Estudando o Espiritismo

Observe os links ao lado. Eles podem ter artigos com o mesmo tema que você está pesquisando.

terça-feira, 26 de agosto de 2014

Instinto de conservação / Meios de conservação

Estudo Espírita


Promovido pelo IRC-Espiritismo
http://www.irc-espiritismo.org.br
Centro Espírita Léon Denis
http://www.celd.org.br


Tema


Instinto de conservação / Meios de conservação

LE questões 702 a 710

Expositora:

Deise Bianchini

Amambai - MS

26/11/2005






Exposição:

Boa noite queridos amigos, agradeço a oportunidade de mais uma noite de estudos e divulgação da Doutrina Espírita.

O Instinto é uma espécie de inteligência rudimentar que dirige os seres vivos
em suas ações, à revelia de sua vontade e no interesse de sua conservação. O instinto torna-se  inteligência quando surge a deliberação. (http://www.espirito.org.br/portal/doutrina/vocabulario/letra-i.html)

O instinto de conservação é lei da Natureza, todos os seres vivos o possuem. Em alguns, é puramente inconsciente, em outros é racional. Nos seres primitivos, esse instinto é puramente maquinal, como a ostra que fecha a sua concha quando sente uma situação ameaçadora. Nos seres racionais, as situações de perigo são tratadas de forma mais elaborada.
A finalidade do instinto de conservação é a preservação da vida pois a vida é necessária ao aperfeiçoamento dos seres que sentem essa necessidade instintivamente, sem disso se aperceberem.
Esse instinto de conservação da vida constitui uma força preventiva contra tudo aquilo que possa ameaçá-la.  É um elemento de grande valor, pois preserva a vida. Considerando-se que o corpo está programado para servir de instrumento ao progresso do Espírito, é através dele que o Espírito poderá desenvolver as suas aptidões e valores, logo, a sua preservação é muito importante.
Temos na manifestação do instinto de conservação um mecanismo de defesa que mobiliza energias inimagináveis em nós,  em face do perigo, da dor, da fome e do medo.
Utilizando a sua inteligência e o seu senso moral, pode o homem livrar-se do perigo, usando meios mais ou menos eficazes, mais ou menos
brutais, mais ou menos moralmente elevados.
Por exemplo, a sensação de fome é um dos mecanismos que a Natureza usa, dentro da lei de conservação, para alertar as criaturas quanto ao
perigo de morte por inanição.
Havendo no homem a necessidade de viver, Deus lhe facultou, em todos os tempos, os meios de o conseguir. Não seria possível que Deus criasse para o homem a necessidade de viver, sem lhe dar os meios de consegui-lo.
Essa a razão por que faz que a Terra produza de modo a proporcionar o necessário aos que a habitam, visto que só o necessário é útil. O supérfluo nunca o é.
A terra produz bastante para fornecer ao homem o necessário. Mas, muitas vezes, o homem desgasta e não preserva os recursos da natureza causando as situações de catástrofes que presenciamos hoje.
 Na questão 707 Kardec pergunta aos espíritos:
É freqüente a certos indivíduos faltarem os meios de subsistência, ainda quando os cerca a abundância. A que se deve atribuir isso?
A resposta dos espíritos é muito significativa:
“Ao egoísmo dos homens, que nem sempre fazem o que lhes cumpre. Depois, e as mais das vezes, devem-no a si mesmos. Buscai e achareis; estas palavras não querem dizer que, para achar o que deseje, basta que o homem olhe para a terra, mas que lhe é preciso procurá-lo, não com indolência, e sim com ardor e perseverança, sem desanimar ante os obstáculos, que muito amiúde são simples meios de que se utiliza a Providência, para lhe experimentar a constância, a paciência e a firmeza.”

Vou reproduzir parte de um texto muito interessante sobre o assunto, para ilustrar nosso estudo.
O SER e sua evolução
http://home.ismnet.com.br/~unidual/Curso9.htm

