Estudando o Espiritismo

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domingo, 10 de julho de 2016

Por que ser indulgente?


por Fabiola

in.dul.gên.cia

sf (lat indulgentia) 1 Qualidade de indulgente. 2 Clemência. 3Condescendência, tolerância. 4 Teol Remissão total ou parcial das penas relativas aos pecados. 5 Perdão. I. plenária:absolvição plena das penas temporais. (Michaelis – Moderno Dicionário da Língua Portuguesa)

Não devemos combater fogo com fogo. Jesus nos aconselhou a perdoar sempre. Este fato não se dá sem propósito plausível. Existe uma justificativa muito maior por trás deste ensinamento de desprendimento e de condescendência para as atitudes alheias.

Em primeiro lugar, não devemos fazer aos outros aquilo que não gostaríamos que nos fosse feito. Se não gostamos de ser agredidos ou prejudicados, aqueles que cometem esses atos para conosco também não gostarão de receber uma retribuição no mesmo nível. Portanto, sendo agredido e agredindo, nos tornamos parte de um mecanismo vicioso de dor e sofrimento. O ódio instalado no coração é o amargo veneno que nos sufoca as aspirações mais nobres e nos nivela àqueles que nos agrediram. Haverá sempre, neste ciclo vicioso, alguém querendo se vingar da agressão recebida, sem pensar se fora justa ou não. O ódio faz cegar a razão e o instinto surge como que a proteger-nos das atitudes externas. Faz-se então uma união entre instinto e pensamento direcionado, aliando-se a agressividade aos planos de revide, geradores estes de sofrimentos dos mais atrozes não somente aos agressores e “vítimas”, como também à todos indivíduos indiretamente envolvidos.

A indulgência é uma característica das almas enobrecidas, daqueles indivíduos que já adquiriram conhecimentos intelecto-morais suficientes para discernir e concluir que qualquer ação de revide às ofensas ou às críticas se tornará o fermento que fará crescer o mal que fora gerado. Ela possui o mesmo efeito da água atirada ao fogo. Tem o dom de suavizar e de anular as atitudes e ações maléficas, não dando campo para que elas se propaguem.

Ser indulgente é demonstrar conhecimento das leis morais e de sua aplicabilidade. Ser indulgente é ser portador da compreensão das limitações do próximo e não estimular o seu lado negativo. Muito pelo contrário, a indulgência se torna o exemplo da reta e digna conduta que devemos ter nas mais variadas circunstâncias em que estivermos envolvidos.

Indulgência e perdão é a mesma coisa?

Só perdoa aquele que um dia se achou prejudicado ou se ofendeu com as atitudes alheias. Quando somos indulgentes, não chegamos a guardar nenhum rancor ou mágoa, consequentemente, não teremos nada a perdoar, pois nosso coração não registrou nenhuma “queixa” contra nosso semelhante.

Quais os benefícios de ser indulgente?

Primeiramente, ser indulgente é demonstrar superioridade moral e exercitar a caridade. Aquele que é indulgente compreende as limitações do semelhante e não se revolta, muito pelo contrário. Com suas atitudes, serve de exemplo de comportamento a todos que o testemunham.

O maior benefício que a indulgência fornece é a paz de espírito e a manutenção da harmonia.

Se eu tenho “estopim curto”, como posso praticar a indulgência?

Primeiramente fazendo a caridade para si mesmo. Somos ainda seres “doentes” e necessitamos de tratamento constante. As agressões externas servem para estimular nosso sistema de defesa, que vai se aperfeiçoando gradativamente, criando “anti-corpos” que nos imunizarão de futuras enfermidades psíquicas. Melhor explicando, nos atritos que sofremos no dia-a-dia, aprendemos como nos comportar e a reagir condignamente a cada ação externa. Se reagirmos mal, iremos agravar o quadro, mas se reagirmos corretamente, aprenderemos na prática o comportamento correto a ser adotado em determinada circunstância, que será colocado em prática toda vez que tal situação se repetir. Aqueles que ainda têm o “estopim curto” sofrerão com o retorno de suas ações prematuras até o ponto que certificarão a necessidade de retificar seu procedimento e melhorar-se intimamente. Quando isso ocorrer será sinal que a lição fora assimilada.

Tecer comentários sobre a vida alheia é falta de indulgência?

Completamente. Ainda somos muito orgulhosos para analisarmos primeiramente nossas ações e pensamentos antes de nos mirarmos nas atitudes alheias. Se voltássemos o olhar para dentro de nós, veríamos que existe material “deteriorado” suficiente para nos ocuparmos por longo tempo e não o teríamos para olhar os procedimentos de nossos semelhantes.

O que a falta de indulgência pode ocasionar?

Inimizades, dores e sofrimentos. Ao criticarmos o semelhante ou revidarmos, movemos as energias mais pesadas que existam dentro de nós e a despejamos. Toda ação contrária a bondade e ao amor gera sofrimento. Ser indulgente é ser sábio e benevolente. A sua falta ocasiona conflitos que poderiam ser facilmente evitados e gera desajustes que somente o “remédio homeopático” do tempo e da dor poderá curar.

Sendo indulgentes teremos a paz de consciência tão sonhada?

Em partes sim. Mas não basta apenas esse exercício. É necessário também o exercício do amor através da caridade, da benevolência, da fraternidade e do trabalho. Devemos ser perfeitos em nossas atitudes e produtivos em nossas ações para que a nossa consciência esteja afinada com os desígnios maiores com que fomos criados.

(Colaboração: Valdenir).

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