Estudando o Espiritismo

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sexta-feira, 20 de julho de 2018

Alteridade - Fórum

Textos retirados do Forum Espírita, nesta página:

http://www.forumespirita.net/fe/o-evangelho-segundo-o-espiritismo/o-que-significa-alteridade/#.W1Io69JKhPY

Alteridade é um termo que vem sendo cada vez mais utilizado não apenas nos meios espíritas, e seu significado reflete uma nova mentalidade, aquela que irá vigorar na civilização que deverá transformar a terra num mundo de regeneração, porque se refere à aceitação das diferenças; também significa a não-indiferença, o aprender com os diferentes, o amar e acolher o outro, aceitando e respeitando as suas diferenças.
   É uma palavra que representa, em sua profundidade, as leis cósmicas de convívio entre os seres.
   A pessoa que a vivencia passa a ser mais fraterna em todos os sentidos, deixando de criticar, julgar, agredir, excluir, desprezar ...
   Quanto aos relacionamentos nos meios espíritas, segundo as palavras de Bezerra: "A diversidade é uma realidade irremovível da Seara e seria utopia e inexperiência tratá-la como joio. Imprescindível propalar a idéia do ecumenismo afetivo entre os seareiros, para que a cultura da alteridade seja disseminada e praticada no respeito incondicional a todos os segmentos".

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Alteridade é um termo que foi cunhado pela Antropologia. Vem do radical alter, ou seja, "o outro". E esse termo foi aplicado no intuito de defender as sociedades primitivas (indígenas) que foram quase todas dizimadas pelo "homem branco", "civilizado".

Hoje, a palavra alteridade ganhou novos sentidos e interpretações, sendo estendido o seu significado para outras áreas.

Com relação a nós aqui, alteridade significa respeitar a opinião do outro e não impor a nossa verdade pessoal, como se ela fosse universal, como muitos pretendem aqui.

Alteridade é uma coisa que raramente encontramos entre grupos e pessoas fundamentalistas, seja na ciência, na religião ou em grupos de debates.

Esse tema seu é muito importante porque ele nos traz uma reflexão: por que queremos impor ao outro o nosso modo de pensar?? É nesse contexto que surgem muitas dissidências e até embates acalorados.

"Discordar", não concordar, divergir, opinar diferente é um direito de todos.

Já o não reconhecimento da alteridade significa nos colocar em uma posição em que nós supostamente estaríamos certos e, o outro errado.

Não existe nenhuma verdade! pois a partir do momento em que a pessoa disser "a verdade existe", e passar com isso, a descrevê-la minuciosamente, já estará falando da sua verdade, e não da VERDADE.

"Eu sou a verdade, o caminho e a vida. Ninguém vai ao Pai senão por mim" (Jesus)

Veja que, a verdade, seria apreender e praticar os ensinamentos de Jesus. Mas no momento em que se começa a teorizar sobre ela, já se começa a construir uma verdade idiossincrática, ou seja, que diz respeito apenas a um conjunto de opiniões pessoais de um indivíduo.

Uma vez, perguntaram a Che Guevara: "Che, fale-nos algo sobre a revolução", e ele respondeu: "Eu prefiro fazê-la, do que falar sobre ela". Com a verdade é a mesma coisa.

Nesse contexto, a alteridade é mais importante do que a "verdade",

Um abraço,

Renato

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alteridade
al.te.ri.da.de
sf (lat alter+dade) Estado ou qualidade do que é outro, distinto, diferente.

Logo, e como diz o Renatão, ganhou outro sentido ou sentido diverso por extensão diria.
Em nosso meio alteridade significa que mesmo discordando deve um respeitar ao pensamento do outro.
E é o que não se vê quando muitas técnicas escamoteadas fazem com que as vezes quem preste mais atenção aos meandros dos textos, veja um que discorde, "educadamente" dizendo gatos e lagartos do outro...
Abraços,
Moura

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O discurso antropológico sobre a alteridade é como se fosse uma poderosa metralhadora ("metralhadora cheia de raiva", uma paródia a "metralhadora cheia de mágoas" do Cazuza) contra o discurso oficial da ciência sobre a "cultura ocidental" e sobretudo em relação aos padres e seu papel como "civilizadores" dos povos "atrasados".

