Estudando o Espiritismo

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sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Correntes Invisíveis

Quando eu era criança me encantavam os circos, e do que eu mais gostava eram os animais. Também a mim, como a outras pessoas, como fiquei sabendo mais tarde, chamava atenção o elefante.
Durante o espetáculo, o enorme animal fazia demonstrações de peso, tamanho e força descomunais ... Mas depois de sua atuação e até um segundo antes de entrar em cena, o elefante permanecia preso, quieto, contido somente por uma corrente que aprisionava uma de suas patas a uma pequena estaca cravada no solo.
Sem dúvida alguma a estaca era só um pedaço de madeira, apenas enterrado alguns centímetros na terra.
E, ainda que a corrente fosse grossa e poderosa, me parecia óbvio que esse animal, capaz de arrancar uma árvore com sua própria força, poderia, com facilidade, arrancar a estaca e fugir.O mistério é evidente! O que o mantém, então? Por que não foge?
Quando eu tinha cinco ou seis anos, eu todavia confiava na sabedoria dos adultos.Perguntei então a algum professor, ou a algum padre, ou a algum tio, sobre o mistério do elefante.
Algum deles me explicara que o elefante não escapava porque estava amestrado. Fiz então a pergunta óbvia: - Se está amestrado, por que o prendem? Não recordo haver recebido nenhuma resposta coerente! Com o tempo, esqueci do mistério do elefante e da estaca ... Somente recordava quando me encontrava com outros que também se haviam feito a mesma pergunta. Há alguns anos descobri que, por sorte minha, alguém havia sido bastante sábio para encontrar a resposta:
"O ELEFANTE DO CIRCO NÃO ESCAPA PORQUE TEM PERMANECIDO ATADO À ESTACA DESDE MUITO, MUITO PEQUENO".
Fechei os olhos e imaginei o pequeno recém-nascido sujeito à estaca. Tenho certeza que, naquele momento, o elefantezinho puxou, forçou, tratando de soltar-se. E, apesar de todo o esforço, não o pôde fazer. A estaca era certamente muito forte para ele. Juraria que dormiu esgotado e que no dia seguinte voltou a tentar, e também no outro que se seguia ...
Até que um dia, um terrível dia para sua história, o animal aceitou sua impotência e se resignou a seu destino. O elefante enorme e poderoso que vemos no circo não escapa porque crê, realmente, o pobre, que não pode. Ele tem o registro e a recordação de sua impotência, daquela impotência que sentiu pouco depois de nascer...
E o pior é que jamais voltou a questionar seriamente esse registro. Jamais... jamais voltou a colocar à prova sua força outra vez ... Vivemos crendo que um montão de coisas "não podemos". Simplesmente porque, alguma vez, quando éramos crianças, tentamos e não conseguimos.Fazemos, então, como o elefante: gravamos em nossa memória: "Não posso... Não posso e nunca poderei..."!
Crescemos carregando essa mensagem, que impusemos a nós mesmos e nunca mais voltamos a tentar. Quando muito, de vez em quando sentimos as correntes, fazemos soar o seu ruído, ou olhamos com o canto dos olhos a estaca e confirmamos o estigma: "Não posso e nunca poderei!". A única maneira de tentar de novo é colocando muita coragem em nosso coração!
Tente... e... veja o que você poderá fazer e conseguir!!!
(Anônimo)

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