Estudando o Espiritismo

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quarta-feira, 30 de julho de 2014

Orgulho e Egoismo/Humildade e Caridade

Orgulho e Egoismo/Humildade e Caridade

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Dicionário: Sentimento de dignidade pessoal; brio, altivez, amor-próprio demasiado; soberba

Definição da Doutrina Espírita: "Imperfeição espiritual que demonstra ausência de humildade."

EGOLATRIA = Adoração de si mesmo (vaidade)

EGOCENTRISMO =refere-se tudo ao próprio eu, centro de tudo (ambição)

EGOTISMO = sentimento exagerado da própria personalidade, seus direitos (orgulho)



OBRAS PÓSTUMAS /REVISTA ESPÍRITA Julho 1869 ...O egoísmo tem origem no orgulho. A supremacia da própria individualidade arrasta o homem a considerar-se acima dos demais, julgando-se com direitos preferenciais. A importância que, por orgulho, se atribui, o torna naturalmente egoísta.

O egoísmo e o orgulho têm origem num sentimento natural: o instinto de conservação. Todos os instintos têm razão de ser e utilidade, pois que Deus não faz coisa inútil. Deus não criou o mal; é o homem que o produz por abuso dos dons divinos, em virtude do livre-arbítrio.

Deus não criou o homem egoísta e orgulhoso, mas simples e ignorante; foi o homem que, ao apropriar-se do instinto, que Deus lhe deu para a própria conservação, se tornou egoísta e orgulhoso. (LE 115 Deus criou todos os Espíritos simples e ignorantes, ou seja, sem conhecimento. Deu a cada um uma missão com o objetivo de esclarecê-los e de fazê-los chegar, progressivamente, à perfeição pelo conhecimento da verdade e para aproximá-los de Si). (Libertação pg.18  Espírito humano lida com a razão 40.000 anos)A Caminho da Luz pg.58) Caminheiros do desconhecido, desarvorados e sem esperança, contando apenas com as próprias forças, em virtude de seu caráter livre e insubmisso.... Suas incursões, entre as tribos selvagens da Europa, datam de mais ou menos 10.000 anos antes da vinda do Cristo...

ESE Cap.11:8 Na sua origem, o homem possui instintos; mais avançado e corrompido, possui sensações; mais instruído e purificado, possui sentimentos.

Destruir o egoísmo e o orgulho é impossível, direis, porque esses vícios são inerentes à espécie humana. Se assim fosse, impossível seria o progresso moral, ao passo que, quando considerarmos o homem em diversas épocas, reconhecemos à evidência um progresso incontestável; logo, se temos sempre progredido, em progresso continuaremos.(melhores que há 100 anos) Demais, não haverá, por ventura, algum homem limpo de orgulho e de egoísmo? Não há exemplos de uma pessoa dotada de natureza generosa, em quem o sentimento do amor ao próximo, da Humildade, do devotamento e da abnegação, parece inato? O número é inferior ao dos egoístas, bem o sabemos, e se assim não fora, estes não fariam a lei; mas não é tão reduzido, como pensam, e se parece menor é porque a virtude, sempre modesta, se oculta na sombra, ao passo que o orgulho se põe em evidência. O essencial portanto é fazer que a exceção passe a ser regra e para isso incumbe destruir as causas produtoras do mal. A principal é, evidentemente, a falsa idéia, que faz o homem da sua natureza, do seu passado e do seu futuro. Não sabe donde vem, julga-se mais do que é; não sabendo para onde vai, concentra todos os pensamentos na vida terrestre. Deseja viver o mais agradavelmente possível, procurando a realização de todas as satisfações, de todos os gozos. É por isso que investe contra o vizinho, se este lhe opõe obstáculo; então entende dever dominar, porque a  igualdade daria aos outros o direito que ele quer só para si,... A causa do orgulho está na crença, que o homem tem, da sua superioridade individual, e aqui se faz ainda sentir a influência da concentração do pensamento nas coisas da vida terrestre. O sentimento de personalidade arrasta o homem que nada vê diante de si, atrás de si ou acima de si; então o seu orgulho não conhece medidas. .... O incrédulo só crê em si; é, portanto, natural que tenha orgulho, não vendo nos contratempos que oferecem senão obra do acaso; ao passo que o crente vê a mão do Senhor naqueles contratempos e curva-se submisso, enquanto o outro se revolta.

Crer em Deus e na vida futura é pois a principal condição para quebrar o orgulho; mas não é a única. Conjuntamente com o futuro, é preciso ter em vista o passado, para poder fazer justa idéia do presente. Para que o orgulhoso cesse de crer em sua superioridade, é preciso provar-lhe que ele não é mais que os outros e que todos lhe são iguais, que a igualdade é um fato e não uma teoria filosófica. São verdades que derivam da preexistência da alma e da reencarnação. Sem a preexistência da alma, o homem, que crê em Deus, é levado a acreditar que lhe deve singulares vantagens, e o que não crê é levado a atribuí-los ao acaso e aos méritos próprios. A preexistência, dando-lhe a noção da vida anterior da alma, ensina-o a distinguir a espiritual, infinita, da corporal, temporária. Ele chega por aí a compreender que as almas saem iguais das mãos do Criador, têm o mesmo ponto de partida e o mesmo fim, que todos atingirão em mais ou menos tempo, segundo os esforços empregados; que ele próprio não chegou ao ponto, em que se acha senão depois de ter longa e penosamente vegetado como os outros, nos planos inferiores; que não há entre os mais e os menos adiantados senão questão de tempo; que as vantagens do nascimento são puramente corporais e não afetam o Espírito; que o proletário pode, noutra existência, nascer em um trono e o mais poderoso vir como proletário.

Se ele não considerar senão a vida corporal, vê as desigualdades sociais e não as pode explicar; mas se lançar a vista para o prolongamento da vida espiritual, para o passado e o futuro, desde o ponto de partida até o terminal, todas aquelas desigualdades se lhe desfazem perante os olhos e reconhecerá que Deus não deu a nenhum de seus filhos vantagens que negasse a outros; que fez a partilha com a mais rigorosa igualdade, não preparando o caminho melhor para uns do que para outros; que o mais atrasado de hoje, dedicando-se à obra do seu aperfeiçoamento, pode ser amanhã mais adiantado; enfim, reconhece que, não se elevando ninguém a não ser pelos esforços pessoais, o princípio da igualdade tem o caráter de um princípio de justiça e de lei natural, diante das quais não prevalece o orgulho dos privilégios.

