Influência do Espiritismo no Progresso da Humanidade
Por Lindemberg Jackson Sousa de Castro
O Espiritismo é a nova ciência que vem revelar aos homens, por provas irrecusáveis, a existência e a natureza no mundo espiritual, e suas relações com o mundo corporal; ele no-lo mostra, não mais como uma coisa sobrenatural, mas, ao contrário, como uma das forças vivas e incessantemente ativas da Natureza, como a fonte de uma multidão de fenômenos incompreendidos, até então atirados, por essa razão, ao domínio do fantástico e do maravilhoso. É a essas relações que o Cristo faz alusão, em muitas circunstâncias, e é por isso que muitas coisas que ele disse permaneceram ininteligíveis ou foram falsamente interpretadas. O Espiritismo é a chave com a ajuda da qual tudo se explica com facilidade (O Evangelho Segundo o Espiritismo, Allan Kardec, cap. I, item 5).
Pelo o exposto acima percebe-se a finalidade e o alcance da Doutrina dos Espíritos, atingindo o aspecto científico dos fenômenos, mas, porém, vai mais longe, deduz desses fenômenos que estuda, as conseqüências morais para a Humanidade, e erra-se quem pensa serem os fenômenos o aspecto mais importante do Espiritismo, sua força é toda moral. Sobre isso, o filósofo José Herculano[1] Pires aponta: “O Espiritismo é uma doutrina que existe nos livros e precisa ser estudada. Trata-se, pois, não de fazer sessões, provocar fenômenos, procurar médiuns, mas de debruçar o pensamento sobre si mesmo, examinar a concepção espírita do mundo e reajustar a ela a conduta através da moral espírita”.
Segundo O Livro dos Espíritos, no item 799, os Espíritos Superiores deixam claro que o Espiritismo contribuirá para o progresso “destruindo o materialismo, que é uma chaga da sociedade, ele faz os homens compreenderem onde está o seu verdadeiro interesse. A vida futura, não estando mais velada pela dúvida, o homem compreenderá melhor que ele pode assegurar seu futuro pelo presente. Destruindo os preconceitos de seitas, de castas e de cor, ele ensina aos homens a grande solidariedade que deve uni-los como irmãos”,
Na história da Humanidade, vê-se claramente que as idéias não se espargem senão muito demoradamente, e verdades incontestáveis de outrora caíram por terra, e pensamentos considerados loucos hoje são a expressão da mais pura verdade; hoje o Espiritismo tem o seu lugar de respeito entre os conhecimentos humanos, embora todo um conjunto de preconceitos ainda existentes oriundos mais da ignorância do que do saber. Sobre a evolução das idéias, Allan Kardec[2] aludi: “As idéias não se transformam senão com o tempo, e jamais subitamente. Elas se enfraquecem de geração em geração e acabam por desaparecer, pouco a pouco, com aqueles que as professaram, e que são substituídos por outros indivíduos, imbuídos de novos princípios, como ocorre com as idéias políticas. (...) Ocorrerá o mesmo com o Espiritismo; ele fez muito progresso, mas haverá ainda, durante duas ou três gerações, um fermento de incredulidade que só o tempo dissipará”.
Pelo Espiritismo a Humanidade deve entrar numa fase nova, a do progresso moral, que é a sua conseqüência inevitável. Portanto, cessai de vos espantar da rapidez com a qual se propagam as idéias espíritas; a sua causa está na satisfação que elas proporcionam a todos os que as aprofundam, e que nelas vêem outra coisa que um fútil passatempo. Ora, como cada um quer a felicidade antes de tudo, não é de admirar que se interesse por uma idéia que o torna feliz (O Livro dos Espíritos, Allan Kardec, Conclusão, item V).
