Estudando o Espiritismo

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sexta-feira, 23 de maio de 2014

Solidão – Saiba as diferenças entre viver sozinho e sentir-se sozinho

Solidão – Saiba as diferenças…


Solidão – Saiba as diferenças entre viver sozinho e sentir-se sozinho
Idoso só - arquivo VE
A solidão é um estado interno, a princípio um sentimento de que algo ou alguém está faltando. No vocabulário da língua portuguesa, a palavra “solidão” significa: estado de quem se sente ou está só. Segundo a psicologia, solidão é uma “doença traiçoeira” que nenhum aparelho da medicina consegue detectar e que provoca na maioria das vezes, reflexos na postura humana como:
- Isolamento
- Constante desânimo e indisposição
- Sentimentos de tristeza sem razão aparente
- Baixa auto estima
Atualmente muitas pessoas moram sozinhas e levam uma vida bastante independente. De acordo com a terapeuta e educadora psico-corporal pela Dinâmica Energética do Psiquismo (DEP) Elaine Lilli Fong, não podemos dizer que são pessoas solitárias, desde que elas se sintam em paz com essa situação. Entretanto, o que mostra é que o sentimento de solidão pode estar presente em qualquer lugar ou situação, como por exemplo, durante uma festa com os amigos, no trabalho e até mesmo dentro de casa com a própria família. Elaine relembra que cada ser humano vem sozinho ao mundo, passa pela vida como uma pessoa separada e morre sozinho. Que as fases da passagem pela vida física permitem muitas experiências, porém tudo é passageiro.
A terapeuta defende a idéia de que a separação, o estar só são apenas ilusões, pois nada se vai totalmente e nada está separado. Ficará sempre a lembrança no qual contém toda a experiência e vivência ocorrida, o que é muito rico.
Joanna de Ângelis, autora espiritual do livro “O Homem Integral”, psicografado pelo médium Divaldo Pereira Franco, afirma “[...] Solidão é espectro cruel que se origina nas paisagens do medo e que na atualidade, é um dos mais graves problemas que desafiam a cultura e a humanidade. O homem solitário é todo aquele que se diz em solidão, exceto nos casos patológicos, alguém que se receia encontrar, que evita descobrir-se, conhecer-se, assim ocultando a sua identidade na aparência de infeliz, de incompreendido e abandonado.” (FRANCO, Divaldo Pereira, O Homem Integral, Ed.LEAL, 2006, São Paulo)
Mulher só - arquivo VE
Para o espírito Hammed, no livro “As Dores da Alma”, psicografado pelo médium Francisco do Espírito Santo Neto, “[...] Sofremos de solidão toda vez que desprezamos as inerentes vocações e naturais tendências da alma [...] nos distanciamos do que realmente somos, criamos um autodesprezo, passando, a partir daí, a desenvolver um sentimento de solidão, mesmo rodeados das pessoas mais importantes e queridas de nossa vida.” (NETO, Francisco do Espírito Santo, As Dores da Alma, Ed. Boa Nova, 2000, São Paulo)
Os perigos da solidão
A psicóloga e especialista em psicossomática Rosemeire Zago, alerta sobre os perigos da solidão e afirma que quando as pessoas se sentem neste estado, estão mais propensas a recorrer ao uso de álcool, drogas ou comida em excesso em busca de uma fuga. Roseimeire alerta para o fato de que não é negando, nem fugindo do que se sente, o melhor caminho para se livrar de toda a dor. Segundo a psicóloga, o sentimento de solidão, na maioria das vezes, provoca muita angústia e traz um forte sentimento de auto-depreciação e insegurança, com pensamentos negativos freqüentes. Desta forma, ao invés de eliminar ou aliviar a angústia, permite que a mesma aumente ainda mais.
Rosemeire ainda esclarece que é preciso ter consciência de que não adianta manter esses pensamentos sobre si mesmo, que com certeza eles não refletem a realidade. Se trancar em casa e se isolar, deixando que o desespero e as lágrimas dominem a vida, não trará melhoras, ao contrário, só agrava esse momento tão delicado.
Ainda no livro “As Dores da Alma”, o espírito Hammed revela “[...] é preciso abandonarmos nossa compulsão de fazer-nos seres idealizados, nossa expectativa fantasiosa de perfeição e nosso modelo social de felicidade [...] Exterminamos o clima de pressão, de abandono, de tensão e de solidão que sentimos interiormente, para transportamo-nos para uma existência de satisfação íntima e para uma indescritível sensação de vitalidade.”
Especialistas alertam para a importância da observação dos sentimentos de solidão, independente de estar ou não sozinho (a) e, havendo atitudes de constante isolamento, é necessário buscar auxílio de um profissional da saúde, além de atividades que estimulem o bem estar e elevam a auto estima.
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quinta-feira, 22 de maio de 2014

Solidão - Vídeo Pe Fábio

https://www.youtube.com/watch?v=ztB664zO508

Por que autoconhecimento é antídoto contra solidão


por Rosemeire Zago


"Creio que o maior antídoto para a solidão seja exatamente isso: autoconhecimento. Para isso, procure se observar mais, valorizar suas conquistas, identificar seus sentimentos, ouvir sua própria voz e respeitar aquilo que ouve e sente, aos poucos irá conhecendo um pouco mais sobre você mesmo e gostando desse ser especial que é você. Só se sente só quem não aprendeu a apreciar a própria companhia" Solidão. Todos nós de alguma forma já nos sentimos sozinhos. Ainda que muitos se ocupem em excesso para sequer sentir a falta da companhia de alguém, mesmo quem diz não ter tempo para se sentir sozinho, que solidão é sinal de depressão, doença, coisa para quem não tem amigos, família, com certeza já se sentiu só em alguma fase da vida, em alguma situação. Quem nunca ficou até mais tarde no trabalho apenas por não querer ir para casa? Ou saiu do trabalho e foi se encontrar com os amigos?
Quem nunca se sentiu só após uma separação? E quem nunca entrou em casa e foi logo ligando a TV, o rádio, o computador? Por querer saber as notícias, ouvir música, receber e-mails, conectar-se com outras pessoas? Não, essas podem até serem as justificativas que a maioria diz, mas lá no fundo, o que desejam mesmo é fugir da solidão. E o que significa estar só senão estarmos em nossa própria companhia?

É, a solidão é antes de tudo a oportunidade que temos de nos confrontar com tudo que está bem dentro de nós, e assim, nos conhecer, cada dia um pouco mais. Mas para algumas pessoas, talvez a maioria, estar consigo mesmo, se conhecer, é sentido como algo doloroso, difícil, e até mesmo, insuportável.

Muitos moram com outras pessoas, não porque gostam de estar com essas pessoas, mas para não se sentirem sós. Outros mantêm seus relacionamentos pelo mesmo motivo e não por sentirem amor com quem dividem a mesma casa e a mesma cama. Mas por qual motivo a solidão é tão temida, causando verdadeiro pânico, fazendo com que pessoas mantenham relacionamentos destrutivos, infelizes?

Desde pequenos somos ensinados a sermos amigos de todos, a quem devemos dividir nossos brinquedos, sermos bonzinhos; na adolescência o que mais desejamos é ter muitos amigos e com isso nos sentirmos aceitos; vamos crescendo, casamos, temos filhos, e conforme o tempo vai passando, surgem as separações, perdas, decepções, e por opção ou falta dela, muitos vão continuando seus caminhos sozinhos. Mas o que fazer com aquele, que até então, era um total desconhecido? Passamos anos valorizando o que os “outros” querem, sentem, falam, e parece que se esqueceram de nos ensinar a olhar para dentro de nós.

