Estudando o Espiritismo

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segunda-feira, 20 de junho de 2016

Espírito Santo e Espírito de Verdade

Reflexão Doutrinária: Espírito Santo e Espírito de Verdade


P- Qual o significado de Espírito Santo e Espírito da Verdade ou Espírito de Verdade na visão Espírita? São a mesma coisa, têm o mesmo significado?

R- Espírito Santo e Espírito de Verdade não são a mesma coisa e têm significados distintos.

Espírito Santo é a plêiade (conjunto) de Espíritos santificados no Senhor que promovem a implantação do Cristianismo na Terra. Emmanuel, no livro Paulo e Estevão  afirma ainda: “Ninguém deverá ignorar que Espírito Santo designa a legião dos Espíritos Santificados na luz e no amor, que cooperam com o Cristo desde os primeiros tempos da Humanidade.”

Embora as controvérsias dentro do meio espírita, não temos dúvidas de que o Espírito da Verdade, ou Espírito de Verdade é Jesus, o Cristo de Deus.  A assinatura registrada nos itens 5 a 8 das Instruções dos Espíritos copiladas no Capítulo VI de O Evangelho Segundo o Espiritismo, pelo Codificador Allan Kardec, é Espírito de Verdade. Sua manifestação em toda a obra da Codificação  dá cumprimento à sua promessa: ” O Consolador, que é o Santo Espírito, que meu Pai enviará em meu nome, vos ensinará todas as coisas e vos fará recordar tudo o que vos tenho dito.” João 14: 17 e 26. Na Doutrina Espírita encontramos  explicações mais abrangentes sobre Seus ensinamentos de Amor e Redenção Espiritual.

O Consolador ou Santo Espírito em “meu nome” diz respeito à falange de trabalhadores escalados para a implantação do Consolador Prometido: A Doutrina Espírita.

Para que você mesmo tire suas conclusões confira abaixo o parecer dos luminares, Os Santos Espíritos que compuseram a Equipe da Codificação, fazendo realidade o Advento do Consolador Prometido por Jesus.

O ADVENTO DO ESPÍRITO DE VERDADE

“Se me amardes, guardareis os meus mandamentos. E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre; O Espírito de Verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê nem o conhece…” João  14: 15-17 /ESE  VI – O  Cristo Consolador item -3.

Esse versículo do capítulo 14 do Evangelho de João expõe claramente a análise  de Jesus quanto ao pouco entendimento de suas idéias à época de sua peregrinação na Galiléia. Explicita sua promessa de fundamentar a Verdade de sua Doutrina e a ignorância do mundo que “não o vê e nem o conhece.” A causa dessa ignorância, provavelmente a infância espiritual da Humanidade de há 2000 anos.  A declaração “ O Espírito de Verdade” provavelmente, a pista para sua identificação no futuro.

Como que dando continuidade à promessa registrada no citado capítulo do Evangelho de João, encontramos no item 5, do Capítulo VI de o Evangelho Segundo o Espiritismo, inspiradamente denominado “O Cristo Consolador” no quadro: Instruções dos Espíritos, com o subtítulo “O Advento do Espírito de Verdade”, quatro mensagens psicografadas respectivamente em Paris, (uma de  1860, outra de 1861), em Bordéus em 1861 e em Havre em 1863. Quatro páginas de estilo e consistência imbatíveis quanto à lógica, aos ensinamentos, à didática e expressão do Mestre Galileu. Em todas elas o comunicante fala na primeira pessoa. Não sugere, leva à reflexão. Registra o chamamento do Cristo às “ovelhas perdidas da Casa de Israel – a Humanidade em degredo no Planeta – “Vinde a mim. Todos que sofreis!”

Reforça que vem ensinar  e consolar (como no passado) os pobres deserdados. Conclama ao recomeço “da jornada da véspera”. Retoma o Sermão do Monte em sua promessa de apoio aos abnegados na rota da redenção espiritual quando preceitua: “ aqueles que carregam seus fardos e que assistem seus irmãos são meus bem-amados”.

Declara-se, novamente, como “o grande médico das almas”, renovando as esperanças da Humanidade sofredora no “Deus que consola os humildes e dá forças aos aflitos”.

