Estudando o Espiritismo

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domingo, 9 de abril de 2017

Saúde e doença à luz da Doutrina Espírita

Saúde e doença à luz da Doutrina Espírita

   A Organização Mundial de Saúde diz que:
- saúde é completo bem estar físico, mental e social;
- doença é a falta ou a perturbação desse estado.
   Sem desprezar nem contrariar as afirmativas da Ciência quanto aos fatores por ela conhecidos que asseguram a saúde ou levam à enfermidade, o Espiritismo levanta o aspecto espiritual da questão, trazendo esclarecimentos importantes a respeito, tais como:
1. A doença não acontece por acaso, ela tem uma origem espiritual.
   De fato, não podemos atribuir ao acaso a doença que nos atinja, pois não existe acaso no Universo, que é inteiramente regido por leis divinas, naturais, perfeitas e imutáveis.
   A origem espiritual da doença explica-se assim:
a) a ação insuficiente ou desequilibrada do espírito (do próprio enfermo ou por influência de outrem, como na obsessão) poderá prejudicar o perispírito, desarmonizando-o, deixando-o em carência vibratória;
b) como o perispírito influi sobre o corpo físico, com o qual está em íntima e constante relação, transmitirá a ele essa desarmonia ou carência vibratória;
c) o corpo, por sua vez, ficando prejudicado, apresentará a doença, ou permitirá a eclosão daquela que já trazia em estado potencial, ou não conseguirá evitar que se instale a que lhe vier do exterior.
   Portanto, ainda que não tenha causa evidente ou pareça ser somente um problema físico, a doença sempre tem, basicamente, uma origem espiritual, sendo que a causa poderá ter se dado na existência atual ou em encarnação anterior.
   Jesus afirmava haver relação espírito-corpo nas enfermidades quando, ao curar alguém, lhe dizia: "os teus pecados estão perdoados." Por "pecados" entendemos "desequilíbrios espirituais", cujos efeitos Jesus sanava.
   2. A doença guarda relação com o estado evolutivo do ser.
   É devido ao nosso atual estágio de evolução que:
a) nascemos na Terra, mundo em que a matéria é grosseira e há doenças. Ex.: gripe, catapora, etc.;
b) aproveitamos para reencarnar em determinada família em que a hereditariedade causa certa doença ou a ela predispõe, para ressarcir débitos (a não ser que tenhamos condições espirituais para superá-las, podendo nos tornar auxiliares de nossos familiares). Ex.: cegueira;
c) trazemos, em nosso perispírito, determinação ou predisposição para alguma doença, como consequência da ação espiritual por nós exercida em vidas anteriores. Ex: quem lesou o pulmão com o cigarro, estará predisposto a doenças relacionadas com o pulmão, como asma, bronquite, tuberculose, etc.;
d) habitamos obrigatoriamente determinado meio ambiente, que é favorável ou não a enfermidades;
e) sabemos ou não como cuidar do corpo, prevenir enfermidades, e a isso nos aplicamos ou não.
   Kardec: "As doenças fazem parte das provas e vicissitudes da vida terrena são inerentes à grosseria da nossa natureza material e à inferioridade do mundo que habitamos. As paixões e excessos de toda ordem semeiam em nós germens malsãos e às vezes hereditárias."
   É, ainda, conforme nossa evolução espiritual que:
a) exercemos efeitos fluídicos bons ou maus sobre o nosso perispírito, que repercutem no corpo físico;
b) atraímos bons espíritos, que nos influenciam com seus fluidos benéficos, ou espíritos maus, sofredores, de fluidos maléficos ou enfermiços.
   Para nós, espíritos encarnados na Terra, as doenças ainda continuarão a ser fato inevitável, porque inerentes ao nosso presente estado evolutivo, por enquanto necessárias ao nosso desenvolvimento intelecto-moral. O Espiritismo não só nos informa sobre a origem espiritual das doenças. Revela-nos, também, os meios espirituais de as prevenir, superar ou suportar.
   Quando é que a enfermidade tende a aparecer?
   Quando nos perturbamos ou desequilibramos física ou espiritualmente, de modo intenso e demorado (por nós mesmos ou sob influência alheia), pois com o desgaste fluídico ou a assimilação de fluidos maus (de outros ou do ambiente) a resistência natural é quebrada, ficando o organismo mais exposto à eclosão de enfermidade ou a contraí-las do exterior.

