo com Aristóteles, enquanto o respeito constitui uma virtude que nunca pode pecar por excesso, porque quanto mais respeito se tem mais se ama, a tolerância é o exemplo de uma virtude que se obriga ao meio termo porque, em excesso, resulta em indiferença, e, em falta, traz o sabor da intolerância. (Marques, 2001)
6. TOLERÂNCIA, RESPEITO E ESPIRITISMO
6.1. LEI DE JUSTIÇA, AMOR E CARIDADE
A Lei de Justiça, Amor e Caridade ajuda a compreender a tolerância. Segundo o entendimento desta lei, a justiça, que é cega e fria, deve ser complementada pelo amor e pela caridade, no sentido de o ser humano conviver pacificamente com o seu próximo. Observe alguém, sem recursos financeiros, jogado ao sofrimento, como conseqüência de atos menos felizes do passado. Há justiça divina, porque nada ocorre por acaso. Mas o amor e a caridade dos semelhantes podem mitigar a sua sede e a sua fome.
6.2. CRISTO É O PONTO CHAVE DA TOLERÂNCIA
A base da tolerância está calcada na figura de Cristo. Foi Ele que nos passou todos os ensinamentos de como amar ao próximo como a nós mesmos. Ele nos deu o exemplo, renunciando a si mesmo em favor da humanidade. Fê-lo, sem queixas e sem recriminações, aceitando sempre as determinações da vontade de Deus e não a sua. Em suas prédicas alertava-nos que deveríamos ser severos para conosco mesmos e indulgentes para com o próximo, e não o contrário.
6.3. O RESPEITO AO PRÓXIMO
Respeitar o próximo é não lhe ser indiferente. É procurar vê-lo no interior do seu ser. Diz-se que o sábio pode se colocar no lugar do ignorante, mas este não pode se colocar no lugar do sábio, porque lhe faltam condições para bem avaliar o que é sabedoria, conhecimento e evolução espiritual. Contudo, os amigos espirituais nos alertam que penetrar no âmago do próximo não é tarefa fácil. Podemos fazer algumas ilações, algumas tentativas, mas como pensar com a cabeça do outro?
Numa Casa Espírita, o respeito ao próximo deve ser praticado com cada colaborador. Respeitar aquele que escolheu se dedicar aos animais, aquele que escolheu se dedicar ao trabalho de assistência social, aquele que escolheu transmitir os ensinamentos doutrinários. Nesse mister, não há trabalho mais ou menos importante, porque todos concorrem para a divulgação dos princípios doutrinários do Espiritismo.
7. CONCLUSÃO
O Espiritismo, entendido como ciência, filosofia e religião, é o que mais subsídios nos dá para respeitar as crenças e os comportamentos do nosso próximo. Isto porque, "quanto mais o ser humano sabe, melhor compreende os comportamentos humanos, desarmando-se de idéias preconcebidas, da censura sistemática, dos prejuízos das raças, de castas, de crenças, de grupos".
8. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
ÁVILA, F. B. de S.J. Pequena Enciclopédia de Moral e Civismo. Rio de Janeiro: M.E.C., 1967.
DUROZOI, G. e ROUSSEL, A. Dicionário de Filosofia. Tradução de Marina Appenzeller. Campinas, SP: Papirus, 1993
GRANDE ENCICLOPÉDIA PORTUGUESA E BRASILEIRA. Lisboa/Rio de Janeiro: Editorial Enciclopédia, [s.d. p.]
MARQUES, Ramiro. O Livro das Virtudes de Sempre: Ética para Professores. Portugal: Landy, 2001.
XAVIER, F. C. Caminho, Verdade e Vida, pelo Espírito Emmanuel. 6. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1973.
São Paulo, agosto de 2007
Tolerância - Emmanuel
Tolerância
Tolerância é caminho de paz.
Não julgues esse ou aquele companheiro ignorante ou desinformado, porquanto, se aprendeste a ouvir, já sabes compreender.
Diante de criaturas que te enderecem qualquer agressão, conversa com naturalidade, sem palavras de revide que possam desapontar o interlocutor.
Perante qualquer ofensa, não percas o sorriso fraternal e articula alguma frase, capaz de devolver o ofensor à tranqüilidade.
Nos empecilhos da existência, tolera os obstáculos sem rebeldia e eles se te farão facilmente removíveis.
No serviço profissional, suporta com paciência o colega difícil, e, aos poucos, em te observando a calma e a prudência, ele mesmo transformará para melhor as próprias disposições.
Em família, tolera os parentes menos simpáticos e, com os teus exemplos de abnegação, conquistarás de todos eles a bênção da simpatia.
No trânsito público, não passes recibo aos palavrões que alguém te dirija e evitará discussões de conseqüências imprevisíveis.