A reencarnação, provando que os Espíritos podem renascer em diferentes condições sociais, quer como expiação, quer como prova, faz-nos saber que muitas vezes tratamos desdenhosamente uma pessoa, que foi noutra existência nosso superior ou igual, amigo ou parente. Se o soubéssemos, trata-lo-íamos com atenção, mas neste caso não haveria nenhum mérito; e se soubéssemos, que o amigo de hoje fora antes um inimigo, um servo, um escravo, não o repeliríamos? Deus não quis que fosse assim e por isso lançou um véu sobre o passado para que em todos víssemos irmãos e iguais, sabendo que poderemos ser tratados como houvermos tratado os outros, firmaremos o princípio de caridade como dever e necessidade, fundados nas leis da natureza.

Jesus estabeleceu os princípios da caridade, da igualdade e da fraternidade, dos quais fez condições indispensáveis para a salvação; mas ao Espiritismo ficou reservada a terceira manifestação da vontade de Deus, pelo conhecimento da vida espiritual, pelos horizontes novos que descortina e pelas leis, que revela, como sanção daquele princípio, provando que não é somente uma doutrina moral, mas uma lei natural, que está no interesse dos homens cultivar e praticar. Ora, eles hão de praticá-la desde que deixarem de ver no presente o princípio e o fim, desde que compreenderem a solidariedade, que existe entre o presente, o passado e o futuro.

No infinito campo, que o Espiritismo lhes põe aos olhos, a sua importância pessoal anula-se, porque compreendem que, sós nada valem e nada podem, que todos precisamos uns dos outros não sendo nenhum mais que outro; duplo golpe desfechado contra o orgulho e o egoísmo.

Para isso, porém, é preciso terem fé, sem a qual ficarão detidos dentro do círculo do presente, mas não a fé cega, que foge da luz, que acanha as idéias e portanto alimenta o egoísmo, mas sim a fé inteligente, racional, que pede a luz e não as trevas. Essa fé, elemento essencial de todo progresso, é a que o Espiritismo proclama: fé robusta, porque se firma na experiência e nos fatos, dá as provas palpáveis da imortalidade e nos ensina de onde ela vem, para onde vai e porque está na Terra e, finalmente, fixa as nossas idéias a respeito do futuro.

Uma vez encaminhados por esta larga via, não daremos mais ao orgulho e ao egoísmo o pasto, que os alimenta, resultando daí o seu aniquilamento progressivo e a modificação de todos os laços sociais pela caridade e pela fraternidade bem compreendidas. Pode dar-se essa modificação de chofre? Não, isso é impossível, pois nada vai de um salto na natureza; a saúde não volta subitamente; e entre a moléstia e a cura, há sempre a convalescença.

O homem não pode instantaneamente mudar de sentimentos e elevar os olhos da terra ao céu; o infinito deslumbra-o e confunde-o; precisa de tempo para assimilar as novas idéias.

O Espiritismo é, sem contestação, o elemento mais potente de moralização, porque alui os fundamentos do egoísmo e do orgulho, dando sólido fundamento à moral; faz milagres de conversão. Não são ainda, é certo, senão curas individuais e, quase sempre, parciais; mas o que ele produz nos indivíduos é prenúncio do que produzirá um dia nas massas populares. Não pode, de uma vez, arrancar toda a erva daninha; mas dá a fé, que é boa semente e que não precisa senão de tempo para germinar e frutificar. Eis porque nem todos os espíritas já são perfeitos. Ele encontrou o homem no meio da vida, no ardor das paixões, na força dos preconceitos, e se em tais condições tem operado prodígios, como não operará quando o tomar no berço, virgem de todas as impressões maléficas, quando lhe der, com o leite, a caridade, e o acalentar com a fraternidade, quando, enfim, uma geração inteira vier alimentada por idéias que a razão fortificará em vez de debilitar? Sob o império dessas idéias, que serão mandamentos de fé racional para todos, o progresso, limpando a estrada de egoísmo e orgulho, penetrará nas instituições que se reformarão a si mesmas, e a humanidade caminhará rapidamente para os destinos que lhe são prometidos na terra, enquanto não chega a hora de alcançar o céu. Os homens não podem ser felizes enquanto não viverem em paz, isto é, enquanto não forem animados pelos sentimentos de benevolência, indulgência e condescendência recíprocas e enquanto procurarem esmagar uns aos outros. A caridade e a fraternidade resumem todas as condições e deveres sociais, mas reclamam abnegação. Ora, a abnegação é incompatível com o egoísmo e com o orgulho; logo, com estes vícios não pode haver verdadeira fraternidade e, em conseqüência, igualdade e liberdade; porque o egoísta e o orgulhoso tudo querem para si.

ESE cap.7:11 (LACORDAIRE 1863) O orgulho é o terrível adversário da humildade.Se o Cristo prometia o reino dos Céus aos mais pobres,foi porque os grandes da terra imaginam que os títulos e as riquezas são recompensas dadas ao seu mérito, e que sua essência é mais pura que a do pobre; eles creêm que lhe são devidos e,por isso, quando Deus lhos retira, acusam-no de injustiça.Oh! irrisão e cegueira! Deus vos distingue pelos corpos? O envoltório do pobre não é o mesmo que o do rico? O criador fez duas espécies de homens? Tudo o que Deus fez é grande e sábio; não lhe atribuas nunca as idéias que nascem nos vossos cérebros orgulhosos..... Que fostes, antes de serdes nobres e poderosos? Talvez mais humildes que o último de vossos servos. Curvai, portanto, vossas frontes altivas, que Deus as pode rebaixar, no momento mesmo em que as elevais mais alto. Todos os homens são iguais na balança divina; somente as virtudes os distinguem aos olhos de Deus. Todos os Espíritos são da mesma essência, e todos os corpos foram feitos da mesma massa. Vossos títulos e vossos nomes em nada a modificam; ficam no túmulo; não são eles que dão a felicidade prometida aos eleitos; a caridade e a humildade são os seus títulos de nobreza.

ELUCIDAÇÕES EVANGÉLICAS Orgulho é causa de queda, por tornar cega a criatura, com relação a seus deveres.  Constitui uma barreira que se ergue entre o homem e Deus.

PÁGINAS DE LÉON DENIS Este cancro é o maior flagelo da Humanidade. Dele procedem todos os transtornos da vida social, as rivalidades das classes e dos povos, as intrigas, o ódio, a guerra. Inspirador de loucas ambições, o orgulho tem coberto de sangue e de ruínas este mundo e é ainda ele que origina os nossos padecimentos de além-túmulo, pois seus efeitos ultrapassam a morte e alcançam os nossos destinos longínquos.

DO CALVÁRIO AO INFINITO (cap.3) O egoismo é o câncer que desgasta o organismo humano, exaurindo as possibilidades de sobrevivência do ser.