   "Sendo o perispírito dos encarnados de natureza idêntica à dos fluidos espirituais, ele os assimila com facilidade, como uma esponja se embebe de um líquido. Esses fluidos exercem sobre o perispírito uma ação tanto mais direta, quanto, por sua expansão e sua irradiação, o perispírito com eles se confunde."
   "Atuando esses fluidos sobre o perispírito, este, a seu turno, reage sobre o organismo material com que se acha em contato molecular. Se os eflúvios são de boa natureza, o corpo ressente uma impressão salutar; se são maus, a impressão é penosa. Se são permanentes e enérgicos, os eflúvios maus podem ocasionar desordens físicas; não é outra a causa de certas enfermidades." Allan Kardec

   Como evitar enfermidades
   Para nos prevenirmos espiritualmente das enfermidades, além de cuidar do corpo, cultivemos os bons pensamentos e sentimentos, e pratiquemos somente o bem e nunca o mal.
   Se, apesar de nossos cuidados, a enfermidade aparecer:
a) Encaremo-la como um alerta ou uma advertência quanto à nossa conduta atual, ou, como consequência do passado exigindo reajuste para voltarmos ao equilíbrio;
b) Não compliquemos mais a situação com tristeza e desânimo, revolta ou agressividade;
c) Busquemos na Medicina e nos recursos espirituais o alívio possível e, quem sabe, até mesmo a cura;
  ("Se Deus não houvesse querido que os sofrimentos corporais se dissipassem ou abrandassem em certos casos, não teria posto ao nosso alcance meios de cura.")
   ("A esse respeito, a sua solicitude, em conformidade com o instinto de conservação, indica que é dever nosso procurar esses meios e aplicá-los.")
   (". . . façamos o que de nós depende para melhorarmos as nossas condições atuais.")
d) Procuremos nos conscientizar quanto ao que causou a enfermidade e modifiquemos para melhor o nosso comportamento (a fim de evitar o prosseguimento do mal e sem instalação mais profunda); apliquemo-nos no bom emprego de nossas possibilidades de ação, apesar das limitações que a enfermidade nos imponha (a fim de compensar o desequilíbrio já causado, manter o equilíbrio nas áreas não comprometidas e adquirir merecimento para ser socorrido espiritualmente.
  ("Não peques mais, para que não te suceda algo pior." – Jesus)
      É possível curar pela ação fluídica?
   Sim, pois são de natureza fluídica tanto o perispírito como o corpo físico e o espírito pode agir sobre os fluidos.  É por ação fluídica que se dá a "cura espiritual", quer seja obtida por via mediúnica, ou através de passes, água fluidificada, irradiações ou, mesmo, de uma simples oração.
   "A oração da fé salvará o enfermo", diz Tiago (5:15) e Kardec explica:
   "A prece, que é um pensamento, quando fervorosa, ardente, feita com fé, produz o efeito de uma magnetização, não só chamando o concurso dos bons Espíritos, mas dirigindo ao doente uma salutar corrente fluídica."
   "Curai os enfermos", dizia Jesus aos discípulos (Mt 10:8), conclamando-os a fazer curar por ação fluídica.   Numerosos são, no Evangelho, os relatos sobre Jesus e seus apóstolos curando assim. Allan Kardec examina alguns deles no capítulo XV; de "A Gênese", mostrando que Jesus não fazia milagres, mas curava pela ação fluídica.
   O agente da cura pode ser um encarnado ou desencarnado pois todos os espíritos tem no seu próprio perispírito um reservatório de fluidos (bons ou maus) e os emanam podendo direcioná-los a outros seres.
Os fluidos bons podem servir como agente terapêutico.
   É muito comum a faculdade de curar por influência fluídica e pode desenvolver-se por meio do exercício.
Quem estiver saudável e equilibrado pode beneficiar fluidicamente os enfermos (com passes, irradiações, água fluidificada, etc.)
   Aprendendo e executando, desenvolverá seu potencial de ação sobre os fluidos.
   A mediunidade de cura, porém, bem mais rara, é espontânea e se caracteriza "pela energia e instantaneidade da ação."
   O médium de cura age "pelo simples contato, pela imposição das mãos, pelo olhar, por um gesto, mesmo sem o concurso de qualquer medicamento."
O poder curativo estará na razão direta:
1. da pureza dos fluidos produzidos (o que depende das qualidades morais, pureza das intenções, etc.)
