Estudando o Espiritismo

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domingo, 31 de julho de 2016

Compreensão

https://pt.wikipedia.org/wiki/Compreens%C3%A3o

http://www.sinonimos.com.br/compreensao/

https://www.ufrgs.br/bioetica/compreen.htm

http://www.portaldafamilia.org/artigos/virt011.shtml

http://ijusp.org.br/artigos/digressoes-acerca-da-ideia-da-compreensao/

http://www.aulete.com.br/compreens%C3%A3o

http://www.projeto.unisinos.br/humanismo/etica/eticacompreensao.pdf

http://www.calendarr.com/brasil/dia-da-compreensao-mundial/

http://www.hottopos.com/mirand4/suplem4/acompree.htm

http://guiadoestudante.abril.com.br/blogs/dicas-estudo/2015/03/13/veja-4-tecnicas-para-virar-um-especialista-em-interpretacao-de-texto/

http://pensador.uol.com.br/frases_sobre_compreensao/

http://casperlibero.edu.br/wp-content/uploads/2015/12/RESENHA-Mayra.pdf

http://dicasdiariasdeportugues.com.br/a-diferenca-entre-compreensao-e-interpretacao-de-textos/

http://www.teoriadacomplexidade.com.br/textos/textosdiversos/SeteSaberes-EdgarMorin.pdf

TIPOS DE CASAMENTO

TIPOS DE CASAMENTO



CLASSIFICAÇAO DOS CASAMENTOS        
Acidentais, Provacionais, Sacrificiais, Afins (afinidade superior) e  Transcendentes.
Acidentais-Encontro de almas inferiorizadas, por efeito de atração momentânea, sem qualquer ascendente espiritual.
Provacionais-Reencontro de almas, para reajustes necessários à evolução de ambos.
Sacrificiais: Reencontro de alma iluminada com alma inferiorizada, com o objetivo de redimi-la.
Afins: Reencontro de corações amigos, para consolidação de afetos.
Transcendentes: Almas engrandecidas no Bem e que se buscam para realizações imortais.
Evidentemente, o matrimônio, sagrado em suas origens, tem reunido no mesmo teto os mais variados tipos evolutivos, o que vem demonstrar que a união, na Terra, funciona, às vezes como meio de consolidação de laços de pura afinidade espiritual, e, noutros casos, em sua maioria, como instrumento de reajuste.
Em sua maioria, porém, os lares são cadinhos purificadores, onde, sob o calor de rudes provas e dolorosos testemunhos, Espíritos frágeis caminham, vagarosamente, na direção do Mais Alto.
Nos casamentos acidentais teremos aquelas pessoas que, defrontando-se um dia, se veem, se conhecem, se aproximam, surgindo, dai, o enlace acidental, sem qualquer ascendente espiritual.
Funcionou, apenas, o livre arbítrio, uma vez que por ele construímos cotidianamente o nosso destino.
Num mundo como o nosso tais casamentos são comuns.
Nem laços de simpatia, nem de desagrado.
Simplesmente almas que se encontraram, na confluência do caminho, e que, perante as leis humanas, uniram apenas os corpos.
Esses casamentos podem determinar o inicio de futuros encontros, noutras reencarnações.
Quanto aos provacionais, em que duas almas se reencontram em processo de reajustamento, necessário ao crescimento espiritual, esses são os mais frequentes.
A maioria dos casamentos obedece, sem nenhuma dúvida, a esse alvo.
Por isso existem tantos lares onde reina a desarmonia, onde impera a desconfiança, onde os conflitos morais se transformam, tantas vezes, em dolorosas tragédias.
Deus uniu-os, através das leis do Mundo, a fim de que, pelo convívio diário, a Lei Maior, da fraternidade, fosse por eles exercida nas lutas comuns.
A compreensão evangélica, a boa vontade, a tolerância e a humildade são virtudes que funcionam à maneira de suaves amortecedores.
O Espiritismo, pela soma de conhecimentos que espalha, tem sido meio eficiente para que muitos lares, construídos na base da provação, se reajustem e se consolidem, dando, assim, os primeiros passos na direção do Infinito Bem.
O Espírita esclarecido sabe que somente ele pagará as suas próprias dívidas.
Nenhum amigo espiritual modificará o curso das leis divinas, embora lhe seja possível estender os braços generosos aos que se curvam ante o peso de duras provas, entre as quatro silenciosas paredes de um lar.
O espírita esclarecido, homem ou mulher, aprende a renunciar, a benefício de sua paz e do seu reajuste.
E o faz, ainda, porque tem a inabalável certeza de que, se fugir hoje ao resgate, voltará, amanhã, na companhia daquele ou daquela de quem procura, agora, afastar-se.
A humildade, especialmente, tem um poder extraordinário de harmonização dos lares, convertendo-os, dentro da relatividade que assinala todas as manifestações da vida humana, em legítimos santuários onde o destino dos filhos possa plasmar-se nas exemplificações edificantes.

Os casamentos sacrificiais:
Esses reúnem almas possuidoras de virtude e sentimentos opostos.
É uma alma esclarecida, ou iluminada, que se propõe ajudar a que se atrasou na jornada ascensional.
Como a própria palavra indica, é casamento de sacrifício, para um dos cônjuges.

Não há regra para isso. Temos visto senhoras delicadíssimas, ternas e virtuosas, que se casam com homens ásperos e grosseiros, de sentimentos abjetos, do mesmo modo que existem homens, que são verdadeiras joias de bondade e compreensão, consorciados com mulheres de sentimentos inferiorizados.
Quem ama não pode ser feliz se deixou na retaguarda, torturado e sofrendo, o objeto de sua afeição.
Volta, então, e, na qualidade de esposo ou esposa, recebe o viajor retardado, a fim de, com o seu carinho e com a sua luz, estimular-lhe a caminhada.
É o vanguardeiro, compassivo, que renuncia aos júbilos cabíveis ao vencedor, e retorna à retaguarda de sofrimento para ajudar e servir.
O casamento sacrificial é em resumo, aquele em que um dos cônjuges  se caracteriza pela elevação espiritual, e o outro pela condição evolutiva deficitária. O mais elevado concorda sempre em amparar o desajustado.
Assim sendo, a mulher ou o homem que escolhe companhia menos elevada deve (levar a cruz ao calvário), como se diz geralmente, porque, sem dúvida, se comprometeu na Espiritualidade a ser o cirineu de todas as horas.
O recuo, no caso, seria deserção a compromisso assumido.

Mais uma vez se evidencia o valor do Evangelho nos lares, como em toda parte, funcionando à maneira de estimulante da harmonia e construtor do entendimento.

Os casamentos denominados afins, no sentido superior, são os que reúnem almas esclarecidas e que muito se amam.

São espíritos que, pelo matrimônio, no doce reduto do lar consolidam velhos laços de afeição.
Os casamentos transcendentes.
São constituídos por almas engrandecidas no amor fraterno e que se reencontram, no plano físico, para as grandes realizações de interesse geral.

A vida desses casais encerra uma finalidade superior.
O ideal do Bem lhes enche as horas e os minutos.
Todos nós passamos, ou passaremos ainda, segundo for o caso, por toda essa sequência de casamentos: acidentais, provacionais e sacrificiais, até alcançarmos no futuro, sob o sol de um novo dia, a condição de construirmos um lar terreno na base do idealismo transcendental ou da afinidade superior.
Enquanto não atingirmos tal situação, o Senhor, pelo seu Evangelho, irá enchendo de paz a nossa vida. E o espiritismo, abençoada Doutrina, repletará os nossos dias das mais sacrossantas esperanças…

ESTUDANDO A MEDUINIDADE – MARTINS PERALVA

Casamento Homoafetivo

http://www.rcespiritismo.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=1380:a-ciencia-e-os-espiritos&catid=34:artigos&Itemid=54

ESIRITISMO NO CASAMENTO

ESIRITISMO NO CASAMENTO

Sem entendimento e respeito, conciliação e afinidade espiritual, torna-se difícil o êxito no casamento.

Todos os pretendentes à união conjugal carecem de estudar as circunstâncias do ajuste esponsalício antes do consórcio, para isso existindo o período natural do noivado. Aspecto deveras importante para ser analisado será sempre o da crença religiosa.

Efetivamente, se a religião idêntica no casal contribui bastante para a estabilidade do matrimônio, a diversidade dos pontos de vista não é um fator proibitivo da paz da família. Mas se aparecem rixas no lar, oriunda do choque de opiniões religiosas diferentes, a responsabilidade é claramente debitada aos esposos que se escolheram um ao outro.

A tendência comum de um cônjuge é a de levar o outro a pensar e agir como ele próprio, o que nem sempre é viável e nem pode ocorrer. Eis por que não lhes cabe violentar situações e sentimentos, manejando imposições recíprocas, mormente no sentido de se arrastarem a determinada crença religiosa.

Deve partir do cônjuge de fé sincera a iniciativa de patentear a qualidade das suas convicções, em casa, pelo convite silencioso a elas, através do exemplo.

Não será por meio de discussões, censuras ou pilhérias em torno de assuntos religiosos que se evidenciará algum dia a excelência de uma doutrina.

Ao invés de murmurações estéreis, urge dar provas de espiritualidade superior, repetidas no dia-a-dia. Em lugar de conceitos extremados nas prédicas fatigantes, vale mais a exposição da crença pela melhoria da conduta, positivando-se quão pior seria qualquer criatura sem o apoio da religião.

Para os espíritas jamais será construtivo constranger alguém a ler certas obras, freqüentar determinadas reuniões ou aceitar critérios especiais em matéria doutrinária.

Quem deseje modificar a crença do companheiro ou companheira, comece a modificar a si mesmo, na vivência da abnegação pura, do serviço, da compreensão, do bom-senso prático, salientando aos olhos do outro ou da outra a capacidade de renovação dos princípios que abraça.

O cônjuge é a pessoa mais indicada para revelar as virtudes de uma crença ao outro cônjuge.

Um simples ato de bondade, no recinto do lar, tem mais força persuasiva que uma dezena de pregações num templo onde a criatura comparece contrariada.

Uma única prova de sacrifício entre duas pessoas que se defrontam, no convívio diário, surge mais eficaz como agente de ensino que uma vintena de livros impostos para leituras forçadas.

Em resumo, depende do cônjuge fazer a sua religião atrativa e estimulante para o outro, ao contrário de mostrá-la fastidiosa ou incômoda.

Nos testemunhos de cada instante, no culto vivo do Evangelho em casa e na lealdade à própria fé, persista de cada qual nas boas obras, porque, ante demonstrações vivas de amor, cessam quaisquer azedumes da discórdia e todas as resistências da incompreensão.

André Luiz
Título original: "O Espiritismo e os Cônjuges"
Do livro "Estude e Viva" c/Emmanuel
Frâncico Cândido Xavier.

Casamento

Casamento

João Batista Armani

O ser humano é uma criatura sociável que necessita do convívio com outros seres para desenvolver-se e por em prática os ensinamentos adquiridos numa permuta constante de experiências, e isso é feito em sociedade. A sociedade como a conhecemos é composta de várias outras sociedades menores que são as famílias. Uma sociedade sadia só existe com famílias sadias. E as famílias principiam no casamento.

O resultado natural do amor entre pessoas de sexos diferentes é o casamento, quando se tem por meta o relacionamento sexual e afetivo, geradores da família e do companheirismo.

No princípio da relação afetiva o amor-paixão é muito forte suplantando os demais. À medida que o tempo passa, vai perdendo a sua força embora permaneça. É quando surge então o amor-companheirismo, aquele amor que se alegra com a alegria do outro, que fica feliz com a felicidade do outro, onde nos sentimos bem em privar da sua presença, é quando fazemos o bem sem esperarmos retribuição. No futuro, restará apenas o amor-companheirismo que se chamará então Amor Universal.

O casamento representa um alto estágio de evolução do ser, quando se reveste de respeito e consideração pelo cônjuge, firmando-se na fidelidade e nos compromissos da camaradagem, independente do tempo de duração deste casamento.