Aprender a ficar só traz autoconhecimento

Portanto, não se culpe se você não sabe ficar só, é natural. Mas sempre é tempo de aprender. Aprender a se ouvir, se conhecer. Como é natural também sentir medo de olhar para quem você sequer foi apresentado. Como querer conhecer alguém que só ouviu críticas a respeito de si, fazendo-o sentir que tudo que faz, pensa, fala, sente, é errado? Não, não é nada fácil!

A própria sociedade discrimina quem não tem tantos amigos, sendo muitas vezes taxado como anti-social. Os tímidos que o digam... como sofrem por serem mais fechados. Os extrovertidos sim, têm muitos amigos, parecem agradar a todos, e por isso são felizes. Será? Esses mesmos “alegres crônicos” também chegam em casa, e muitos se deparam com o silêncio como companhia. E será que continuam se sentindo tão bem quanto demonstram? Nem sempre. Sem falar que mesmo acompanhados podemos nos sentir sozinhos, e essa parece doer ainda mais. Que paradoxo, não? Quando estamos sós queremos companhia e, mesmo com companhia, continuamos a nos sentir sozinhos.

Mas o fato é, como lidar com a solidão? Será que o mais apropriado não seria: como lidar com nossa própria companhia? Nessa pergunta creio que já está a resposta. O fato não é como lidar com a solidão, mas, sim, como lidar com nós mesmos. Sim, é muito bom estarmos com outras pessoas, principalmente com aqueles que nos amam e que amamos também, mas nem sempre isso é possível e pelos mais diversos motivos. O que é preciso pensar é que não se pode estar na companhia, de quem quer que seja, apenas para não ficar só, isso sim é pura falta de coragem para olhar para dentro de si e enfrentar os mais diversos sentimentos que tal encontro poderá despertar.

A solidão pode doer para qualquer pessoa, mas dói muito mais em que não gosta de si mesmo, quem não se admira, não vê em si mesmo qualidades, quem não percebe seu próprio valor, não se ouve, não aprendeu a se amar e se respeitar. Creio que o maior antídoto para a solidão seja exatamente isso: autoconhecimento. Para isso, procure se observar mais, valorizar suas conquistas, identificar seus sentimentos, ouvir sua própria voz e respeitar aquilo que ouve e sente, aos poucos irá conhecendo um pouco mais sobre você mesmo e gostando desse ser especial que é você. Só se sente só quem não aprendeu a apreciar a própria companhia.


Sobre a vida, o amor e a solidão


Marcos Bueno
Psicólogo de orientação gestáltica e ericksoniana, fundador do NUP-GT de Uberlândia/MG, professor universitário, Mestre em Engenharia de Produção: Gestão da Inovação Tecnológica e Ambiental pelo PPGEP/UFSC, Especialista em Administração pela FGV e UFU/Université du Quebèc a Trois Rivières e formação em Psicologia pela UnG e ex-gerente de RH e Qualidade.
E-mail: mlbueno@brturbo.com

"São os sentimentos e as atitudes que promovem a ajuda, quando expressos, e não as opiniões ou os julgamentos sobre outra pessoa". Carl Rogers

Resumo: O texto foca três palavras essenciais para o ser humano à vida, o amor e a solidão.Sem vida não há o ser, sem amor a vida torna-se apenas um lamento amargo existencial e sem compreender a solidão como uma necessidade de encontro silencioso à vida perde seu sentido.
Palavras-chave: vida, amor, solidão e existência.


