O necessário e o supérfluo
Apresentamos nesta edição o tema no 48 do Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita, que está sendo aqui apresentado semanalmente, de acordo com programa elaborado pela Federação Espírita Brasileira, estruturado em seis módulos e 147 temas.
Se o leitor utilizar este programa para estudo em grupo, sugerimos que as questões propostas sejam debatidas livremente antes da leitura do texto que a elas se segue. Se destinado somente a uso por parte do leitor, pedimos que o interessado tente inicialmente responder às questões e só depois leia o texto referido. As respostas correspondentes às questões apresentadas encontram-se no final da lição.
Questões para debate
1. Ao estabelecer para o homem a necessidade de viver, Deus concedeu-lhe também os meios para suprir essa necessidade?
2. A superfície da Terra é suficiente para assegurar a alimentação dos mais de 6 bilhões de criaturas que aqui vivem? E se a população terrena continuar a crescer, haverá alimentos para todos?
3. Existe um limite entre o necessário e o supérfluo?
4. O gosto pelo supérfluo é prejudicial ao homem ou isto não tem qualquer importância?
5. O que é realmente necessário ao ser humano? E o que lhe é supérfluo?
Texto para leitura
Só o necessário é útil; o supérfluo nunca o é
1. Todos temos que concorrer para o cumprimento dos desígnios da Providência. Eis por que, como já vimos anteriormente, Deus nos deu a necessidade de viver, porquanto a vida é essencial ao aperfeiçoamento dos seres.
2. Ao lado da necessidade de viver, Deus concedeu-nos também os meios para suprir essa necessidade, razão pela qual faz com que a Terra produza o suficiente para proporcionar o necessário aos que a habitam, porque só o necessário é útil. O supérfluo nunca o é.
3. Em suas experiências evolutivas, os homens passam, no entanto, por privações e situações difíceis, em que lhes falta até mesmo o essencial à sobrevivência. Mas essa situação extrema geralmente ocorre por pura imprevidência das pessoas.
4. A Terra, ensinam os Espíritos superiores, produziria sempre o necessário, se o homem soubesse contentar-se com o necessário. Se o que ela produz não lhe basta a todas as necessidades, é porque ele emprega no supérfluo recursos que poderiam ser aplicados na obtenção do necessário.
Imprevidente não é a Natureza, mas o homem
5. O árabe que vive no deserto, lembram os instrutores espirituais, encontra sempre uma maneira de viver naquele ambiente inóspito porque não cria para si necessidades fictícias. Ora, desperdiçando a metade dos recursos na satisfação de fantasias, que motivos tem o homem para se espantar de nada encontrar nos dias de penúria? Então, imprevidente não é a Natureza, mas o ser humano, que não sabe, em muitas ocasiões, regrar o seu viver.
6. Se é certo que a civilização multiplica as necessidades do indivíduo, também é certo que multiplica as fontes de trabalho e os meios de viver. A desgraça provém, para muitos, do fato de haverem enveredado por uma senda diferente da que a Natureza lhes traçou.
7. Há para todos lugar ao Sol, com a condição de que cada pessoa ocupe o seu e não o lugar dos outros. A Natureza não pode ser responsabilizada pelos defeitos da organização social nem pelas conseqüências da ambição e do amor-próprio.
8. Vários são os meios empregados pelo homem para preservar ou ampliar o seu bem-estar. Nesse sentido o progresso da Humanidade tem sido notável. Graças aos louváveis esforços que a filantropia e a ciência, juntas, têm feito para melhorar a condição material dos homens e malgrado o crescimento incessante da população da Terra, a insuficiência da produção se acha atenuada, e os anos às vezes calamitosos do presente não se podem, de modo algum, comparar com os de outrora.
O gosto pelo supérfluo prejudica o indivíduo
9. Nada tem de absoluto o limite entre o necessário e o supérfluo, porque a Civilização criou necessidades que o selvagem desconhece. Tudo é, pois, relativo, cabendo à razão regrar as coisas.
10. O gosto pelo supérfluo é prejudicial ao homem. Os desregramentos que provoca fazem com que a natureza animal tenha nele preponderância sobre sua natureza espiritual. Ademais, o atrativo dos bens materiais funciona também como prova para o Espírito que passa pela experiência reencarnatória.
