O real sentido da Amizade
marcio_costa_150x150Na Evangelização do Grupo de Pais a monitora abre os trabalhos dizendo que o tema daquele dia seria a amizade. No pensamento comum dos presentes surgem breves lembranças daqueles que estão próximos. Marília relembra a amiga de infância que lhe acompanha até hoje. Gustavo mentaliza os colegas mais próximos com os quais divide algumas horas no final de semana. Augusto pensa em seu primo, como sendo o maior amigo desde a infância.
Mas para a surpresa de todos, Natália, a Evangelizadora, inicia o estudo colando na lousa e formando um círculo, palavras um pouco diferentes das vislumbradas por todos. Deixando o centro do quadro em aberto, ela insere os termos “os que te esquecem”, “os que te desprezam”, “os que te insultam”, “os que te atacam”, “o ladrão”, “o invejoso”, “o indiferente”, “o covarde”, “o censurador”, “o homicida” e pergunta: quais daqueles podem ser considerados nossos amigos.
Sem nenhuma, dúvida todos se mostram contraditórios aos conceitos apresentados sobre a amizade.
Então ela pergunta:
– Mesmo conhecendo todos os nossos defeitos mais íntimos, e mesmo sabendo da indiferença e até ódio que muitos alimentam por Ele, o que pensar da amizade que o Divino Mestre Jesus mantém conosco?
Então ela coloca o nome de Jesus no centro do círculo.
* * *
De acordo o Emmanuel, na pergunta de número 174 do livro O Consolador, psicografado por Francisco Cândido Xavier, a amizade sincera é um oásis de repouso em nossa caminhada evolutiva pelo plano terrestre.
Baseados nos sentimentos nobres que acompanham a verdadeira amizade, a alma encontra forças para continuar diante das lutas na vida. O amigo sincero é aquele que apoia, que está próximo, que auxilia, que compartilha, que entende, que se afiniza a nós, independente das condições em que nos encontramos.
O amigo verdadeiro é aquele que se torna um emissário de paz aos nossos corações mesmo que endurecidos, preenchendo-nos com a sensação de apoio, esclarecimento e amor em todos os momentos de nossas vidas.
No entanto, há uma sutil condição de transitoriedade no conceito da amizade, segundo o Espírito Emmanuel, no livro Religião dos Espíritos, também psicografado por Chico Xavier. Cada vez que avançamos na caminhada evolutiva, novos valores morais e intelectuais vislumbram à nossa frente. Diante da caminhada do progresso, passamos a enxergar maravilhas de sentimentos e entendimentos que alguns não percebem, mesmo ao nosso lado.
Dessa forma, amigos que antes estavam juntos, mas ainda se encontram míopes diante das luzes do progresso intelecto-moral, deixam de nos entender e se afastam. Alguns alegam diferenças de afinidades. Mas em verdade, optam, muitas vezes, por valores estagnados dos planos terrestres os quais não nos prendemos mais. Então, uma amizade de anos pode vir a se desfazer.
Isso ocorre em uma encarnação, mas também pode ser o resultado de várias passagens pelo plano terrestre.
Em épocas remotas podemos ter sido amigos de ladrões, de invejosos, de homicidas e com eles termos compartilhado e realizado os mesmos feitos. No decorrer das trocas de “roupa” carnal uns despertam para os verdadeiros valores e outros sucumbem. Aquele que hoje te aponta e te discrimina pode ser o amigo de ontem que não aceita, inconscientemente, a sua atual condição. Mas ainda se mantém próximo no entrelaçamento das sucessivas passagens pelo plano material.
Outro conceito de amizade está nos laços de família. Irmãos, pais, primos, dentre outros, podem revezar funções nas encarnações subsequentes. Um grande esposo, e, amigo de outras vidas pode vir a ser um amigo da família no qual se detém uma grande afinidade na atual vida. Ou seja, a amizade familiar pode ser de séculos.
Dos círculos de amizades e afinidade, surgem os Espíritos Protetores, os quais Kardec apresenta nas perguntas de número 489 em diante de O Livro dos Espíritos. Estes queridos amigos espirituais juntam-se a nós com a missão maravilhosa de nos amparar, consolar e nos guiar diante dos conflitos da vida. Tudo aquilo que muitos, encarnados, fazem pelos seus verdadeiros amigos.
Em todo este contexto, podemos perceber que os verdadeiros amigos são aqueles que aplicam a benevolência, a indulgência e o perdão pelo próximo. Na pergunta de número 886 de O Livro dos Espíritos, isto significa caridade!
Amigo é aquele que faz a caridade pelo próximo. Que é a luz de muitos que precisam de apoio. É aquele em quem podemos confiar. O amigo de hoje, será o irmão de luz no amanhã.
Voltando à Evangelização do Grupo de Pais, Jesus não poderia estar em outro lugar senão no centro de todas as amizades. Mesmo com todas as nossas faltas, continua sendo aquele que está ao nosso lado. O nosso verdadeiro amigo.
Se tivermos condições de representarmos para nossos amigos uma pequena parte do que Jesus é para conosco, já estaremos sendo amigos sinceros do próximo.
Procuremos difundir a amizade por onde passarmos e ajudar ao próximo a continuar a ser o amigo de sempre. Seguindo o exemplo do Guia e Modelo da humanidade entenderemos o verdadeiro conceito da palavra amigo.
“Jesus é o Divino Amigo da Humanidade” – Emmanuel.
Márcio Martins da Silva Costa
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