Para o espiritismo o casamento se concretiza pelo compromisso moral dos cônjuges e é assumido perante o altar da consciência no Templo do Universo. Naturalmente, o casamento civil é um dever a ser cumprido pelos espíritas, porque legitima a união perante as leis vigentes, que asseguram ao homem e à mulher direitos e deveres.

Casar é tarefa para todos os dias, porquanto somente da comunhão espiritual gradativa e profunda é que surgirá a integração dos cônjuges.

Allan Kardec já compreendia que a família era um importante reduto para o aprimoramento dos seres, pois reúne ali o ambiente propício para o aconchego, refúgio, ensinamentos básicos para a vida e tantos outros... Questiona então o Espírito da Verdade na pergunta 697 em o Livro dos Espíritos: “Está na lei da Natureza, ou somente na lei humana, a indissolubilidade absoluta do casamento? É uma lei humana muito contrária à da Natureza. Mas os homens podem modificar suas leis; só as da Natureza são imutáveis.”

Poder-se-ia dizer então que o espiritismo não é contrário às separações, mas avançando nas pesquisas, em o ESE Cap. 22, item 3, Jesus disse “Não separeis os homens na terra o que Deus uniu nos céus”. A primeira vista parece que uma afirmativa é contrária a outra.

Deus une os seres na sua forma mais pura, ou seja pelo sentimento - de coração para coração - a esta união ninguém deve interferir, por ciúmes ou inveja. Quando vemos um casal feliz, desejamos para nós aquela felicidade, e isso é natural. Então para conseguir isso, acreditamos que necessitamos nos relacionar com aquela pessoa. Assim desejamos para nosso cônjuge uma daquelas pessoas. A harmonia existe porque aquelas almas se completam, qualquer uma delas com outra pessoa, a harmonia já não seria a mesma, e a felicidade teria uma intensidade menor. Precisamos entender que para termos a felicidade semelhante a outro casal, não é necessário destruirmos a união do casal, mas tão somente atingir o mesmo nível de harmonização.

Àquele casal que já não acalenta mais sentimentos um pelo outro, manter este convívio em casos extremos, pode acarretar males maiores, a separação verdadeira já ocorreu em seus sentimentos, a separação de corpos não será mais que uma oficialização para a sociedade.

Na visão Espírita o Casamento pode ser entendido conforme qualificação a seguir:

Casual – Primeiro encontro de duas criaturas. Dessa espécie de casamento tem o casal conseguido levar uma satisfatória relação conjugal. Outros casais não se adaptando e não suportando as desavenças, separam-se. Sem dúvida em próxima vida terrena, reencontram-se para uma reconciliação.

Provatório - Reencontro de espíritos de diferentes graus de adiantamento espiritual, que no passado desentenderam-se, por isso, voltam a encarnar para superar as provas a que forem submetidos, e progredirem.

Expiatório - Em vidas anteriores marido e mulher erraram muito. Reencarnam em novo lar, para corrigir os erros co­metidos. E um casamento de resgate.

Sacrificial - União de um espírito um tanto evoluído com outro menos evoluído com o fim de auxiliá-lo a progredir.

Afins - Espíritos evoluídos com sentimentos elevados, que se amam verdadeiramente. Corações afetuosos, juntos com objetivos supremos para, aliados adiantarem-se espiritualmente.

Não sabemos em qual categoria nos achamos, mas não existe o acaso, ninguém se acha sob o mesmo teto por mera casualidade.

“Deus permite, nas famílias, encarnações de espíritos antipáticos ou estranhos com o duplo fim de servir de prova a uns e de avanço aos outros. Os bons tem campo de trabalho. Os maus se melhoram pouco a pouco com os cuidados que recebem; seu caráter se modifica, os hábitos se melhoram, as antipatias desaparecem.

Enquanto, marido e mulher não forem “curados” moralmente, as discórdias conjugais reinarão soberanas, os espíritos trevosos facilmente atuarão com perversidade, separando casais, prejudicando os filhos já desorientados e mal educados.

Há a propósito, a história daquele fazendeiro que dizia viver um casamento muito feliz, opinião que certamente não era compartilhada por sua esposa, porquanto ele era um impenitente e truculento machista. Dizia ele é tudo uma questão de começar bem:

Quando casamos, após a festança, montei no meu cavalo, botei minha mulher na garupa e partimos em lua-de-mel faceiros.

Em dado momento o animal tropeçou e eu disse: - Primeira vez.

Continuamos. Mais algumas centenas de metros e o cavalo voltou a tropeçar.

Segunda vez - disse eu.

Pouco depois, o mesmo problema.

Terceira vez.

Ato contínuo, desmontei juntamente com minha mulher, passei a mão na espingarda e dei um tiro na cabeça do animal, matando-o.

Ela ficou perplexa. O que é isso?! Matar o pobre cavalo, apenas porque tropeçou três vezes! Você é um desalmado, um criminoso!...

Enquanto ela extravasava sua indignação eu a olhava muito sério, no fundo de seus olhos. Então, falei forte:

Primeira vez! E nunca mais tivemos problemas com discussões.

O Espiritismo tem uma grande contribuição em favor da estabilidade matrimonial, mostrando-nos que, a par dos imperativos da Natureza, defrontamo-nos, no casamento, com o desafio da convivência, que faz parte de nosso aprendizado como espíritos eternos.

Além da eliminação das “arestas” produzidas pela nossa própria inferioridade, a vida em família é, também, um ponto de referência que nos ajuda a manter o contato com a realidade. As pessoas de nosso convívio apontam nossas falhas, ajudando-nos a corrigirmos os desvios de conduta.

Só o amor-paixão, o amor-impulso sexual, é instantâneo. O amor de verdade, o amor-sentimento, é um projeto para a vida toda, e para vingar e frutificar, pede empenho diligente de duas pessoas que podem ter algumas afinidades mas, essencialmente, são diferentes, em múltiplos aspectos - biológico, psicológico, cultural, intelectual, emocional, etc.

Os cônjuges, em sua grande parte, não percebem que na associação conjugal, uma alma não se funde a outra; assim, permanecerá cada qual com seus gostos e seus desgostos, caminho afora.

Casar quer dizer adaptar-se ou ajustar-se. Casar é ter os mesmos ideais, as mesmas preocupações, os mesmos sentimentos e as mesmas aspirações.

Se não há esse entendimento e a convivência vai mal os cônjuges responsáveis, que pensam nos filhos, concordam que é preciso tentar salvar o casamento. Recorrem, então, à religião, aos psicólogos, aos amigos, aos conselheiros matrimoniais.

É preciso praticar a caridade no lar para salvar o casamento. A meditação, a oração em conjunto, a procura do bem em toda parte, auxiliarão a paz no lar. Poderíamos defini-la como uma ginástica diária, onde os principais exercícios são: perdão, tolerância, atenção, respeito e renúncia.

O perdão é o treino da compreensão. Se procurarmos compreender o familiar, sem o vinagre da crítica, identificaremos em seus momentos menos felizes a simples exteriorização de conflitos íntimos em que se debate, e não nos magoaremos.

A tolerância é o treino da aceitação. Cada ser humano está numa faixa de evolução. Não podemos exigir mais do que tem para dar. E ninguém é intrinsecamente mau. E preciso lembrar ainda, que as pessoas tendem a comportar-se da maneira como as vemos. Estar sempre apontando defeitos é a melhor maneira de fazê-los crescer. Identificar pequenas virtudes é uma forma de desenvolvê-las.

A atenção é o treino do diálogo. Quando os componentes de uma família perdem o gosto pela conversa, a afetividade logo deixa o lar. É preciso saber ouvir, dar atenção ao que dizem os familiares e, principalmente, reconhecer que nos momentos de divergência eles podem estar com a razão.

O respeito é o treino da educação. É grande o número de lares onde as pessoas discutem, brigam, xingam-se e até se agridem, gerando uma atmosfera psíquica irrespirável que torna todos nervosos e infelizes. O problema é falta de auto-educação, a disciplina das emoções, reconhecendo que sem respeito pelos outros caímos na agressividade.

A renúncia é o treino da doação. Há algo de fundamental para nós, sem o que nossa alma definha. Chama-se amor! Quantos lares estariam ajustados e felizes; quantas separações jamais seriam cogitadas, se num relacionamento familiar, pais e filhos, marido e mulher, irmãos e irmãs transmitissem carinho com mais freqüência, àqueles que habitam sob o mesmo teto: “Sabe, eu gosto de você!” Há muitas maneiras de dizer isso: um bilhete singelo, a lembrança de uma data, o elogio sincero, o reconhecimento de um benefício, a saudação alegre, a brincadeira amiga, o prato mais caprichado, o diálogo fraterno, o toque carinhoso... Tudo isso diz, na eloqüência do gesto, que gostamos do familiar. Não há nada mais importante em favor da harmonia doméstica. Para tanto é preciso que aprendamos a renunciar. Renunciar à imposição agressiva de nossos desejos; renunciar às reclamações e cobranças ácidas; renunciar às críticas ferinas; renunciar ao mutismo e a cara amarrada quando nos contrariam... Renunciar, enfim, a nós mesmos, vendo naqueles aos quais a sabedoria divina colocou em nosso caminho a gloriosa oportunidade de trabalhar com Deus na edificação dos corações, e recebermos em nosso lar o salário da paz.

Com semelhantes exercícios em torno da caridade descobriremos no lar afinidades novas, motivações renovadas, afetos insuspeitados, a garantirem uma vida familiar saudável e feliz.

O lar é o laboratório de experiências nobres em busca de avanços morais e espirituais, onde os seres se depuram em preparo para realizações mais elevadas nos Domínios do Criador. Treinamos na família menor habilitando-nos para o serviço à família maior que constituí a Humanidade inteira.

Emmanuel nos diz: A felicidade existe sim, porém, para usufruí-la no Outro Mundo, precisamos aqui na Terra admitir “que ninguém pode ser realmente feliz sem fazer a felicidade alheia no caminho que avança”.

São José

05/05/2002

Bibliografia:

Um Jeito de Ser Feliz – Richard Simonetti.
Aprendendo Sempre – Jobel Sampaio Cardoso.
Vereda familiar – Thereza de Brito (José Raul Teixeira).
Amor Imbatível Amor – Joanna de Ângelis (Divaldo Pereira Franco).

A visão espírita dos conflitos conjugais


Entrevista.Entrevistado: Dalva Silva.