Nos aborrecimentos e provações que te surgem, a cada dia, suporta com humildade as ocorrências suscetíveis de ferir-te, e a tolerância se te fará a trilha de acesso à felicidade, de vez que aceitarás todos os companheiros do mundo na condição de filhos de Deus e nossos próprios irmãos.
Autor: Emmanuel
Psicografia de Francisco Cândido Xavier. Livro: Plantão de Paz
Tolerância é caminho de paz.
Não julgues esse ou aquele companheiro ignorante ou desinformado, porquanto, se aprendeste a ouvir, já sabes compreender.
Diante de criaturas que te enderecem qualquer agressão, conversa com naturalidade, sem palavras de revide que possam desapontar o interlocutor.
Perante qualquer ofensa, não percas o sorriso fraternal e articula alguma frase, capaz de devolver o ofensor à tranqüilidade.
Nos empecilhos da existência, tolera os obstáculos sem rebeldia e eles se te farão facilmente removíveis.
No serviço profissional, suporta com paciência o colega difícil, e, aos poucos, em te observando a calma e a prudência, ele mesmo transformará para melhor as próprias disposições.
Em família, tolera os parentes menos simpáticos e, com os teus exemplos de abnegação, conquistarás de todos eles a bênção da simpatia.
No trânsito público, não passes recibo aos palavrões que alguém te dirija e evitará discussões de conseqüências imprevisíveis.
Nos aborrecimentos e provações que te surgem, a cada dia, suporta com humildade as ocorrências suscetíveis de ferir-te, e a tolerância se te fará a trilha de acesso à felicidade, de vez que aceitarás todos os companheiros do mundo na condição de filhos de Deus e nossos próprios irmãos.
Autor: Emmanuel
Psicografia de Francisco Cândido Xavier. Livro: Plantão de Paz
segunda-feira, 7 de novembro de 2016
quinta-feira, 3 de novembro de 2016
Rejeição social pode aumentar a criatividade em humanos, diz estudo
Rejeição social pode aumentar a criatividade em humanos, diz estudo
“A rejeição confirma a pessoas independentes o que elas já sentem sobre elas mesmas: que não são iguais aos outros", afirma a pesquisadora
REDAÇÃO ÉPOCA
Estudo da Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos, concluiu que a rejeição social pode inspirar o pensamento criativo em humanos. A afirmativa, porém, é válida aos indivíduos que já se sentem excluídos e diferentes do resto da sociedade. A pesquisa foi publicada no periódico Journal of Experimental Psychology: General.
“Para as pessoas que já se sentem separadas da multidão, a rejeição social pode ser uma forma de validação”, diz a pesquisadora Sharon Kim, coordenadora do estudo. “A rejeição confirma a pessoas independentes o que elas já sentem sobre elas mesmas: que não são iguais aos outros. Isso leva a uma maior criatividade”, afirma.
Por outro lado, a rejeição social tem o efeito oposto nas pessoas que se sentem mal com a exclusão e gostariam de pertencer a um grupo: ela inibe sua capacidade cognitiva. De acordo com Sharon, muitos estudos psicológicos ao longo dos anos confirmaram esta afirmação. Em sua pesquisa, porém, a especialista considerou apenas o impacto da rejeição em pessoas que se orgulham em ser diferentes da maioria.
“Nós temos visto na sociedade uma crescente preocupação com as consequências negativas da rejeição social, em grande parte graças aos relatos da mídia sobre o bullying que ocorre nas escolas, no local de trabalho e na internet. O bullying, obviamente, é repreensivo e não produz nada de bom”, conta ela. “O que nós tentamos mostrar foi que a exclusão de um grupo pode ser positiva às vezes”, diz Sharon.
A pesquisadora afirma que tal conclusão pode trazer implicações práticas na hora de conseguir um emprego, por exemplo, já que os gestores têm preferência por funcionários criativos. A companhia pode agora dar mais atenção aos candidatos com personalidades que parecem fazê-los um alvo fácil de rejeição social, mas com criatividades que podem ser valiosas à organização.
EK
Matéria publicada na Revista Época, em 29 de outubro de 2012.
Ericka Koebcke* comenta
A pesquisadora toca em dois pontos importantes em nossa evolução como espíritos imortais que somos: o desenvolvimento da criatividade e a vida em sociedade.
Em O Livro dos Espíritos, obra básica do Espiritismo, codificado por Allan Kardec, há todo um capítulo falando sobre a Lei de Sociedade (capítulo VII). Nesse capítulo, na questão 768, a resposta da espiritualidade superior quanto à necessidade dessa vida social é a seguinte: “O homem tem que progredir. Insulado, não lhe é isso possível (...) No insulamento, ele se embrutece e estiola.”
