ESTUDANDO A PAZ
Emmanuel
Muita gente escuta referência à paz, acalentando a volúpia da grande preguiça.
E semelhantes ouvintes, desavisados e inconseqüentes, mentalizando alegria e
consolação, imaginam fortunas fáceis e aposentadorias rendosas, heranças
polpudas e gratificações vitalícias.
Aspirando, porém, o conforto da lesma, esquecem-se de que toda ociosidade
quase sempre é calmaria da podridão.
Lembrando a palavra do Senhor nos ensinamentos do monte, assinalamos que
todos os corações pacíficos, associados ao seu ministério de redenção, em verdade,
não conheceram a imobilidade na Terra.
Os companheiros diretos da Boa Nova, após testemunhos dilacerante de fé,
expiraram em postes de martírio ou lapidados na praça pública entre zombaria e
sarcasmo da multidão. E muitos daqueles mesmos que ouviram do Mestre a
promessa de felicidade para o fim do trabalho rude partiram da Terra, sob
escabrosas perseguições, sem contar que Ele próprio, o Cristo de Deus, depois de
sacrifícios ingentes a benefício de todos, foi içado no madeiro, sem qualquer nota
de tranqüilidade exterior a asserenar-lhe a morte.
Não te esqueças, desse modo, de que a paz verdadeira verte da ação constante
no Bem Eterno, sem reclamação e sem amargura, porque à feição do grande
equilíbrio que mora no imo da esfera em movimento a sustentar o trabalho ou a
vida, a paz brilhará no recesso de nossas almas sempre que nós consagremos a
exaltar e servir à Benção do Amor de Deus.