Estudando o Espiritismo

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sexta-feira, 10 de abril de 2015

os agêneres

JOSÉ REIS CHAVES

Ainda no espiritismo os agêneres 

com as suas variantes congêneres


Por causa de dúvidas sobre os agêneres entre leitores desta coluna de O TEMPO, esclarecerei melhor esse assunto bíblico e espírita. E, de início, deixo claro que agênere é uma materialização palpável e longa de um espírito. A Igreja Católica, a Ortodoxa Oriental, as protestantes e as evangélicas não falam geralmente nesse assunto, talvez porque ele seja também espírita. Os docetistas, do início do cristianismo, achavam que Jesus fosse um agênere, isto é, que Ele tivesse um corpo apenas aparentemente carnal. Mas o evangelista João afirma que quem disser que Jesus não veio em carne, é do anticristo (1 João 4:2). Kardec segue o evangelista João.

Agênere vem do grego: "A" é não, e "geine" é gerar. Agênere é, pois, não gerado. Mas não no sentido de forma, e, sim, no de não ser gerado como o são os demais seres humanos. 

Com relação ao seu gênero, Kardec a empregou como substantivo masculino: "Un agénère" em francês. É que ela se refere ao ser humano. Guillon Ribeiro empregou-a no masculino. Daí que eu a estou usando também no masculino, embora os dicionários do Brasil e de Portugal a tragam no feminino ("O Espiritismo de A a Z", Organização de Geraldo Campetti, FEB, Brasília, 1997).

Na Bíblia, temos aparições de agêneres e materializações de espíritos. O anjo Rafael foi um agênere. Materializado, por longo tempo, acompanhou Tobias, filho de Tobias, em uma viagem (Bíblia Católica). Outro exemplo bíblico são as aparições ou materializações de Jesus, depois de sua morte, as quais equivalem à sua própria ressurreição, ou melhor, ressurreições, pois cada aparição de Jesus é uma ressurreição, um ressurgir ou uma manifestação de seu Espírito desencarnado materializado. A Bíblia fala que essas aparições ou ressurreições de Jesus aconteceriam só a partir do terceiro dia após sua morte, pois, às vezes, os espíritos dos mortos manifestam-se logo depois da morte, e até mesmo na hora da morte. Melquisedeque é mais um exemplo bíblico de agênere, o qual apareceu a Abraão. "Para o qual também Abraão separou o dízimo de tudo (primeiramente se interpreta rei de justiça, depois também é rei de Salém, ou seja, rei de paz. Sem pai sem mãe, sem genealogia; que não teve princípio de dias nem fim de existência, entretanto, feito semelhante ao Filho de Deus), permanece sacerdote perpetuamente" (Hebreus 7: 2-3).

Os agêneres e os espíritos materializados aparecem ora tateáveis, ora não tateáveis. A Maria Madalena, Jesus lhe pediu que não a tocasse. Já a Tomé, Ele aparece tateável, pedindo-lhe que tocasse seu ferimento, e constatasse que era Ele mesmo e não outro espírito qualquer. 

Esses fenômenos de materiali-zações e de agêneres são naturais e não sobrenaturais ou milagrosos. É, pois, superstição afirmar que eles são fenômenos milagrosos, com intervenção direta de Deus, só porque envolvem espíritos dos mortos. 

Aliás, os espíritos dos mortos continuam no seu mesmo grau de evolução moral e espiritual, ao voltarem para Deus (Eclesiastes 12:7), não virando, pois, santos, só porque se separaram dos seus corpos mortos que estão voltando ao pó nos cemitérios! 






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