Estudando o Espiritismo

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terça-feira, 17 de abril de 2018

Casas ou Grupos? - Ermance

Do livro Laços de Afeto - Editora Dufaux

“Nos agregados pouco numerosos, todos se conhecem melhor e a  mais segurança quanto à  eficácia dos  elementos que para  eles entram. O silêncio e o recolhimento são mais fáceis e tudo se passa como em família.  As  grandes  assembléias  excluem  a  intimidade,  pela  variedade  dos  elementos de que se compõe; exigem sedes especiais, recursos pecuniários e  um aparelho administrativo desnecessários nos pequenos grupos.”  O LIVRO DOS MÉDIUNS — capítulo 29 


Feliz e inspirada a fala do educador excelente e magno codificador do Espiritismo, Allan Kardec. 
Casas ou  grupos? O que atende melhor aos anseios de crescimento e desenvolvimento das potencialidades para “ser”?
As Casas pedem regulamentos, paredes e esforço físico. Os grupos são criados por relações, vivências e esforço moral. As Casas abrigam-nos das intempéries materiais, enquanto os grupos são  recantos de estímulos contra as investidas dos reveses da alma. 
As Casas formalizam os movimentos para fora, enquanto os grupos consolidam elos essenciais voltados para os valores íntimos. 
As Casas têm chefes, os grupos têm líderes. 
As Casas são estáticas; os grupos, dinâmicos. 
As Casas são “dependências”; os grupos, autonomia. 
As Casas são o corpo; os grupos, sua alma. 
Casas priorizam a instituição; grupos laboram por mentalidades e ideias. 
Casas são submissas a normas; grupos são expressões de criatividade e responsabilidade, harmonia e cooperação. 
As Casas pedem hierarquia; os grupos apelam para a participação promocional. 
As Casas podem servir de troféus à vaidade pessoal, enquanto os grupos são fontes inesgotáveis de serviço coletivo contra as artimanhas do personalismo. 
As Casas reúnem pessoas, os grupos unem as pessoas. 
Nas Casas as pessoas encontram-se, nos grupos elas convivem. 
Nas Casas onde não encontramos grupos que se amam e respeitam pode­-se desenvolver os ambientes de frieza afetiva e menor valor à individualidade, conquanto possam prestar relevantes serviços à sociedade. 
O centro espírita, enquanto Casa, precisa reciclar seus paradigmas, contextualizar seus métodos, renovar sua forma de agir  e decidir, agilizar suas atividades para atendimento dos inumeráveis e surpreendentes desafios que ora solapam as vidas humanas com dores acerbas.
A renovação dessa mentalidade deve iniciar­se pela formação de equipes, os
grupos. 
Relembremos a origem da palavra grupo que vem de “gruppo”, do italiano, que significa “nó”. No caso, um nó entre seus membros. 
Entretanto, formar e manter os serviços de equipes é iniciativa que demanda preparo dos dirigentes. Estamos num momento de ausência de horizontes, de respostas, de soluções. Notam-­se os problemas, relacionam­-se os obstáculos, estudam­-se as causas de dificuldades, poucos, porém, conseguem trilhar  os caminhos na operacionalização de melhora e driblar os empeços. 
Precisamos ajudar os dirigentes a pensar, a encontrar essas respostas e soluções, ampliando­-lhes horizontes, auxiliando­lhes em assessoria mental e afetiva pela promoção de intercâmbios salutares e bem planejados para empreendermos uma “nova” atividade na Seara, visando o fortalecimento pela formação de uma “rede de apoios’, de “oficinas de ideias’. O conhecimento que capacita o homem para transformações nasce da reflexão. Aprendamos a pensar pelo estudo  vencendo o dogmatismo e a preguiça mental. Aprendamos a reinventar as informações que adquirimos transformando­-as em saber operante, dinamizador das mudanças necessárias em direção ao crescimento individual e grupal. 
O que faz uma oficina? Reparos, consertos, trocas de peças, regulagens, revisões. Nos dicionários humanos a palavra oficina significa: “Lugar onde se verificam grandes transformações”. Esse é o sentido que melhor se ajusta a nossos conceitos. Oficinas permanentes de ideias e intercâmbio tornam­se imprescindíveis nessa hora que passa, arregimentando “laboratórios de troca e reinvenção do agir”, fortalecendo as bases, estimulando os caminheiros, propondo metas, vencendo o marasmo em parcela considerável das Casas. 
Como formar uma equipe? Como mantê­la? Como superar suas lutas? Quais as prioridades da casa espírita? Como trabalhar o afeto no Centro? Como elaborar  e executar um planejamento? Como fazer uma avaliação? Podemos mudar tudo no Centro? Quais as macro­tendências atuais para os centros espíritas? Como motivar grupos? Quais tarefas cada grupamento tem condição de realizar? Como reestruturar um trabalho para a aquisição da qualidade? Por onde começar tudo?
Assim como mencionamos, na Parte 1ª dessa obra, que o Centro Espírita tem
importante papel social no desenvolvimento do afeto, não podemos deixar de frisar que muitos Centros não passam de Casas; em razão disso, precisam transmudar­-se em grupos para desempenhar semelhante missão. 
Daí insistirmos com veemência pela criação de laços afetivos entre os membros das organizações espíritas, entendendo que nessa medida teremos a salvaguarda para os demais investimentos. 
Mas então persiste a pergunta: Como trabalhar o afeto nas Casas?
Oficinas permanentes de ideias! Meditem! 

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