Entrevistador: Site O Mensageiro.Qual a posição do espiritismo com relação ao divórcio?
Se optamos pela separação, não estamos transferindo nossa missão para com nosso companheiro para outra época (vidas), ou seja, estamos deixando de lado nosso “carma” por utilizarmos nosso livre-arbítrio de forma equivocada, sem tentar solucionar os problemas mais caridosamente?
 Não deveríamos nos prender ao conceito de carma. Essa é uma posição da filosofia oriental que tem aproximações com a Lei de Causa e Efeito apresentada pelo Espiritismo, mas há distinções em relação ao entendimento isso na prática. Quando se usa o termo carma, há uma conotação de fatalidade, enquanto que a Doutrina enfatiza a possibilidade de minimização ou eliminação das ocorrências de sofrimento, mediante uma ação positiva no bem. Vamos esclarecer bem essa questão do divórcio: A separação e o divórcio possibilitam a resolução dos conflitos que se estabelecem na vida das pessoas que estão ligadas por compromisso formal ou vínculos legais, mas não mais se entendem, nem se amam. Na nossa cultura, essa opção é acompanhada de grande sofrimento. Parte desse sofrimento decorre do próprio processo de ruptura e parte resulta de questões culturais. Quando as pessoas se casam, geralmente, acreditam que estão dando um passo definitivo, pretendem viver juntas por longo tempo e realizam, por isso, grande investimento energético na relação, construindo elos fortes.
Na separação, esses laços energéticos se rompem, o que repercute dolorosamente sobre a alma. Esse sofrimento é inerente ao processo e, quando o casal se decide pela separação, não dá para fugir dele, é preciso enfrentá-lo com serenidade. Mas há ainda o outro sofrimento, que resulta do ideário cultural sobre a indissolubilidade do matrimônio. Podemos atenuar esse último, se desenvolvermos uma visão crítica da cultura em que vivemos. A Doutrina Espírita nos ensina a ver o divórcio de uma maneira mais adequada. Os Espíritos, ao falarem sobre o assunto, criticaram claramente as amarras culturais que dificultam a vida dos casais. Destacam eles que a determinação legal de indissolubilidade do casamento é um erro e perguntam: “Julgas, porventura, que Deus te constranja a permanecer junto dos que te desagradam?”(LE – q.940) Depreende-se dos ensinos deles que Deus determina a união dos seres pelo amor, para que se crie no lar uma psicosfera favorável ao desenvolvimento sadio dos filhos que porventura venham a ter. “No meio espírita, costuma-se dizer que as pessoas não devem optar pelo divórcio, porque estarão adiando o pagamento de uma dívida e terão no futuro, por isso mesmo, maior dificuldade para efetuar esse pagamento. Talvez isso se aplique ao indivíduo que é inconseqüente e irresponsável no direcionamento de suas energias amorosas, mas não se pode generalizar e achar que em todas as situações esse critério seja adequado. Na verdade, há casos em que o mal maior seria as pessoas permanecerem vinculadas a um compromisso que não desejam mais e, por isso, perderem a alegria de viver e a possibilidade de realizações espirituais significativas para sua própria evolução.
 Somente aquele que está vivendo o problema poderá decidir, consultando sua própria consciência, qual o melhor caminho a seguir. “O conselho dos Espíritos é sempre no sentido de desenvolver as qualidades da alma para possibilitar um ajustamento harmonioso entre os componentes do grupo familiar e, quando se instala o conflito, a recomendação é de que se procurem todos meios de resolução do problema antes de optar pela separação. (Esse tema está mais desenvolvido no livro “Conflitos Conjugais”- edição FEEES/2002)
 Como entendeis o ciúme?
O ciúme é gerado em nós pelo egoísmo, que produz um impulso de dominar o outro, tomar posse dele, retê-lo apenas para atender às nossas necessidades. É preciso esforçar-se para superar essa manifestação que pode ser muito nociva à relação afetiva. Se você tem uma convivência harmoniosa com seu marido, lute para preservar isso. Evite manifestações de ciúme, controle seus impulsos. Procure entender as raízes da sua insegurança. O estudo espírita é precioso recurso, para que possamos nos educar emocionalmente. Não se acomode, acreditando que seu temperamento é assim mesmo, ou que é difícil mudar. As mudanças psicológicas só dependem de vontade firme. Ore, pedindo aos Mentores Espirituais a ajuda necessária, eles nunca se negam a amparar-nos, quando sentem em nós a sinceridade de propósitos. Uma terapia bem conduzida também pode ajudar bastante.
 Em uma relação conjugal, se um encontra-se insatisfeito, às vezes até frustrado em relação ao seu parceiro, pois é comum que prevaleça as vontades de um sobre as do outro, esta pessoa encontra-se “presa” a seu parceiro, tendo que resgatar futuramente pelo erro de se relacionar com alguém que não deu certo, ou a separação seria o caminho correto?
Neste caso, também haveria futuramente algum tipo de resgate?
Em resposta a uma questão a ele endereçada sobre o divórcio, Emmanuel afirmou: “Muitos dizem que o divórcio é válvula de escape para evitar o crime e não ousamos contestar. Casos surgem nos quais ele funciona, por medida lamentável, afastando males maiores, qual amputação que evita a morte, mas será sempre quitação adiada, à maneira de reforma no débito contraído.(1) “Percebe-se no texto a metáfora: casal em conflito é corpo doente. Quando uma pessoa adoece, deve buscar todas as formas de tratamento para obter a cura, mas há casos em que o órgão doente chega a comprometer todo o organismo e, antes que ocorra o óbito, apela-se para a cirurgia como recurso extremo, para salvar a vida do indivíduo. Assim também com o casal, é preciso tratar a relação, utilizando-se todas as formas possíveis: diálogo, terapia psicológica, terapia espiritual, mas, se a relação está tão doente, que compromete a saúde e o equilíbrio das pessoas, podendo levá-las a situações extremas que raiam pela destruição de si mesmas ou de outrem, o divórcio surge como a cirurgia que possibilita uma sobrevida para os dois, ainda que limitada algumas vezes pelos traumas e sofrimentos que produz.” “Talvez a inferência existente no meio espírita de que as pessoas não devem optar pelo divórcio, porque estarão adiando o pagamento de uma dívida e terão no futuro, por isso mesmo, maior dificuldade para efetuar esse pagamento, tenha nascido da leitura inadequada de textos como esse que transcrevemos, de Emmanuel, mas observemos: no texto dele, não se encontra a idéia de que, ao reformar o débito, o devedor venha a ter maior dificuldade de efetuar o pagamento. Não podemos nos esquecer de que o amigo espiritual está usando uma linguagem metafórica, não se pode interpretar isso dentro do contexto das dívidas que assumimos no mundo, em que o cobrador faz incidir juros sobre juros na cobrança. Em termos afetivos, o que ficamos devendo ao outro é o carinho, o amor, a atenção que não lhe pudemos dar na relação conjugal. Contudo, quem diz que não poderemos fazê-lo em funções afetivas diferentes: mãe/pai e filho, irmãos, amigos?” (Trecho de “Conflitos Conjugais” – publicação FEEES/2003) Pode-se acrescentar aqui que, na relação conjugal, não deve prevalecer a vontade de um em detrimento da vontade do outro. Ninguém deve abrir mão de si mesmo, silenciar sempre e reprimir seus desejos, anulando-se na relação. Isso inviabiliza a continuidade da vida a dois. Você faz isso por um tempo, mas não consegue fazer todo tempo. Uma vida é uma oportunidade ímpar de crescimento e o casamento é um exercício maravilhoso, para o desenvolvimento de nossas potencialidades. Anular-se não leva a essa realização, por isso, quando alguém se anula, mais cedo ou mais tarde, a relação se torna inviável. 1. EMMANUEL – Leis de Amor – cap. IV
Gostaria de saber porque alguns casais se dão tão bem, enquanto outros, mesmo se amando, vivem um inferno.
Porque as pessoas são diferentes. Deus nos criou assim absolutamente diferentes, cada um é um e, portanto, cada um reage de uma maneira própria diante dos desafios da vida. Além disso, precisamos considerar que o amor não é um elemento mágico que consegue cobrir nossas imperfeições. Ainda não aprendemos a amar como Jesus exemplificou. Nossa manifestação de afeto está condicionada ao nível evolutivo em que estamos, daí essa diversidade que você observou.
P: – Gostaria de saber como fazemos para achar forças para não sermos impacientes, frios, indiferentes e outros mais para com a pessoa que amamos, mas que convivemos por anos.
R: – Há muitas coisas boas a se fazer, para que, depois de anos de casamento, a gente ainda tenha a disposição psicológica para investir na relação. Um recurso muito bom é começar a fazer juntos uma coisa prazerosa e diferente, nunca antes experimentada, como, por exemplo: praticar um esporte, fazer aula de dança, iniciar um curso, participar de atividades beneficentes, etc. Qualquer atividade desafiadora, que ambos aceitem fazer com prazer, será fonte de novas trocas e renovará a motivação, sobretudo é preciso ter claro que o amor não estará em nossas vidas, a não ser que queiramos colocá-lo nela e a felicidade não é algo que vamos encontrar um dia, num futuro distante, mas uma opção que podemos fazer agora.
Gostaria de saber por que muitas pessoas mas na sua maioria homens colocam o seu orgulho acima de seus sentimentos mais belos.
Somos Espíritos criados simples e ignorantes, mas com potencial para atingir a plenitude de ser. Essa é uma lição básica do Espiritismo. O caminho evolutivo é longo. Vivendo muitas vidas, iremos preenchendo nossos vazios internos com as virtudes que precisamos fazer germinar e crescer. Enquanto isso, nossas manifestações na vida de relação com os nossos semelhantes mostram as imperfeições predominantes em nós mesmos. Segundo os Espíritos, o orgulho e o egoísmo são as duas raízes de todos os males. Ainda estão muito presentes em nosso mundo, porque a Terra é um planeta de provas e expiações, e os Espíritos que aqui encarnam, considerando aquele caminho evolutivo de que falamos, estão mais próximos do início da jornada que do seu fim. Precisamos ter paciência com o outro, porque também estamos no mesmo barco. Temos nossas próprias fragilidades. Ter paciência, contudo, não é acomodar-se com as coisas como estão, ao contrário, é trabalhar para que mudem, mudando primeiro a nós mesmos.
O que se deve fazer apos tentar de toda maneira não destruir um lar, mas o parceiro de qualquer forma não quer nem saber, o que ele quer mais é que o mundo se acabe? Como agir?
Não podemos fazer a parte que cabe ao outro. Será preciso respeitar a escolha dele, seja ela qual for. Se você tem consciência de que fez o que estava no seu limite fazer, chame o companheiro para um diálogo maduro. Explique sua posição com calma. Diga-lhe o quanto ele é importante para você e que seu esforço tem sido no sentido de encontrar um caminho que ambos possam trilhar juntos. Espere que ele fale e procure entender a posição dele. Peça a ajuda espiritual pela oração, ampare-se na amizade de pessoas confiáveis e prossiga vivendo, minha amiga. Deus que tudo vê, não a deixará sem amparo nos momentos difíceis.
Quais são as principais causas dos conflitos conjugais?
Há um trecho no livro “Conflitos Conjugais” que responde a essa indagação: “Precisamos nos conscientizar de que as pessoas, apesar de terem nascido numa mesma cultura e, às vezes, até do mesmo pai e da mesma mãe, diferem na maneira de perceber, pensar, sentir e agir, porque são Espíritos que têm sua trajetória própria, sua individualidade. As diferenças individuais são inevitáveis, mas essas diferenças não são, em si mesmas, boas nem más, e deveríamos considerá-las valiosas, porque propiciam maior riqueza à interação humana. Das diferenças nascem as discussões, as tensões e insatisfações e os conflitos interpessoais. A partir de idéias e percepções diferentes, as pessoas se antagonizam.” As causas dos conflitos conjugais estão também aí. Na pesquisa que empreendemos e resultou no livro, encontramos as seguintes fontes de conflito na relação matrimonial: adultério, alcoolismo, obsessão, divórcio, luxúria, falta de diálogo, egoísmo, diferença religiosa e ciúme.Conflitos conjugais são “Carmas”?

Não. A palavra carma tem uma conotação de castigo e fatalidade que não cabe aqui. Conflitos são ocorrências naturais da vida de relação, são inevitáveis na experiência dos seres encarnados em mundos de provas e expiações, mas não são patológicos, nem destrutivos. Há muitos aspectos positivos no conflito. Podemos dizer que um conflito previne a estagnação e estimula o interesse, pois, quando ele se apresenta, instiga a nossa curiosidade em olhar para o outro, a fim de entender suas manifestações. Queremos saber porque o outro pensa e sente de forma diferente. O conflito é positivo também, porque descortina os problemas e, assim, possibilita encontrar soluções.”

P: – Como superar traumas que acabam gerando sérios conflitos conjugais?

R: – Primeiro, precisamos querer mesmo superar. Há pessoas que gostam do papel de vítima. Se quisermos superar, podemos procurar ajuda na casa espírita, pois todas oferecem o atendimento fraterno e o tratamento espiritual, que nos darão idéias novas a respeito de nós mesmos e da vida, para superarmos o limite pelo qual ainda estamos vendo o problema. Há também a possibilidade de obter ajuda com os terapeutas do mundo. Alguns casos atendidos por nós e relatados no livro “Conflitos Conjugais” nos mostram que os Espíritos recomendam terapia para as pessoas, cuja problemática se enraíza em processos inconscientes e que não conseguirão trabalhar esses arquivos internos sozinhas.

