Estudando o Espiritismo

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sexta-feira, 3 de julho de 2015

A Infância de Jesus - A Benção da Virilidade

Portal do Espírito
A sua referência sobre Doutrina Espírita na Internet
Estudo Dinâmico do Evangelho

Segunda edição

Amílcar Del Chiaro Filho

Capitulo III - A Infância de Jesus - A Benção da Virilidade

Teria alguma importância saber onde e quando Nasceu Jesus? Apenas a verdade histórica. Provar que ele não é um mito, embora tenha nascido numa época mitológica. Jesus de Nazaré, não é um mito como muitos historiadores pensam, mas um ser real, de carne e osso. Não é, também, um fantasma, como quiseram os "docetista", 200 anos depois do seu nascimento, ou como querem os Roustanguistas, do século XIX na França e no Brasil no mesmo século e na atualidade, por parte de alguns espíritas. Não adianta escolhermos uma data se ele não nascer em nosso coração.

Se o nascimento de Jesus foi cercado de lendas, não menos lendária foi a sua infância. A necessidade de divinização da sua figura, fez com que se criasse fantasias em torno do menino. Os quatro evangelhos não falam praticamente nada sobre a sua primeira e segunda infância. Lucas cita a visita ao Templo e a discussão com o doutores, o que teria sido aos 13 anos para a benção da virilidade. Os Evangelhos apócrifos (apócrifos porque não foram escolhidos por Jerônimo) contam algumas passagens tão interessantes quanto absurdas. Por exemplo: o menino colocar um peixe salgado numa bacia com água e ordenar que voltasse à vida, e o peixe começou a nadar. Noutra ocasião, num sábado, teria feito pardais de argila, e como foi repreendido pelos adultos, porque estava profanando o sábado, ele deu vida aos passarinhos de barro e mandou que eles voassem bem alto) Conta-se, também, que como aprendiz de carpinteiro, era muito útil, pois podia fazer a madeira aumentar de tamanho até o ponto desejado. Alguém disse, também, que quando ele fazia a junção, o encaixe de duas vigas, era tão perfeita a junção que parecia ter nascido assim. (essas informações, exceto a última, estão no livro de A.N.Wilson - Jesus - Uma Biografia.

Mesmo no meio espírita, quando se fala da infância de Jesus, é inevitável a adjetivação melosa, como, o divino menino - a Augusta criança, etc.

Ao que tudo indica José fixou-se com a família em Nazaré, embora C.T.Pastorino coloque em dúvida a existência de uma cidade chamada Nazaré ao tempo de Jesus, ou nos primeiros anos do século I - da Era Cristã. Mas, voltemos atrás, logo após o nascimento.

A lei judaica determinava que o primogênito varão fosse consagrado a Deus. Isto queria dizer que deveria ser sacerdote, porém, como esta era uma atividade exclusiva dos filhos da tribo de Levi, os primogênitos das demais tribos eram dispensados da obrigação, pagando resgate de cinco ciclos de prata. Sendo Jesus da tribo de Judá, Maria fez o pagamento isentando-o do sacerdócio.

Maria fez também a oferta pela sua purificação do sangue do parto. Como era pobre, ofereceu um casal de rolinhas. Neste episódio aconteceu o encontro com Simeão e com a profetiza Ana. A esta altura o menino já havia sido circundado, aos 8 dias de vida, como mandava a lei.

A circuncisão era uma medida religiosa, mas de grande inteligência, e importância e higiênica, pois ela consiste no corte da pele que cobre a glande, (prepúcio). Com a glande descoberta não se cria ali o "esmegma", uma espécie de sebo, nem se segura resíduos de urina, ficando o indivíduo muito mais saudável.

Foi durante a apresentação do menino para a circuncisão, que houve o encontro com Simeão, um homem muito idoso, que reconheceu o menino como a encarnação do Messias, ( Senhor, despede o teu servo, pois os meus olhos já viram a salvação). e também com a profetisa Ana, que previu para Maria muitas dores, como se o seu peito fosse trespassado por uma espada.

Após a apresentação no Templo, a única referência ao menino é que crescia de corpo e espírito. Só volta a ser citado aos 12 ano

Na Revista Educação Espírita, da Editora Edicel, criada por José Herculano Pires, no seu nº 3 trouxe um trabalho de Walter da Silveira Franco

( do Grupo de Estudos Pedagógicos de São Paulo), denominado, A Educação de Jesus, tendo como bibliografia, além de Tratados de Pedagogia, Solen Asch, no seu livro Maria, (dados sobre a educação de Jesus, segundo a tradição judaica), há, ali, trechos de grande beleza, mas que fugiria ao objetivo deste estudo. Edouard Schuré, em Os Grandes Iniciados, também fala da educação familiar recebida por Jesus e descreve os hábitos e costumes da época.