NA SOMBRA E NA LUZ (cap.11) O egoísmo, sem dúvida, é a sórdida masmorra dos orgulhosos, que a preferem até quando a alucinação os vence, e, somente em frangalhos, se deixam retirar dos sítios em que a astúcia pessoal os aprisiona.

LE 913Dentre todos os vícios, o mais radical é o egoísmo , verdadeira chaga da humanidade.

ESE Cap.11:11 Lepra do coração humano, monstro devorador  de todas as inteligências,esse filho do orgulho é a fonte de todas as misérias deste mundo.É a negação da caridade e por conseguinte, o maior obstáculo à felicidade dos homens.



OS QUATRO EVANGELHOS  

O egoísmo e a inveja são inimigos ocultos que todo homem traz dentro de si. São dois sentimentos que o levam a apoderar-se de tudo o que lhe possa convir, quer moralmente, quer fisicamente. São dois sentimentos que o excitam a empregar a astúcia ou a força para conseguir o que deseja.

AS LEIS MORAIS segundo  a filosofia espírita)

Egoismo individual  funda-se num sentimento exagerado de interesse pessoal, no cuidado exclusivo de si mesmo, e no desamor a todos os outros, inclusive os que habitam o mesmo teto, os quais, não raro, são os primeiros a lhe sofrerem os efeitos.

Egoísmo familiar consiste no amor aos pais, irmãos, filhos, enfim, àqueles que estão ligados pelos laços da consangüinidade, com exclusão dos demais. Limitados por esse espírito de família, são muitos, ainda, os que desconhecem que todos somos irmãos (porque filhos de um só Pai celestial), e se furtam a qualquer expressão de solidariedade fora do círculo restrito da própria parentela.

Egoísmo sectário  é aquele que transforma crentes em fanáticos, a cujos olhos só a sua igreja é verdadeira e salvadora, sendo, todas as outras, fontes de erro e de perdição, fanáticos aos quais se proíbe de ouvir ou ler qualquer coisa que contrarie os dogmas de sua organização religiosa, aos quais se interdita auxiliar instituições de assistência social cujos dirigentes tenham princípios religiosos diversos do seu, e aos quais se aponta ser um dever de consciência defender tamanha estreiteza de sentimentos.

Egoísmo nacional  é o que se disfarça ou se esconde sob o rótulo de patriotismo. Habitantes de um país, a pretexto de engrandecer sua pátria, invadem outros países, escravizam-lhes as populações, destroem-lhes a nacionalidade, gerando, assim, ódios insopitáveis que, mais dia menos dia, hão de explodir em novas lutas sanguinolentas.

Provérbios 16:18  A soberba precede a destruição, e a altivez do espírito precede a queda ...

Provérbios 29:23  A soberba do homem o abaterá; mas o humilde de espírito obterá honra ...

Mateus 23: 12  Pois todo aquele que a si mesmo se exaltar será humilhado, e todo aquele que a si mesmo se humilhar será exaltado.

MEREÇA SER FELIZ (Ermance Dufaux ) pg.45  A vaidade e a indiferença, o preconceito e a presunção, o desprezo e o melindre, a pretensão e a inveja são alguns reflexos inevitáveis desse “estado orgulhoso de ser” nas ações de cada dia.E o conjunto dos hábitos derivados desses reflexos formam o que chamamos de personalismo, o estado de supervalorização do eu.

LM Cap.20 ítem 228  “Todas as imperfeições morais são outras tantas portas abertas ao acesso dos maus Espíritos. A que, porém eles exploram com mais habilidade é o orgulho, porque é a que a criatura menos confessa a si mesma”.

REFORMA ÍNTIMA SEM MARTÍRIO  (Ermance Dufaux)cap.15 Diálogo sobre Ilusão

ESE Cap.2:8 “Rainha fui entre os  homens, como rainha  julguei que penetrasse no reino dos céus! Que desilusão! Que humilhação, quando, em vez de ser recebida aqui qual soberana, vi acima de mim, mas muito acima, homens que eu julgava insignificantes e aos quais desprezava, por não terem sangue nobre!

O que são as ilusões? Definamos ilusão como sendo aquilo que pensamos, mas que não corresponde à realidade. São percepções que nos distanciam da Verdade. Existem em relação a muitas questões da vida, tais como metas, cultura, comportamento, pessoas, fatos. A pior das ilusões é a que temos em relação a nós: a auto-ilusão.

Qual a causa das ilusões?As ilusões decorrem das nossas limitações em perceber a natureza  dos sentimentos que criam ou determinam nossos raciocínios. Na matriz das ilusões encontramos carências, desejos, culpas, traumas, frustrações e todo um conjunto de inclinações e tendências que formam o subjetivo campo das emoções humanas.

Por que a senhora citou que auto ilusão é a pior das ilusões? O iludido pensa muito o mundo “negando” senti-lo, um mecanismo natural de defesa face às dificuldades que encontra em lidar com suas emoções. Esconde-se atrás de uma imagem que criou de si mesmo para resguardar autoridade social ou outro valor qualquer que deseje manter. O objetivo da reencarnação consiste em desiludir-nos sobre nós mesmos através da criação de uma relação libertadora com o mundo material.  O iludido esconde-se de quê?De si mesmo. Criando um “eu ideal” para atenuar o sofrimento que lhe causa a angústia de ser o que é – a criatura foge de si e vive em “esconderijos psíquicos”.

Mas, por que se esconde de si mesmo?Devido ao sentimento de inferioridade que ainda assinala a caminhada da maioria dos habitantes da Terra. Iludimo-nos através de um mecanismo defensivo contra nossa própria fragilidade que, pouco a pouco, vamos extinguindo......

Então, iludimo-nos para sentirmos um pouco melhores, seria isso?  Auto ilusão é aquilo que queremos acreditar sobre nós mesmos, mas que não corresponde à realidade do que verdadeiramente somos, é a miragem de nós próprios ou aquilo que imaginamos que somos. Uma vivência psíquica resultante da desconexão entre razão e sentimento. É a crença na imagem idealizada que criamos no campo mental.

Nós espíritas, temos ilusão?Responderei com clareza e fraternidade: sim, muitas ilusões. O iludido, quando ambicioso, atinge sem perceber as raias da usura; quando dominador, chega aos cumes da manipulação; quando vaidoso, guinda-se aos pântanos da supremacia pessoal; quando cruel, atola-se ao lamaçal do crime; quando astuto, atira-se às vivências da intransigência; quando presunçoso, escala os cumes da arrogância; e, mesmo quando esclarecido espiritualmente, lança-se aos píncaros do exclusivismo ostentando qualidades que, muita vez, são adornos frágeis com os quais esnobam superioridade que supõem possuir.