Somos seres que, por instinto, buscamos a sociedade e, assim, nos auxiliamos mutuamente para o progresso, afirmação feita no mesmo capítulo VII, do referido O Livro dos Espíritos.
Essas afirmações dos espíritos superiores são comprovadas pela pesquisadora quando ela, em uma de suas conclusões afirma: “a rejeição social tem o efeito oposto nas pessoas que se sentem mal com a exclusão (...): ela inibe a capacidade cognitiva”. O ser humano traz em seu inconsciente essa necessidade de se relacionar para adquirir novos conhecimentos e desenvolver outros que se acham adormecidos.
Além disso, é através da vida de relação que desenvolvemos nossa afetividade.
Uma outra conclusão interessante da pesquisa é o desenvolvimento da criatividade a partir dessa rejeição social para os indivíduos que já trazem em si a consciência de suas potencialidades.
Vale a pena citar aqui o que nos diz Joanna de Ângelis, benfeitora espiritual de Divaldo Pereira Franco, em seu livro Amor Imbatível Amor, no capítulo 6, quanto ela nos fala sobre a criatividade: “A criatividade inspira a busca do real, estimulando o ser a desenvolver suas potencialidades.”
Nada mais natural a esse ser que já tem consciência dos seus talentos, aproveitar essa rejeição social criativamente, desenvolvendo em si novas formas de lidar com essa dificuldade real que se apresenta em sua vida.
Que cada vez mais a sociedade possa ajudar esses nossos irmãos que passam por essa difícil prova da rejeição social, lhes dando possiblidades de trabalho, se tornando assim produtivos e capazes de contribuir para o seu melhoramento e de outros.
* Ericka Koebcke é terapeuta corporal, atuando em Rio das Ostras, RJ. Como trabalhadora espírita, participa das atividades da Sociedade Espírita Joanna de Ângelis - SEJA, em Tamoios, 2º Distrito de Cabo Frio, RJ, na coordenação de estudos doutrinários e na participação em tarefas mediúnicas; é também colaboradora regular do Atendimento Fraterno do Espiritismo.net.
Usando a criatividade
Usando a criatividade
Você já ouviu a célebre frase: Mãe é mãe?
Esta afirmativa sempre vem para justificar os atos de que uma mãe é capaz, para ajudar seus filhos.
E o que uma mãe dedicada não faz por seus pequenos?
Foi assim que uma dessas heroínas, desejando encorajar seu jovem filho a tocar piano, o levou a um concerto do polonês Jan Paderewski.
Depois de se sentarem, a mãe viu uma amiga na plateia e dirigiu-se a ela para saudá-la.
Aproveitando a oportunidade para explorar as maravilhas do teatro, o garotinho se levantou e saiu para sua aventura. Seus passos curiosos o levaram a uma porta onde estava escrito: Proibida a entrada.
Quando as luzes diminuíram e o concerto estava prestes a começar, a mãe retornou ao seu lugar e descobriu que seu filho não estava lá.
De repente as cortinas se abriram e as luzes se acenderam sobre um impressionante piano Steinway, localizado bem no centro do palco.
Horrorizada, a mãe viu seu filho sentado ao teclado, inocentemente catando as notas de uma canção infantil.
Naquele momento, o grande mestre do piano fez sua entrada. Rapidamente foi até o piano e sussurrou ao ouvido do menino: Não pare, continue tocando.
Então, debruçando-se sobre o pianista júnior, Paderewski estendeu sua mão esquerda e começou a preencher a parte do baixo.
Logo depois colocou sua mão direita ao redor do menino e acrescentou um belo acompanhamento de melodia.
Juntos, o velho mestre e o jovem noviço, transformaram uma situação embaraçosa em uma experiência maravilhosamente criativa.
O público estava perplexo. A mãe estava imóvel na poltrona e sua voz havia sumido da garganta. Mas o veterano pianista não se perturbou e, usando sua capacidade criativa, tirou de letra, como se diz.
* * *
Algumas pessoas pensam que ser criativo é somente inventar coisas grandiosas e fantásticas, capazes de impressionar multidões.
Todavia, ser criativo significa ter ideias brilhantes que nos tirem de enrascadas ou situações difíceis.
Assim, podemos usar a criatividade em nossas tarefas diárias, tornando-as mais úteis e eficientes.
Quando usamos caminhos alternativos para escapar da rotina, estamos sendo criativos.
Ou quando assumimos um comportamento de bondade e compaixão, promovendo a assistência aos necessitados de toda ordem.
Ou, ainda, quando buscamos a solução de um velho problema de uma maneira diferente.