O ser humano vive a ânsia da vida. Num momento sonha em viver ansiosamente no presente como se fosse perdê-lo. Em outros momentos é escravo do desejo do futuro e esquece que não tem como garantir o amanhã, a não ser esperá-lo pacientemente, serenamente.
Estamos vivendo uma crise existencial que se repete, entre a ansiedade motivada pelo medo, insegurança e cobranças de todo tipo e por um sentimento coletivo de vazio, de solidão, sentir-se só no meio da multidão.
Jean-Yves Leloup diz que a crise é como a morte da lagarta e o nascimento da crisálida e da borboleta. É preciso que a lagarta morra para nascer a borboleta em toda sua formosura. Não devemos apressar ou facilitar o nascimento da borboleta, pois se assim fizermos ela nascerá fraca e não conseguirá voar e sobreviver. Tudo em nossa vida e na natureza há um sentido sábio, é preciso que passemos a ver com outros olhos aquilo que aparentemente não estamos conseguindo ver devido aos condicionamentos provocados pela normose.O psicólogo e antropólogo Roberto Crema vice-reitor da Unipaz diz que a doença muitas vezes é como um fax, ou um e-mail ou uma carta, só que não abrimos, não lemos e muitas vezes jogamos no lixo sem interpretá-la.
Tudo na vida tem uma razão de ser, uma lógica, um motivo, nem sempre percebemos.Isso é o óbvio, o gênio percebe o óbvio e consegue produzir coisas fantásticas, enquanto que o neurótico não percebe como dizia Perls o pai da gestalt-terapia. A doença é a manifestação do desequilibro, quando o ser humano está em equilíbrio ele está saudável.A doença é um caminho, não é um problema.
O ser humano necessita de um cuidado especial, diferente das máquinas, dos equipamentos tecnológicos, do capital, etc. Leloup diz que é preciso cuidar do ser humano em sua globalidade, como na gestalt-terapia, como um todo, uma boa configuração, mesmo quando são tratados apenas os dentes.
O doente é freqüentemente uma pessoa que se fechou num único nível de interpretação simbólica.Os Terapeutas terão de abrir, sem cessar, esta interpretação, para evitar a identificação. É necessário uma resignificação do percebido.Essa perspectiva Leloup chama de psicologia da profundeza ou antropologia da vastidão.Dos medos do self e do eu ao mergulho no ser.O ser que sofre o chamamento da lucidez, do encontro com a solidão que provoca um movimento da consciência que deseja se libertar das amarras dos condicionamentos provocados por uma sociedade doente e carente.
O ser humano na cosmovisão de Leloup é como no complexo abordado no livro sagrado de Jonas que em hebreu significa pomba. A pomba das asas aparadas. É o conflito do desejo de voar com o medo de tirar os pés do chão. Leloup aborda de forma perfeita o arquétipico de Jonas que dormindo ele sonha com o Senhor que diz: Jonas desperta, levanta e vá a Ninive levar minha palavra a aquele povo que vive na violência.Jonas acorda, mas foge, e não vai a Ninive enfrentar os inimigos, prefere ir para Tarsis uma cidade turística de calmaria e tranqüila na costa da Sardenha. Leloup traça um paralelo com a vida do homem moderno que continua sendo o Jonas que prefere ficar dormindo deitado, a levantar para se movimentar, que foge de sua missão pessoal e intransferível.Mas acaba pegando um barco de pesca para Tarsis e vem a tempestade e percebendo que sua atitude coloca em risco a vida dos pescadores ele se joga ao mar e a baleia o engole e passa três dias em seu ventre.O ventre da baleia é o deserto para refletir, para descobrir a fé perdida, para ir ao encontro de sua voz interna, do seu anjo, do seu mestre.Jonas desperta da normose, aceita sua missão e é despejado próximo a Ninive e cumpre sua missão.Jonas perdeu todos os seus mapas, todos os seus pontos de referência, todas as escalas, mas não perdeu a bússola, ele não perdeu sua orientação.Como diz Leloup a sua orientação para o Ser.Nossa bússola é o nosso coração.Um coração inteligente e vibra emocionalmente, mas tem o norte do intelecto racional.Não basta ter asas, é preciso saber voar, não basta ter uma bússola, é preciso saber interpretá-la.
O papel do terapeuta para Leloup é colocar o individuo em contato com sua bússola interior, que mostra o seu norte, que mostra o Ser em sua plenitude.
O mesmo medicamento, segundo a qualificação do profissional que nos receita, terá efeitos diferentes. É por isto que, na formação dos terapeutas, é importante o desenvolvimento de sua qualificação, de sua competência, mas também é muito importante o desenvolvimento de sua qualidade humana.Porque um individuo pode ter muitas qualificações, muitos diplomas e muito pouca qualidade e é necessário juntar as duas para que o resultado apareça(Leloup,1997:59).
O ser humano vive um eterno conflito entre o desejo de voar e o medo de tirar os pés do chão.O medo de ser alguém que vai incomodar a muita gente e o Zé ninguém abordado na psicologia de massa do fascismo de Wilhelm Reich onde é um ilustre desconhecido.
Leonardo Boff diz que o ser humano é um ser desejante, insaciável, queremos tudo, queremos viver para sempre, somos protestantes, protestamos contra tudo. Não conseguimos silenciar e acalmar nossa mente que vive numa turbulência inesgotável, todos os dias alimentamos essa turbulência mental.
Krishnamurti educador integral diz que vivemos continuamente uma guerra contra nossa mente, que é o nosso intelecto. E para entendermos e educarmos nossa mente temos que buscar recursos fora da mente. E o maior recurso que todos temos é o amor.Mas, o que é o amor? Quando há pensamento sobre o amor, isso é o amor?O pensamento é amor? E, provavelmente só o amor pode unir as pessoas, e não o pensamento.Onde há amor, não há grupo, classe, nem nacionalidade, nem religião.Em plena guerra entre os Estados Unidos e Iraque tivemos um casal de passagem pelo Brasil, ele americano e ela iraquiana demonstrando um amor invejável.
Será o amor uma coisa da mente? Ele é uma coisa da mente quando as coisas da mente preenchem o coração.E com a maioria de nós conforme Krishnamurti cita é isso o que acontece. Preenchemos nosso coração com coisas da mente, que são opiniões, idéias, preconceitos, visões distorcidas da realidade, sensações, crenças e acabamos vivendo e amando essas coisas. O amor só pode ser vivenciado quando o pensamento não está funcionando, sereno, calmo, dando permissão ao coração para sentir o amor.Infelizmente muitos associam amar com ciúme, com ambição, posse do outro, busca desesperada pelo desejo e não há dúvida que quando essas coisas existem não há o amor presente, mas apenas um pensamento sobre o amor.
Não temos que se preocupar com amor, que vem à existência naturalmente, sem nenhum esforço no sentido de buscá-lo de encontrá-lo, ele simplesmente está dentro de cada ser humano, basta permiti-lo aflorar a superfície da consciência.O amor é a resposta para aquietar, serenar nossa mente, reduzir nossa ansiedade e entender nossa solidão, que não é algo tão ruim quanto popularmente se fala. Estar só é uma oportunidade de encontro consigo mesmo.Quando estamos sentindo solidão é por que dissociamos, nos dividimos, perdemos a integração espírito, mente, corpo e aí surge o vazio. O que temos que fazer não é buscar preencher loucamente esse vazio que está nos incomodando, mas sim entendê-lo, interpretá-lo, buscar o seu significado. As doenças são apenas mensagens do nosso espírito, de nossa mente, de nossas emoções e de nosso corpo que alguma coisa não está bem e precisamos saber o que e termos a coragem de resolver para que o equilíbrio volte. Só é possível pensar de modo correto, viver livre e com plenitude e inteligentemente, quando há um autoconhecimento cada vez mais profundo e amplo, como disse um dos maiores sábios que foi Sócrates.Precisamos aprender a resgatar o que perdemos há muito tempo, a integração plena, corpo, mente e espírito.
Para Krishnamurti o essencial para o homem, jovem ou velho, é que viva plena e integralmente, e, por conseguinte, nosso mais relevante problema é o cultivo da inteligência, que traz integração. Amar autenticamente é promover a integração.Apenas o amor e o pensar correto farão a verdadeira revolução, a revolução interior.A revolução amorosa interna é à busca da saúde, a revolução externa motivada pela ganância é cultivar a neurose e a normose social.
Milton Erickson um dos maiores psiquiatras e hipnoterapeuta do século XX afirma em seus livros que todos os recursos que precisamos para resolver nossos problemas estão dentro de nós, basta aprendermos a utilizá-los. Precisamos aprender a caminhar pela vida de forma saudável e feliz, nós merecemos. A solidão, assim como a doença pode ser um caminho amadurecido para uma vida melhor, é preciso termos a coragem de aprender com ela e não apenas rejeitá-la.

Bibliografia consultada:
KRISHNAMURTI, Jiddu. A educação e o significado da vida. São Paulo; Cultrix,1985.
____________________O descobrimento do amor. São Paulo: Cultrix, 1985.
____________________Nossa luz interior. São Paulo; Agora, 2000.
____________________A mente sem medo.São Paulo, Cultrix, 1984.
____________________Sobre o amor e a solidão.São Paulo, Cultrix, 1993.
____________________Caminhos da realização.Rio de Janeiro: Vozes, 1997.
____________________Raízes profundas. São Paulo, Ed. Psy, 1996.

Reforma íntima através do Espiritismo

http://www.institutochicoxavier.com/images/stories/fotos/2014/05/09/ReformaIntima-Parte3.pdf

quarta-feira, 21 de maio de 2014

Epilepsia - Dr. Ricardo Di Bernardi

Epilepsia - Dr. Ricardo Di Bernardi


Perguntas feitas por pacientes :
1 ) Tenho 29 anos sempre levei uma vida normal, porem, hà 4 anos tenho tido crises convulsivas e a epilepsia não foi constatada em nenhum exame (eletroencefalogramas repetidos, mapeamentos cerebrais, tomografias, ressonâncias magnéticas, etc) Já tomei gardenal, trileptal, depakote e agora estou com topiramato 150 mg, as crises continuam acontecendo, não sei mais o que fazer. Pode-me ajudar ? O que fazer ?

2) Dr. Ricardo, quais as causas da epilepsia? Está a epilepsia intimamente ligada com a mediunidade? Diz-se popularmente que um epiléptico é um “grande médium” quase sempre psicofonico (dito popularmente de incorporação) e que necessita desenvolver a mediunidade para ficar melhor? Isto é verdade? 