Segundo Allan Kardec[3], são três períodos que se apresentam da o desenvolvimento das idéias espíritas: “o primeiro é o da curiosidade provocada pela estranheza dos fenômenos que se produzem; o segundo, o do raciocínio e da filosofia, e o terceiro o da aplicação. O período da curiosidade passou. A curiosidade não tem senão um tempo e, uma vez satisfeita, muda de objeto para a um outro. O mesmo não sucede com aquele que recorre ao pensamento sério a ao julgamento. Começando o segundo período, o terceiro o seguirá inevitavelmente. O Espiritismo tem progredido, sobretudo, depois que foi melhor compreendido em sua essência íntima, depois que se lhe viu a importância, porque toca o ponto mais sensível do homem: o da sua felicidade, mesmo neste mundo. Nisso está a causa da sua propagação, o segredo da força que o fará triunfar”.
Não é o Espiritismo que cria a renovação social, é a madureza da humanidade que faz de tal renovação uma necessidade. Pela sua potência moralizadora, por suas tendências progressivas, pela amplitude de suas vistas, pela generalidade das questões que abraça, o Espiritismo, mais que qualquer outra doutrina, está apto a secundar o movimento regenerador; por isso mesmo são contemporâneos. Ele veio no momento que podia ser mais útil, pois também para ele os tempos são chegados; mais cedo, teria encontrado obstáculos insuperáveis; teria sucumbido inevitavelmente, pois que os homens, satisfeitos com o que tinham, não experimentavam ainda a necessidade do que ele traz (A Gênese, Allan Kardec, cap. XVIII, item 25).
Sobre o Espiritismo, Emmanuel[4] nos diz: “(...) O Espiritismo, na sua feição de Evangelho redivivo, pertence ao Cristo e seus prepostos, antes de qualquer esforço humano, precário e perecível. A necessidade imediata dos Arrais espiritistas é a do conhecimento a aplicação legítima do Evangelho, da parte de quantos militem nas suas fileiras, desejosos de luz e evolução. (...) Os fenômenos acordam o espírito adormecido pela carne, mas não fornecem as luzes interiores, somente conseguidas a custa de muito esforço e trabalho individual”.
A aceitação dos princípios espíritas não faz melhores as pessoas, em princípio. A melhoria do Espírito ficará patente quando, em decorrência do esforço individual, a pessoa implementar mudanças no comportamento, as quais garantirão uma verdadeira transformação moral. Neste sentido, os Espíritos Superiores[5] nos alertam: “Se o Espiritismo, conforme foi anunciado, tem que determinar a transformação da Humanidade, claro é que esse efeito ele só poderá produzir melhorando as massas, o que se verificará gradualmente, pouco a pouco, em conseqüência da aperfeiçoamento dos indivíduos. Que importa crer na existência dos Espíritos, se essa crença não faz aquele que a tem se torne melhor, mais benigno e indulgente para com os seus semelhantes, mais humilde e paciente na adversidade?”.
Emmanuel[6] nos diz ainda numa vez: “Combatendo os vícios e estimulando o desenvolvimento das virtudes, o Espiritismo oferece condições para influir no progresso da Humanidade”.
A crença no Espiritismo ajuda a melhorar-se fixando as idéias sobre certos pontos do futuro. Ela apressa o adiantamento dos indivíduos e das massas, porque permite conhecer o que seremos um dia; é um ponto de apoio, uma luz que nos guia. O Espiritismo ensina a suportar as provas com paciência e resignação. Ele desvia os atos que podem retardar a felicidade futura e é assim que contribui para a felicidade, mas não diz que sem isso não se pode alcançá-la (O Livro dos Espíritos, Allan Kardec, comentário ao item 982).
[1] Introdução à Filosofia Espírita, José Herculano Pires, Perfil da Filosofia Espírita.
[2] O Livro dos Espíritos, Allan Kardec, comentário ao item 798.
[3] O Livro dos Espíritos, Allan Kardec, Conclusão, item V.
[4] O Consolador, Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Emmanuel, item 218.
[5] O Livro dos Médiuns, Allan Kardec, item 350.
[6] Roteiro. Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Emmanuel, cap. 38 (Missão do Espiritismo).
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