Gandhi, por exemplo, usou a sua criatividade para libertar seus irmãos indianos do jugo inglês, sem derramamento de sangue, inovando, de forma radical, as estratégias vigentes.
Assim, você também pode pôr em prática seu espírito criativo começando a enfrentar os problemas conhecidos, de forma inovadora.
Seja preparando uma refeição, tentando arranjar mais espaço no quarto apertado ou criando uma nova receita, cujos ingredientes sejam os restos que sobraram do almoço, todos podemos usar nossa criatividade.
Portanto, quando nos depararmos com uma situação que nos pareça de difícil solução, lembremo-nos de Jan Paderewski e usemos nosso poder criativo para sair dela com elegância.
* * *
A criatividade é natural na infância e todos somos criativos.
O que geralmente acontece é que os adultos acabam prejudicando a criança com julgamentos e enquadramentos forçados que a impedem de expressar-se livremente.
Por essa razão, vale a pena refletir um pouco sobre o assunto e buscar incentivar nos pequenos a sua capacidade criativa.
Redação do Momento Espírita com base em fato da vida de Ignacy Jan Paderewski (1860-1941).
Em 16.11.2010.
Você já ouviu a célebre frase: Mãe é mãe?
Esta afirmativa sempre vem para justificar os atos de que uma mãe é capaz, para ajudar seus filhos.
E o que uma mãe dedicada não faz por seus pequenos?
Foi assim que uma dessas heroínas, desejando encorajar seu jovem filho a tocar piano, o levou a um concerto do polonês Jan Paderewski.
Depois de se sentarem, a mãe viu uma amiga na plateia e dirigiu-se a ela para saudá-la.
Aproveitando a oportunidade para explorar as maravilhas do teatro, o garotinho se levantou e saiu para sua aventura. Seus passos curiosos o levaram a uma porta onde estava escrito: Proibida a entrada.
Quando as luzes diminuíram e o concerto estava prestes a começar, a mãe retornou ao seu lugar e descobriu que seu filho não estava lá.
De repente as cortinas se abriram e as luzes se acenderam sobre um impressionante piano Steinway, localizado bem no centro do palco.
Horrorizada, a mãe viu seu filho sentado ao teclado, inocentemente catando as notas de uma canção infantil.
Naquele momento, o grande mestre do piano fez sua entrada. Rapidamente foi até o piano e sussurrou ao ouvido do menino: Não pare, continue tocando.
Então, debruçando-se sobre o pianista júnior, Paderewski estendeu sua mão esquerda e começou a preencher a parte do baixo.
Logo depois colocou sua mão direita ao redor do menino e acrescentou um belo acompanhamento de melodia.
Juntos, o velho mestre e o jovem noviço, transformaram uma situação embaraçosa em uma experiência maravilhosamente criativa.
O público estava perplexo. A mãe estava imóvel na poltrona e sua voz havia sumido da garganta. Mas o veterano pianista não se perturbou e, usando sua capacidade criativa, tirou de letra, como se diz.
* * *
Algumas pessoas pensam que ser criativo é somente inventar coisas grandiosas e fantásticas, capazes de impressionar multidões.
Todavia, ser criativo significa ter ideias brilhantes que nos tirem de enrascadas ou situações difíceis.
Assim, podemos usar a criatividade em nossas tarefas diárias, tornando-as mais úteis e eficientes.
Quando usamos caminhos alternativos para escapar da rotina, estamos sendo criativos.
Ou quando assumimos um comportamento de bondade e compaixão, promovendo a assistência aos necessitados de toda ordem.
Ou, ainda, quando buscamos a solução de um velho problema de uma maneira diferente.
Gandhi, por exemplo, usou a sua criatividade para libertar seus irmãos indianos do jugo inglês, sem derramamento de sangue, inovando, de forma radical, as estratégias vigentes.
Assim, você também pode pôr em prática seu espírito criativo começando a enfrentar os problemas conhecidos, de forma inovadora.
Seja preparando uma refeição, tentando arranjar mais espaço no quarto apertado ou criando uma nova receita, cujos ingredientes sejam os restos que sobraram do almoço, todos podemos usar nossa criatividade.
Portanto, quando nos depararmos com uma situação que nos pareça de difícil solução, lembremo-nos de Jan Paderewski e usemos nosso poder criativo para sair dela com elegância.
* * *
A criatividade é natural na infância e todos somos criativos.
O que geralmente acontece é que os adultos acabam prejudicando a criança com julgamentos e enquadramentos forçados que a impedem de expressar-se livremente.
Por essa razão, vale a pena refletir um pouco sobre o assunto e buscar incentivar nos pequenos a sua capacidade criativa.
Redação do Momento Espírita com base em fato da vida de Ignacy Jan Paderewski (1860-1941).