11. Para bem se conduzir na esfera carnal, o homem precisa conhecer o limite entre o necessário e o supérfluo. Há pessoas que requerem seguidas experiências e grande esforço para adquirir esse conhecimento. Outras o têm por intuição, resultado das conquistas efetivadas em vidas pregressas.
12. O que é preciso entender, a tal respeito, é que o limite entre o necessário e o supérfluo não é exato nem absoluto, mas, sim, relativo às condições de vida proporcionadas pelos avanços da Civilização, que criam novas necessidades.
Os artigos de luxo não são necessários, mas supérfluos
13. Pode-se dizer, contudo, que são essenciais ao homem todos os bens de relevância para a sua sobrevivência, para que desfrutem de relativo conforto e possam participar da vivência social.
14. São supérfluos todos os bens que servem a outras finalidades, tais como o luxo e a satisfação do orgulho, bem como os que, acumulados e improdutivos nas mãos de poucos, fazem falta a muitos.
15. Cabe aos indivíduos e às instituições governamentais ou privadas desenvolver esforços no sentido de estender a todos, sem exceção, os benefícios decorrentes da melhoria do padrão de vida humano, originados dos progressos da Civilização, de modo a atenuar as desigualdades sociais.
16. Para garantir o cumprimento dessa tarefa, assegurando o bem-estar a todas as pessoas, são necessários investimentos nos setores de saúde, alimentação, habitação, acesso aos meios de comunicação e, em especial, educação, compreendida esta em seu sentido mais amplo de formação intelectual, social, moral e espiritual do ser.
Respostas às questões propostas
1. Ao estabelecer para o homem a necessidade de viver, Deus concedeu-lhe também os meios para suprir essa necessidade? R.: Sim. Deus concedeu ao homem os meios para suprir suas necessidades, razão pela qual faz com que a Terra produza o suficiente para proporcionar o necessário aos que a habitam, porque só o necessário é útil; o supérfluo nunca o é.
2. A superfície da Terra é suficiente para assegurar a alimentação dos mais de 6 bilhões de criaturas que aqui vivem? E se a população terrena continuar a crescer, haverá alimentos para todos? R.: Em suas experiências evolutivas, os homens passam por privações e situações difíceis, em que lhes falta até mesmo o essencial à sobrevivência. Mas essa situação extrema geralmente ocorre por pura imprevidência das pessoas. A Terra, ensinam os Espíritos superiores, produzirá sempre o necessário se o homem souber contentar-se com o necessário. Se o que ela produz não lhe basta a todas as necessidades, é porque ele emprega no supérfluo recursos que poderiam ser aplicados na obtenção do necessário.
3. Existe um limite entre o necessário e o supérfluo? R.: Nada tem de absoluto o limite entre o necessário e o supérfluo, porque a Civilização criou necessidades que o selvagem desconhece. Tudo é, pois, relativo, cabendo à razão regrar as coisas.
4. O gosto pelo supérfluo é prejudicial ao homem ou isto não tem qualquer importância? R.: O gosto pelo supérfluo é prejudicial ao homem e os desregramentos que provoca fazem com que a natureza animal tenha nele preponderância sobre sua natureza espiritual. Ademais, o atrativo dos bens materiais funciona como prova para o Espírito que passa pela experiência reencarnatória.
5. O que é realmente necessário ao ser humano? E o que lhe é supérfluo? R.: Como foi dito, o limite entre o necessário e o supérfluo não é exato nem absoluto, mas sim relativo às condições de vida proporcionadas pelos avanços da Civilização, que criam novas necessidades. Pode-se, porém, dizer que são essenciais ao homem todos os bens de relevância para a sua sobrevivência, para que desfrutem de relativo conforto e possam participar da vivência social. E supérfluos todos os bens que servem a outras finalidades, tais como o luxo e a satisfação do orgulho, bem como os que, acumulados e improdutivos nas mãos de poucos, fazem falta a muitos.
Bibliografia:
O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec, itens 703, 704, 705, 707 e 717.
Ver mais:
http://www.cura.metafisica.nom.br/esde/prog3/piiiunid7sub2.pdf
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