O primeiro parágrafo do item 5 é incisivo: ““Venho, como outrora aos transviados  filhos de Israel, trazer-vos a verdade e dissipar as trevas. (…)  E na sequência mostra a que veio: “Espíritas!  amai-vos, este o primeiro ensinamento;  instruí-vos, este o segundo. (…)” ESE –VI O Cristo Consolador item 5 /O Espírito de Verdade – Paris, 1861

IDENTIDADE PROFÉTICA DA DOUTRINA ESPÍRITA

A identidade profética da Doutrina Espírita permeia o histórico da conexão entre o plano físico e o espiritual. No Antigo Testamento da Bíblia encontramos as profecias relativas ao momento da Transição Planetária em que as Estrelas do Céu ( os Espíritos do Senhor, são destacados como exércitos para uma abordagem programada pela Espiritualidade ). Entre tantas citações confira:

“Depois disso … Vossos  filhos e as vossas filhas profetizarão”… Joel 2:28 – O fluxo dos fenômenos mediúnicos  que tomou conta no século das luzes, anunciando os novos tempos e ao mesmo tempo chamando a atenção de estudiosos como O Prof Rivail, que viria a ser o codificador Allan Kardec.  Agora, neste momento de Transição Planetária a mediunidade desponta, de forma intensa e ostensiva, como fatalidade evolutiva, chamando as criaturas a novos rumos.

“…Virão dias, diz o Senhor, em que eu farei nova aliança com a casa de Israel (…) todos me conhecerão”... Jeremias 31: 31- 33 – A aliança entre Deus, Cristo e Caridade com todos  os peregrinos da jornada evolutiva.

E no Novo Testamento a confirmação dessa intenção de esclarecimento e veiculação da Verdade que aclara os caminhos e redime as almas:

“Mas o Paráclito, o Espírito Santo,   a quem o Pai enviará, em meu nome  vos ensinará  todas as coisas que vos tenho dito. “ João 14: 26

“(…) Quando ele vier, o Espírito de   Verdade, vos guiará no caminho da verdade integral (…) anunciar-vos-á  as coisas que estão por vir”… João 16:12—13

“Mas o Consolador,  o Espírito Santo,  a quem o Pai enviará, em meu nome,  esse vos ensinará  todas as coisas  e vos fará lembrar de tudo o que vos  tenho dito.”   JC in João 14:  23-26

Nada mais lógico do que a conclusão de que O Consolador  é A Doutrina Espírita que em todos os seus mecanismos lembra o que Jesus ensinou; esclarece as máximas do Cristo; consola e conforta os que sofrem.

O Espírito de Verdade  é  o condutor do processo  da Codificação; Kardec,  o instrumento do Alto para completar  a mensagem do Cristo. E sem sombra de dúvidas, a obra titânica e gigantesca de Francisco Cândido Xavier surge como o desdobramento da Codificação. Consolida os conceitos ali esposados e traz novas revelações para a sedimentação da fé raciocinada, “a única capaz de enfrentar a razão face a face, em todas as épocas da Humanidade.”

Assim como o próprio Cristo conduziu a implantação do Cristianismo Primitivo através da rede de comunicação em que se transformaram as Cartas de Paulo, ditadas ao Espírito de Estevão e inspiradas a Paulo de Tarso e sua Equipe de escribas, assim também conduziu, como afirma Leon Denis “sob sua direção oculta e sob seu apoio (direção e apoio de Jesus) é que se opera essa nova revelação”, referindo-se ao trabalho incansável de Allan Kardec.

Uma mensagem recebida em maio de 1864,  direcionada à Allan Kardec,  e assinada pelo Espírito de Verdade, é muito clara ao se referir à edição de Imitação do Evangelho, o nome de O Evangelho Segundo o Espiritismo  em sua primeira versão: “Um novo livro acaba de aparecer; é uma luz mais brilhante que vem clarear o vosso caminho. Há dezoito séculos eu vim, por ordem de meu Pai, trazer a palavra de Deus aos homens de boa vontade. Esta palavra foi esquecida pela maioria, e a incredulidade, o materialismo, vieram abafar o bom grão que eu tinha depositado sobre a vossa Terra (…)” .

Dúvidas, quando ao Cristo, ser ele próprio o Espírito de Verdade, não temos. Quem senão Ele poderia reunir em sua falange Espíritos benfeitores – provados  no fogo da transformação interior e no senso de utilidade, ao longo da fieira evolutiva e com credencial absoluta para também falar em seu nome. A lista é inquestionável: Afonso de Liguori, Arago, Benjamin Franklin, Chaning, Chateaubriant, Delphine de Girardin, Emmanuel, Erasto, Fénelon, Francisco Lamennais, Lázaro, Massillon, Pascal, Hahnemann, Henri Heine, Rousseau, Joana D´Arc, João Evangelista, Lacordaire, Luís, Sócrates, Swedenborg, Timóteo, Cura D`Ars, Vicente de Paulo, Adolfo (Bispo de Argel), Dr Berry, Cárita, Dufetre (Bispo de Nevers), François (de Génève), Isabel (de França), Jean Reynaud, João (Bispo de Bordéus), Júlio Olivier, Morlot e V. Monod. Há também registro do comunicante que se auto intitula: Um Espírito Amigo.