Até os 7 anos Jesus foi educado por Maria, recebendo as noções religiosas e históricas do seu povo, e aprendendo as primeiras letras. Aos 7 anos é encaminhado para a Sinagoga onde dá continuidade a sua educação religiosa e à alfabetização.

Quanto a discussão com os doutores e anciãos, Herculano Pires afirma ter sido A Benção da Virilidade, que todo menino judeu recebe ao completar 13 anos. Segundo Herculano, os doutores da lei e os anciãos sabatinavam os rapazinhos para saber o quanto eles sabiam da história do povo hebreu e das suas tradições. Como o menino de Nazaré demonstrou uma grande sabedoria para a sua idade e a sua condição social e sendo natural de uma pequena cidade da Galiléia, prazerosamente alongaram a sabatina.

Isto não explica o fato de José e Maria não saberem que ele havia ficado no Templo, pois, eles deveriam estarem lá, embora Maria tivesse que ficar no Pátio da Mulheres. Na nossa opinião o relato é parcialmente fantasioso. Outra dificuldade nesse passo do evangelho é que Lucas afirma que o menino tinha 12 anos, e não faz referência, em nenhum momento, à benção da virilidade. Esta é uma passagem privativa de Lucas. Huberto Rohden e Torres Pastorino conservam os 12 anos para o acontecimento. Pastorino recorre à numerologia e afirma que o 12 é o números dos Messias, dos Enviados.

No entanto, as maiores controvérsias estão após este acontecimento, porque os evangelistas guardam absoluto silêncio do que Jesus teria feito dos 13 aos 30 anos, pela cronologia do evangelho, ou dos 14 aos 32 ou 35 anos conforme as investigações históricas.

Existe um livro muito interessante de Francisco Klors Wernek, Jesus dos 13 aos 30 Anos, que apresenta as traduções de manuscritos históricos, que conta sobre um moço judeu que teria estado em vários templos de diferentes países. O moço corresponderia ao nome e características de Jesus de Nazaré.

Existem muitas hipóteses, e alguns autores, baseando-se em documentos que aparentam exatidão, afirmam que Jesus esteve em várias escolas iniciáticas, no Egito, na Índia, ou mesmo na Judéia, entre os essênios.

Schuré, no livro, Os Grandes Iniciados, compara a Doutrina de Jesus com a dos Essênios, e afirma que Jesus foi um iniciado Essênio, galgando os graus iniciáticos com rapidez espantosa. Segundo Schuré, havia uma espécie de ordem terceira, composta por essênios casados, vivendo nas comunidades judaicas. (Ob. Os essênios eram celibatários). Isto explicaria porque Jesus ia de cidade a cidade com os discípulos e sempre encontrava pousada e alimentação.

A nosso ver, baseado em Herculano Pires e outros espíritas, e no nosso próprio raciocínio, Jesus viveu na Aldeia de Nazaré, onde aprendeu o ofício de carpinteiro e construtor, porque os pais judeus faziam os seus filhos aprenderem duas profissões, para que nunca passassem necessidades. Jesus permaneceu em Nazaré até o início do seu ministério, possivelmente aos 32 ou 35 anos.

Nosso ponto de vista é que Jesus não foi iniciado em nenhuma religião. Ora, se ele foi o espírito mais perfeito que se encarnou em nosso planeta, conforme afirma O Livro dos Espíritos, e se ele é o governador da Terra, conforme diz Leon Denis, em Cristianismo e Espiritismo, (Sic) e Emmanuel, em A Caminho da Luz, (Sic) tendo presidido a sua formação, evidentemente ele não precisaria de iniciação. Huberto Rodhen também não acredita numa halo iniciação, mas sim, numa autoiniciação. Francisco Klors Wernek. No seu livro, Jesus dos 13 aos 30 anos, apresenta evidências sedutoras, com documentos antiqüíssimos, sobre as iniciações de Jesus.

Sua educação infantil pode ser aceita, porque, além do espírito ainda não ter domínio completo do corpo, era preciso não chamar muita atenção sobre si.

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