– Por que existem tantos conflitos conjugais? Maridos bêbados, esposas tiranas, ciúmes doentios, infidelidade, incompreensão, falta de diálogo, ausência de cumplicidade… Olho ao redor e apesar de todos terem se casado porque quiseram, os conflitos são enormes…Ficam enormes…Será que todos erraram ao se casar?

Não é que as pessoas erram, ao se casarem. O que ocorre é uma ausência completa de preparação para o casamento. As pessoas entram nessa experiência com um ideário romântico que não sustenta ninguém no embate com a realidade, mas o fator determinante desse quadro difícil que você descreve está em nós mesmos. As imperfeições das almas num mundo como o nosso são muitas e dificultam as nossas relações afetivas. Precisamos começar a nos preocupar em educar para o amor, única maneira de minimizar esses problemas.

– Há pessoas espíritas que permanecem casadas em uniões difíceis, tristes por acharem que é o “seu carma”. Isto está certo? Até que ponto deve-se permanecer casado por causa de um carma ou se separar independente do carma?

– Já comentamos anteriormente os motivos pelos quais não devemos nos prender ao conceito de carma. O que devemos considerar é que o casamento é uma coisa séria e a opção pela separação não deve ser tomada, sem que se tente de todas as formas resolver as dificuldades. O conselho dos Espíritos aos casais é sempre no sentido de que devem desenvolver as qualidades da alma para possibilitar um ajustamento harmonioso entre os componentes do grupo familiar e, quando se instala o conflito, a recomendação é de que se procurem todos meios de resolução do problema antes de optar pela separação. Mas eles não dizem que as pessoas estão impedidas de se separarem. Há situações que se tornam insustentáveis, contudo só os que estão vivendo o problema podem decidir o caminho a seguir. Não nos cabe incentivar as separações, nem aconselhar a pessoa a permanecer casada custe o que custar.

– Existe algum livro atual que poderia nos esclarecer sobre os conflitos conjugais?
 – Há muitos livros que trabalham com o tema casamento na bibliografia espírita e na bibliografia não espírita. Todos, de alguma maneira, acabam tratando dos conflitos conjugais e propondo alguns caminhos de solução. Nos livros que escrevi: “Os Caminhos do Amor”, “Os Caminhos da Liberdade” e “Conflitos Conjugais”, há uma bibliografia no final. Você poderá consultar essas relações como ponto de partida para suas pesquisas.
 O que fazer quando a crise existencial que atinge o cônjuge resvala pra você e ele começa a achar que não é feliz por sua causa?
O melhor caminho é o tratamento espiritual. Procure uma casa espírita da sua confiança e peça ajuda. O passe e a água fluidificada lhes darão um reforço energético, para superar a provação. As reflexões doutrinárias ampliarão a perspectiva de análise do problema e é possível que o cônjuge infeliz acabe encontrando as verdadeiras raízes da sua infelicidade. Além disso, se houver a influenciação por espíritos inferiores, eles serão tratados. Se vocês ainda não fazem a reunião semanal de estudo do Evangelho no lar, inicie imediatamente, para que os bons Espíritos trabalhem a ambiência do lar, garantindo a presença de fatores energéticos edificantes. Se o outro não aceitar a sugestão, faça você o tratamento e coloque o nome dele para irradiação à distância. Os terapeutas do mundo também podem ajudar bastante.
P: Quando sua prova é pesada com sua família, devemos correr,ou sentenciar nossas vontades para fazer a vontade do bem geral da família?
R: – Geralmente essa sensação de carregar um pesado fardo, em relação à vida familiar se fundamenta nos débitos que internalizamos de vidas passadas, por não termos resolvido a contento nossos compromissos afetivos. A vida está dando uma nova chance. Precisamos aprender a ver dentro de nós mesmos, sondar os motivos verdadeiros da nossa infelicidade, para que possamos superá-la. Deus não quer a nossa infelicidade, portanto o que nos infelicita não é determinação d’Ele, mas algo que nasceu de nossas próprias escolhas. Você pode escolher agora quitar-se com sua consciência, pela dedicação ao grupo familiar. Mas isso só vale, se você conseguir encontrar a alegria de estar fazendo isso. Fazer as coisas como um animal que carrega pesada canga e se dirige ao matadouro, não vai adiantar nada. Procure ajuda espiritual e, se estiver se sentindo muito frágil, socorra-se com os terapeutas do mundo. Correr não é o melhor caminho para resolver os desafios da vida.
P: – Quando saber a hora em que o relacionamento se desgastou ao ponto de um divórcio?
R: – Emmanuel, com a comparação da relação conjugal a um corpo doente, deu uma indicação bem clara. Se a relação está tão doente que está adoecendo também as pessoas envolvidas, inviabilizando sua encarnação, degenerando em agressões físicas ou morais, e, se já foram tentados todos os caminhos de resolução do problema, sem êxito, é hora de optar pelo divórcio, como recurso extremo, para garantir a continuidade do projeto encarnatório.
P: – Participei de um Forum não espírita e, sim, com foco na Medicina sobre Sexualidade masculina e foi divulgado o resultado de uma pesquisa onde dizia que nos casamentos atuais a maioria dos homens se recusavam a separação por ter “ele” mais necessidade hoje de manter uma família e que essa não era a preocupação maior da mulher que a pesquisa revela que a separação se dá mais pela falta do afeto. Achei muito interessante essa revelação e gostaria que você na visão espírita falasse um pouco.
O ser humano é um animal racional, dotado de pensamento contínuo que necessita de uma complementação psicofisiológica que lhe garanta a estabilidade emocional e nada melhor que um relacionamento sexual saudável para essa manutenção. Contudo o relacionamento que procurasse apenas uma atividade animal dissiparia energias, não traria satisfação íntima de plenitude. Por isso, todos buscam a parceria amorosa que possa garantir essa troca em níveis de estabilidade e segurança. Constituir uma família, pela definição de uma parceria amorosa estável é algo muito bom e acredito que seja a motivação predominante tanto do homem, quanto da mulher, ao decidirem casar-se. Do ponto de vista do Espiritismo, homens e mulheres são iguais perante Deus. Não há Espírito masculino e Espírito feminino. O Espírito não tem sexo. Mas há diferenças no aspecto psicológico, pois cada um tem um papel a desempenhar no cenário da vida. A encarnação em corpos de polaridade masculina permite o desenvolvimento de valores diferentes daqueles que são desenvolvidos na encarnação feminina. Há diferenças também culturais. Há uma herança cultural proveniente do sistema patriarcal que contamina as relações amorosas em nossa sociedade. Talvez o que essa pesquisa esteja revelando em relação à mulher seja resultado do momento histórico que estamos vivendo. Estão as mulheres emergindo de um passado de submissão e subalternidade e começam a ocupar seu espaço, participando mais decisivamente da construção de um novo estilo de vida. As pesquisas sociológicas provam que a supremacia masculina foi obtida pela violência. O homem, dotado pela natureza de maior força física, utilizou esse recurso para dominar e oprimir o mais fraco. A mulher, fisicamente mais frágil, porém portadora de maior sensibilidade, tem sabido adaptar-se aos diferentes contextos, exercendo sempre uma influência disfarçada no meio social, adestrando-se nas sutilezas da sedução e do envolvimento. Embora neste século tenhamos caminhado a passos largos em diversas direções de progresso, esse jogo de força e sedução ainda predomina nas relações entre homem e mulher, gerando distorções e conflitos sempre crescentes. O futuro definirá caminhos de igualdade para o homem e a mulher em todos os planos da vida social. Esse equilíbrio de forças permitirá que também na vida a dois haja maior harmonia, mas por enquanto há um grande desafio a vencer, porquanto o mundo em transição representa um contexto de turbulência que dificulta a todos nós o equilíbrio nas relações afetivas. Os estudos espíritas podem nos ajudar a entender com mais clareza tudo isso. Quando as demais ciências vencerem o preconceito em relação às pesquisas espíritas, certamente alcançaremos a possibilidade de construir a sociedade renovada pela qual tanto ansiamos.
P: – Gostaria de saber o que leva um homem espirita que aparentemente tem uma excelente vida conjugal, assim ele diz que tem, a trair a esposa?
R: – Em síntese, diríamos que a causa são as imperfeições morais que ele ainda não conseguiu corrigir, mas poderemos detalhar alguns fatores que favorecem esse comportamento: 1o – a falta de disciplina das próprias energias sexuais, o desejo surge como resposta à vivência que valoriza a matéria e o imediatismo da vida transitória no corpo físico. 2o – a falta de maturidade do senso moral, que determina uma ligação perispírito/corpo, com um ascendente do corpo sobre o Espírito. 3o – falta de educação afetiva. Durante a formação desse homem, prevaleceram valores machistas: homem que é homem prova isso pela performance sexual. 4o – as facilidades do momento por que passa a sociedade. Com a liberação feminina, a mulher tornou-se alguém também com propósitos de vivência afetivo-sexual desvinculada do comprometimento formal. As mulheres procuram mais, investem na sensualidade e manifestam um comportamento liberado, não se importando se o parceiro é casado ou não. Além disso, a mídia pela propaganda veicula uma mensagem forte de incentivo à prática sexual desvinculada do compromisso moral. O que é preciso ressaltar, contudo, é que um homem que seja a encarnação de um Espírito já moralizado não se deixará arrastar pelos impulsos das paixões, ou pelas influências do contexto social em que vive. Prevalece, pois, como causa do comportamento mencionado a inferioridade moral dos Espíritos encarnados na Terra. O conhecimento da Doutrina Espírita, por si só, não altera o comportamento do indivíduo. A partir desse conhecimento, cada um deverá empenhar-se em sua própria reforma moral.
No meio Espírita é muito difícil quando um casal resolve separar, ainda mais quando o homem ou a mulher ou ambos tem dentro da casa espírita funções de relevância como Presidente, Diretores …O que você poderia falar sobre esse assunto já que é irremediável a separação quando todas as possibilidades já foram tentadas?
O preconceito ainda é muito forte na sociedade e o movimento espírita, sendo produzido por seres formados por essa sociedade, carrega também essas características. É preciso organizar seminários, simpósios, mesas redondas, enfim, dinâmicas que permitam uma discussão desses assuntos, a partir de uma leitura mais adequada da Doutrina Espírita, para que possamos vencer os preconceitos e criar um movimento mais compatível com o espírito da Doutrina, que é de conscientização, responsabilidade e respeito à liberdade que cada um tem de escolher seu próprio caminho. Jesus disse: “Meus discípulos serão reconhecidos por muito se amarem.” O comportamento preconceituoso contra os que se separam, isolando-os dos trabalhos que poderiam apoiá-los em momentos tão difíceis não é um comportamento amoroso.P: – Se um relacionamento conjugal sobrevive a várias separações, e mesmo que se sinta uma mudança dos sentimentos (por exemplos, se o que sentimos pela pessoa hoje difere do amor que devotávamos antes, passando a ser quase um amor fraterno, menos carnal, a despeito da libido que essa pessoa ainda nos desperte), pode significar que esse cônjuge tem comprometimento direto com nosso plano reencarnatório? Ou seja, se isto pode ocorrer, mas paralelamente ocorra um sentimento de comprometimento por outra pessoa, de nossa parte, diante da possibilidade de retomar o antigo relacionamento, qual caminho seguir, quando se pretende atender ao plano prévio? Há como identificar qual compromisso seguir, de acordo com o planejamento? Podemos ter acesso a ele, no caso específico de uma escolha de natureza afetiva?