Em 16.11.2010.
Criatividade ou Rebeldia
Criatividade ou Rebeldia
Carlos Augusto Abranches - São José dos Campos-SP -
Fizeram-me, esta pergunta, outro dia, junto à perspectiva de um desafio. O que é melhor para o jovem espírita: ser um rebelde ou ser alguém criativo, interessado em educar seus anseios diante do mundo, porém sem perder a gana e a vontade de mexer nas estruturas possíveis dentro de seu tempo histórico?
Excelente proposta de reflexão. Mas, vamos pensar um pouco mais... quem sabe alteramos o rumo da reflexão. Parece-me que a oposição apresentada entro rebeldia e criatividade não se sustenta por muito tempo, diante de uma análise mais consistente.
Não vejo os dois aspectos como excludentes, dicotômicos. Entendo exatamente o contrário. Dependendo da forma como se analisa, a rebeldia é precisamente o elemento que permite ao homem expressar, rio máximo de suas alternativas, a criatividade que deve marcar sua, presença no mundo.
Rebelar-se é ter a capacidade de lutar contra a injustiça. É uma qualidade distintiva dos seres humanos, O rebelde defende uma visão da vida e da sociedade, profundamente convencido da importância dessa visão para si e seus companheiros. Ao pensar e agir dessa forma, ele acaba por sacudir os costumes estabelecidos o a ordem rígida de seu meio. Refiro-me, neste trabalho, ao rebelde, e não ao revolucionário. Este luta mais pelo poder, num esforço muitas vezes externo a suas próprias necessidades de transformação pessoal. O rebelde, não. Ele não busca o poder como um fim em si, demonstra, inclusive, pouca disposição em usá-lo; é propenso a repartir o seu poder.
Conforme explica Rollo, May*, em uma análise da relação complexa entre opressão e liberdade, o escravo que mata o seu amo é um exemplo de revolucionário. Outros acabarão por tentar matá-lo, em busca do poder que ele acabou amealhando. O rebelde faz diferente - percebe que seu amo é tão escravo quanto ele, rebela-se, pois, contra o sistema que permite a existência de escravos e senhores. A sua rebelião, desta forma, se for coroada de êxito, acaba por salvá-lo e também a seu amo, da indignidade de possuir escravos.
É por isso que temos em nosso favor a admiração e o respeito por grandes rebeldes, que marcaram a história com soas atitudes de inconformismo o desejo inarredável de mudança definitiva das estruturas arcaicas e ultrapassadas.
Jesus, modelo e guia da humanidade, é o rebelde por excelência. Ouvistes o que foi dito... afirmava o Senhor, reconhecendo a importância da Lei antiga, mas ao sentenciar vos digo, o Mestre proponha a superação (pacífica, diga-se de passagem), dos modelos antigos de interação social e a adoção do amor como elemento fundamental para as novas relações entre os homens.
Sócrates não fugiu também da necessidade de rebelar-se contra a estrutura e a estabilidade social de sua época, 400 anos antes de Jesus. Ao negar a fuga aos amigos que lhe traziam a chance de deixar a cadeia, após ter sido condenado como corruptor da juventude, o filósofo grego optou por permanecer sem liberdade externa, porém com independência e fidelidade interna aos ideais. Foi por esse ato de libertadora rebeldia que, elo provou â Humanidade que seus valores eram universais e não se aplicavam somente a si, mas também aos outros, inclusive seus inimigos.
É por isso que o rebelde tem como característica essencial a capacidade para transcender seu próprio orgulho ferido. Ele despreza a vingança pessoal; não alimenta sentimentos de rejeição; não encontra justificativa ética para imaginar-se no direito de exigir vingança. Ele, aliás, não tem nem tempo para isso, empenhado que está em identificar-se com as pessoas que sofrem, profundamente necessitadas de seu apoio, força esta que pode aliviar-lhes o sofrimento.
Voltemos à pergunta inicial. O que é melhor, rebeldia ou criatividade? Que tal optarmos pelas duas! Combinadas com equilíbrio e bom senso, cremos que elas podem fazer do jovem espírita um ser com o sangue fervoroso de um trabalhador, inconformado com o apego a tudo o que retrata o homem velho e as paixões do passado, e, ao mesmo tempo, uma criatura que reconhece valor até na própria autoridade contra a qual luta. Necessitamos da autoridade na medida em que nos rebelamos contra ela. Isto não acontece em nossos lares, quando revoltamo-nos contra nossos pais, ao mesmo tempo em que os amamos?
O fio suave, em que, se revela a harmonia intima, nasce encontro sereno da rebeldia bem compreendida (muito clara em artistas - rebeldes e criativos: por natureza), com a obediência implícita à ordem natural das coisas, onde reina a paz de Deus.