Resposta do Dr. Ricardo Di Bernardi
Em primeiro lugar, deve continuar tentando, com um bom neurologista, outras alternativas medicamentosas. Há, também, casos de convulsões epileptiformes que não são de origem exclusivametne neurológicas, isto é, são provocadas por outras disfunções orgânicas como metabólicas, hormonais, neoplásicas e outras, que podem ser a causa de convulsão do tipo epiléptico, mas sem ser a disritmia cerebral a causa primária. Um excelente clínico , especialista em Medicina Interna, ( não é o mesmo que Clínico Geral ), pode proceder esta investigação. A Epilepsia existe em diversos graus e diversos tipos. Há epilepsias bastante leves como lapsos de consciência denominados crises de "ausência" até as de convulsões violentas. A mais frequentemente comentada é a que se caracteriza por crises ou ataques nos quais há espasmos musculares de contração e de movimentos incontroláveis, com concomitante perda da consciência. Devido sua manifestação espetacular, externa, desde épocas remotas impressionava a todos, sendo atribuída a agentes demoníacos, misteriosos ou a influência lunar, daí a expressão lunáticos.
Um dos pais da medicina, Hipócrates lutou para desvincular a relação desta enfermidade com o "sagrado". Até hoje ainda existe, em alguns locais esta tendência. Frequentemente a pessoa que está prestes a ter uma crise convulsiva epiléptica percebe a chegada da crise com os sintomas. Alguns sentem um calor leve e envolvente, ou uma sensação típica visual, olfativa, auditiva, gustativa, tátil ou dolorosa, comumente no abdome. Pode-se detectar no EEG – eletroencefalograma – uma disfunção ou disritmia cerebral ou seja, uma alteração do ritmo das ondas emitidas pelo cérebro. No entanto, em alguns casos não se detectam estas alterações disrítmicas.
Em todas as nossas patologias ou problemas humanos há uma participação espiritual, em graus variados. Na epilepsia ou nos chamados "ataques" pode ocorrer uma ligação do enfermo com o espírito obsessor, ocorrendo uma verdadeira "incorporação" ou transe mediúnico. Existe sempre uma fragilidade orgânica cerebral, motivada pela alteração do modelo organizador biológico (perispírito) que traz lesões adquiridas em vidas pretéritas. Lesões que tem origens diversas. Nos casos ditos de "pequeno mal" ou crises de ausência não é comum a presença de espíritos obsessores. Nos casos de crises convulsivas graves, há também lesões perispirituais decorrentes do histórico progresso do paciente mas a frequente (nem sempre) associação do obsessor desencarnado. A ação do obsessor dá-se no denominado "locus minoris resistentiae" isto é, no local de menor resistência do obsediado, no caso desta pessoa, o cérebro... Muitas vezes, a ligação do obsessor com a "vítima " efetua-se pelo chakra gástrico, esplênico ou genésico mas a repercussão atinge intensamente o ponto fraco do obsediado que é a região cerebral fragilizada. Em certos casos, O choque do contato com as energias do espírito desencarnado com o obsediado (médium?) pode ser um fator determinante para o processo convulsivo. A própria convulsão ocasiona uma repercussão forte no espírito fazendo-o muitas vezes se afastar.
Há casos em que o indivíduo dito epilético nada apresenta nos exames de EEG mas tem todos estes sintomas. A contínua interferência do obsessor sobre a pessoa sensível nesta área poderá ocasionar lesões como passar dos anos. O que ocorre é que o perispírito ou corpo astral tem seu paracérebro lesionado mas, ainda, não transferiu para o corpo biológico esta lesão. O tratamento médico e espiritual concomitante poderá fazer com que a lesão não se instale no corpo biológico. Em termos técnicos, médicos, chama-se "aura epilética" (há outras denominações) ao conjunto de fenômenos ou sensações que precedem a crise convulsiva. Estas sensações são: a percepção ou alucinação de cores, visões, sombras, sons, ruídos, vozes, odores, sensação de calor na face, gosto ácido na boca e outras. Curiosamente sensações semelhantes que os médiuns tem antes da ligação deles o espírito comunicante na sessão de desobsessão. Até a "dor na boca do estômago" que alguns médiuns sentem pela ligação com o chakra gástrico. Estas sensações da "AURA EPILÉTICA" no caso da crise convulsiva pode decorrer da impregnação das energias (fluidos) do obsessor sobre o doente.
Uma recomendação importante: além do tratamento neurológico a higiene mental ou a manutenção de pensamentos otimistas, fraternos e similares são auxiliares no tratamento. Pensamentos de raiva, ódio, inveja, ressentimentos e outros de baixa frequência, favorecem as crises pela sintonia com o obsessor. Antes de desenvolver a mediunidade o paciente deve espiritualizar-se, depois estudar a doutrina espírita e por último pensar em atuar como médium. O tratamento ( médico + espiritual ) controla as crises e impede a fixação da entidade enferma sobre o cérebro do paciente.
Dr Ricardo - INSTITUTO DE CULTURA ESPÍRITA DE FLORIANÓPOLIS  www.icefaovivo.com.br   visite www.redevisao.net opção Dr.Ricardo
Postado por Sérgio Vencio às sexta-feira, abril 24, 2009   

Epilepsia e Espiritismo, breves comentários

JORGE HESSEN
jorgehessen@gmail.com
Brasília, Distrito Federal (Brasil)


Epilepsia e Espiritismo,
breves comentários

A epilepsia é tão antiga como o homem. Sabe-se de legislações a respeito de pacientes epilépticos no código de Hammurabi e, na antiga Grécia, se lhe chamava "a doença sagrada", pois devido à característica súbita e inesperada do fenômeno se acreditava que os deuses ou demônios possuíam o corpo do enfermo.

"Do grego deriva o termo epilepsia que significa ‘ser tomado desde acima’. Hipócrates, pai da Medicina escreveu ‘A respeito da doença sagrada’, e quatro séculos antes de nossa era disse que não era mais sagrada do que qualquer outra e que tinha seu assento no cérebro. Em Roma se lhe chamou a ‘doença comicial’, pois o fato de que algum dos assistentes apresentasse uma convulsão era um sinal de suspender as eleições."

Portadores de epilepsia sofrem com o estigma, o preconceito, a vergonha e o medo do desconhecido. A epilepsia é uma doença cerebral caracterizada por convulsões, que vão desde as quase imperceptíveis até aquelas graves e freqüentes. A Organização Mundial da Saúde estima que cerca de 50 milhões de pessoas no mundo são portadoras de epilepsia, sendo que, destas, 40 milhões estão em países subdesenvolvidos. Apesar desse cenário alarmante, a organização afirma que 70% dos novos casos diagnosticados podem ser tratados com sucesso, desde que a medicação seja usada de forma correta. (1)

O tratamento preferencial para a epilepsia é o medicamentoso. O uso das drogas anticonvulsivas é eficaz em 70% a 80% dos casos. Para os pacientes com epilepsia refratária às drogas anticonvulsivas (20% a 30% dos casos), o tratamento indicado é o cirúrgico. Dependendo do tipo de epilepsia, a cirurgia pode ser bem sucedida em até 80% desses pacientes. A cirurgia se desenvolveu, principalmente, a partir dos anos 80 com o avanço da tecnologia nos exames de imagens. A ressonância magnética estrutural e a funcional (SPECT), além do monitoramento em vídeo, permitem fazer um diagnóstico exato do foco epiléptico. Porém, apesar da tecnologia médica atual, "É como atirar no escuro e esperar que o alvo seja acertado". É assim que o neurologista Ley Sander, professor do Departamento de Epilepsia Clínica e Experimental do University College London, define o tratamento da epilepsia.

"Em todos os países, a epilepsia representa um problema importante de saúde pública, não somente por sua elevada incidência, mas também pela repercussão da enfermidade, a recorrência de suas crises, além do sofrimento dos próprios pacientes devido às restrições sociais que, na grande maioria das vezes, são injustificadas", afirma o neurologista Jesus Gomez-Placencia, MD, PhD, Professor titular, Dep. de Neurosciências da Universidade de Guadalajara, no México. (2)

Foi Hipócrates (em torno de 460-375 aC) - talvez influenciado por Atreya, pai da medicina hindu (e que viveu 500 anos antes) - quem passou a afirmar que a epilepsia não tinha uma origem divina, sagrada ou demoníaca, mas que o cérebro era responsável por essa doença. E, apenas muitos anos depois, Galeno (129 - em torno de 200 dC) fez a primeira classificação de diferentes formas da doença. (3) Apesar das afirmações de Hipócrates e Galeno, as crenças em torno da epilepsia como possessão, maldição ou castigo, perpetuaram por muito tempo.