R: – Um planejamento é um roteiro que traçamos, antes de encarnar, para desenvolvimento de potenciais que trazemos em estado latente. Como isso aconteceu anteriormente à tomada do corpo físico, as informações estão em nossa memória profunda e funcionam como uma voz interior que nos adverte, quando estamos nos desviando do rumo que pretendíamos seguir. Quanto mais apegados à matéria, menos teremos condições de acessar as informações que estão nesses arquivos mais profundos e maior será a probabilidade de erro. Por isso recomendaram os Espíritos o auto-conhecimento. Conhecer-se é analisar os próprios impulsos, os próprios sentimentos, sondar as razões pelas quais agimos de um modo e não de outro. Quando estamos envolvidos nesse processo, desenvolvemos nossa identificação com o ser espiritual que somos, vencemos os limites da matéria e podemos ouvir com mais clareza a voz interior que nos orienta e encaminha para o bem. Portanto a única pessoa que pode responder adequadamente à sua indagação é você mesmo. Lembre-se de que temos muitos contatos afetivos construídos, ao longo de muitas vidas. Podemos reencontrar muitos amores numa encarnação, mas devemos ter seriedade de propósitos e comprometimento com aquela pessoa a quem prometemos fidelidade e parceria.

– Serão as diferenças de visão e atuação entre duas pessoas que se amam, o que se poderia entender por conflitos, quando não conseguem chegar a um só termo, prova de que devem cultivar a relação, como forma de aprendizado para ambos?

– Exatamente. A relação é um exercício excelente, para aprimoramento das nossas potencialidades. Precisamos entender que somos diferentes e, por isso, temos percepções diversas de um mesmo fato, temos opiniões e sentimentos diferentes. Respeitar as diferenças e saber dialogar sobre elas é o caminho para fazer do conflito uma fonte de crescimento. O conflito é natural e pode ser até muito positivo. O ruim é a radicalização e o antagonismo, que nos fazem ver o outro como adversário.

– O que fazer, diante de uma certeza de diferença de grau evolutivo entre duas pessoas que se amam e pretendem se casar: a que entende essa diferença deve interromper o curso dos acontecimentos ou deve insistir na relação? Se esta intuitivamente sente que não é o momento certo para esse encontro, não estará impondo um mal à outra?

– As diferenças de grau evolutivo serão certamente fonte de muitos conflitos na vida a dois, mas se existir amor verdadeiramente, aquela pessoa que se encontra num nível maior saberá auxiliar a outra, sem humilhá-la, a crescer também. A solidariedade é lei divina. Os mais fortes devem amparar os mais fracos, afirmam os Espíritos. Mas gostaria de alertar quanto à ilusão que nos faz ver as coisas de uma forma distorcida. O que lhe faz concluir que há diferença de grau evolutivo? Isso é muito complexo e você pode estar fazendo uma leitura inadequada de si mesmo e da outra pessoa. Procure ajuda para entender a situação. Converse com pessoas mais experientes que conhecem você e a outra pessoa, ouça os conselhos dos mais velhos. Se necessário, recorra a uma terapia para se conhecer melhor, antes de tomar uma decisão.

 – Se diante de um momento conflituoso, um dos cônjuges sente necessidade de romper o compromisso, de se afastar por ser um problema de ordem individual, e com isso cause grande sofrimento ao outro, estará incorrendo em erro, estará fazendo mal aquela pessoa, mesmo que entenda essa atitude como necessária?
R: – A separação é sempre uma fonte de sofrimento, por mais que a gente tente minimizar isso. Não há como evitar a dor da ruptura dos laços energéticos construídos pelo investimento afetivo que as pessoas fazem motivadas pelas promessas do tempo de namoro. Naturalmente que aquele que rompe assume a responsabilidade pelas conseqüências do rompimento, por isso é preciso ter muito claro para si mesmo que esse é o melhor caminho, antes de tomar a decisão. Daí a recomendação de Emmanuel de que se faça todo o esforço possível para manter os laços afetivos e apenas se apele para a separação, quando a relação estiver tão comprometida, que determine a destruição do projeto de crescimento afetivo das pessoas envolvidas. Não se perturbe tanto pela questão do erro. Errar faz parte da vida dos seres encarnados em mundos de provas e expiações e todos aprendemos também com os nossos erros. O que não podemos é permanecer no caminho errado, mesmo depois de esclarecidos quanto aos nossos equívocos.
P: – Qual o papel do matrimônio nos planos de Deus para nós?
 Deus nos criou simples e ignorantes, mas aptos a atingirmos a plenitude de ser. Nesse processo de crescimento, as relações afetivas desempenham um papel preponderante. O homem que se isola não cresce. Nós nos aprimoramos é no contato com os nossos semelhantes. Na vida de relação, aprendemos a lidar com os sentimentos, os impulsos, os desejos, e, assim, vamos nos aperfeiçoando. A princípio, vivendo em bandos, os homens se relacionavam sexualmente de modo promíscuo. O casamento foi uma instituição que normatizou a vida sexual das criaturas, definindo responsabilidades. As leis sociais servem para dar diretrizes às ações das criaturas, permitindo a elas a disciplina necessária ao trabalho que precisam realizar em prol de sua própria evolução. Uma sociedade em que se abolisse o casamento e a vida familiar, como dizem os Espíritos, geraria um recrudescimento do egoísmo. Viver em família, com responsabilidade e comprometimento, desenvolve os valores da alma. O casamento é, pois, um exercício maravilhoso para o desenvolvimento da nossa capacidade de amar.
P: – Qual o papel da mulher em relação à solução dos conflitos conjugais, segundo a visão espírita?
R: – Afirmam os Espíritos que, perante Deus, são iguais o homem e a mulher, pois a ambos outorgou o Pai o discernimento do bem e do mal e a capacidade de progredir. Mas ensinam também que as diferenças observadas na organização física servem para designar a homens e mulheres funções específicas no agrupamento humano. Esclarecem que as funções atribuídas à mulher são mesmo mais importantes do que aquelas legadas ao homem, uma vez que cabe à mulher influir mais decisivamente sobre os seres que renascem, transmitindo-lhes as primeiras noções da vida. Para desempenhar a função que lhe cabe no seio da família, a mulher foi dotada de mais intuição e sensibilidade, por isso, se ela quiser, poderá utilizar essa potencialidade, para entender como o marido se sente e favorecer a harmonização na relação conjugal.
P: – Existe de verdade sob a ótica espírita os casamentos acidentais?
R: Não existem casamentos acidentais, porque não há acaso. Tudo o que nos acontece é resultado da lei de ação e reação. O que podemos dizer é que nem sempre cumprimos o que definimos em nosso planejamento de vida, aquele que fizemos antes de encarnar. O casamento resulta de uma escolha que as pessoas estão fazendo e essa escolha pode ser equivocada, pois não há uma orientação em nossa cultura, para que os jovens saibam com mais clareza os motivos verdadeiros de suas escolhas. Geralmente, o apego aos valores transitórios da vida, acabam nos situando na superfície da experiência e nos deixamos levar pelas aparências, ou por outros motivos ligados às questões transitórias. Não nos conhecemos verdadeiramente e, por isso, tomamos decisões muito inadequadas. O que se precisa saber, contudo, é que depois de feita a escolha e estabelecido o vínculo, mesmo que ele não seja a realização do plano anteriormente traçado, ele não é um acidente, pois resultou da escolha feita com uso do livre-arbítrio e, por isso mesmo, passou a haver um compromisso que deverá ser encarado com seriedade.
P: – Como perdoar, de verdade, uma traição? Apesar de continuar casada e feliz depois de ter sido traída, as vezes, choro, sofro e fico magoada por ter passado por isso.
R: – Modifique seu pensamento, não permitindo que voltem à tona as lembranças infelizes. Se os fatos já ficaram no passado, por que ficar revivendo-os pela imaginação? Kardec ensina o seguinte:”Quando o Espírito encarnado se lembra, sua memória lhe apresenta, de certo modo, a fotografia do fato que ele procura. Em geral, os encarnados que o cercam nada vêem; o álbum se acha em lugar inacessível ao olhar deles; mas, os Espíritos o vêem e folheiam conosco. Em dadas circunstâncias, podem mesmo, deliberadamente, ajudar a nossa pesquisa ou perturbá-la” (1). A tendência de ficar lembrando as coisas ruins pode indicar uma influência espiritual negativa. Procure pensar nas coisas boas que existem em sua vida e deixe de vez o passado para trás. Lembre-se de que ser feliz é uma escolha que fazemos a cada dia. (1) ALLAN KARDEC – Obras Póstumas. Primeira Parte: Fotografia e Telegrafia do Pensamento.
– É possível em um casamento quando há traição, mentiras por parte do marido, haver uma chance de reconciliação?
Acredito que sim, desde que ambos se comprometam e reconstruir a relação com honestidade. Do lado do marido, precisará haver um esforço grande no sentido de alcançar a disciplina das próprias energias sexuais e, do lado da esposa, uma disposição para esquecer os maus acontecimentos, para que a esperança seja o sentimento predominante na intimidade, orientando a reconstrução. O tratamento espiritual poderá ajudar muito. O casal deve procurar uma casa espírita de sua confiança para ir semanalmente tomar os passes e obter a ajuda espiritual. A terapia com psicanalista e psicólogo também seria um bom recurso.
P: – Os conflitos conjugais começam muitas vezes por cada um dos cônjuges exigir do outro, isto é não “dar-se” ao outro sem esperar nada em troca. A minha questão é, como evitar estes conflitos sendo uma das partes irresponsável nas suas tarefas? Será do agrado de Deus uma parte sobrecarregada e ainda por cima não reclamar?
Não. Deus não quer a infelicidade de suas criaturas, mas a relação a dois é uma construção que ele delega a nós. Precisamos assumir nossa responsabilidade e definir posições. Quando as pessoas se casam, estão movidas por um ideal romântico irrealizável, não se prepararam antes para o casamento, não conversaram sobre os encargos na construção de um lar. Depois do casamento, é preciso sair do nevoeiro da ilusão, para encarar a realidade. Algumas pessoas não conseguem fazer isso. Preferem assumir um comportamento irresponsável e inconseqüente. Nesse caso, é preciso dialogar, fazer acordos, dispor-se sempre a analisar o problema, sem agredir o outro, sem fazer cobranças. Chame o companheiro para uma conversa séria. Fale de como a relação é importante para você, porque o amor que os uniu ainda existe. Depois tente firmar um acordo, definindo a parte de um e de outro. A partir daí, faça a sua parte e, se ele não fizer a dele, deixe sem fazer, porque, se você começar a fazer tudo, ele vai acomodar-se novamente. Volte ao diálogo sempre que necessário, mas fale com amor e não com irritação e agressividade. Acusações, lamúrias, queixas, xingamentos não ajudam em nada na resolução de conflitos.
 P: – Devemos nos calar diante dos erros do parceiro? Exemplo, quando humilha, dizendo que somos incapazes, inclusive na frente dos filhos, é melhor nos calarmos, e deixar que os mesmos tirem suas conclusões?
R: – Quando essa atitude acontece, é sinal que a relação já vem com problemas há mais tempo, sem que os dois tenham se decidido a encarar de frente a dificuldade que se instalou. Está faltando diálogo na vida conjugal, o que é fundamental para ajustar duas personalidades que estão desejando permanecer unidas. O melhor caminho é começar a dialogar. Você deve dizer claramente como essa atitude dele está afetando você. Fale de seu sentimento com sinceridade, mas faça isso em conversa particular. A atitude de desrespeito dele não pode ser desconsiderada, pois ele poderá extrapolar os limites da agressão verbal, partir para outros tipos de agressão e criar dificuldades maiores. Faça-se respeitar. Seja amorosa, porém firme em suas posições.
P: – Como abordar o defeito do cônjuge?
Para fazermos isso, necessitamos analisar a nós mesmos, nossos padrões de vida, nossos hábitos, nossas atitudes cotidianas, para constatar que também temos muitos defeitos. A partir daí, devemos nos perguntar como gostaríamos que os outros agissem conosco, em relação às nossas próprias deficiências. Jesus ensinou: Fazei aos outros o que gostaríeis que eles vos fizessem. Devemos usar esse critério, para saber como atuar junto ao cônjuge, para conscientizá-lo dos aspectos que precisa aprimorar em si mesmo. Se agir assim, vai naturalmente encontrar o melhor caminho a seguir, porque, sendo honesto consigo mesmo, qualquer um vai reconhecer que não gostaria de ser criticado, de receber recriminações na frente de terceiros, de ser punido com a indiferença, ou coisas do mesmo gênero.
Fonte: http://www.omensageiro.com.br/entrevistas/entrevista-70.htm
Fonte: CVDEE