Poderia dizer a nós, espíritas, algo sobre nossas ilusões?Existe uma tendência à auto suficiência entre os depositários do conhecimento espírita. Discursam sobre a condição precária em que se encontram assumindo a condição de almas carentes e necessitadas, todavia, diametralmente oposta a isso agem como se fossem “salvadores do mundo” com todas as respostas para a humanidade. Essa incoerência na conduta é provocada pela ilusão que criaram do papel do espírita no mundo… O Espiritismo é excelente, nós espíritas nem tanto… Nossa condição real, para quem deseja assumir uma posição ideal perante si mesmo, é a de almas que apenas começamos a sair do primitivismo moral. Alegremo-nos por isso!

Essa auto suficiência seria o orgulho?O orgulho promove essa condição, é a mais enraizada manifestação da ilusão, é a ilusão de querer ser o que imaginamos que somos. Essa é a pior ilusão, auto imagem falsa e superdimensionada de nós mesmos. Essa auto ilusão é sustentada por uma “cultura de convenções” acerca do que seja ser espírita, um resquício do velho hábito religioso de criar “estampas” pelas quais serão reconhecidos os seguidores de alguma doutrina. Nesse caso, a ilusão desenvolvida chama-se “ideia de grandeza” Muitas pessoas desejariam sair prontas para testemunho após pequenos exercícios de espiritualização no centro espírita, entretanto por ignorarem sua real condição espiritual, fazem da casa doutrinária um templo de aquisição da angelitude imediata. Querem sair prontos e perfeitos das tarefas e estudos, quando o objetivo de tais iniciativas é capacitar de valores intelecto-morais para repensar caminhos e encontrar respostas para as encruzilhadas da alma, nas refregas da existência.

O que é essa auto imagem falsa?Uma construção mental que se torna referência para nossas movimentações perante a vida. É uma cristalização mental, uma irradiação que cria uma rotina escravizante nos sentimentos permitindo-nos viver somente as emoções em “uma faixa de segurança”, a fim de não perdermos o status da criatura que suponhamos ser e queremos que os outros acreditem que somos. O que pensamos sobre nós,  portanto, determina a imagem mental indutora dos valores íntimos. Se o raciocínio sofre distorções da ilusão, então viveremos sem saber quem somos.

Como é construída essa auto imagem?Através das vivências intelecto afetivas de todos os tempos desde a criação. Onde ela permanece? No corpo mental. Sua maior expressão é conhecida pelas operações do departamento da imaginação no reino da mente.

Quer dizer que além da auto imagem temos um “eu real” diferente do “eu crítico”, que ainda não conhecemos?Sim. Temos um “eu real” que estamos tentando ignorar há milênios. Essa “parcela” de nós é a “sombra” da qual queremos fugir. Todavia, o contato com essa “zona inconsciente” revela-nos não só motivos de dor e angústia mas, igualmente, a luz que ignoramos estar em nossa intimidade à espera de nossa vontade para utilizá-la.

Aqui chamamos a atenção dos nossos parceiros de ideal para o cuidado com o processo da reforma interior. Existe muita idealização confundindo aprendizes que ignoram estar dando “saltos evolutivos” em direção a esse “eu real”, entretanto, em verdade, estão se movimentando na esfera do “eu idealizado”…

Poderia explicar mais profundamente essa questão dos “saltos evolutivos”?É um tipo de ilusão que normalmente assalta os religiosos de todos os tempos. Imaginam-se muito melhorados a partir do contato com alguma diretriz ou prática religiosa e, então,  passam a viver uma vida idealizada, um projeto de “vir-a-ser”. É uma ilusão de que se está fazendo a renovação. Uma forma de comportar desconectada do sentimento, um adorno moral para nossas atitudes; é o discurso sem a vivência. O nome mais conhecido desse comportamento é puritanismo.(pessoa íntegra,boa conduta,pura,boazinha)

Como distinguir idealização de mudança verdadeira?Na idealização pensamos o que somos e, como consequência, vivemos o que gostaríamos de ser, mas ainda não somos. É o hábito das aparências. Na reforma íntima sentimos o que somos, e como consequência vivemos a realidade do que somos com harmonia, ainda que nos cause muitos desconfortos. É o processo da educação paulatina. ...

Como vencer nossas ilusões? Desapegando da falsa auto imagem que fazemos de nós mesmos. Desapaixonando-se do “eu”. Para isso somente o auto-conhecimento. Havendo esse desapego, conseguiremos libertar os sentimentos para novas experiências com o mundo e consequentemente com nosso “eu profundo”. Isso desencadeará um processo de resgate de nós mesmos, venceremos a condição de reféns de nosso passado escravizante, saindo da “roda viciosa da emoções” perturbadoras, quais sejam o medo, a culpa e a insegurança.... Independente do quão doloroso seja, é preferível experimentá-lo no corpo a ter que purgá-la na vida espiritual. Assinalemos alguns exercícios de desapego dessa paixão que nutrimos pela imagem irreal que criamos de nós mesmos.

*Fazer as pazes com as imperfeições. *Abandonar os estereótipos e aprender a se valorizar com respeito.  *Descobrir sua singularidade e vivê-la com gratidão. *Coragem para descobrir seus desejos, tendências e sentimentos.*Munir-se de informações sobre a natureza de suas provas.  *Aprender a ouvir com atenção o que se passa à sua volta.*Dominar o perfeccionismo nutrindo a certeza de que ser falível não nos torna mais inferiores.*Valorizar afetivamente as suas vitórias.*Descobrir qualidades, acreditar nelas e colocá-las a serviço das metas de crescimento.

(Exemplo )= O primeiro Imperador da China que matou milhões de pessoas e criou seu imenso país e viveu a mais de 2000 anosse chamava Kin Huan Li e morreu aos 50 anos.  No ano 220 a.C. começou a construir a Grande Muralha da China, o projeto de engenharia mais grandioso da Antigüidade, concebida como uma barreira para isolar o Império.Com quase 5000 quilometros.Ele se achava um Deus, desejando encontrar a imortalidade, mandou construir mais de 5000 estatuas de 1,80 m de seus soldados nos mínimos detalhes para acompanhá-lo no além e não deixarem que os que ele matou lhe perseguissem. Tudo estava escrito num livro antigo e pensava-se que fosse lenda, mas por volta dos anos 90 descobriram seu tumulo e tudo se confirmou.  O lugar dizem os arqueólogos ocupa mais de 500 campos de futebol !

