Estudando o Espiritismo

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terça-feira, 7 de outubro de 2014

Considerações sobre o necessário e o supérfluo


Estava revendo algumas reflexões antigas e achei esta, organizada em função de um estudo realizado na Casa Espírita Cristã Maria de Nazaré no dia 15/05/2003, achei que seria interessante compartilhá-la com todos

Considerações sobre o necessário e o supérfluo
Vamos buscar o entendimento de nosso estudo a partir do título "Sobras". Aquilo que nos sobra, segundo o dicionário Aurélio, é tudo aquilo que temos em demasia, em excesso, é tudo aquilo que nos é supérfluo.

Se formos questionados sobre o que nos sobra, num primeiro impulso teremos a tendência de responder que nada nos sobra, pelo contrário, sempre falta alguma coisa. Quando somos levados a refletir um pouco mais, começamos a perceber pequenas coisas que estão à nossa volta e que, realmente não nos farão falta.

O que nos importa considerar é que aquilo que está sobrando em algum lugar está faltando em outro, uma vez que a sabedoria de Deus não permitiria a criação de algo que não tivesse utilidade. Cabe a nós gerirmos aquilo que temos de forma a não irmos de encontro às leis de Deus.

Considerando-se a necessidade de gestão daquilo que possuímos para evitar o desperdício, ficamos a nos perguntar o que realmente nos é necessário.

Olhamos para o passado da humanidade e percebemos que os Homens viviam com muito menos do que temos hoje, no extremo, o homem das cavernas praticamente nada possuía, era um nômade, um andarílho e só possuia aquilo que podia carregar. Desta observação vem um impulso imediato de acharmos que tudo o que possuímos é supérfluo. Mas não podemos esquecer que Deus é soberanamente justo e bom, não nos daria a possibilidade de adquirirmos tantas coisas se não tivesse um objetivo. Durante toda a caminhada como espíritos imortais somos levadas a buscar o conforto, movimento que prolonga nossas vidas e desperta potências adormecidas. Desta forma, tudo aquilo de que hoje precindimos é necessário para o nosso movimento evolutivo. A primeira conclusão extremamente importante então é que o conceito de necessário é relativo ao momento evolutivo em que a humanidade se encontra.

Quando buscamos então o conceito de necessário relativo ao momento em que vivemos, somos impactados por grandes diferenças, percebemos que existem pessoas pobres que vivem muito bem com muito pouco e outras que não conseguem viver apaziguadas. O mesmo cenário é encontrado entro os ricos. Percebemos então que não existe uma relação direta entre o conceito de necessário e a classe social onde se encontra o indivíduo. Quando começamos a observar nossa sociedade percebemos que as pessoas possuem conceitos diferenciados sobre o que lhes é necessário

Atingimos desta forma um ponto crítico, não é possível estabelecer um conceito geral sobre o que é necessário e o que é supérfluo. Cada indivíduo deve considerar o seu próprio momento evolutivo para definir o que lhe é necessário e deixar para que os outros se preocupem com o que lhes é supérfluo.

Nesta linha, precisamos observar como empregamos o que possuímos. Se percebemos que estamos nos prejudicando com aquela forma de gerência ou estamos prejudicando aqueles que estão à nossa volta, então não estamos aplicando bem o que possuímos, temos mais do que precisamos e não estamos aplicando de forma correta.

Outra reflexão muito importante é que este raciocínio, ao contrário do que imaginamos, deve ser empregado em todos os aspectos de nossas vidas. Se nos acostumamos a assistir programas de televisão que possuem uma influência negativa em nosso estado vibratório, estamos empregando mau o nosso tempo e a energia elétrica consumida.

Se não zelamos pelo bem estar de nosso lar, desrespeitando os parentes e os serviçais, estamos desperdiçando tempo e o momento evolutivo numa oportunidade única de convívio para o refazimento de laços de amor e amizade.

Devemos assim perceber quais são os bens que possuímos, tempo, dinheiro, amor, atenção, conhecimento, etc, e observarmos se estamos fazendo bom uso.

Adquirimos supérfluos mas que, a nosso ver, não prejudicam a ninguém (de alguma forma prejudicam, a sobra de comida que jogamos fora, a comida que estraga na geladeira, o tecido que estragamos porque não cortamos direito). Adquirimos supérfluos e temos a conciência que prejudicamos pessoas para adquirí-lo.

Deveríamos usar o que nos sobra para praticar caridade material, sem nos esquecermos do conceito amplo da caridade, que é libertador

Aprofundando a reflexão
Evangelho Segundo o Espiritismo > Capítulo XV (Fora da caridade não há salvação)
O Livro dos Espíritos > Questões 715/717
Religião dos Espíritos > Sobras
Postado por Guilherme Fraenkel

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