Em suma, é, fundamental rebelarmo-nos com nobreza e maturidade de coração contra o que precisa ser transformado, para nossa felicidade pessoal e coletiva, a fim de adaptarmo-nos definitivamente à transparência calma e cristalina da Lei de Amor.
Fonte: Jornal Universo Espírita – julho/1999
Clique aqui para ler mais: http://www.forumespirita.net/fe/espiritismo-jovens/criatividade-ou-rebeldia/?PHPSESSID=2a26915dde2f287b2510e5d1a7e55c53#ixzz4OxkmEZTz
Carlos Augusto Abranches - São José dos Campos-SP -
Fizeram-me, esta pergunta, outro dia, junto à perspectiva de um desafio. O que é melhor para o jovem espírita: ser um rebelde ou ser alguém criativo, interessado em educar seus anseios diante do mundo, porém sem perder a gana e a vontade de mexer nas estruturas possíveis dentro de seu tempo histórico?
Excelente proposta de reflexão. Mas, vamos pensar um pouco mais... quem sabe alteramos o rumo da reflexão. Parece-me que a oposição apresentada entro rebeldia e criatividade não se sustenta por muito tempo, diante de uma análise mais consistente.
Não vejo os dois aspectos como excludentes, dicotômicos. Entendo exatamente o contrário. Dependendo da forma como se analisa, a rebeldia é precisamente o elemento que permite ao homem expressar, rio máximo de suas alternativas, a criatividade que deve marcar sua, presença no mundo.
Rebelar-se é ter a capacidade de lutar contra a injustiça. É uma qualidade distintiva dos seres humanos, O rebelde defende uma visão da vida e da sociedade, profundamente convencido da importância dessa visão para si e seus companheiros. Ao pensar e agir dessa forma, ele acaba por sacudir os costumes estabelecidos o a ordem rígida de seu meio. Refiro-me, neste trabalho, ao rebelde, e não ao revolucionário. Este luta mais pelo poder, num esforço muitas vezes externo a suas próprias necessidades de transformação pessoal. O rebelde, não. Ele não busca o poder como um fim em si, demonstra, inclusive, pouca disposição em usá-lo; é propenso a repartir o seu poder.
Conforme explica Rollo, May*, em uma análise da relação complexa entre opressão e liberdade, o escravo que mata o seu amo é um exemplo de revolucionário. Outros acabarão por tentar matá-lo, em busca do poder que ele acabou amealhando. O rebelde faz diferente - percebe que seu amo é tão escravo quanto ele, rebela-se, pois, contra o sistema que permite a existência de escravos e senhores. A sua rebelião, desta forma, se for coroada de êxito, acaba por salvá-lo e também a seu amo, da indignidade de possuir escravos.
É por isso que temos em nosso favor a admiração e o respeito por grandes rebeldes, que marcaram a história com soas atitudes de inconformismo o desejo inarredável de mudança definitiva das estruturas arcaicas e ultrapassadas.
Jesus, modelo e guia da humanidade, é o rebelde por excelência. Ouvistes o que foi dito... afirmava o Senhor, reconhecendo a importância da Lei antiga, mas ao sentenciar vos digo, o Mestre proponha a superação (pacífica, diga-se de passagem), dos modelos antigos de interação social e a adoção do amor como elemento fundamental para as novas relações entre os homens.
Sócrates não fugiu também da necessidade de rebelar-se contra a estrutura e a estabilidade social de sua época, 400 anos antes de Jesus. Ao negar a fuga aos amigos que lhe traziam a chance de deixar a cadeia, após ter sido condenado como corruptor da juventude, o filósofo grego optou por permanecer sem liberdade externa, porém com independência e fidelidade interna aos ideais. Foi por esse ato de libertadora rebeldia que, elo provou â Humanidade que seus valores eram universais e não se aplicavam somente a si, mas também aos outros, inclusive seus inimigos.
É por isso que o rebelde tem como característica essencial a capacidade para transcender seu próprio orgulho ferido. Ele despreza a vingança pessoal; não alimenta sentimentos de rejeição; não encontra justificativa ética para imaginar-se no direito de exigir vingança. Ele, aliás, não tem nem tempo para isso, empenhado que está em identificar-se com as pessoas que sofrem, profundamente necessitadas de seu apoio, força esta que pode aliviar-lhes o sofrimento.