UMA VISÃO ESPÍRITA SOBRE O CASAMENTO


UMA VISÃO ESPÍRITA SOBRE O CASAMENTO
(Texto enviado por Anna Stella)



Existe um tema que, pelo momento que estou passando no ano de 2013, me despertou imensa curiosidade: O CASAMENTO!
No Livro dos Espíritos, vemos a resposta dada à pergunta 695:
“695. Será contrário à lei da Natureza o casamento, isto é, a união permanente de dois seres?”
“É um progresso na marcha da Humanidade.”
O ser humano é uma criatura sociável que necessita do convívio com outros seres para desenvolver-se e por em prática os ensinamentos adquiridos. O resultado natural do amor é o casamento, quando a meta é o relacionamento afetivo, companheiro, gerador de família e de amizade.
O casamento, segundo a visão que a Doutrina Espírita nos apresenta é a união de duas pessoas que se reencontram para se auxiliarem, mutuamente, em busca do progresso e deve ser baseado no amor, acima de tudo, além do respeito, carinho, amizade, afinidade, cumplicidade e compromisso.
Como na vida ninguém foi feito para viver sozinho, até mesmo quando pensamos estar sozinhos, há sempre um amigo ou irmão ao qual devotamos nossos mais sinceros sentimentos e que no auxilia com palavras, gestos de carinho...
Na verdade, o enlace matrimonial é o compromisso de crescimento a dois; Crescimento espiritual, moral e intelectual, no rumo da perfeição relativa, onde duas pessoas que se amam e se respeitam seguem juntas o caminho, um amparando o outro, com muita responsabilidade no compromisso que firmou na espiritualidade.
O casamento representa um alto estágio de evolução do ser, quando se reveste de respeito e consideração pelo cônjuge, firmando-se na fidelidade e nos compromissos da camaradagem, independente do tempo de duração deste casamento.
Para o Espiritismo, o casamento se concretiza pelo compromisso moral dos cônjuges e é assumido perante o altar da consciência no Templo do Universo. Naturalmente, o casamento civil é um dever a ser cumprido pelos espíritas, porque legitima a união perante as leis vigentes, que asseguram ao homem e à mulher direitos e deveres.
Casar é tarefa para todos os dias, porquanto somente da comunhão espiritual gradativa e profunda é que surgirá a integração dos cônjuges.
A família é um importante reduto para o aprimoramento dos seres, por reunir o ambiente propício para o aconchego, refúgio e tantos outros adjetivos básicos à vida...
Deus une os seres da forma mais pura, ou seja, pelo sentimento, de coração para coração. Nesta união ninguém deve interferir por ciúme, inveja ou qualquer outro tipo de sentimento negativo.
Quando vemos um casal feliz, desejamos para nós aquela felicidade e isso é natural. A harmonia existe porque aquelas almas se completam, qualquer uma delas, ao se relacionar com outra pessoa, não alcançaria a mesma harmonia e a felicidade teria uma intensidade menor. Precisamos entender que para termos a felicidade semelhante a outro casal, não é necessário destruirmos a união do casal, mas tão somente atingir o mesmo nível de harmonização.
Segundo o autor do texto original, João Batista Armani, na visão Espírita, o Casamento pode ser entendido conforme qualificação a seguir:
·               Casual: Primeiro encontro de duas criaturas, para iniciar, pela primeira vez, uma história juntas.
·               Provatório: Reencontro de espíritos de diferentes graus de adiantamento espiritual, que no passado desentenderam-se e, por isso, voltam  a encarnar para superar as provas a que forem submetidos e progredirem.
·               Expiatório: Em vidas anteriores marido e mulher erraram muito. Reencarnam em novo lar, para corrigir os erros cometidos, é um casamento de resgate.
·               Sacrificial: União de um espírito um tanto evoluído com outro menos evoluído com o fim de auxiliá-lo a progredir.
·               Afins: Espíritos evoluídos com sentimentos elevados, que se amam verdadeiramente. Corações afetuosos, juntos com objetivos supremos para, aliados, adiantarem-se espiritualmente.
Não sabemos em qual categoria nos achamos, mas não existe o acaso, ninguém se acha sob o mesmo teto por mera casualidade.
Deus permite, nas famílias, encarnações de espíritos antipáticos ou estranhos com o duplo fim de servir de prova a uns e de avanço aos outros. Os bons tem campo de trabalho. Os maus se melhoram pouco a pouco com os cuidados que recebem; seu caráter se modifica, os hábitos se melhoram, as antipatias desaparecem.
Além da eliminação das “arestas” produzidas pela nossa própria inferioridade, a vida em família é também um ponto de referência que nos ajuda a manter o contato com a realidade. As pessoas de nosso convívio apontam nossas falhas, para corrigirmos os desvios de conduta.
Os cônjuges, em sua grande parte, não percebem que na associação conjugal, uma alma não se funde à outra; Permanece cada qual com seus gostos e seus desgostos, caminho afora. Casar quer dizer adaptar-se ou ajustar-se. Casar é ter os mesmos ideais, as mesmas preocupações, os mesmos sentimentos e as mesmas aspirações e não, ser a mesma pessoa. Certos momentos, em um relacionamento, aparecem as divergências, comuns à pessoas diferentes. Mas elas não devem ser encaradas como obstáculos intransponíveis, mas oportunidades de conversar e esclarecer a conduta a ser tomada a benefício do casal. Vale sempre lembrar que:
O perdão é o treino da compreensão. Se procurarmos compreender o familiar sem criticar, identificaremos seus momentos menos felizes e não nos magoaremos.
A tolerância é o treino da aceitação. Cada ser humano está numa faixa de evolução. Não podemos exigir mais do que tem para dar. E ninguém é intrinsecamente mau. As pessoas tendem a comportar-se da maneira como as vemos. Estar sempre apontando defeitos pode ser uma maneira de fazê-las crescer, mas identificar pequenas virtudes é a melhor forma de desenvolvê-las.
A atenção é o treino do diálogo. Quando os componentes de uma família perdem o gosto pela conversa, a afetividade logo deixa o lar. É preciso saber ouvir, dar atenção ao que dizem os familiares e, principalmente, reconhecer que nos momentos de divergência eles podem estar com a razão.
O respeito é o treino da educação. É grande o número de lares onde as pessoas discutem, brigam, xingam-se e até se agridem, gerando uma atmosfera psíquica irrespirável que torna todos nervosos e infelizes. O problema é falta de auto-educação, a disciplina das emoções, reconhecendo que sem respeito pelos outros caímos na agressividade.
A renúncia é o treino da doação. Há algo de fundamental para nós, sem o que nossa alma definha. Chama-se amor! Quantos lares estariam ajustados e felizes; quantas separações jamais seriam cogitadas, se num relacionamento familiar, pais e filhos, marido e mulher, irmãos e irmãs transmitissem carinho com mais freqüência àqueles que habitam sob o mesmo teto?
Há muitas maneiras de manifestar carinho por aqueles que realmente nos são importantes: um bilhete singelo, a lembrança de uma data, o elogio sincero, o reconhecimento de um benefício, a saudação alegre, a brincadeira amiga, o prato mais caprichado, o diálogo fraterno, o toque carinhoso...  Para tanto é preciso que aprendamos a renunciar. Renunciar à imposição agressiva de nossos desejos; renunciar às reclamações e cobranças ácidas; renunciar às críticas ferinas; renunciar ao mutismo e a cara amarrada quando nos contrariam... Renunciar, enfim, a nós mesmos, vendo naqueles que a sabedoria divina colocou em nosso caminho a gloriosa oportunidade de trabalhar com Deus na edificação dos corações.
O lar é o laboratório de experiências nobres em busca de avanços morais e espirituais, onde os seres se depuram em preparo para realizações mais elevadas nos Domínios do Criador. Treinemos na família menor, habilitando-nos para o serviço à família maior... A Humanidade inteira.
Finalizando o texto, não podemos deixar de lembrar o que Emmanuel nos ensina: A felicidade existe sim, porém, para usufruí-la no Outro Mundo, precisamos aqui na Terra admitir “que ninguém pode ser realmente feliz sem fazer a felicidade alheia no caminho que avança”.

(Com base no texto original de João Batista Armani – CASAMENTO – Extraído do endereço: www.portaldoespirito.org.br)

VER SLIDES

http://pt.slideshare.net/32162553600/casamento-na-viso-esprita

http://pt.slideshare.net/anaclaudialeal/casamento-divrcio-na-viso-esprita


O Casamento Religioso e o Espiritismo

O Casamento Religioso e o Espiritismo

Vamos abordar aqui a questão do casamento, mais especificamente do casamento religioso. Para esta abordagem, devemos que nos lembrar que o Espiritismo Kardecista não tem nenhum ritual. Nenhum, absolutamente. Não só do casamento, mas nenhum outro.

A prática religiosa Espírita é baseada exclusivamente no Amor a Deus e na Fé raciocinada. Para o Espírita Kardecista, ter religião significa "estar ligado a Deus’, pois a palavra "religião" significa exatamente isso: ligar-se a Deus.

Se analisarmos o Evangelho do Mestre Jesus, veremos que não está instituído, em nenhum momento dele, o casamento como ato de ligação a Deus (ato religioso) ou de fé. Veremos que o Cristo fala, a respeito da união de Homem e Mulher "....não separe o Homem o que Deus uniu....", que foi tomado como base teológica para o ritual (sacramento) do casamento e da indissolubilidade eterna do casamento religioso.

Em verdade, o que o Cristo pretendeu nos dizer, é que o amor verdadeiro entre Homem e Mulher, é conseqüência do Amor Divino que é, assim, verdadeiramente abençoado por Deus, e que o Homem (ser humano), não deve tentar separar as pessoas que se unem pelo amor verdadeiro, pois a esses, Deus (AMOR) uniu.

Na verdade, o casamento religioso foi, durante muitos séculos, a única forma de "legalizar", de "oficializar" a ligação estável entre Homem e Mulher, de estabelecer regras de conduta e de responsabilidade para o "casamento", para a vida familiar. Devemos nos lembrar que a época, não havia registros, não havia cartórios, sistemas de documentações, certidões, leis, etc.

Inicialmente, apenas o poder moral da Religião e o medo da "punição Divina" garantia os direitos e deveres no casamento. O Sacerdote ou o Pastor ou o Pajé ou o Curandeiro ou o Monge, exerciam o papel de "fiador" do compromisso, em nome da Divindade, do Ser Superior.

Mais tarde, as Igrejas, as Ordens Religiosas, os Templos, quando já existia a escrita, mantida apenas em grupos herméticos e de iniciados, passaram também a proceder e manter o registro formal das uniões (casamento), ampliando a estabilidade das mesmas, pela possibilidade de encontrar-se registro de quem era ou não casado.

Em muitas culturas e religiões, antigamente e mesmo hoje em dia, o casamento não é um ritual religioso, mas sim uma cerimônia familiar, onde o compromisso de Homem e Mulher é assumido, pelos noivos, perante a comunidade, perante a família e perante o representante da Religião, sendo o casamento celebrado pelo Patriarca ou Matriarca da família, e não pelo Sacerdote ou representante religioso. Mas também desse modo cumpre seu efeito de "fiador" e estabilizador da união.

Também é importante lembrar uma realidade estatística: - todas as Religiões Judaico-Cristãs do mundo, somados todos os seus adeptos declarados, constituem cerca de 1/3 (33%) da população mundial. Portanto, cerca de 2/3 da população mundial não segue o Cristianismo, e têm outros conceitos a respeito do casamento e da forma de celebrá-lo.

Com a evolução da sociedade, com a criação das Constituições dos países, das Leis, do avanço e aperfeiçoamento do registro público, o casamento civil passou a ser o controlador da estabilidade, dos direitos e dos deveres do casamento, da proteção da mulher e dos filhos, da garantia de herança e sucessão.