Até o ano 215 a.C., a enorme tumba que ele mesmo idealizou para se proteger depois da morte também ficou pronta. Foi precisamente nesta época, quando o imperador, estimulado pela desconfiança e pela paranóia, começou a tomar repetidas doses de mercúrio para prolongar sua vida (naquela época, acreditava-se que o mercúrio favorecia a longevidade). Sete anos depois, o mercúrio envenenou seu corpo e sua mente. Seus rins começaram a falhar,e o Primeiro Imperador da China deixou de existir. No dia de seu enterro centenas de pessoas entre construtores, arquitetos, trabalhadores e mais de 300 concubinas, foram emparedadas no imenso túmulo e morreram com ele.

MEREÇA SER FELIZ (Ermance Dufaux) pg.46 Algumas manifestações do orgulho....Melindre é o orgulho na mágoa. Cultivemos a coragem de ser criticados.Pretensão é o orgulho nas aspirações. Aprendamos a contentar com a alegria de trabalhar, sem expectativas pessoais.Presunção é o orgulho no saber. Tomemos por divisa que toda opinião deve ser escutada com o desejo de aprender.Preconceito é o orgulho nas concepções. Habituemos a manter análises imparciais e flexíveis. Indiferença é o orgulho na sensibilidade. Adotemos a aceitação e respeito em todas ocasiões de êxitos e insucessos alheios.Desprezo é o orgulho no entendimento. Acostumemos a pensar que para Deus tudo tem valor, mesmo que por agora não o compreendamos. Personalismo é o orgulho centrado no eu. Eduquemos a abnegação nas atitudes.Vaidade é o orgulho do que se imagina ser. Procuremos conhecer a nós mesmos e ter coragem para aceitarmo-nos tais quais somos, fazendo o melhor que pudermos na melhoria pessoal. Inveja é o orgulho perante as vitórias alheias. Admitamos que temos esse sentimento e o enfrentemos com dignidade e humildade. A falsa modéstia é orgulho da “humildade artificial”. Esforcemos pela simplicidade que vem da alma sem querer impressionar.A prepotência é o orgulho de poder. Aprendamos o poder interior conosco mesmo, transformando a prepotência em autoridade. Dissimulação é o orgulho nas aparências. Esforcemos por ser quem somos, sem receios, amando-nos como somos.A reeducação moral através das reencarnações nos levará a renovar esse quadro de penúria espiritual da Terra, sob a escravização das sombrias manifestações orgulhosas.Estamos todos, encarnados e desencarnados, nessa busca de superação e enfrentamento com as nossas “imperfeições milenares, e não será num salto que venceremos a grande e demorada luta”. Apliquemo-nos nas preciosas e universais lições de Jesus, iluminadas pelos raios da lógica espírita, e esforcemo-nos sem desistir da longa caminhada na conquista da humildade...Precisaremos de muita coragem para ser humildes, ser o que somos...Ser humilde é tirar as capas que colocamos com o orgulho ao longo dessa caminhada...

Marcos 14:38 Vigiem e Orem para que não sejam tentados.”O Espírito está pronto para resistir à tentação, mas o corpo é fraco”

ESE cap.17:4 Reconhece-se o verdadeiro espírita pela sua transformação moral e pelos esforços que faz para domar suas más inclinações.

( Exemplo) SOB AS CINZAS DO TEMPO (Dr. Inácio Ferreira)

Um dos inquisidores que mais castigou hereges no século XV foi o espanhol Tomás de Torquemada. Ele ficou conhecido como o "Grande Inquisidor" e atuou na perseguição e punição de muçulmanos e judeus convertidos que moravam na Espanha. Renasceu no Brasil em Minas Gerais, cego, pernas e braços menores do que o  normal,massa de carne disforme,como um pequeno monstro,cheirava queimado(o padre recusou a batizá-lo). Viveu alguns meses e foi engolido por uma sucuri.

(Exemplo) Sob a doutrina racista do III Reich, cerca de 7,5 milhões de pessoas perderam a dignidade e a vida em campos de concentração, especialmente preparados para matar em escala industrial. Para os nazistas, aqueles que não possuíam sangue ariano não deveriam ser tratados como seres humanos. A política anti-semita do nazismo visou especialmente os judeus, mas não poupou também ciganos, negros, homossexuais, comunistas e doentes mentais.

VIVENDO O EVANGELHO 1 pg.174 – (André Luiz)Fé com orgulho resulta em combinação desastrosa, porque os orgulhosos que acreditam em Deus imaginam que Deus só acredita neles.



Parte 2 – HUMILDADE E CARIDADE

Ao vermos uma pessoa mal vestida, de semblante sofrido e modo simples de se vestir,julgamos logo ser uma pessoa humilde. Contudo, o exterior nem sempre revela com segurança o interior de um indivíduo. É preciso verificar a essência de sua alma. Quando Jesus falava dos pobres de espírito, Ele se referia à humildade, pois há muitos pobres que invejam os ricos, de modo que eles são mais orgulhosos do que aqueles que possuem recursos financeiros em abundância.

CONSOLADOR(313)Como entender a bem-aventurança conferida por Jesus aos “pobres de espírito”? O ensinamento do Divino Mestre ,referia-se às almas simples e singelas,despidas do “espírito de ambição e de egoísmo”,que costumam triunfar nas lutas do mundo.

Ser humilde é ser corajoso durante os reveses da vida, é perseverar no combate às próprias más tendências, é, portanto, vencer os obstáculos naturais, mas sem revolta, sem violência, perdoando a quem nos ofenda,

trabalhando, servindo abnegada e incessantemente – isto é ser humilde conforme Jesus

(Mateus V:3) Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus ”

(ESE Cap.7:11)A humildade e caridade, segundo o Espírito Lacordaire, é uma virtude muito desprezada entre os homens.Em sua opinião, apresentar-se com uma, e sem a outra, é o mesmo que vestir belo traje de talhe perfeito para ocultar uma deformidade física.Disse:”Sem humildade,apenas vos adornais de virtudes que não possuis”.
Sócrates, filósofo grego, há 500 A.C, declarou não saber absolutamente de tudo. Ele, o modelo dos sábios, disse: “Sei que nada sei”. Jesus, símbolo da humildade e bondade, tampouco alimentou a vaidade de se considerar chefe de uma religião ou do que quer que seja. No pretório, questionado por Pilatos:“és rei?”, respondeu-lhe tranquilamente sem nenhuma insolência: “tu dizes que sou”... (João, 19:37.)
O humilde não se deixa lisonjear pelos elogios ou pela situação de destaque em que se encontre. Todo sábio é humilde, porque sabe que só sabe pouco do muito que deveria saber.

