Estudando o Espiritismo

Observe os links ao lado. Eles podem ter artigos com o mesmo tema que você está pesquisando.

domingo, 17 de julho de 2016

CRIANÇAS NO ALÉM

ESTUDANDO OS PREFÁCIOS DE EMMANUEL

CRIANÇAS NO ALÉM

ANOTAÇÃO/PREFÁCIO

Por que a desencarnação de crianças, vidas taladas em flor?
Muitos problemas, observados exclusivamente do lado físico, assemelham-se a enigmas de solução impraticável; entretanto, examinados do ponto de vista da imortalidade e do burilamento progressivo da alma, reconhecer-se-á que o espírito em evolução pode solicitar conscientemente certas experiências ou ser induzido a elas em benefício próprio.
***
Nas realidades terrestres, é comum a vinculação temporária de alguém a determinado serviço por tempo previamente considerado.
Há quem renasça em limitado campo de ação para trabalho uniforme em decênios de presença pessoal, e há quem se transfira dessa ou daquela tarefa para outra, no curso da existência, despendendo, para isso, quotas marcadas de tempo. Encontramos amigos que efetuam longos cursos de formação profissional em lugares distantes do recanto em que nasceram, e outros que se afastam, a prazo curto, da paisagem que lhes é própria, buscando as especializações de que se observam necessitados. E depois dos empreendimentos concluídos, através de viagens que variam de tipo, segundo as escolhas que façam, ei-los de regresso aos locais de trabalho em cuja estruturação se situam.
Esta é a imagem a que recorremos para que a desencarnação de crianças seja compreendida, no Plano Físico, em termos de Imortalidade e reencarnação.
***
Marcos é o companheiro em readaptação na Vida Maior, após haver deixado o corpo de menino num acidente de trânsito.
Ainda a sentir-se criança, no degrau evolutivo em que se acha, escreve aos pais, de modo comovedor, trazendo notícias dele mesmo e dos irmãos que se lhe associaram à prova.
A palavra simples e eloquente do garoto amigo, a identificar-se quanto possível, para reconforto dos entes queridos, aqui se encontra, demonstrando que, além da morte do corpo, o espírito prossegue atendendo aos condicionamentos indispensáveis à conquista da evolução que não dá saltos.
***
Marcos – menino continuará Marcos – menino, por algum tempo, na Espiritualidade, qual acontece ao espírito, mesmo quando procede de Altos Cimos da Vida Superior, ao retornar à Terra para certos fins, sempre compelido a passar pela estação da infância.
Mas, muito acima de nossas modestas argumentações, o que vale neste livro é o consolo iluminado de esperança que resuma destas páginas, não somente para os genitores do comunicante, mas também para aqueles outros pais e mães do mundo que perderam filhos amados no alvorecer da existência.
Marcos, o suave mensageiro, deixa claro que a vida prossegue no Mais Além; que novas áreas de assistência se descerram depois da experiência física, em auxílio dos pequeninos carentes de instrução e ternura; que os laços afetivos não desaparecem e que Deus concede filhos aos pais humanos, não a fim de separá-los para sempre, e sim para que, na vida ou além da morte, haja entre eles a bênção da união eterna com a luz perene do amor.
EMMANUEL
Uberaba, 3 de outubro de 1976.

Os comentários de Emmanuel neste prefácio nos fazem lembrar Allan Kardec em “O Livro dos Espíritos”:

DESTINO DAS CRIANÇAS DEPOIS DA MORTE

197 – O Espírito de uma criança, morta em tenra idade, é tão avançado como o de um adulto?
- Algumas vezes muito mais, porque pode ter vivido mais e adquirido maior soma de experiência, sobretudo se progrediu.

- O Espírito de uma criança pode, assim, ser mais adiantado do que o do seu pai?
- Isto é muito frequente; vós mesmos não vedes isso muitas vezes na Terra?

199 – Por que a vida, frequentemente, é interrompida na infância?
- A duração da vida de uma criança pode ser, para o Espírito que está nela encarnado, o complemento de uma existência interrompida antes do seu tempo marcado, e sua morte, no mais das vezes, é uma prova ou uma expiação para os pais.

Na apresentação do livro, Caio Ramacciotti anotou:

“A mensagem do pequeno Marcos foi psicografada por Francisco Cândido Xavier no dia 12 de dezembro de 1975, 10 meses após o seu falecimento.
Marcos Hideo Hayashi, com 12 anos, e os irmãos João Batista Hayashi, 11 anos, e Sheila Tieko Hayashi, com 7 anos, desencarnaram no dia 9 de fevereiro do ano passado, em acidente na Via Anhanguera, próximo a Perus onde residiam. Eram os únicos filhos de Ukuru Hayashi e de D. Elite Diogo de Oliveira Hayashi.”