O casamento religioso ficou como o rito ou Sacramento específico das Religiões, especialmente as Judaico-Cristãs. Mais modernamente, veio se transformando muito mais numa ocasião social do que num ato de fé verdadeira, o que está sobejamente demonstrado pelo enorme número de separações que ocorre entre uniões com menos de 5 anos de duração, quase todos casados também em cerimônia religiosa.

Quando o Espiritismo surgiu, o casamento civil já era uma realidade. Não havia mais necessidade do casamento religioso como "regulador". O Espiritismo, baseado na fé raciocinada, na fé verdadeira, na lógica e na razão, não trouxe para seu seio nenhum ritual. A sociedade já podia dispensá-los. A ligação com Deus (Religião) nunca precisou deles. O Evangelho do Cristo era para ser praticado no dia-a-dia, e não transformado em rituais.

Não estamos aqui falando mal do casamento religioso. Muito pelo contrário. O extremo respeito que o Espiritismo tem pelas Religiões, já nos impediria disso. Cada um deve seguir o que preceitua sua crença religiosa. Só estamos explicando porque o Espiritismo Kardecista não tem a cerimônia ou ritual de casamento, e porque os Espíritas formalizam sua união no civil, não necessitando do casamento religioso enquanto ritual, cerimônia ou preceito religioso.

Para os espíritas, existe um guia seguro para que os casais aprenderem a consolidar sua união no dia-a-dia. É a prática da própria Doutrina Espírita, em sua integralidade. E tudo pode ser resumido em três palavras: Amor, Tolerância e Perdão. E num exercício diário: o do aprendizado constante.

Ao decidir pelo casamento, Homem e Mulher estão assumindo uma grande responsabilidade, um grande compromisso. Estão iniciando uma nova família. A família é, e sempre será, a grande escola de evolução, de aprendizado, de crescimento espiritual, se bem aproveitada. Cabe a cada casal fazer com que sua família seja a melhor das escolas, a que ensina o caminho de apreender-se a felicidade.

Para isso, devem ter em mente que sua nova família deve ensinar amor e caridade. Para ensinar, é necessário praticar. Praticar diariamente. Aprender com os erros. Aprender a não mais errar. Aprender a acertar cada dia mais. Aprender a ser feliz.

Esse é o casamento verdadeiramente abençoado por Deus. E ele independe das religiões.



Carlos Augusto Parchen
Curitiba, Paraná
outubro de 2002
Centro Espírita Luz Eterna - CELE

www.parchen.hpg.ig.com.br
c_a_parchen@yahoo.com.br

Breves reflexões sobre o casamento entre espíritas


JORGE HESSEN
jorgehessen@gmail.com
Brasília, Distrito Federal (Brasil)


Breves reflexões sobre o casamento entre espíritas

Recentemente ocorreu uma tragédia numa festa de “casamento” no estado de Pernambuco. O noivo se matou após assassinar a noiva e o padrinho. Conforme informou o programa “Fantástico” da Rede Globo (1), o evento era uma cerimônia “espírita”.

Cerimônia espírita?... Que absurdo!

Infelizmente têm surgido confrades em torno dos quais se formam grupos e “indivíduos portadores de mediunidade, nobre ou não, que não poucas vezes tornam-se líderes esquisitos e esdrúxulos, com comportamentos alienados, procurando apresentar propostas de exaltação do seu ego e gerando à sua volta uma mística que infelizmente vem desaguando em determinadas posturas incompatíveis com o Espiritismo, como o casamento espírita, por exemplo”. (2) (grifei.)

Observam-se algumas vezes, entre alguns dirigentes de casas espíritas, posturas tradicionalmente religiosas (igrejeiras) na maneira de entender e de se relacionar com a Doutrina Espírita. Esse entendimento dá margem a gravíssimos transtornos ao Movimento Espírita, como a ritualização de certas práticas, abuso de poder nas hierarquias e outras lamentáveis práticas. Como se não bastassem tantas asneiras, há dirigentes espíritas celebrando cerimônia de “casamentos”, assumindo uma postura de “oficiantes”, na condição de “dirigente-mor” de algumas instituições. Tais dirigentes “oficiantes” (pasmem!) estão com agendas lotadas, inclusive para “celebrarem batizados”. Ficamos estupidificados diante de tais anomalias doutrinárias.

No casamento entre espíritas só deve haver cerimônia civil; JAMAIS cerimônia religiosa. E nenhum presidente (“dirigente-mor”) de centro espírita ou sociedade de orientação espírita deveria “oficiar” casamentos, pois o Espiritismo não instituiu sacramentos, rituais ou dogmas.

Se, por força das circunstâncias, o cônjuge não-espírita possuir sincero fervor pela religião que professa, e tiver tendência a ficar traumatizado sem a cerimônia tradicional, o espírita poderá aceitar (sem traumas) a cerimônia religiosa do casamento, segundo o costume da religião do seu pretendente. Esta condescendência, todavia, tem suas linhas demarcatórias. Só é aceitável se houver uma profunda necessidade espiritual da(o) noiva(o), porém, não se justifica quando a pessoa for apenas uma religiosa de fachada, por convenção social, ou quando a exigência é feita pela família dela. Todavia, se houver por bem ceder, que o espírita não se submeta aos sacramentos individuais como no caso do batismo, da confissão, da comunhão etc., etc., etc. Nesse aspecto, caberá ao cônjuge não espírita providenciar a dispensa dos sacramentos individuais para o espírita.

Reflitamos o seguinte: quem é que dá a um homem o direito de estabelecer esse vínculo sagrado entre duas pessoas? Casamento não depende de nada exterior, de nenhuma ação alheia aos noivos. As duas criaturas se casam e ninguém tem o poder de estabelecer vínculos entre elas. Nem o Juiz de Paz promove o casamento. Essa autoridade apenas registra nos anais da sociedade, para os efeitos legais, o casamento que é diante dela declarado. Portanto, “o casal espírita apresenta-se diante da autoridade civil apenas para declarar o seu casamento, solicitando seja ele registrado, e não para receber qualquer tipo de legitimação. A legitimidade do casamento é dada pelo grau de responsabilidade e de amor que presidiu a formação do casal”. (3)

Naturalmente, os noivos espíritas devem ter consciência de como se casar perante a sociedade e a espiritualidade, respeitando as convicções dos familiares “não espíritas”, mas tentando fazer prevalecer as suas certezas doutrinárias. O legítimo espírita precisa colaborar para que haja a renovação das concepções religiosas, e não logrará êxito se em nome de uma “falsa humildade e fingida tolerância” ocultar o que já conhece e se curvar ante os costumes religiosos tradicionais. Se somos espíritas, por que então nos mantermos algemados às fórmulas religiosas que nada significam para nossos ideais?

Muitas vezes, confrades nos indagam se poderia e como seria realizada uma cerimônia de casamento espírita. Considerando que o assunto é de alta gravidade e de grande repercussão, atestamos, sem muitas delongas, que não existe ritual nem cerimônia religiosa para o casamento entre espíritas. O Espiritismo é uma doutrina filosófico-religiosa, com aspectos científicos e consequências éticas e morais, mas não se constitui numa estrutura clerical formalizada. Dessa forma, diferentemente de outras correntes religiosas, não comporta em suas práticas nenhum cerimonial, rito ou aspecto específico ligado ao casamento convencional. Ou seja, não há cerimônia de casamento religioso espírita.

"O Espiritismo não tem sacerdotes e não adota, e nem usa em suas práticas, altares, imagens, andores, velas, procissões, sacramentos, concessões de indulgência, paramentos, bebidas alcoólicas ou alucinógenas, incenso, fumo, talismãs, amuletos, horóscopos, cartomancia, pirâmides, cristais ou quaisquer outros objetos, rituais ou formas de culto exterior.” (4) No local escolhido para a cerimônia civil, uma prece singela poderá ser feita por um familiar dos noivos. Não há necessidade de convidar um presidente (“dirigente-mor”) de centro, um orador espírita, um médium, nem é preciso que um “guia” se comunique para “abençoar” o consórcio.

Aliás, sendo a prece sincera a sublimação do sentimento e a exaltação do amor, em realidade, por questões de afinidade e afetividade, certamente os familiares e os amigos amam mais os noivos que o dirigente espírita, o “oficiante”; portanto, a oração feita por eles será bem mais produtiva. Ainda, os noivos espíritas, junto à família, no abençoado reduto do lar, poderão fazer o Culto do Evangelho, usufruindo de um ambiente espiritual mais sereno e pacificado do que a exposição pública no ato da cerimônia civil ou de festas, onde muitas criaturas lá comparecem com o único interesse social.

Dessa forma, o dirigente espírita, consciente das suas enormes responsabilidades e conhecedor das bases doutrinárias do Espiritismo, saberá esquivar-se dos convites que recebe para “oficiar” casamentos, informando, com humildade e educação, aos pretendentes, quase sempre pouco conhecedores do Espiritismo, que na Doutrina Espírita tal prática não existe. Se aceitar o convite demonstrará que conhece o Espiritismo ainda menos que os noivos.

O casamento é a eliminação do egoísmo; não fere as leis da Natureza; “é um progresso na marcha da Humanidade. Sua abolição seria regredir à infância da Humanidade e colocaria o homem abaixo mesmo de certos animais que lhe dão o exemplo de uniões constantes”. (5) O casamento, enfim, é um compromisso livremente assumido por dois Espíritos perante o altar de suas consciências. Está muito acima de qualquer bênção religiosa ou da assinatura de qualquer documento diante de uma autoridade civil ou religiosa. Trata-se de uma sociedade conjugal, estabelecida pelo próprio casal, num plano eminentemente moral, ético.

O que nos parece deve prevalecer, em vez da ritualística que lentamente vai sendo introduzida e aceita por desconhecimento doutrinário, é que se leve em consideração a proposta filosófica de uma visão ampla, de uma observação cuidadosa dos fatos da vida e de como o Espiritismo os explica e os orienta, ensejando, deste modo, um comportamento ético-moral mais compatível com a Terceira Revelação.

Em tese, não há e NUNCA haverá espaço no universo doutrinário para a celebração de um "casamento religioso espírita". E para os contumazes dirigentes “oficiantes” de casamentos, recomendamos buscarem outros quintais “espiritualistas” e se distanciarem depressa do Espiritismo para não conspurcá-lo ainda mais!



Referências bibliográficas:

(1) Disponível no link http://olhar45.blogspot.com/2010/12/noivo-mata-noiva-e-padrinho-em-festa-de.html, acessado em 25 de dezembro de 2010.

(2) Entrevista do orador espírita Divaldo Pereira Franco concedida para a equipe de redação do Jornal Mundo Espírita, durante a 8ª Conferência Estadual Espírita, em Curitiba, PR, no dia 24 de março de 2006.

(3) José Passini. Artigo O Casamento, Disponível em http://doutrinaespirita.com.br/?q=node/35, acessado em 24 de dezembro de 2010.

(4) Disponível no site http://www.febnet.org.br/site/conheca.php?SecPad=9&Sec=247, acessado em 25/12/2010.

(5) Kardec, Allan. O Livro dos Espíritos, Rio de Janeiro: Editora FEB, 2000, questão 695.

Casamento na Visão Espírita -

Casamento na Visão Espírita -

1 - O que seria, verdadeiramente, o casamento, segundo a visão que a Doutrina Espírita nos apresenta?

A união de duas pessoas que se reencontram para auxiliarem, mutuamente, em busca do progresso. No entanto, no casamento, normalmente, chegam os filhos, espíritos que Deus nos confia nesta vida para cumprirmos a função de pais e, com isso, possibilitarmos o ambiente e estímulo necessário ao seu adiantamento. Portanto, uma vez que envolve tamanhas responsabilidades, o casamento deve e precisa ser baseado no amor, antes de tudo, no respeito, afinidade, na amizade, no compromisso, na cumplicidade para o bem na intenção, enfim, de levar uma vida conjunta.