2. da energia da vontade (o desejo ardente de ajudar provoca maior emissão fluídica e dá ao fluido maior força de penetração)
3. da ação do pensamento (dirigindo os fluidos na sua aplicação).
   Para que a cura se dê:
1. o fluido, como matéria terapêutica, tem de atingir a matéria orgânica a fim de repará-la;
2. a corrente fluídica pode ser dirigida para o local enfermo pela vontade do curador (que age como bomba calcante);
3. ou pode ser atraída pelo desejo ardente e confiança do enfermo (que age como bomba aspirante);
4. às vezes, é necessária a simultaneidade das duas ações e, doutras, basta uma só.
   A fé é uma força atrativa; quem não a possui, opõe à corrente fluídica uma força repulsiva ou, pelo menos de inércia, que paralisa ou dificulta a ação fluídica.
   Podemos entender, agora, porque Jesus, ao curar alguém, dizia: "Se tiverdes fé" ou "A tua fé te salvou."
   A ação fluídica cura qualquer doença?
   "Fundada em leis naturais", a faculdade de curar "tem limites traçados pelas mesmas." A ação fluídica pode: "dar sensibilidade a um órgão existente, fazer dissolver e desaparecer um obstáculo ao movimento e à percepção, cicatrizar uma ferida, porque então o fluido se torna um verdadeiro agente terapêutico; mas é evidente que não pode remediar a ausência ou a destruição de um órgão."
   "Há, pois, doenças fundamentalmente incuráveis, e seria ilusão crer que a mediunidade curadora vá livrar a humanidade de todas as suas enfermidades."
   Todas as pessoas podem ser curadas?
   É lícito buscar a cura. Mas não se pode exigi-la, porque dependerá:
a) das condições de atração e fixação dos fluidos curadores por quem os irá receber (fé, afinidade fluídica);
b) do merecimento ou necessidade espiritual do enfermo.
   Quando uma pessoa tem merecimento, ou sua existência precisa continuar, ou as tarefas a seu cargo exigem boa saúde, a cura poderá ocorrer em qualquer tempo e lugar e, até mesmo, sem intermediários (aparentemente, porque ajuda espiritual sempre terá havido). Mas, às vezes, o bem do doente está em continuar sofrendo aquela dor ou limitação que o reajusta e equilibra espiritualmente; então, pensamos que, nossa prece não foi ouvida; mas a prece sempre terá produzido algum benefício (alívio, conforto, calma, coragem).
   A doença é uma terapêutica da alma, dentro do mecanismo da evolução humana. É a filtragem, no corpo, dos efeitos prejudiciais dos desequilíbrios espirituais. Funciona, também, como processo que induz à reflexão e disciplina. Enquanto não produziu seus efeitos benéficos, não deve ser suprimida.
De todos os enfermos que o procuravam, Jesus curou somente aqueles em quem os efeitos purificadores da enfermidade já haviam atingido seu objetivo reequilibrante, ou aqueles que já apresentavam condições para receberem esse auxílio no corpo físico.
Diz Divaldo P.Franco: "Muitas vezes Jesus aplicou a terapia para diminuir as mazelas humanas, contudo, sempre dizendo aos recém curados: vai e não voltes a pecar . . . isto é, não se comprometa moral e emocionalmente, para que não lhe aconteça algo pior. Só existe doenças porque há doentes. No instante em que se renove interiormente, o indivíduo não terá mais doenças. Libertamo-nos de uma doença, sendo acometidos por outra, em virtude dos fenômenos cármicos, por nossas dívidas. O Espiritismo tem sido mais um consultório para atender corpos do que uma Doutrina de psicoterapia para libertar almas: não que isso seja negativo, mas não é fundamental. O médium curador é um indivíduo que possui uma energia típica podendo trabalhar nas células, fazendo com que a pessoa recupere o equilíbrio momentaneamente perdido. Poderá atuar no campo da degenerescência celular, contribuir na área psicológica, psiquiátrica, tendo como fundamento essencial trabalhar o ser como indivíduo integral, para, em se transformando, não ter necessidade de depurar-se através da dor e, ao contrário de sofrer, amar. As dívidas que tenha, resgatará pelo bem que realize e, não, pelas lágrimas que verta."

Referências bibliográficas:
Obras Básicas da Codificação Espírita – Allan Kardec (Gên/ESE/LE/LM);
Apostila no.6 de estudos do GEAK – Rudymara.

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