Isso já rendeu combates ferrenhos no seio da academia. Vejamos isto: quando um pajé de uma tribo prepara um líquido mágico a partir de uma planta venenosa, e aplica em uma pessoa para curar uma doença, ou, em caso alternativo, para matar alguém, a concepção que se tem da cura, é que, ela foi obtida pelas orações que se fizeram durante o seu preparo, e não porque a planta é venenosa.

Qual o papel da santa e científica ciência nesse contexto?? ----> é "explicar" isso ao pajé da tribo: "não, seu ignorante, o que mata a pessoa é o veneno da planta, e não as orações que são feitas durante o seu preparo". Mais ou menos isso.

E, em que momento o antropólogo se encontra com a razão?? Ora, se o "conhecimento científico" das sociedades primitivas fosse falso, logo eles teriam se auto-exterminado.

Em outras palavras, para a Antropologia do Conhecimento, o conhecimento científico da civilização moderna (nós) é apenas um entre outros. Ele não é o conhecimento, é um conhecimento.

É conhecido também, esse tipo de postura dos civilizados ante os "selvagens", como etnocentrismo, ou seja, a cultura ocidental moderna seria a única forma de expressão simbólica válida, e não somente isso, seria superior e a única detentora da "verdade".

Isso rendeu um quebra-pau na academia durante longas décadas, e só não continuou porque dizimaram todas as sociedades primitivas.

Bom, diante do exposto acima, cabe concluir que a alteridade pode sim, ser utilizada no contexto antropológico, pois será que já não existe aquele tipo de fanatismo espírita que corre lá dizer que "Allan Kardec antecipou, pelos Espíritos, verdades que a ciência só iria comprovar posteriormente??" (Sérgio Thiesen e outros).

Nesse sentido, os próprios Espíritos Superiores seriam "etnocêntricos" e passariam ao largo da alteridade quando dizem que "o vosso mundo é o mundo das sensações, o verdadeiro mundo é o mundo espírita".

Bom, é fácil dizer isso quando se está desencarnado...

Pois então, alteridade para nós muda um pouco: não se trata de doutrinar uma suposta "cultura espírita" inserida dentro do movimento espírita.

Não não... trata-se sim :D do contrário o Moura não estaria a combater o espiritolismo hehehheee

Moura, Moura, cadê a alteridade?? ;D

Nesse contexto do discurso antropológico da alteridade, o discurso espírita ocupa o primeiro lugar, quando se trata de não levar em conta a alteridade.


Esse post meu pode ter complicado as coisas,  mas é só para mostrar - para algum alter que estiver lendo esse texto - que o Espiritismo realmente "aceita tudo o que a ciência  comprova". O Espiritismo é profundamente etnocêntrico quando se trata de dizer que nós somos um povo mais adiantado em relação aos indígenas. Defender o discurso espírta numa aula de Antropologia  é o mesmo que se tornar inimigo de todos, e num programa de Mestrado e Doutorado, é pedir para ser banido do programa ;D


O Espiritismo surge um pouco antes da Teoria da Evolução (OLE em 1857 e Origin of Species em 1859. Apesar do  conceito evolução ser diverso em ambos, o discurso etnocêntrico se encontra presente tanto em Kardec quanto em Darwin. Mas, não vamos mexer nesse vespeiro não, se é que eu já não cutuquei ele...



Pois é...

Fui....


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Mas, voltando, a alteridade no meio espírita é simplesmente saber conviver com as diferenças. Mas isto é complicado, porque sempre haverá aqueles que apontam o corrompimento da pureza doutrinária pelos espíritas que sofreram influência das tradições católicas dentro do Movimento Espírita (Na verdade eles não têm culpa disso).

E, como se irá recriminar as pessoas que querem alertar sobre isso, quando na verdade elas estão corretas??

Ainda assim, temos que "agir com certa alteridade".

Eu diria que, nesse fórum, o grande problema da "falta de alteridade" é entre espíritas e espiritualistas.

Mas agora está tudo bem: depois que se abriu o Estudo do Mês com o "homem de bem" (ali há alteridade), os espiritualistas debandaram (infelizmente, porque a gente aprende com eles também).

E para não me delongar muito: a falta de alteridade no movimento espírita se deve á falta de estudo das Obras Básicas, e também devido às já citadas influências católicas dentro do ME (Movimento Espírita).

Alteridade: temos que saber conviver com as diferenças, é isso.

Um abraço,

Renato


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