O NASCIMENTO DE JOÃO BATISTA E O CÂNTICO DE ZACARIAS
Outro aspecto que gostaríamos de salientar é o que se relaciona ao nascimento de João Batista. Como já dito anteriormente, por ocasião da concepção do Precursor, Zacarias ficara mudo. Todos os ligados àquele casal, com certeza tomaram conhecimento do fato, estranhando o acontecido. Sucedeu que, no oitavo dia, foram circuncidar o menino, e queriam dar-lhe o nome de seu pai, Zacarias. Isabel, respondendo, disse que o nome do menino seria João. Todos admiraram e questionaram o porquê dá-lo o nome de João, se não havia ninguém da família com este nome. Resolveram, então, perguntar, por acenos, a Zacarias, que, escrevendo em uma tabuinha confirmou o nome de João, cumprindo à profecia do Anjo. Após este acontecimento, a boca de Zacarias se abriu e ele, cheio do Espírito Santo, profetizou:
“Bendito seja o Senhor, Deus de Israel, porque visitou e redimiu o seu povo; e nos suscitou plena e poderosa salvação na casa de Davi, seu servo, como prometera, desde antigüidade, por boca dos seus santos e profetas, para nos libertar dos nossos inimigos e da mão de todos os que nos odeiam; para usar de misericórdia com os nossos pais e lembrar-se da sua santa aliança, e do juramento que fez ao nosso pai Abraão, de conceder-nos que, livres da mão de inimigos, o adorássemos sem temor, em santidade e justiça perante ele, todos os nossos dias. Tu, menino, serás chamado profeta do Altíssimo, porque precederás o Senhor, preparando-lhe os caminhos para dar ao seu povo conhecimento da salvação, no redimi-lo dos seus pecados; graças à entranhável misericórdia de nosso Deus, pela qual nos visitará o sol nascente das alturas, para alumiar os que jazem nas trevas e na sombra da morte, e dirigir os nossos pés pelo caminho da paz.”
Aqui, faremos, novamente, uma breve pausa para alguns apontamentos. Zacarias não era profeta, embora tivesse conhecimento das profecias, portanto não podia ter tanta certeza de que aquele menino seria o Precursor, mesmo porque, se assim o fizesse, poderia colocar a perder a credibilidade a qual João deveria estar investido para a sua pregação e se percebermos a profundidade da fala de Zacarias, o alcance que elas deveriam atingir e a autoridade com elas foram proferidas, denotam, claramente, que elas não podiam ter saída da boca de um homem simples, embora sacerdote, mas que meses antes havia ficado em dúvida com o aviso do Anjo. Por isso, o Evangelista chama-nos a atenção ao dizer que Zacarias estava cheio do Espírito Santo, ou seja, possuído pelo Espírito Santo, quando fez a profecia que acabamos de ler. Este fato só ratifica o entendimento que temos sobre o Espírito Santo, que para nós, espírita, nada mais é do que a faculdade denominada de Mediunidade – L.E. faculdade mediúnica, que a todos é dada, por ocasião do nosso nascimento. Temos o canal de ligação entre os dois planos da vida, o Espiritual e o material, ou seja, a faculdade que possibilita o intercâmbio entre o encarnado e o desencarnado. O fato de Zacarias estar cheio do Espírito Santo, acreditamos que ele entrou em sintonia com os espíritos superiores, que normalmente estavam no local, por ocasião do advento, e foi por isso que Zacarias teve sua boca aberta e fez soar por ela informações a que ele não tinha conhecimento. Portanto, certamente Zacarias foi intuído pelos Espíritos Superiores, ali presentes, com a finalidade de informar que naquele momento várias profecias estariam sendo cumpridas, como a de Malaquias, registradas em Ml 3.1: “Vou mandar o meu Mensageiro para preparar o meu caminho. E, imediatamente, virá ao seu templo o Senhor o que vós buscais, o anjo da aliança que desejais.” E que todos deveriam ver em João aquele que viria abrir as veredas para a chegada do Messias, tão esperado pelos Judeus.
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