A epilepsia, sob a ótica do Espiritismo, é uma doença neurológica, como qualquer outra doença que pode alterar o organismo humano, por isso mesmo deve ser tratada com os especialistas da medicina terrena. A propósito, alguns estudantes do Instituto Politécnico do México (IPN) criaram um dispositivo que diminui os ataques de epilepsia, consoante informa o instituto da Cidade do México. "Com o objetivo de contribuir para melhorar a qualidade de vida das pessoas que sofrem de epilepsia, estudantes criaram o Saceryd, que reduz a freqüência e a intensidade das crises por meio de estímulos elétricos"(4). Nos Estados Unidos, já existe aparelho semelhante.

Não há dúvida que a terapêutica espírita poderá ajudar na recuperação do equilíbrio físico do enfermo, se for ministrada adequadamente, sem nunca dispensar a assistência médica. Porém, muitas pessoas confundem as crises epilépticas com sintomas obsessivos ou mediunidade a ser desenvolvida, o que é um grave erro. Ainda hoje, em pleno Século XXI – a despeito de todas as proezas da medicina –, muitos centros espíritas e igrejas de outros vários credos, sobretudo no Brasil, lidam com a epilepsia – como se esta fosse originada de "incorporações de Espíritos de mortos", de "possessões pelo demônio" etc. Até bem pouco tempo atrás, em todo o mundo, os ataques epilépticos, as convulsões cerebrais, o histerismo, as doenças em geral eram tratados quase que exclusivamente com "passes magnéticos" ou "exorcismos", muitas vezes violentíssimos e desumanos.

A epilepsia não é obsessão, muito embora esta possa, às vezes, se apresentar com os sintomas da epilepsia, e o epiléptico pode ser portador de um processo obsessivo. Daí a confusão que muitas vezes é feita entre uma coisa e outra. O conceito que existe no meio espírita de que os epilépticos são médiuns que deveriam desenvolver suas mediunidades é completamente equivocada.

Essa patologia mui raramente ocorre por meras alterações no encéfalo (5), como sejam as que procedem de pancadas na cabeça, geralmente, é enfermidade da alma, independente do corpo físico, que apenas registra, nesse caso, as ações reflexas. Pois a epilepsia tem ligação com problemas espirituais. A recordação dessa ou daquela falta grave, que ficam enraizadas no Espírito sem que tenha tido oportunidade de desabafo ou corrigenda, cria na mente um estado patológico que se classifica de zona de remorso, provocando distonias diversas de uma encarnação para outra.

O corpo procede do corpo, porém há influência enorme da consciência do reencarnante, modelando seu próprio corpo, influenciando os genes da hereditariedade com o distúrbio ligado à causa pregressa no aproveitamento da Lei de Deus, para que o Espírito não escape ao seu destino doloroso, mas intransferível e necessário. No livro Missionários da Luz, cap. 12, André Luiz narra-nos inúmeras experiências em que o Espírito reencarnante pede que sejam alteradas certas condições físicas para que possa vencer as suas provas redentoras.

A epilepsia é uma doença neurológica e possui matrizes cerebrais para que ela ocorra. No entanto, muitos fatores podem provocar essas alterações cerebrais e, dentre eles, há a causa espiritual. A grande contribuição do Espiritismo nessa área é apontar causas espirituais diretas e indiretas. No livro A Gênese, no capítulo XIV, Allan Kardec ensina que uma obsessão intensa (forte interdependência entre o obsessor e o obsidiado) e prolongada pode gerar lesões orgânicas através dos fluidos espirituais "viciados": "Tais fluidos agem sobre o perispírito, e este, por sua vez, reage sobre o organismo material com o qual está em contato molecular. (...) Se os fluidos maus forem permanentes e enérgicos, poderão determinar desordens físicas: certas moléstias não têm outra causa senão esta (6). O Mestre de Lyon reconhece em O Livro dos Espíritos, questões 481-483, que uma influência espiritual obsessiva pode causar uma neurolesão epiléptica e propõe que o método desobsessivo pode levar à cura do paciente”. (7)

A epilepsia possui muitas relações com mecanismos naturais das provas e expiações, no contexto das causas atuais e anteriores das nossas aflições. Assim, apesar da epilepsia ter uma causa orgânica, a influência espiritual para que ela aconteça não pode ser ignorada. Narra André Luiz um caso no qual, durante uma convulsão epiléptica, o obsessor, ligando-se a Pedro, produziu uma convulsão generalizada tônico-clônica. O mentor Áulus afirmou que ali se verificou um caso de possessão completa ou epilepsia essencial e analisa que, no setor físico, Pedro estava inconsciente e não teria lembrança do ocorrido, mas estaria atento como Espírito e, nessa condição, arquivaria a ocorrência, enriquecendo-se. (8)

Na seqüência do fato, após a prece e o passe, ocorre o desligamento do desencarnado, termina a convulsão e Pedro entra em sono profundo. "Com a terapia desobsessiva exitosa, será possível terminar com os ataques de "possessão", mas Pedro sofrerá os reflexos do desequilíbrio em que se envolveu, a se expressarem nos fenômenos mais leves da epilepsia secundária que emergirão por algum tempo, ante recordações mais fortes da luta atual até o reajuste integral do perispírito (reflexo condicionado)"(9). Esse caso demonstra que, apesar de tratar-se de obsessão, não ocorreu a manifestação do obsessor após a convulsão, certamente devido ao passe aplicado durante a convulsão, que produziu o desligamento do Espírito desencarnado. Infere-se pois, ante a presente exposição, que os quadros de epilepsia podem ser provocados por obsessão também, tanto quanto existem casos sem ação de desencarnados e casos mistos. Independentemente do caso, com ou sem envolvimento obsessivo, há necessidade de uso de medicação da medicina acadêmica, considerando-se óbvio que a terapia desobsessiva é altamente eficaz, devendo ser usada como preconiza a obra kardequiana.

Fontes:

(1) Disponível em Acessado em 10/10/2005;

(2) Disponível em www.cerebromente.org.br/n04/doenca/epilepsy/epilepsy.htm Acessado em 26/10/2005;

(3) Disponível em Acessado em 10/102005;

(4) Publicado no Jornal O ESTADO DE S. PAULO, VIDA &, segunda-feira, 17/10/2005, A13;

(5) O encéfalo ou cérebro, terminação principal aumentada do sistema nervoso central, ocupa o crânio ou caixa encefálica. O termo latino cerebrum tem sido usado de várias formas. De um modo geral significa encéfalo; também tem sido utilizado para indicar, especificamente, o prosencéfalo e o mesencéfalo. O adjetivo cerebral é dele derivado. Encéfalo, por sua vez, é de origem grega (enkép- halos). Termos como encefalite – que significa inflamação do encéfalo – são dele provenientes.

(6) Kardec, Allan. A Gênese, Rio de Janeiro: Ed. FEB, 2004, Cap.XIV.

(7) Kardec, Allan. O Livro dos Espíritos, Rio de Janeiro: Ed. FEB, 2000, Questões 481-483.