Origem dos Espíritos: A Evolução anímica
Função e necessidade do sofrimento O bem e o mal
 “O instinto é a forma mais inferior sob a qual a alma se manifesta. O animal tem uma tendência de reagir contra o meio exterior, e a sensação determina nele emoções de prazer ou de dor; quando procura uns e foge de outros, ele cumpre atos instintivos que se traduzem por ações reflexas das quais pode ter consciência, sem poder, com freqüência, impedi-las, mas que são admiravelmente adaptadas à sua existência. Assim uma lebre foge ao mínimo ruído que se produz, seu movimento de fuga é involuntário, inconsciente, em parte reflexo, e em parte instintivo, mas esse movimento está adaptado à vida do animal: ele tem por objetivo sua conservação.
Nós pensamos que esses instintos são o resultado de atos realizados um grande número de vezes nas vidas anteriores da alma do animal e que se acham incrustados no perispírito desta mesma alma encarnada em um novo corpo. As sensações nervosas que o animal sente repercutem no perispírito. Uma repetição freqüente da mesma sensação dará nascimento ao instinto.
Tomemos a medusa como exemplo. Esses animais não se dirigem nunca para a terra senão quando o vento para aí as empurra, dir-se-ia que elas sentem os perigos que as esperam. A despeito das precauções tomadas pelas medusas elas, entretanto, encalham em quantidade e não tardam a se dessecarem. Seu temor pelo calor é então absolutamente justificado e basta para lhe criar um instinto, porque a medusa que tiver
assim perecido um grande número de vezes, terminará por se afastar instintivamente, nas encarnações seguintes, dessas margens tão funestas para ela.
A luta pela vida, os esforços perpétuos dos seres reagindo contra as influências destrutivas, para se adaptarem ao seu meio, para lutar contra as espécies inimigas, fizeram evoluir os instintos em inteligência. Inteligência que foi primeiramente confundida com o instinto, mas que se diferenciou, com o tempo e a experiência, até o desabrochar do pensamento e da consciência de si mesmo, de seus atos e de suas
conseqüências.
Os tesouros do intelecto se tornam claros, lentamente, através a obscura carapaça dos apetites. O egoísmo, o pensamento do eu, nascido pela lei de conservação que tem sido tão longamente sua única soberana, vê diminuir lentamente sua onipotência, porque já no reino animal, a maternidade implantou na alma o sentimento de amor, sob suas formas mais humildes e rudimentares. Mas esses pálidos clarões, que rompem com
dificuldade o sonho animal, irão crescendo de intensidade e irradiarão à medida que a transformação se produza e, nas almas superiores, serão a luz cintilante, o farol que nos dirigirá nas trevas da ignorância.
A lei do progresso não se aplica somente ao homem. Ela é universal. Em todos os reinos da natureza existe uma evolução. Desde a célula verde, desde o impreciso embrião flutuante sobre as águas, através de sucessões variadas, a cadeia das espécies se desenvolveu até nós.
Sobre esta cadeia, cada anel representa uma forma de existência que conduz a uma forma superior, a um organismo mais rico, melhor adaptado às necessidades, às manifestações grandiosas da vida. Mas sobre a escala da evolução, o pensamento, a consciência, a liberdade não aparecem senão após muitos degraus. Na planta, a inteligência dorme; no animal, ela sonha; somente no homem se desperta, se conhece, se possui e se torna consciente. Desde então, o progresso, fatal em qualquer modo nas formas inferiores da natureza, não pode mais se realizar senão pela conformação da
vontade humana com as leis eternas.”
Vamos encerrar nosso estudo com a palavra de Allan Kardec em “A Gênese”:
O INSTINTO E A INTELIGÊNCIA
Qual a diferença entre o instinto e a inteligência? Onde acaba um e o outro começa? Será o instinto uma inteligência rudimentar, ou será uma faculdade distinta, um atributo exclusivo da matéria?
O instinto é a força oculta que solicita os seres orgânicos a atos espontâneos e involuntários, tendo em vista a conservação deles. Nos atos instintivos não há reflexão, nem combinação, nem premeditação. É assim que a planta procura o ar, se volta para a luz, dirige suas raízes para a água e para a terra nutriente; que a flor se abre e fecha alternativamente, conforme se lhe faz necessário; que as plantas trepadeiras se enroscam em torno daquilo que lhes serve de apoio, ou se lhe agarram com as gavinhas. É pelo instinto que os animais são avisados do que lhes convém ou prejudica; ...
A inteligência se revela por atos voluntários, refletidos, premeditados, combinados, de acordo com a oportunidade das circunstâncias. É incontestavelmente um atributo exclusivo da alma.
Todo ato maquinal é instintivo; o ato que denota reflexão, combinação, deliberação é inteligente. Um é livre, o outro não o é.
O instinto é guia seguro, que nunca se engana; a inteligência, pelo simples fato de ser livre, está, por vezes, sujeita a errar.
Ao ato instintivo falta o caráter do ato inteligente; revela, entretanto, uma causa inteligente, essencialmente apta a prever. Se se admitir que o instinto procede da matéria, ter-se-á de admitir que a matéria é inteligente, até mesmo bem mais inteligente e previdente do que a alma, pois que o instinto não se engana, ao passo que a inteligência se equivoca.
Se se considerar o instinto uma inteligência rudimentar, como se há de explicar que, em certos casos, seja superior à inteligência que raciocina? Como explicar que torne possível se executem atos que esta não pode realizar?
Se ele é atributo de um princípio espiritual de especial natureza, qual vem a ser esse princípio? Pois que o instinto se apaga, dar-se-á que esse princípio se destrua? Se os animais são dotados apenas de instinto, não tem solução o destino deles e nenhuma compensação os seus sofrimentos, o que não estaria de acordo nem com a justiça, nem com a bondade de Deus.

Allan Kardec
Do Livro: A Gênese
Editora: FEB

Nenhum comentário:

Postar um comentário