O verdadeiro humilde geralmente não sabe que o é. São as pessoas ao seu redor que acabam por descobri-lo. Para ele essa condição é tão natural que nem o percebe.

O humilde coloca-se objetivamente dentro de sua capacidade, observando criteriosamente as suas limitações. Ele não importa saber quem é contra ou a favor, mas simplesmente atende a um chamado de ordem superior e segue o seu caminho com uma fé inquebrantável.

Jesus Cristo, quando esteve encarnado, deu-nos o exemplo da virtude, dizendo que  amássemos os próprios inimigos. Compara o Reino de Deus a uma criança, evoca com firmeza o símbolo da humildade e da simplicidade.  Se não nos fizermos humildes como as crianças, que são ingênuas e sem preconceitos, não entraremos no reino da verdade.

ESE Cap.8:2Deixai vir a mim as criancinhas,porque o Reino dos Céus é para aqueles que se lhe assemelham

ESE Cap.7:2 O Reino dos Céus é para os humildes e não para os orgulhosos.

(Jesus ensinou-nos  a humildade de tal forma que o Homem ainda não descobriu que nos mais longínquos recantos do Universo a Humildade é Lei)

Emmanuel “A humildade é a chave de nossa libertação”

VIVENDO O EVANGELHO 1 pg.175(André Luiz) É muito difícil ser humilde o tempo todo, mas se você consegue,pelos menos,algumas vezes,contrariar seu orgulho, já é um bom começo.

Pg.77 A humildade é companheira da caridade na conquista do crescimento espiritual, razão pela qual é importante vencer a arrogância, para não te atrasares no caminho da evolução. Não é fácil ser humilde, mas ser orgulhoso é mais complicado.

Você sabe por que o mar é tão grande? Tão imenso? Tão poderoso?

É porque foi humilde o bastante para colocar-se alguns centímetros abaixo de todos os rios.
Sabendo receber, tornou-se grande. Se quisesse ser o primeiro, se quisesse ficar acima de todos os rios, não seria mar, seria uma ilha. E certamente estaria isolado.

(exemplo) EXERCÍCIO DIÁRIO DA HUMILDADE

No tempo em que não havia automóveis, na cocheira de um famoso palácio real, um burro de carga curtia imensa amargura, em vista das pilhérias dos companheiros de apartamento.

Reparando-lhe o pêlo maltratado, as fundas cicatrizes do lombo e a cabeça tristonha e humilde, aproximou-se formoso cavalo árabe que se fizera detentor de muitos prêmios, e disse, orgulhoso:

Triste sina a que recebeste! Não invejas minha posição em corridas? Sou acariciado por mãos de princesas e elogiado pela palavra dos reis!  Pudera! - exclamou um potro de fina origem inglesa:

 como conseguirá um burro entender o brilho das apostas e o gosto da caça? O infortunado animal recebia os sarcasmos, resignadamente. Outro soberbo cavalo, de procedência húngara, entrou no assunto e comentou:  Há dez anos, quando me ausentei de pastagem vizinha, vi este miserável sofrendo rudemente nas mãos do bruto amansador. É tão covarde que não chegava a reagir, nem mesmo com um coice. Não nasceu senão para carga e pancadas. É vergonhoso suportar-lhe a companhia. Nisto, admirável jumento espanhol acercou-se do grupo, e acentuou sem piedade: Lastimo reconhecer neste burro um parente próximo. É animal desonrado, fraco, inútil, não sabe viver senão sob pesadas disciplinas. Ignora o aprumo da dignidade pessoal e desconhece o amor-próprio. Aceito os deveres que me competem até o justo limite, mas, se me constrangem a ultrapassar as obrigações, recuso-me à obediência, pinoteio e sou capaz de matar.  As observações insultuosas não haviam terminado, quando o rei penetrou o recinto, em companhia do chefe das cavalariças.  Preciso de um animal para serviço de grande responsabilidade, informou o monarca, um animal dócil e educado, que mereça absoluta confiança. O empregado perguntou: Não prefere o árabe, Majestade?  Não, não - falou o soberano, é muito altivo e só serve para corridas em festejos oficiais sem maior importância. Não quer o potro inglês? - De modo algum. É muito irrequieto e não vai além das extravagâncias da caça. - Não deseja o húngaro?  Não, não. É bravio, sem qualquer educação. É apenas um pastor de rebanho.

O jumento espanhol serviria? - insistiu o servidor atencioso. - De maneira nenhuma. É manhoso e não merece confiança. Decorridos alguns instantes de silêncio, o soberano indagou:

 Onde está meu burro de carga? O chefe das cocheiras indicou-o, entre os demais. O próprio rei puxou-o carinhosamente para fora, mandou ajaezá-lo com as armas resplandecentes de sua Casa e confiou-lhe o filho ainda criança, para longa viajem. E ficou tranqüilo, sabendo que poderia colocar toda a sua confiança naquele animal...  Assim também acontece na vida. Em todas as ocasiões, temos sempre grande número de amigos, de conhecidos e companheiros, mas somente nos prestam serviços de utilidade real aqueles que já aprenderam a servir, sem pensar em si mesmos....e nós será que já aprendemos servir? Pense nisto...

CONTOS DESTA E DOUTRA VIDA – Cap.7  SERVIR MAIS  – IRMÃO X

Efraim bem Assef, caudilho de Israel contra o poderio romano, viera a Jerusalém para levantar as forças da resistência, e, informado de que Jesus, o profeta, fora recebido festivamente na cidade, resolveu procurá-lo, na casa de Obede, o guardador de cabras, a fim de ouvi-lo.
Mestre, falou o guerreiro, não te procuro como quem desconhece a justiça de Deus, que corrige os erros do mundo, todos os dias...Tenho necessidade de instrução para a minha conduta pessoal no auxílio do povo.
Como agir, quando o orgulho dos outros se agiganta e nos entrava o caminho?...

Quando a vaidade ostenta o poder e multiplica as lágrimas de quem chora?
É preciso ser mais humilde e servir mais - respondeu o Senhor, fixando nele o olhar translúcido.Mas... e quando a maldade se ergue, espreitando-nos a porta? Que fazer, quando os ímpios nos caluniam à feição de verdugos? E Jesus:- É preciso mais amor e servir mais.
Senhor, e a palavra feroz? Que medidas tomar para coibi-la? Como proceder, quando a boca do ofensor cospe fogo de violência, qual nuvem de tempestade, arremessando raios de morte?