(8) Xavier, Francisco Cândido. Nos Domínios da Mediunidade, Rio de Janeiro: Ed. FEB, 1997, Cap. 9.

(9) Idem, ibidem.

Cura de um endemoniado epiléptico - Palestra


https://www.youtube.com/watch?v=aogaVmeSBsc

A visão espírita da epilepsia

Na Bíblia, encontramos a passagem do “menino epiléptico”, narrada por Mateus (17: 14 a 19), na qual Jesus, “tendo ameaçado o demônio, fez com que ele saísse da criança, que foi curada no mesmo instante”. No livro A Gênese, Allan Kardec explica que a “imensa superioridade do Cristo lhe dava tal autoridade sobre os espíritos imperfeitos, chamados então de demônios, que lhe bastava ordenar que se retirassem para que não pudessem resistir a essa injunção”.
Para nós, espíritos em aprendizado, fazer uma desobsessão é mais complexo. Precisamos ter uma ajuda espiritual e muito carinho com nossos semelhantes, pois o verdugo de hoje foi vítima ontem. Para sabermos se o problema é um processo obsessivo ou carma, devemos analisar os tipos de reencarnação: expiação, provação e missão. A expiação é o resgate, por meio da dor, de erros cometidos em outras existências. Pela provação, temos provas voluntariamente solicitadas pelo espírito, as quais, se bem suportadas, resultarão em seu progresso espiritual. A missão é a realização de qualquer tarefa, de pequena ou grande relevância. A Terra pertence à categoria dos mundos de expiação e provas.

A medicina descreve uma crise epiléptica como uma desordem cerebral, causada por descarga elétrica anormal, excessiva e transitória das células nervosas, decorrente de correntes elétricas que são fruto da movimentação iônica através da membrana celular. Existem diversos tipos de crises, como parciais, parciais e completas, generalizadas e tônico-clônicas.
Causas da epilepsia
As causas da epilepsia podem ser desde uma lesão na cabeça como um parto à fórceps. O uso abusivo de álcool e drogas, além de outras doenças neurológicas, também podem gerar a doença. Na maioria dos casos, entretanto, desconhece-se as causas que lhe dão origem. Muitas vezes, o paciente tem as convulsões e os exames realizados dão resultados normais. Divaldo Pereira Franco, no livro Grilhões Partidos, afirma que “mesmo nesses casos, temos que levar em conta os fatores cármicos incidentes para imporem ao devedor o precioso reajuste com as leis divinas, utilizando-se do recurso da enfermidade-resgate, expiação purgadora de elevado benefício para todos nós”.
Vale ressaltar que a medicina terrestre evoluiu, não só porque conta com a cirurgia, que é usada quando o resultado da medicação não foi satisfatório e o médico avalia as possibilidades de sucesso cirúrgico, mas por que os médicos têm se preocupado em adaptar o paciente à vida social e familiar, além da reabilitação aos estudos. Muitas vezes, envolvem vários profissionais de diversas áreas, como psicólogos, terapeutas etc., elucidando o paciente e sua família sobre a importância do uso dos remédios e o apoio dos pais nesta caminhada. Estes, inclusive, com receio das crises epilépticas, acabam dando uma superproteção ao filho, temendo que ele se machuque. Essa proteção é normal, mas deixa o epiléptico dependente dos genitores, tornando-o uma criança isolada e fechada.
Algumas pessoas, sem o devido estudo, alegam que a epilepsia é uma mediunidade que deve se desenvolver. Porém, conforme afirma Divaldo Pereira Franco em Grilhões Partidos, vale ressaltar que “não desconhecemos que toda enfermidade procede do espírito endividado, sendo a terapêutica espiritista de relevante valia. Porém, convém considerar que, antes de qualquer esforço externo, há que se predispor o paciente à renovação íntima intransferível, ao esclarecimento, à educação espiritual, a fim de que se conscientize das responsabilidades que lhe dizem respeito, dando início ao tratamento que melhor lhe convém, partindo de dentro para fora. Posteriormente e só então, far-se-á lícito que participe dos labores significativos do ministério mediúnico, na qualidade de observador, cooperador e instrumento, se for o caso”.
Existem processos perniciosos de obsessão que fazem lembrar um ataque epiléptico devido à igualdade da manifestação. Também com uma gravidade séria, ainda conforme as palavras de Divaldo, “ocorrência mais comum se dá quando o epiléptico sofre a carga obsessiva simultaneamente, graças aos gravames do passado, em que sua antiga vítima se investe da posição de cobrador, complicando-lhe a enfermidade, então com caráter misto”.
Independentemente do fato do epiléptico estar sob um processo obsessivo ou não, é importante a freqüência ao centro espírita para a reforma íntima e para receber aplicação de passes, que é uma transfusão de energias físio-psíquicas. Porém, mesmo com o tratamento espiritual, o epiléptico deve manter controle com a medicina terrestre, com a aplicação de anticonvulsivos, pois cada caso é um caso.
Reforma íntima
Pode-se fazer um tratamento de desobsessão e o inimigo do passado ser doutrinado, mas a dívida persistirá enquanto não for regularizada, como explica Divaldo no livro. “Considerando-se que o devedor se dispõe à renovação, com real propósito de reajustamento íntimo, modificando as paisagens mentais a esforço de leitura salutar, oração e reflexão com trabalho edificante em favor do próximo e de si mesmo, mudam-se-lhe os quadros provacionais e providências relevantes são tomadas pelos mensageiros encarregados de sua reencarnação, alterando-lhe a ficha cármica. Como vê, o homem é o que lhe compraz, o que cultiva”, descreve.
Gostaria de terminar dizendo para as pessoas que têm epilepsia e seus familiares que jamais desanimem, em momento algum, sobretudo nos momentos mais difíceis, onde a doença parece incontrolável. Os pais são o alicerce para o filho epiléptico e este só poderá obter a cura total ou parcial com o apoio dos familiares e muita fé em Deus.
Ao terminar de ler esta matéria, não se preocupe em ficar remoendo na mente sobre os atos que poderia ter feito no pretérito que lhe fizessem voltar com essa enfermidade. Cuide de sua reforma íntima e espiritual, para que, posteriormente, venha a trabalhar em prol dos mais necessitados. Dessa forma, além de se ajudar a evoluir espiritualmente, ajudará também muitas pessoas que virão ao seu socorro.

Artigo publicado na Revista Cristã de Espiritismo, edição 14.
Ao reproduzir o texto, favor citar o autor e a fonte.

A visão espírita da epilepsia

Na Bíblia, encontramos a passagem do “menino epiléptico”, narrada por Mateus (17: 14 a 19), na qual Jesus, “tendo ameaçado o demônio, fez com que ele saísse da criança, que foi curada no mesmo instante”. No livro A Gênese, Allan Kardec explica que a “imensa superioridade do Cristo lhe dava tal autoridade sobre os espíritos imperfeitos, chamados então de demônios, que lhe bastava ordenar que se retirassem para que não pudessem resistir a essa injunção”.
Para nós, espíritos em aprendizado, fazer uma desobsessão é mais complexo. Precisamos ter uma ajuda espiritual e muito carinho com nossos semelhantes, pois o verdugo de hoje foi vítima ontem. Para sabermos se o problema é um processo obsessivo ou carma, devemos analisar os tipos de reencarnação: expiação, provação e missão. A expiação é o resgate, por meio da dor, de erros cometidos em outras existências. Pela provação, temos provas voluntariamente solicitadas pelo espírito, as quais, se bem suportadas, resultarão em seu progresso espiritual. A missão é a realização de qualquer tarefa, de pequena ou grande relevância. A Terra pertence à categoria dos mundos de expiação e provas.

