Histólise corporal e histogênese espiritual
Logo depois da morte do corpo físico, ocorre um fenômeno ainda desconhecido do homem comum, denominado histólise corporal, que é a putrefação e a decomposição dos restos mortais do desencarnado, assunto que precisa ser estudado com carinho, principalmente por aqueles que sabem que a morte virá de surpresa, numa ação devastadora de transformar os seres, porque esse é o seu papel diante da vida plena e estuante, devolvendo à natureza os recursos físicos que foram apanhados por empréstimo, para formar a nossa massa corporal.
Essa histólise corporal conta com a ajuda de bilhões e bilhões de vermes que se encontram no corpo físico em estado de letargia e que afloram tão logo ocorra o fenômeno morte, extinguindo a energia vital que mantinha o agrupamento celular e as prerrogativas de vida, numa ação fermentada nos músculos e no estômago, e uma ação reduzida no sistema nervo e circulatório.
O estudo sobre a histólise corporal é importante porque existem casos em que desencarnados presenciam a decomposição do próprio corpo físico, padecendo de sofrimentos horríveis em alguns tipos de morte, como por exemplo, os suicidas, criminosos de alta periculosidade, espíritos sensuais e perversos, vivendo momentos dolorosos depois da morte; ao contrário daqueles que pautam suas vidas na transparência e na bondade, ganhando com isso a libertação imediata do corpo somático.
Muitos desencarnados acompanham seus restos mortais até a sepultura, mas estão isentos de presenciar o que ocorre com o corpo físico como uma espécie de prêmio pelo cumprimento dos deveres e pelo relacionamento amistoso junto aos semelhantes. Nenhum espírito, por mais iluminado que seja, desaparece depois da morte como por encanto, mas permanece algum tempo junto aos membros da parentela familiar e amigos, numa espécie de gratidão e respeito pelo tempo em que conviveram juntos, plasmando as excelentes lembranças da vida diária.
O trauma provocado pela morte atinge a todos, mas a assimilação desse impacto dependerá sempre do grau evolutivo de cada um, e os espíritos imperfeitos, comprometidos e desinformados, sofrem mais do que aqueles que, de algum modo, conseguiram valores no campo da intelectualidade e da moralidade.
O segundo fenômeno que ocorre depois da morte é a histogênese espiritual, ou seja, a formação do corpo fluídico que será o novo instrumento de apresentação do espírito imortal, que o apóstolo Paulo tão bem caracterizou como sendo o corpo espiritual, que nada mais é do que perispírito desprendido dos restos mortais e que apresenta a forma humana.
O apóstolo Paulo afirma, em uma de suas cartas aos gentios, o seguinte: “Semeia-se corpo material e colhe-se corpo espiritual”. Mais a frente em seus escritos diz: “O corpo espiritual é o corpo da ressurreição”, deixando claro que toda vez que um corpo material desce à sepultura, surge outro, formado de fótons, mais sutil, mais etéreo, que é o perispírito ostentando a forma humana, com muito mais poder de atuação tanto no mundo espiritual como no mundo físico, desde que possa contar com o concurso de um sensitivo intermediário que chamamos de médium.
A formação do corpo espiritual depois da morte não é uma coisa fácil, e a maioria dos desencarnados ganha esse novo corpo por automatismo e não pela própria vontade mental ou mérito, o que certamente ocasiona dor, sofrimento, tristeza e mal-estar na nova moradia, e faz também com que muitos espíritos depois de mortos permaneçam nas redondezas da Terra, julgando-se vivos, com as mesmas necessidades físicas que tinham antes da morte, e vagam pelas regiões sombrias de locais denominados Umbral, Trevas ou Abismo, por tempo indeterminado até que, movidos pelo remorso e pelo arrependimento, possam ser resgatados por entidades bondosas que os acolhem em instituições de caridade no mundo astral.
No processo da histogênese espiritual, o perispírito se desmaterializa do corpo físico para se materializar logo em seguida no corpo espiritual, dando ao espírito imortal condições de continuar vivendo em novas faixas vibratórias do espaço, sem que ele perca sua individualidade ou o acervo de conhecimentos que adquiriu em sua jornada terrestre.
Quando a histogênese espiritual é realizada com o esforço do próprio espírito, ele fica em condições de se adaptar à vida espiritual com mais facilidade, condicionando-a às energias fluídicas que o envolvem, enchendo seu coração de alegria, paz e felicidade, sentindo-se forte e a par de sua nova situação; ao contrário daqueles que não conseguem, por motivos de comprometimento, falta de religiosidade ou desconhecimento das verdades eternas, passando longos períodos perdidos no espaço e no tempo, sem rumo e sem perspectivas de avanço no caminho da luz.
Do outro lado da vida, a moeda de troca são os nossos créditos juntos ao outros, ou seja, laços fraternos e de amizade que construímos através do relacionamento junto ao próximo e, principalmente, junto à nossa parentela.
Nenhum comentário:
Postar um comentário