É preciso mais brandura e servir mais.
E diante dos golpes?  Há criaturas que se esmeram na crueldade, ferindo-nos até o sangue...
De que modo conduzir nosso passo, à frente dos que nos perseguem sem motivo e odeiam sem razão?
É preciso mais paciência e servir mais. E a pilhagem Senhor? Que diretrizes buscar, perante aqueles que furtam, desapiedados e poderosos, assegurando a própria impunidade à custa do ouro que ajuntam sobre o pranto dos semelhantes? É preciso mais renúncia e servir mais.  E os assassinos? Que comportamento adotar, junto daqueles que incendeiam campos e lares, exterminando mulheres e crianças?
É preciso mais perdão e servir mais.
Exasperado, por não encontrar alicerces ao revide político que aspirava a empreender em mais larga escala, indagou Efraim: Mestre, que pretendes dizer por servir mais?
Jesus afagou uma das crianças que o procuravam e replicou, sem afetação:
Convencidos de que a justiça de Deus está regendo a vida, a nossa obrigação, no mundo íntimo, é viver retamente na prática do bem, com a certeza de que a lei cuidará de todos.
Não temos, desse modo, outro caminho mais alto se não servir ao bem dos semelhantes, sempre mais...
O chefe israelita, manifestando imenso desprezo, abandonou a pequena sala, sem despedir-se.
Decorridos dois dias, quando os esbirros do Sinédrio chegaram, em companhia de Judas, para deter o Messias, Efraim bem Assef estava à frente.
E, sorrindo, ao algemar-lhe o pulso, qual se prendesse temível salteador, perguntou, sarcástico:
Não reages, galileu? Mas o Cristo pousou nele, de novo, o olhar tranquilo e disse apenas:
É preciso compreender e servir mais.

LE 886 A CARIDADE SEGUNDO JESUS

“Benevolência para com todos, indulgência para com as imperfeições alheias, perdão das ofensas.” [...] A caridade, segundo Jesus, não se restringe à esmola, abrange todas as relações em que nos achamos com os nossos semelhantes, sejam eles nossos inferiores, nossos iguais, ou nossos superiores. Ela nos prescreve a indulgência, porque de indulgência precisamos nós mesmos, e nos proíbe que humilhemos os desafortunados, contrariamente ao que se costuma fazer

As Leis Morais segundo a filosofia espírita)

Caridade é essencialmente amor, não amor a nós mesmos (egoísmo), mas amor ao próximo (altruísmo). (Lampadário Espírita - Joanna De Ângelis)

Caridade é a  Virtude por excelência, constitui a mais alta expressão do sentimento humano, sobre cuja base as construções elevadas do espírito encontram firmeza para desdobrarem atividades enobrecidas em prol de todas as criaturas.

(Loucura e Obsessão – Manoel P. Miranda)

Caridade é um esporte da alma, pouco utilizado pelos candidatos à musculação moral e inteireza espiritual.

(Do país da luz – Espíritos Diversos)

A caridade é o bálsamo que consola todas as dores; o manto que tapa toda a nudez; o auxílio que socorre toda a miséria; o pão que sacia toda a fome; a água que sacia toda a sede; a luz que ilumina toda a treva; a força que anima toda a fraqueza; o sentimento que penetra todos os corações; a riqueza ao alcance de todos os mendigos. Caridade é fazer justiça, é corrigir o defeito, é animar o tímido, é proteger o ousado, é exaltar a verdade, é enobrecer o humilde, é semear a paz,  é estabelecer a concórdia, é servir o amor, é esquecer agravos, é desculpar as faltas alheias, e é, acima de tudo, adorar a Deus.

(Mediunidade e evolução)

Caridade material é representada pelo alimento, o vestuário, o remédio e outros bens que dependem do recurso financeiro. Caridade espiritual independe dos valores terrenos: perdão, tolerância, entendimento, indulgência, preces e vibrações em favor de outrem não têm preço na moeda terrena

Caridade Moral (ESE Cap.13:9 Irmã Rosália) Desejo compreendais bem o que seja a caridade moral, que todos podem praticar, que nada custa, materialmente falando, porém, que é a mais difícil de exercer-se. A caridade moral consiste em se suportarem uns aos outros, e é o que menos fazeis nesse mundo inferior, onde vos achais, por agora, encarnados. Grande mérito há, crede-me, em um homem saber calar-se, deixando fale outro mais tolo do que ele. É um gênero de caridade isso. Saber ser surdo quando uma palavra zombeteira se escapa de uma boca habituada a escarnecer; não ver o sorriso de desdém com que vos recebem pessoas que, muitas vezes erradamente, se supõe, acima de vós, quando na vida espírita, a única real, estão, não raro, muito abaixo, constitui merecimento, não do ponto de vista da humildade, mas do da caridade, porquanto não dar atenção ao mau proceder de outrem é caridade moral.

(Instruções de Allan Kardec ao Movimento Espírita cap. 23)

Caridade Benevolente é a caridade prática, sem a qual a caridade é palavra vã; é a caridade do verdadeiro espírita, como o verdadeiro cristão; aquela sem a qual aquele que diz: Fora da caridade não há salvação, pronuncia sua própria condenação, tanto neste quanto no outro mundo

VIVENDO O EVANGELHO 1 pg.286 É louvável que você se junte aos companheiros para fazer o bem ao próximo.Contudo,nesses grupos, a prática da indulgência, uns para com os outros, é quase sempre a caridade esquecida.

CONSOLADOR (125) Reconhecendo que os nossos amigos do plano espiritual estão sempre ao nosso lado, em todos os trabalhos e dificuldades, a fim de nos inspirar, quais os maiores obstáculos que a sua bondade encontra em nós, para que recebamos os seus socorros indireto, afetuoso e eficiente?

Os maiores obstáculos psíquicos, antepostos pelo homem terrestre aos seus amigos e mentores da espiritualidade, são oriundos da ausência de humildade sincera nos corações; para o exame da própria situação de egoísmo, rebeldia e necessidade de sofrimento.

(LE PROLEGÔMENOS) Lembra-te de que os bons Espíritos não assistem senão àqueles que servem a Deus com humildade e desinteresse, e repudiam a qualquer que procure no caminho do céu,um degrau para as coisas da terra.Eles se distanciam do orgulhoso e do ambicioso.O orgulho e a ambição serão sempre uma barreira entre o homem e Deus;é um véu atirado sobre as claridades celestes e Deus não pode se servir do cego para fazer compreender a luz.