A medicina descreve uma crise epiléptica como uma desordem cerebral, causada por descarga elétrica anormal, excessiva e transitória das células nervosas, decorrente de correntes elétricas que são fruto da movimentação iônica através da membrana celular. Existem diversos tipos de crises, como parciais, parciais e completas, generalizadas e tônico-clônicas.
Causas da epilepsia
As causas da epilepsia podem ser desde uma lesão na cabeça como um parto à fórceps. O uso abusivo de álcool e drogas, além de outras doenças neurológicas, também podem gerar a doença. Na maioria dos casos, entretanto, desconhece-se as causas que lhe dão origem. Muitas vezes, o paciente tem as convulsões e os exames realizados dão resultados normais. Divaldo Pereira Franco, no livro Grilhões Partidos, afirma que “mesmo nesses casos, temos que levar em conta os fatores cármicos incidentes para imporem ao devedor o precioso reajuste com as leis divinas, utilizando-se do recurso da enfermidade-resgate, expiação purgadora de elevado benefício para todos nós”.
Vale ressaltar que a medicina terrestre evoluiu, não só porque conta com a cirurgia, que é usada quando o resultado da medicação não foi satisfatório e o médico avalia as possibilidades de sucesso cirúrgico, mas por que os médicos têm se preocupado em adaptar o paciente à vida social e familiar, além da reabilitação aos estudos. Muitas vezes, envolvem vários profissionais de diversas áreas, como psicólogos, terapeutas etc., elucidando o paciente e sua família sobre a importância do uso dos remédios e o apoio dos pais nesta caminhada. Estes, inclusive, com receio das crises epilépticas, acabam dando uma superproteção ao filho, temendo que ele se machuque. Essa proteção é normal, mas deixa o epiléptico dependente dos genitores, tornando-o uma criança isolada e fechada.
Algumas pessoas, sem o devido estudo, alegam que a epilepsia é uma mediunidade que deve se desenvolver. Porém, conforme afirma Divaldo Pereira Franco em Grilhões Partidos, vale ressaltar que “não desconhecemos que toda enfermidade procede do espírito endividado, sendo a terapêutica espiritista de relevante valia. Porém, convém considerar que, antes de qualquer esforço externo, há que se predispor o paciente à renovação íntima intransferível, ao esclarecimento, à educação espiritual, a fim de que se conscientize das responsabilidades que lhe dizem respeito, dando início ao tratamento que melhor lhe convém, partindo de dentro para fora. Posteriormente e só então, far-se-á lícito que participe dos labores significativos do ministério mediúnico, na qualidade de observador, cooperador e instrumento, se for o caso”.
Existem processos perniciosos de obsessão que fazem lembrar um ataque epiléptico devido à igualdade da manifestação. Também com uma gravidade séria, ainda conforme as palavras de Divaldo, “ocorrência mais comum se dá quando o epiléptico sofre a carga obsessiva simultaneamente, graças aos gravames do passado, em que sua antiga vítima se investe da posição de cobrador, complicando-lhe a enfermidade, então com caráter misto”.
Independentemente do fato do epiléptico estar sob um processo obsessivo ou não, é importante a freqüência ao centro espírita para a reforma íntima e para receber aplicação de passes, que é uma transfusão de energias físio-psíquicas. Porém, mesmo com o tratamento espiritual, o epiléptico deve manter controle com a medicina terrestre, com a aplicação de anticonvulsivos, pois cada caso é um caso.
Reforma íntima
Pode-se fazer um tratamento de desobsessão e o inimigo do passado ser doutrinado, mas a dívida persistirá enquanto não for regularizada, como explica Divaldo no livro. “Considerando-se que o devedor se dispõe à renovação, com real propósito de reajustamento íntimo, modificando as paisagens mentais a esforço de leitura salutar, oração e reflexão com trabalho edificante em favor do próximo e de si mesmo, mudam-se-lhe os quadros provacionais e providências relevantes são tomadas pelos mensageiros encarregados de sua reencarnação, alterando-lhe a ficha cármica. Como vê, o homem é o que lhe compraz, o que cultiva”, descreve.
Gostaria de terminar dizendo para as pessoas que têm epilepsia e seus familiares que jamais desanimem, em momento algum, sobretudo nos momentos mais difíceis, onde a doença parece incontrolável. Os pais são o alicerce para o filho epiléptico e este só poderá obter a cura total ou parcial com o apoio dos familiares e muita fé em Deus.
Ao terminar de ler esta matéria, não se preocupe em ficar remoendo na mente sobre os atos que poderia ter feito no pretérito que lhe fizessem voltar com essa enfermidade. Cuide de sua reforma íntima e espiritual, para que, posteriormente, venha a trabalhar em prol dos mais necessitados. Dessa forma, além de se ajudar a evoluir espiritualmente, ajudará também muitas pessoas que virão ao seu socorro.

Artigo publicado na Revista Cristã de Espiritismo, edição 14.
Ao reproduzir o texto, favor citar o autor e a fonte.

OBSESSÃO E EPILEPSIA

OBSESSÃO E EPILEPSIA

Existe ligação entre os casos de epilepsia e os processos obsessivos?
A interação corpo-mente-espirito.

Osvaldo Hely Moreira

A epilepsia constitui-se num dos desafios da medicina devido a sua alta incidência (0,5% a 2% da população), diagnóstico etiológico difícil e abordagem terapêutica ainda discutida. A história relata casos epiléticos sempre sendo vistos como seres envolvidos por anjos ou demônios, já que a intuição demonstrava ao homem a conexão de determinados processos de convulsão com atuação obsessiva. A responsabilidade dos profissionais da área médica, diante dessa patologia, cresce não em função da alta incidência relatada, mas também em função de suas implicações sociais e emocionais. O epiléptico encontra dificuldades para progredir em sua vida social e profissional. Seu campo de trabalho é restrito e suas inibições, pelo receio da ocorrência das crises convulsivas, levam-no a evitar a convivência habitual na sociedade, além do fato de ver-se obrigado a utilizar medicação de forma crônica. Essa visão da patologia de estudo, leva-nos, profissionais médicos espíritas, a buscarmos soluções mais definitivas para esses pacientes, motivando a realização desse estudo.

DEFINIÇÕES

As epilepsias são um grupo de distúrbios caracterizados por alterações primárias, crônicas e recorrentes na função neurológica, causadas por anormalidades na atividade elétrica do cérebro. Podem ser: Idiopática (primária ou genuína) – indivíduo sem lesão neurológica aparente; Secundária – resultado de lesão neurológica ou alteração estrutural do cérebro. Hipóxia e isquemia perinatal; distúrbios genéticos; doença cérebro-vascular; mal formação congênita; distúrbios metabólicos; tumores; drogas; infecção; traumatismos.

Obsessão - 1) Do latim obsessione – impertinência, perseguição, vexação. Preocupação com determinada idéia, que domina doentiamente o espírito. (Dicionário Aurélio); 2) – “É a ação persistente que um espírito mau exerce sobre um indivíduo. Apresenta caracteres muito diversos, desde a simples influência moral sem perceptíveis sinais exteriores até perturbação completa do organismo e das faculdades mentais”. (O Evangelho Segundo o Espiritismo, Kardec, cap. XXVIII, item 81)

Esclarecendo, Kardec continua: “A Obsessão decorre sempre de uma imperfeição moral do obsediado, que dá ascendência a um espírito mau...”.