Na sequência, para sua reflexão e maiores pesquisas arrolamos manifestações  e fragmentos de referências ao Espírito  Verdade  na Obra da Codificação:

1ª manifestação:

Em 24/03/1856 – Pancadas advertem AK sobre falhas a corrigir – OP pp 264-265

Obs: antes do lançamento do LE. E é claro que o Cristo não se prestaria aos raps (pancadas) desse aviso, mas sobre suas ordens “estafetas” arautos da Verdade, apropriados a esse tipo de fenômeno-alerta, foram escalados para a tarefa, como parte da Equipe do Espírito de Verdade que contava  com Espíritos dos vários segmentos evolutivos. Assim como um general não se presta a serviços menores, o Comandante da Equipe da Codificação tem também os seus subalternos em identidade de pensamentos e aptos às funções que lhe são definidas.

 Em 09/08/1863 – quanto ao Real objetivo do Espiritismo: – “Eis que a hora se aproxima … Em que, diante do céu e da Terra, deverás proclamar  o Espiritismo como instituição verdadeiramente divina e humana. OP p298

OBS: AK – prestes a lançar o ESE

  Em 14/09/1863 – Ação dos Benfeitores  – “ nossa ação, sobretudo do Espírito de Verdade , é constante ao teu redor (…) Com  essa obra (ESE) o edifício começa a se livrar de seus alicerces… sua cúpula a se desenhar no horizonte.”OP – p.299

“ Sois guiados pelo verdadeiro Gênio do  Cristianismo, o próprio Cristo preside

 aos trabalhos de toda natureza…  para abrir a era de renovação…”

20/01/1860   o Espírito Chateaubriant, in RE 1860 – p.62 Roustang a Kardec:

“Agradeço esses divinos mensageiros por   ensinar que o Cristo está  em missão sobre a Terra, (…)  O Cristo – chamado por eles  Espírito de Verdade – a Verdade é…

Em  19/09/1861  o Espírito Erasto na RE – 1861 – p 169 Aos Espíritas lionenses: “Estou orgulhoso em distribuir a cada um  os elogios e os encorajamentos que o Espírito de Verdade,  nosso mestre bem-amado,…”

Veja também ERASTO – in RE  1861 p. 305

Em  14/10/1861 o Espírito Erasto  Aos Espíritas de Bordeaux: “ Devo vos fazer ouvir, meus bem-amados,  o quanto o Espírito de Verdade, mestre de nós todos, espera mais de vós.” –  in RE 1861 – p.348/350

Em 21/11/1861 o Espírito Antoine (pai de Kardec)  in RE 1862 – p.343 “ (…)contar com a benevolência do Espírito de Verdade, o Filho de Deus…”

Em 17/09/1863, o Espírito S. José   in RE 1863 – p.365/366 “ Pregai a boa doutrina, a  doutrina de Jesus, a que o próprio Divino Mestre  ensina em suas comunicações…”

O Espírito Hanemann s/data, s/local  in RE 1864 – p.16 “ (…) cada um procurará  pela melhoria  esse direito que o Espírito de Verdade,  que dirige esse globo...”

Em 1945 o Espírito Alexandre no livro Missionários da Luz – pág 99 – FCX/André Luiz – “Mediunidade constitui meio de comunicação;  e o próprio Jesus nos afirma: ‘eu sou a porta’(….) Por que audácia imaginais a realização sublime  sem vos  afeiçoardes ao Espírito de Verdade,  que é o próprio Senhor?”

Portanto são apenas algumas referências para sua análise e reflexão. Não pretendemos convencer ninguém quanto às nossas concepções e convicções à luz da Doutrina dos Espíritos e como bem asseverou Kardec em Obras Póstumas – pág 384 – “se tenho razão todos acabarão por pensar como eu; se estou em erro, acabarei por pensar como os outros.”

“EU SOU O CAMINHO, A VERDADE E A VIDA. NINGUÉM VEM AO PAI, A NÃO SER POR MIM.”

João 14:16

Para saber mais:

• Allan Kardec:
– Obras Póstumas (OP)
– O Livro dos Espíritos (LE)
– O Livro dos Médiuns (LM)
– A Imitação do Evangelho / O Evangelho Segundo o Espiritismo (ESE)
– Revista Espírita(RE)

• A Bíblia Sagrada

• A Bíblia de Jerusalém

• FCX/André Luiz – Missionários da Luz

• FCX/Emmanuel – Paulo e Estevão FEB, 1992 – 26ª ed. Cap 8, pág 264.

• O Consolador – QST 286

• Leon Denis – Cristianismo e Espiritismo

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