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Djalma Santos
Logo depois da morte, ocorrem muitos fenômenos ainda desconhecidos do homem terreno e que necessitam ser estudados com carinho, por todos aqueles que já têm a certeza de que a morte virá, de preferência de surpresa, atordoando pobres e ricos, nobres e plebeus, numa ação devastadora incansável de transformar, porque esse é o seu papel diante da natureza e da vida, cabendo à matéria-prima visualizada por ela, que somos nós, o esforço para compreendê-la e assimilá-la, através de um estudo sério, que inclui a parte física, científica e moral.
Educar-se para morrer é um imperativo biológico e espiritual que todo homem deveria entender; estudando minuciosamente as funções vitais do corpo físico, o único elemento a ser atingido pela morte; como também, o estudo sobre o perispírito e sobre o espírito imortal, que é na realidade, o organizador e mantenedor da roupagem física, seu instrumento de evolução no campo da matéria grosseira.
Momentos depois da morte física, ocorre o primeiro fenômeno intitulado “Histólise Corporal”, que é a putrefação e decomposição gradativa dos restos mortais que, destituído do princípio vital que o animava, perde as prerrogativas de vida, e todo o arcabouço celular se desfaz, através de uma ação fermentada nos músculos e no estômago, e uma ação reduzida no sistema nervoso e circulatório.
A “Histólise Corporal” conta também com os bilhões de vermes, que se encontravam em estado letárgico nas células do corpo físico, e que se afloram tão logo ocorre a morte, iniciando um processo voraz de destruição da matéria agregada para formar o aparelho fisiológico. É muito importante o estudo da “Histólise Corporal”, porque existem casos em que os desencarnados presenciam esse fenômeno, ocasionando sofrimentos terríveis para o espírito em desequilíbrio mental, que vê através da vista espiritual, o corpo físico ser consumido pelos vermes, pelo fogo, pela água e outros meios anormais de decomposição.
Isto nos leva a termos mais cuidados com o processo de “Cremação” de cadáveres, muito em moda sem que se obedeça algumas regras, ou mesmo sem o consentimento, em vida, do dono dos restos mortais a serem incinerados. Países do primeiro mundo, como os Estados Unidos, Inglaterra, Suíça e França, não só queimam os cadáveres, como também já existe um processo de transformar as cinzas dos mortos em joias, que os familiares utilizam no pescoço em forma de cordões e nos dedos em forma de anéis. Descobriram que as cinzas podem ser transformadas em diamantes, com um custo de milhares de dólares, só para se dizer que carrega nos dedos o próprio pai, ou no pescoço a própria mãe. Os corpos a serem incinerados devem esperar um tempo mínimo de 72 horas para que o perispírito possa se desagregar totalmente do corpo físico.
Os suicidas, criminosos de alta periculosidade ou sensuais ferrenhos podem vivenciar, depois da morte, a triste surpresa de acompanhar a decomposição do corpo físico; mas as pessoas que vivenciaram uma vida de trabalho, solidariedade e compartilhamento, dificilmente visualizam esses quadros deprimentes da vida espiritual. Grande parte dos desencarnados acompanham seus restos mortais até o cemitério e presenciam o próprio enterro, e somente os maldosos, cruéis, sensuais, corruptos, assassinos e ladrões sofrem com essa experiência após a morte.
Nenhum espírito, nem mesmo os iluminados, desaparece como por encanto depois da morte, e sim permanece por algum tempo, junto àqueles que lhes são caros, só se distanciando quando sentirem atraídos por novas aventuras no campo de espírito, que está só, mas acompanhado por amigos, membros da parentela familiar e principalmente pelo seu anjo da guarda. É importante lembrar que o impacto da morte atinge a todos sem exceção, respeitando é claro, o grau de conhecimento e evolução de cada um, assim como a capacidade de assimilar em curto espaço de tempo, o desequilíbrio provocado pela morte do corpo somático.
O segundo fenômeno que ocorre depois da morte é a “Histogênese Espiritual”, ou seja, a formação do “Corpo Espiritual”, o momento em que o perispírito se agrega fora do corpo físico, se transformando num corpo de fótons, num corpo de luz, apresentando a forma humana. Esse fenômeno não deveria ser desconhecido pelo homem, porque na Bíblia, nas Cartas de Paulo, ele diz aos Gentios que: Semeia-se corpo físico e colhe-se corpo espiritual, e o corpo espiritual é o corpo da ressurreição.
Paulo, o maior seguidor de Jesus de todos os tempos, deixa claro que depois da morte, vamos ressuscitar como aconteceu com Jesus, mas não com um corpo de carne como preveem muitas religiões, mas com um corpo de fótons, de luz, e o melhor, com a forma humana. Esse novo corpo do espírito imortal, que já se encontrava agregado ao corpo físico, será o novo instrumento do espírito imortal, nas novas dimensões do espaço infinito de Deus. É ainda através desse corpo fluídico que se processam as modalidades mediúnicas, desde que se possa contar com a presença de um sensitivo, que vulgarmente chamamos de médium.
A “Histólise Corporal” e “Histogênese Espiritual” processam-se automaticamente depois da morte, mas nem todos os espíritos passam por esse processo com naturalidade, porque nossas faltas diante da vida, leves, médias ou graves, influenciam a rapidez ou a demora nesses processos de transformação, e muitas vezes, alguns espíritos levam horas, dias, meses e até anos para completar com naturalidade esses processos de desorganização e organização depois da morte. Espíritos evoluídos, que pautaram suas vidas pela ética e convivência junto aos outros, realizam a desagregação das moléculas e a agregação em minutos, e muitos deles se manifestam mediunicamente logo após a morte. Herculano Pires, escritor, jornalista e palestrante espírita, deixou uma mensagem 15 minutos depois de sua morte, demonstrando estar totalmente lúcido depois de seu desencarne.
Quem consegue realizar com equilíbrio os dois fenômenos com naturalidade, se adapta com muita facilidade ao mundo espiritual, que em síntese é o mundo dos pensamentos, exigindo, portanto, uma mente forte, calcada no cumprimento dos deveres e ordenações humanas. O “Corpo Espiritual” ainda carrega consigo parte da matéria grosseira, sendo portanto diferente da energia que reveste o espírito imortal, e só com as reencarnações sucessivas e a iluminação gradativa é que o perispírito vai se rarefazendo, tornando-se etéreo e sutil, integrando depois de muito tempo a estrutura eletromagnética do espírito imortal, esse viajor da eternidade, esse nômade do espaço, esse andarilho do infinito de Deus.
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