Para concluirmos estas nossas anotações, observemos algumas frases da carta do menino Marcos, inserida neste terno volume:

Minha querida Mamãe, meu querido Papai.
Estou obedecendo ao meu avô Joaquim, que me trouxe para escrever.
Peço para que me abençoem.
Querida Mamãe, a senhora pede notícias e rogou tanto, mas tanto, perante as orações, que me vejo aqui para trazer a esperança ao seu coração e fortalecer em meu pai a confiança na vida.
Não sei como fazer isso direito: escrever falando o que se passa.

Meu avô está me auxiliando, mas, por dentro de mim, estou como quem traz o pensamento tropeçando na vontade de chorar.
É preciso ser forte e ser homem para receber um compromisso desses.
***
Papai sempre nos ensinou que devemos ser valorosos com a luz da coragem na frente de nossos passos, mas é tanta dor para vencer, querida Mamãe, que eu não tenho forças para remover a situação.
Meu avô diz que não devo procurar desculpas e sim tomar o assunto sem mais demora.
Por isso, quero dizer a você, Mãezinha, para confiar em Deus e na vida.
***
Rogo a vocês para não se deixarem dominar pelo sofrimento, embora este conselho deva ser ditado para mim mesmo.
***
Estamos assim como num telefone direto, em que o fio do lápis vai formando as minhas palavras, sem que eu possa receber as palavras de meus pais queridos ao mesmo tempo.
***
Sei tudo o que tem acontecido.
Sei, Mãezinha, que a senhora está sendo considerada uma pessoa em perturbação mental.
Mas, nós entendemos daqui as suas aflições.
Três filhos esmagados quase ao chegarem em casa...
E a nossa separação de repente.
Isso transtornaria o cérebro de um gigante, quanto mais os nossos corações sempre ligados pelo carinho.
***
Desde que acordei aqui, ouço os seus gritos do coração: suas palavras que não são faladas, suas preces de aflição no silêncio e suas lágrimas que aí na Terra ninguém vê... (...) Mas posso dizer agora que tudo melhorará, quando melhorarem na paciência e na confiança.
***
Estamos num parque de crianças que vieram para cá apressadamente.
Temos tratamentos, exercícios, lições e muito carinho.
***
Muitos meninos já crescidos ajudam os menores e são auxiliares de enfermeiras queridas que nos amparam, como sendo filhos do coração.
***
Tudo o que foi nosso – de nós três – dê a outras crianças em nosso nome. (...)
Peça energias para nós nas preces do seu carinho de sempre.
Mamãe, as lágrimas são forças de Deus em nossa vida, e, por isso, nenhum de nós está livre de chorar, mas as nossas lágrimas devem ser orações – orações de gratidão e amor, paz e fé.
***
Um dia estaremos todos juntos, mas não deseje vir para cá como quem força a entrada de uma casa desconhecida.
***

Pouco a pouco, entenderemos as razões de tudo o que sucedeu.
Rogamos para que a ninguém seja atribuída qualquer culpa pelo acidente.
O veículo poderia estar sendo guiado por nós.
Ninguém cria problemas de trânsito por vontade própria, como no caso em que nos vimos.
Mamãe, queremos a paz, a paz de todos.
Não se queixem.
Vamos cultivar a saudade na igreja do amor ao próximo.
***
Temos tantos irmãos, nas calçadas e nas ruas, pedindo auxílio!
Sejam eles filhos também de seu coração.
***
Não posso continuar.
Mamãe, abençoe os filhos que somos nós aqui, sem você, mas contando sempre com a senhora para ficar mais fortes.
Deus nos auxiliará.
Hoje tenho mais fé.
Em nome dos irmãos e em meu nome, deixo a vocês, em casa, o nosso beijo de respeito e de amor.
E recebam, com o abraço do avô Joaquim, todo o coração do filho, sempre filho reconhecido.
MARCOS
Uberaba, 12 de dezembro de 1975.

Crianças no Além, GEEM – Francisco Cândido Xavier/Caio Ramacciotti/Espírito de Marcos

____________________________________________

Cezar Carneiro
Uberaba, 17 de julho de 2016.

Nenhum comentário:

Postar um comentário