Voltemos à pergunta inicial. O que é melhor, rebeldia ou criatividade? Que tal optarmos pelas duas! Combinadas com equilíbrio e bom senso, cremos que elas podem fazer do jovem espírita um ser com o sangue fervoroso de um trabalhador, inconformado com o apego a tudo o que retrata o homem velho e as paixões do passado, e, ao mesmo tempo, uma criatura que reconhece valor até na própria autoridade contra a qual luta. Necessitamos da autoridade na medida em que nos rebelamos contra ela. Isto não acontece em nossos lares, quando revoltamo-nos contra nossos pais, ao mesmo tempo em que os amamos?
O fio suave, em que, se revela a harmonia intima, nasce encontro sereno da rebeldia bem compreendida (muito clara em artistas - rebeldes e criativos: por natureza), com a obediência implícita à ordem natural das coisas, onde reina a paz de Deus.
Em suma, é, fundamental rebelarmo-nos com nobreza e maturidade de coração contra o que precisa ser transformado, para nossa felicidade pessoal e coletiva, a fim de adaptarmo-nos definitivamente à transparência calma e cristalina da Lei de Amor.
Fonte: Jornal Universo Espírita – julho/1999
Clique aqui para ler mais: http://www.forumespirita.net/fe/espiritismo-jovens/criatividade-ou-rebeldia/?PHPSESSID=2a26915dde2f287b2510e5d1a7e55c53#ixzz4OxkmEZTz
quarta-feira, 2 de novembro de 2016
A inspiração no processo criativo
Francisco Muniz
(publicado originalmente na revista Visão Espírita n.° 18 - Ano II - 1999)
"O artista é, por excelência, intuitivo, foge das análises demoradas; de um 'sopro intuitivo' cria sua obra, quase sempre sem retoques." Esta frase do psiquiatra e expositor espírita Jorge Andréa dos Santos, baiano radicado no Rio de Janeiro, resume o livro A inspiração espiritual na criação artística, compilado pela escritora carioca Cristina da Costa Pereira. O livro, editado pelas Publicações Lachâtre, reúne depoimentos de artistas dos mais diferentes gêneros acerca do processo artístico, desde a elaboração das ideias até a concretização da obra. Os testemunhos mostram que muitos escritores, pintores, músicos, teatrólogos, coreógrafos e até bailarinos estão convictos de que se sentem orientados espiritualmente para a realização de sua arte, que não é, portanto, uma atividade mecânica obtida unicamente do domínio de certas técnicas.
Embora preencha uma lacuna existente na ampla literatura espírita no Brasil, Cristina não quis fazer um livro doutrinário nem rotular a arte, deixando para o leitor a tarefa de chegar à conclusão quanto à evidência da inspiração no processo criativo do artista. Segundo ela, a preocupação maior foi relatar a vivência dos artistas depoentes - nenhum de expressão mercadológica, digamos assim, mas todos representativos dos respectivos campos de atuação -, dos quais muitos têm consciência do envolvimento anímico ou mediúnico em seu trabalho. Essa consciência precisa alcançar todo aquele que lida com as artes, diz a autora, acrescentado que "o artista não pode fingir-se irresponsável" neste momento da humanidade, em que as mudanças impelem à verificação e aceitação da influência espiritual.
O artista tem a obrigação de fazer melhor uso de seu dom, afirma a autora, em achar que, sabendo da orientação espiritual, sua arte terá menor apreciação. Muito pelo contrário, o processo de criação fluirá melhor, salienta Cristina. Além do prefácio de Jorge Andréa, A inspiração espiritual... tem apresentação de Léon Denis, através de mensagem mediúnica datada de outubro de 1997, psicografada no Círculo de Pesquisa Espírita (Cipes), em Vitória (ES). Na mensagem, Denis observa que "arte e espiritualidade precisam estar juntas no seio da humanidade, para que se restabeleça de vez o esplendor das cores celestiais diante dos olhos humanos, ávidos da presença divina, ainda não totalmente percebida".
Professora de literatura no Rio de Janeiro, Cristina Pereira é autora de outros cinco livros e ressalta sua vivência espiritualista nos meios social e familiar como preâmbulo para chegar à presente obra, dividida em três partes: influência da espiritualidade na arte, com os depoimentos; artífices da palavra e a esfera espiritual, onde relata como Fernando Pessoa, Federico Garcia Lorca, Cecília Meireles e Teresa de Ávila consideravam a inspiração; e caravana literária, desfile de trechos de depoimento de João Guimarães Rosa sobre seu fazer literário e de poemas de autores do porte de Carlos Drummond de Andrade, Pablo Neruda, Manuel Bandeira, Mário Quintana e Cora Coralina, dentre outros.
Lançado em abril (de 1999), durante a Bienal do Livro do Rio de Janeiro, o livro vem sendo apresentado nas principais capitais brasileiras e no dia 28 de outubro Cristina autografou no centro de convenções do Parlamundi, da Legião da Boa Vontade, em Brasília.
