Estudando o Espiritismo

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terça-feira, 14 de julho de 2015

Viver Compaixão



Recentemente, Dalai  Lama, monge e líder tibetano, esteve no Brasil fazendo palestras em vários lugares, tendo sido ouvido por milhares de pessoas. O conceito de espiritualidade, para ele, está relacionado, segundo suas próprias palavras, com as qualidades do espírito humano – tais como o amor e compaixão, paciência, tolerância, capacidade de perdoar, contentamento, noção de responsabilidade, noção de harmonia – que trazem felicidade tanto para a própria pessoa quanto para os outros.

Tal conceito não poderá ser refutado por nenhuma religião, filosofia ou qualquer outro tipo de segmento, já que encerra uma verdade em si mesma.

Dentre as qualidades acima citadas, todas são relevantes, mas, gostaria de dar destaque à compaixão, em razão da sua  importância e  necessidade de ser exercitada em nós.


Primeiramente, citaria uma definição de Hammed, autor espiritual de vários livros, recebidos através da psicografia, que diz assim: “Ter compaixão é possuir um entendimento maior das fragilidades humanas. Somos compassivos quando nos tornamos mais realistas, menos exigentes e mais flexíveis com as dificuldades alheias”. E diz ainda, “Compaixão é o desenvolvimento do sentimento de fraternidade que move o ser fraterno a ter uma noção ética com vistas à integração e à solidariedade entre as pessoas”.

A propósito dos acontecimentos de violência que temos presenciado, a situação geral do planeta, guerras, misérias e miseráveis, corruptos e corrompidos, certamente, a ausência de compaixão em nós, é um dos motivos de tantas mazelas e tristezas.

Ser compassivo é ser ativo. Pensar na dor do próximo como se sua fosse. Despojar-se  de todo sentimento de superioridade, tratando de igual para igual o ser necessitado, para que ele possa, com apoio e compreensão, livrar-se da situação aflitiva, sem nenhum constrangimento.

Porém, uma outra necessidade surge, que é aprender a sensibilizar-se e desenvolver o afeto que está latente em nós. Para Ermance Dufaux, “deveremos nos habituar a olhar o mundo, a natureza, os acontecimentos, as pessoas, sob uma ótica reflexiva, pelas vias da meditação, buscando sempre os “porquês” de tudo, ainda que, em princípio, não tenhamos condições de compreender com profundidade em nossas análises”.

A indiferença e a insensibilidade diante das dores alheias provocam o agravamento das relações humanas, banalizando acontecimentos extremamente graves.

Outro aspecto que merece atenção é a diferença entre ser compassivo e sentir dó ou pena. Enquanto a compaixão provém de um coração puro, solidário, compreensivo, o sentir dó ou pena implica uma atitude de arrogância, por se  acreditar que aquele que se encontra em aflição é inferior ou incapaz de sobreviver sem a nossa ajuda.

A compaixão se aplica em todas as situações, em todos os locais e não deve se restringir ao âmbito de nossas vidas privadas.

É claro que exercer a compaixão irrestritamente não é tarefa das mais fáceis, levando quase sempre a um exaurimento de forças, pois a exposição constante aos sofrimentos somada com a sensação de não ter seu esforço ou valor reconhecido, pode provocar sentimentos de impotência e até de desespero.

Porisso, lembremos mais uma vez, palavras de Jesus, “Bem-aventurados os aflitos, porque deles é o Reino de Deus “ e esse Reino certamente nos pertencerá quando nos tornarmos agentes da paz , da alegria, observadores dos  princípios éticos e morais que devem nortear a vida de todos nós, seres humanos.



Martha Triandafelides Capelotto – Divulgadora do Espiritismo.

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