FINAL

PAULO E ESTEVÃO = Exemplo  Orgulho/Humildade

Paulo de Tarso, o convertido de Damasco, despojou-se do homem velho, renunciando a vida passada, e  revestiu-se em um homem novo, como ele mesmo relata em sua carta aos Efesíos (4:22) Sua libertação foi  instantânea, Jesus o tocou, a luz do Mestre que lhe cegou por três dias permitiu-lhe que iniciasse ali na estrada de Damasco sua reforma íntima. Fechando os olhos materiais Jesus fez com que Saulo olhasse para o seu interior e começasse a enxergar sua condição espiritual. Ainda cheia de orgulho e egoísmo, mágoas e rancores, trazia sua alma conturbada, equivocada quanto à verdadeira fé em Deus.

Saulo era um orgulhoso romano, Doutor da Lei, graduado nas escolas de Atenas e Alexandria, apresentava toda  vivacidade de seus trinta anos. Na fisionomia cheia de virilidade e máscula beleza, ...(Pág.84)...Era acostumado ao esporte, aos jogos da época, seguido sempre de muitos companheiros em desvario....

Saulo de Tarso experimentava todos os anseios da mocidade impetuosa de seu tempo. Ilustre orador das Leis Mosaicas, as defendia com todo seu rigor, mas quando é chamado ao Evangelho do Cristo vê que a Letra simplesmente mata mas é o espírito que vivifica. Que seremos justificamos na fé em Jesus Cristo. Com suas dificuldades, lutas e vitórias, ele mesmo narra que para não ser levado ao orgulho novamente foi-lhe dado um espinho na carne,um anjo de Satanás para lhe esbofetear(2Corintios 12:7)... Após seu despertar de consciência, para que eliminasse o orgulho de seu espírito “amargou a fraqueza orgânica, o cansaço, o abandono dos amigos e familiares, as desilusões mais acerbas”... (pág. 345) sofreu a humilhação em público, apedrejamentos, naufrágios, fome e principalmente o desprezo e ironia dos que amava. Mas iniciou sua reforma procurando o recolhimento, a meditação e o estudo do evangelho de Jesus. Retirou-se ao deserto,buscou no trabalho simples e honesto do tear, o  aprendizado da humildade e paciência.  A fim de eliminar o remorso e o sentimento de culpa pela morte de Estevão estabeleceu sua meta no esforço ardente da reparação e buscou conciliar-se com todos a quem havia ofendido no seu rigorismo sectário... Trabalharia para Jesus enquanto lhe restassem energias. (Pág. 299). E foi amando, trabalhando, sabendo esperar e perdoando que o verdugo transformou-se em apóstolo fiel de Jesus. Depois de muitos esforços Paulo eliminou de seu espírito o orgulho e egoísmo, duas chagas da humanidade.

PSICOGRAFIA 05/12/11 - Boa noite,meus filhos. Que a luz do Mestre Jesus vos ilumine a todos, fortalecendo seus corações e mentes nesta cruzada contra o mal que existe em cada um de nós. Irmãos amados ,vos dizeis estudiosos, vos dizeis aplicados no conhecimento da Doutrina, e até o são de fato. No entanto, ser estudioso da Doutrina não garante nada a ninguém... estudar as palavras, reconhecer os conceitos... tudo isso tem alguma importância, mas não a principal.

E a principal, qual seria, irmãos? A principal seria ter um nível hierárquico nas leituras que fazeis? Primeiro Evangelho, depois Livro dos Espíritos e assim por diante... Antigo Testamento depois o Novo...Seria essa a importância principal? Seria dedicar horas e horas do dia ao contato com outros irmãos doando atenção, oração e passe? Seria essa a importância principal? Seria a importância Maior, o diálogo com os irmãos inferiores para o esclarecimento da Verdade? De tudo isso, irmãos, o que é mais importante? O que é o objetivo principal da Doutrina, ou do evangelho? Ou da reunião de cura ou de desobsessão? Não sabem o que nisso tudo é mais importante .

Meus filhos, as letras escritas em todos os livros da Doutrina, do Evangelho de Jesus, todas as ações que possam vir a ter dentro desta escola deve ter como objetivo principal o encontro e conhecimento de si mesmos. Tudo, filhos meus, o mundo existe para confrontar vossa existência a vós mesmos. Vossa consciência de existir, em contato com tudo o que existe.

O Evangelho, meus filhos, a Doutrina, não existe para saberem a resposta correta a dar, mas para confrontarem vossos pensamentos e emoções com a referência moral vinda de Deus como exemplo e auxílio nesta árdua tarefa.

Mas, por isso mesmo, meus irmãos, de nada adianta ler, saber, conversar com espíritos, mas não vasculhar vossas emoções e procurar educar vossas ações pautadas pelo cumprimento da Lei. É relativamente fácil identificar o que é falso e o que é verdadeiro, aceitar que existe alguma coisa de Verdade na Doutrina, mas isso  no máximo é o primeiro passo de uma longa caminhada.

Portanto, quando acharem que sabem alguma coisa, perguntem a si mesmos o quanto sabem sobre si, para começar:

Reconhecem quais são vossas tendências mais atuantes?Identificam a parcela de instinto que ainda move vossas ações?Percebem a atuação da lembrança de vidas passadas conduzindo vossos preconceitos e armazenando ódio, vingança, egoísmo,orgulho, preguiça, passividade exagerada, nervosismo exagerado... Conhecem o móvel de cada uma de vossas ações? Reconhecem quanto de Evangelho já faz parte de vossa vida, e quanto tem por fazer? Identificam, irmãos, quais pensamentos vos mantém estagnados e qual vos conduz para adiante? Pois é irmãos... difícil responder a tudo isso, não é... Então lhes digo que de fato sois estudiosos da Doutrina, mas não conhecedores! Estudam, mas ainda não conhecem! E lhes peço, com toda a dedicação e boa vontade de meu coração, lhes peço: a cada dia ao acordar, a cada noite ao se deitar, a cada momento ao olharem o céu, o sol, os pássaros, questionem a si mesmos sobre quem são vocês mesmos, filhos de Deus Altíssimo, Pai soberanamente bom e justo!

Peçam a Deus e Ele lhes dará a cada dia, condição de conhecerem a si mesmos,  e nunca esqueçam que todas as coisas, até a prática do Bem e o conhecimento da Verdade, de nada valerão se não conhecerem a si mesmos e tomarem em suas mãos o móvel de vossas ações, o domínio sobre seus próprios pensamentos e emoções.  Amém Pe. Sávio

LE 919 Conhece-te a ti mesmo –Sto Agostinho

LE 909 O homem poderia sempre vencer suas más tendências pelos seus esforços?

Sim, e algumas vezes com poucos esforços; é a vontade que lhe falta. Ah! Como são poucos dentre vós  que fazem esforços!



Pesquisa realizada por Sueli Padilha - Centro Espírita Dr. Leocádio Correa Bauru, 25/janeiro/2012

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