(publicado originalmente na revista Visão Espírita n.° 18 - Ano II - 1999)
"O artista é, por excelência, intuitivo, foge das análises demoradas; de um 'sopro intuitivo' cria sua obra, quase sempre sem retoques." Esta frase do psiquiatra e expositor espírita Jorge Andréa dos Santos, baiano radicado no Rio de Janeiro, resume o livro A inspiração espiritual na criação artística, compilado pela escritora carioca Cristina da Costa Pereira. O livro, editado pelas Publicações Lachâtre, reúne depoimentos de artistas dos mais diferentes gêneros acerca do processo artístico, desde a elaboração das ideias até a concretização da obra. Os testemunhos mostram que muitos escritores, pintores, músicos, teatrólogos, coreógrafos e até bailarinos estão convictos de que se sentem orientados espiritualmente para a realização de sua arte, que não é, portanto, uma atividade mecânica obtida unicamente do domínio de certas técnicas.
Embora preencha uma lacuna existente na ampla literatura espírita no Brasil, Cristina não quis fazer um livro doutrinário nem rotular a arte, deixando para o leitor a tarefa de chegar à conclusão quanto à evidência da inspiração no processo criativo do artista. Segundo ela, a preocupação maior foi relatar a vivência dos artistas depoentes - nenhum de expressão mercadológica, digamos assim, mas todos representativos dos respectivos campos de atuação -, dos quais muitos têm consciência do envolvimento anímico ou mediúnico em seu trabalho. Essa consciência precisa alcançar todo aquele que lida com as artes, diz a autora, acrescentado que "o artista não pode fingir-se irresponsável" neste momento da humanidade, em que as mudanças impelem à verificação e aceitação da influência espiritual.
O artista tem a obrigação de fazer melhor uso de seu dom, afirma a autora, em achar que, sabendo da orientação espiritual, sua arte terá menor apreciação. Muito pelo contrário, o processo de criação fluirá melhor, salienta Cristina. Além do prefácio de Jorge Andréa, A inspiração espiritual... tem apresentação de Léon Denis, através de mensagem mediúnica datada de outubro de 1997, psicografada no Círculo de Pesquisa Espírita (Cipes), em Vitória (ES). Na mensagem, Denis observa que "arte e espiritualidade precisam estar juntas no seio da humanidade, para que se restabeleça de vez o esplendor das cores celestiais diante dos olhos humanos, ávidos da presença divina, ainda não totalmente percebida".
Professora de literatura no Rio de Janeiro, Cristina Pereira é autora de outros cinco livros e ressalta sua vivência espiritualista nos meios social e familiar como preâmbulo para chegar à presente obra, dividida em três partes: influência da espiritualidade na arte, com os depoimentos; artífices da palavra e a esfera espiritual, onde relata como Fernando Pessoa, Federico Garcia Lorca, Cecília Meireles e Teresa de Ávila consideravam a inspiração; e caravana literária, desfile de trechos de depoimento de João Guimarães Rosa sobre seu fazer literário e de poemas de autores do porte de Carlos Drummond de Andrade, Pablo Neruda, Manuel Bandeira, Mário Quintana e Cora Coralina, dentre outros.
Lançado em abril (de 1999), durante a Bienal do Livro do Rio de Janeiro, o livro vem sendo apresentado nas principais capitais brasileiras e no dia 28 de outubro Cristina autografou no centro de convenções do Parlamundi, da Legião da Boa Vontade, em Brasília.
Criatividade e Espiritismo - links
http://bvespirita.com/Espontaneidade,%20Disciplina%20e%20Criatividade%20na%20Visao%20Espirita%20(psicografia%20Luiz%20Guilherme%20Marques%20-%20espirito%20J.%20L.%20Moreno).pdf
https://www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=4&ved=0ahUKEwii0Ma09orQAhWJxpAKHVWsDy0QFgguMAM&url=http%3A%2F%2Fwww.febnet.org.br%2Fba%2Ffile%2FCFN%2FArte.pdf&usg=AFQjCNEnxe3Xmi8XamFl4rUS739zE6Fd_g&bvm=bv.137132246,d.Y2I&cad=rja
https://joanadarc.wordpress.com/tag/deficit-de-atencao/
https://www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=4&ved=0ahUKEwii0Ma09orQAhWJxpAKHVWsDy0QFgguMAM&url=http%3A%2F%2Fwww.febnet.org.br%2Fba%2Ffile%2FCFN%2FArte.pdf&usg=AFQjCNEnxe3Xmi8XamFl4rUS739zE6Fd_g&bvm=bv.137132246,d.Y2I&cad=rja
https://joanadarc.wordpress.com/tag/deficit-de-atencao/
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