2 - Quais os requisitos necessários para que uma relação se configure efetivamente como um casamento?

Creio que deve existir a base que falamos acima. Deve-se lembrar ainda do compromisso mútuo, envolvimento, objetivos afins de vida.

3 - Quais as responsabilidades que um casamento implica aos cônjuges, tanto material, quanto moral e espiritualmente?

O que dá pra pensar neste momento é o "caminhar junto" nos 3 níveis, procurando se apoiarem mutuamente.

4 - Qual a finalidade do casamento?

Além da "união dos sexos para operar a renovação dos seres que morrem" (ESE, cap.XXII, item 2), devemos pensar que não fomos feitos para sermos ou vivermos sozinhos. Desde sempre precisamos de alguém até para sobreviver. Não que a solidão não seja produtiva ou enriquecedora, ou mesmo, uma forma de se viver nesse mundo, quando não se veio para se ter a experiência do casamento. Contudo, não coloco isso em questão. Até mesmo quando vivemos "sozinhos", há sempre um amigo, um irmão ao qual devotamos nossos sinceros sentimentos de afeição e ao qual solicitamos, muitas vezes, conselhos, palavras, carinho. Creio que a finalidade é o enlace das almas, a comunhão dos seres pautada no amor e de modo permanente, acredito nisso. Contudo, meus amigos, não me lembro o livro e nem se foi em um livro, mas já tive informação de que há 3 tipos de casamentos: 1-por resgate; 2-por fraternidade e 3-por afinidade; este último seria o mais difícil de ocorrer no nosso planeta, embora me basiei nele para falar aqui. Essa classificação achei lógica e é o que entendemos e vemos realmente, entretanto, gostaria que confirmassem ou não esta informação, se fosse possível, e até, se for livro, fornecesse a bibliografia.

Desculpem, sei que é pequena a contribuição, mas, mesmo assim, não gostaria de deixar de participar como fiz na semana passada. Foi o que pude pensar neste momento. Estou aberta a correções, aliás, é pra isso que estamos aqui, não ? Para estudarmos e aprendermos um com o outro. Estou feliz de ter participado
MUITA PAZ, LUZ, SAÚDE E AMOR para todos!!
Fiquem com Deus!
ABRAÇOS do coração!
(Magna)
---
- O que seia verdadeiramente ,o casamento ,segundo a visão que a Doutrina
Espirita nos apresenta ?
R- O casamento é um compromisso de crescimento a dois ,espiritual,moral e
intelectual norumo da perfeição relativa ,onde duas pesoas que se amem e se
respeitem ,seguem juntos o caminho ,um amparando ao outro ,com
responsabilidade no compromisso que firmou na espiritualidade.


2-Quais os requisitos necessärios para que uma relação se configure
efetivamente como um casamento?
R-Duas pessoas se proporem a amar e respeitar,não só respeitar na fidelidade
,mas sim os ideais que ambos tenham para o crescimento individual de cada um
,o que acontece no casamento muito ainda hoje é um querer podar ao outro ,a
experiencia me diz que temos que lutar pelos nossos ideais ,porque quando
abrimos mão do que queremos ,passa-se os anos e ficamos frustados ,nos
anulamos e por culpa de não ter corrido atrás do que queria ,muitas vezes em
nome de não discutir e chegar a brigas ,vamos cedendo ...e tenham certeza
não vale a pena !!


3- Quais as responabilidades de um casamento implica aos conjuges ,tanto
material ,quanto moral e e espiritualmente ?
R- A reunião destes tres itens,faz com que temos um casamento equilibrado
,com mais tranquilidade para passar pelas provações ,agora a meu ver estar
espiritualmente forte e equilibrado ,passamos pelos problemas materiais e
concertamos os erros que surgem quando esquecemos da moral que Jesus nos
deixou ,nosso codigo de etica para vivermos e convivermos bem .


4- Qual a finalidade do casamento ?
R- É um crescimento a dois ,reajustando os erros do passado .

A Joanna de Angelis ,através do Divaldo ,escreve assim no livro SOS Familia:
"O lar estruturado no amor e no respeito aos direitos de seus membros é a
mola propulsionadora do progresso geral e da felicidade de cada um ,como de
todos em conjunto.
Para esse desiderato são ficados compromissos de união antes do berço
,estabelecendo-se diretrizes para a familia ,cujos membros se voltam a
reunir com finalidades especificas de recuperação espiritual e de
crescimento intelecto-moral,no rumo da perfeição relativa que todos
alcançarão." .

Como temos na sala ,pessoas de idades diferentes ,e alguns casados e outros
para casar ,deixo aqui outro texto da Joana do mesmo livro ,que acho que
ajuda muito para percebemos a crise conjugal ,antes dela crescer demais e
perdemos o controle da situação.

"Indispensavel que para o exito matrimonial sejam exercitadas singelas
diretrizes de comportamento amoroso.
Hä alguns sinais de alarme que podem informar a situaç
ão de dificuldades antes e agravar a união conjugal .
-silencios injustificäveis quando os esposos estão juntos ;
-tédio inexplicável ante a presença do companheiro ou da companheira ;
-ira disfarçada quando o consorte ou a consorte emite uma opinião ;
saturação dos temas habituais ,versados em casa ,fugindo para interminas
leituras de jornais ou inacabaveis novelas de televisão;
-irritabilidade contumaz sempre que se avizinha do lar;
-desinteresse pelos problemas do outro ;
-falta de intercambio de opiniões ;
-atritos continuos que ateiam fagulhas de irascibilidade ,capazes de
provocar incendios em forma de agressão ,desta ou daquela maneira ......
E muitos outros mais .

****
"Ë natural que ocarram desacertos .Ao invés porém de separação
,reajustamento .
"......
Se o companheiro ,se desloca ,lentamente da familia ,refaça a esposa o lar
,tentando nova formula de reconquista e tranquilidade .
Se a companheira se afasta afetuosamente pela irritação ou pelo ciume
,tolere o esposo ,conferindo-lhe confiança e renovação de ideias "
.........

Muito amor ,muita paz e principalmente muita compreensão !!!

(Maria Luiza)
---
Sou nova na sala, e gostaria de dar meu depoimento.
Tenho 38 anos e sou casada a 20 anos, tenho dois filhos um de 19 e outro de 13.
Sou uma mulher ,mãe e esposa realizada. Sempre soube do meu papel dentro do meu lar, e procurei me posicionar de uma forma amorosa e respeitosa, procurando dar sempre o melhor de mim, para que o simples fato de estar ali serivsse de alento para todos.
Meus filhos são pessoas maravilhosa, meu marido e eu procuramos manter o respeito acima de tudo, até em nossas discussões.
Acredito que o fato de nos mantermos apaidonaderrimos até hoje, tornou as coisas mais faceis, o grande RESPEITO que temos em casa um pelo outro mantém nosso lar harmonioso.
Então quando me pedem alguma receita, eu sempre digo AME acima de tudo, e depois RESPEITE, as diferenças para se ajustarem levam tempo, respeite este tempo, sem cobrança, e com paciência.

Seja feliz minha irmã.
---
O tema dessa semana é muito bom não é mesmo?:))

E é um tema que já vinhamos conversando anteriormente sobre a família, compromisso afetivo, namoro e noivado(temas que já se encontram disponibilizados(estudo, conversa e conclusão) para download no http://www.cvdee.org.br/est_educar.asp)

Participando um cadinho do tema:)

Em O Livro dos Espíritos, vemos a resposta dada à pergunta 695, de que o casamento a união permanente de dois seres é um progresso na marcha da Humanidade.

Muitas vezes ficamos nas colocações de que tem-se que exercer tais sentimentos e ações, mas na hora das turbulências, das coisas más nos esquecemos ou não sabemos como colocar isso em prática.

Assim, resolvi colocar aqui algumas colocações do Mark Merrril(tradução SergioBarros):

- "(...)Construir um casamento é similar a voar; com certeza, muitos gostariam de evitar as turbulências no casamento, mas às vezes tem que "voar através dela". O principal para "voar através da turbulência" está em aprender a resolver os conflitos e comunicar-se claramente de tal maneira que transforme qualquer turbulência em um vôo suave."

- "(...) o casamento é construído pela capacidade de duas pessoas de se ajustarem às coisas más. E dizem que existem cinco ferramentas essenciais que todo bom casamento utiliza para combater as coisas más: partilha, esperança, empatia, perdão e comprometimento."

- Três pequenas palavras que podem fazer muito pelo casamento
As três palavras são: deixa pra lá!. Isso mesmo. Deixa pra lá.
Veja, muitas vezes notamos apenas o que o nosso cônjuge faz de errado.
Começa a se tornar um péssimo hábito: procurar defeito em tudo. Na próxima vez que seu(sua) esposo(a) fizer algo do tipo se esquecer de recolher o lixo, deixar a porta da garagem aberta ou não recolher o jornal, você já sabe o que fazer: dê uma paradinha, respire fundo, morda a língua se
precisar, e deixa pra lá.

Enfim, o casamento é a formação de uma parceria, com respeito, com carinho mútuo, com a união e concentração de ambos os cônjuges para a formação do lar, com exercício da educação , da tolerância, da compreensão, dos pequenos e importantes gestos diários com que se envolve o outro em amor.

Vamos continuar a estudar juntos?:))
Um dia todinho cor e amor

Casamento e Divórcio - André Luiz


Casamento e Divórcio


Divórcio, edificação adiada, resto a pagar no balanço do espírito devedor. Isso geralmente porque um dos cônjuges, sócio na firma do casamento, veio a esquecer que os direitos na instituição doméstica somam deveres iguais.

A Doutrina Espírita elucida claramente o problema do lar, definindo responsabilidades e entremostrando os remanescentes do trabalho a fazer, segundo os compromissos anteriores em que marido e mulher assinaram contrato de serviço, antes da reencarnação.

Dois espíritos sob o aguilhão do remorso ou tangidos pelas exigências da evolução, ambos portando necessidades e débitos, combinam encontro ou reencontro no matrimônio, convencidos de que união esponsalícia é, sobretudo, programa de obrigações regenerativas.

Reincorporados, porém, na veste física, se deixam embair pelas ilusões de antigos preconceitos da convenção social humana ou pelas hipnoses do desejo e passam ao território da responsabilidade matrimonial, quais sonâmbulos sorridentes, acreditando em felicidade de fantasia como as crianças admitem a solidez dos pequeninos castelos de papelão.

Surgem, no entanto, as realidades que sacodem a consciência.

Esposo e esposa reconhecem para logo que não são os donos exclusivos da empresa. Sogro e sogra, cunhados e tutores consangüíneos são também sócios comanditários, cobrando os juros do capital afetivo que emprestaram, e os filhos vão aparecendo na feição de interessados no ajuste, reclamando cotas de sacrifício.

O tempo que durante o noivado era todo empregado no montante dos sonhos, passa a ser rigorosamente dividido entre deveres e pagamentos, previsões e apreensões, lutas e disciplinas e os cônjuges desprevenidos de conhecimento elevado, começam a experimentar fadiga e desânimo, quanto mais se lhes torna necessária a confiança recíproca para que o estabelecimento doméstico produza rendimento de valores substanciais em favor do mundo e da vida do espírito.

Descobrem, por fim, que amar não é apenas fantasiar, mas acima de tudo, construir. E construir pede não somente plano e esperança, mas também suor e por vezes aflição e lágrimas.

Auxiliemos, na Terra, a compreensão do casamento como sendo um consórcio de realizações e concessões mútuas, cuja falência é preciso evitar.

Divulguemos o princípio da reencarnação e da responsabilidade individual para que os lares formados atendam à missão a que se destinam.

Compreendamos os irmãos que não puderem evitar o divórcio porquanto ignoramos qual seria a nossa conduta em lugar deles, nos obstáculos e sofrimentos com que foram defrontados, mas interpretemos o matrimônio por sociedade venerável de interesses da alma perante Deus.




Autor: André Luiz
Psicografia de Waldo Vieira. Do livro: Sol nas Almas