Mas, por que pensar nessa associação (epilepsia e obsessão)?

A história relata-nos, há milênios, os quadros epilépticos sendo atribuídos à ação de bons ou maus espíritos. Com o advento de Jesus surgem novas informações confirmando essa associação. No Evangelho de Lucas, cap. 9, versículo 38 a 43 encontramos o seguinte relato: “A cura do jovem possesso: E eis que, dentre a multidão, surgiu um homem dizendo em voz alta: Mestre, suplico-te que vejas meu filho porque é o único. Um espírito se apodera dele e, de repente, grita e o atira por terra, convulsiona-se até o espumar, e dificilmente o deixa, depois de o ter quebrantam. Roguei aos teus discípulos que o expelissem, mas eles não puderam. Respondeu Jesus: Ó geração incrédula e perversa! Até quando estarei convosco e vós sofrereis? Traze o teu filho. Quando ia se aproximando, o demônio o atirou no chão e o convulsionou, mas Jesus repreendeu o espírito imundo, curou o menino e o entregou ao pai”.

Essa passagem do evangelho é também encontrada no Evangelho de Marcos, 9: 14 a 29, que nos versículos 25 e 26 relata o estado do jovem após a ação de Jesus: “... sai desse jovem e nunca mais tornes a ele. E ele, clamando, agitando-o muito, saiu, deixou-o como se estivesse morto, ao ponto de muitos dizerem: morreu”.

Os relatos de Lucas e Marcos permitem diagnosticar o quadro apresentado pelo jovem como epilepsia com crise generalizada tônico-clônica.

Na obra de Kardec encontramos mais informações sobre o assunto. Em O Livro dos Espíritos, cap. IX, parte 2a, pergunta 474, encontra a seguinte resposta: “Sem dúvida e esses são os verdadeiros possessos (...) isto nunca ocorre sem que aquele consinta, quer por sua fraqueza ou por desejo; muitos epilépticos ou loucos, que mais necessitam de médicos que de exorcismos, têm sido tomados por possessos”.

O relato do Evangelho confirma a existência de quadros epilépticos secundários à ação de obsessores desencarnados e a fala dos espíritos na obra de Kardec esclarece que existem quadros de epilepsia não secundários à interferência espiritual e ainda, na segunda parte do mesmo livro, Kardec fala da postura cármica das doenças.

Esse estudo objetiva encontrar esclarecimentos sobre a questão apresentada. Quando há obsessão ou não?

No entendimento da ação obsessiva levando à crise convulsiva, vemos que da mesma forma que a enfermidade orgânica manifesta-se onde há carência, o campo obsessivo desloca-se da mente do paciente para o departamento somático onde as imperfeições morais do passado deixaram marcas profundas no perispírito.


A INFLUÊNCIA MENTE-CORPO

Todos os nossos corpos e suas células têm sua função governada pelo espírito. Cada órgão do corpo é submetido ao governo do espírito. Quando erramos, entramos em situação de “culpa”, que significa desequilíbrio de nossa mente, que, por sua vez, tem reduzida a sua capacidade de governo celular adequado, gerando no perispírito uma “área de remorso”. Essa área seria a região de nossos corpos utilizadas para o erro ou que nos lembra pessoas ou situações ligadas ao erro. No nosso estudo, essa área seria a região cerebral utilizada inadequadamente como abuso da inteligência ou, por exemplo, como conseqüência de traumatismos provocados em atos de auto-extermínio.

Essa região, o cérebro, no caso em estudo, terá não semente sua função prejudicada, mas terá também suas defesas vibratórias reduzidas, possibilitando a ação obsessiva sobre ela. (A ação obsessiva dá-se na área previamente lesada pelo obsediado). A ação obsessiva gera maior desequilíbrio da fisiologia pela associação da emissão mental tóxica do obsessor, agravando ou fazendo evidente o processo de doença.

Aplicando esse raciocínio à epilepsia, o tecido cerebral é composto, por células de limiar de estimulação baixo. Pequenos estímulos mecânicos ou elétricos aplicados diretamente no cérebro podem desencadear crise convulsiva. Compreenderemos a ocorrência da convulsão, ao imaginarmos a falta de equilíbrio do encarnado sobre a região cerebral, associada à emissão tóxica do obsessor.

Resumindo, diríamos que no caso da epilepsia, a convulsão ocorre por excitação interna ou anímica (sem obsessão), associada ou não à excitação externa (obsessão).

Para facilitar o estudo, utilizaremos exemplos retirados de obras espíritas onde existe a análise detalhada dos casos e que nos permite uma visão mais ampla e conclusiva.


ALGUNS CASOS DE EPÍLEPISIA

Caso 1: Livro Grilhões Partidos, de Manoel P de Miranda

Caso Ester: moça, de 15 anos, previamente “normal”. Quadro súbito de contratura generalizada, palidez cutânea, sudorese abundante. Segue-se atitude agressiva do pai, a quem sempre tratou com carinho, seguida de palavras duras, gritos e agitação. Após a medicação injetável, ocorre sonolência intercalada por convulsões.

Diagnóstico espiritual: “Disritmia cerebral secundária a ligação obsessiva, com manifestação do obsessor através de psicofonia atormentada, após a convulsão. O Eletroencefalograma [ECG] era normal antes e após a convulsão. Se não forem evitados os ataques de subjugação, aparecerá lesão cerebral, que já existe no perispírito”.

Ester era espírito com grave débito no passado, com lesão perispiritual na região cerebral. Utilizou sua inteligência para causar prejuízo grave à vida de vários semelhantes.

Observar que após a convulsão seguia-se a fala do obsessor (fala lógica e inteligente), dirigida contra o pai de Ester.

O diagnóstico médico seria crise convulsiva generalizada tônico-clônica seguida de estado crepuscular como a ocorrência de confusão mental, inquietação motora, automatismos, distúrbios da fala, do conhecimento e da ação, após a crise convulsiva.

Esse caso mostra a ocorrência da convulsão são e ressalta a importância da terapia desobsessiva na prevenção de lesão do corpo físico.

Bezerra de Menezes indica o tratamento: “A terapia há de ser múltipla, acadêmica e espírita”, mostrando a importância de usar medicação apesar de ser processo de origem espiritual.


Caso 2: Livro: Nos Domínios da Mediunidade, cap 9.

Caso Pedro: Paciente com doença mental.

Visão espiritual: Observa-se o obsessor ligando-se a Pedro, seguindo-se convulsão generalizada tônico-clônica, com relaxamento de esfíncteres. O mentor Aulus afirma ser possessão completa ou epilepsia essencial e analisa que, no setor físico, Pedro está inconsciente, não terá lembrança do ocorrido, mas está atento em espírito, arquivando a ocorrência e enriquecendo-se. Passado espiritual semelhante aos demais pacientes analisados, com obsessão na espiritualidade antes da atual reencarnação.

Após a prece e o passe dos demais encarnados, ocorre o desligamento do desencarnado, termina a convulsão e Pedro entra em sono profundo.

O mentor Aulus o classifica como médium, mas desaconselha a procura de desenvolvimento mediúnico, até que Pedro desenvolva recursos pessoais no próprio reajuste, com o estudo e reforma íntima, e explica: “Com a terapia desobsessiva exitosa, será possível terminar com os ataques de “possessão”, mas Pedro sofrerá os reflexos do desequilíbrio em que se envolveu, a se expressarem nos fenômenos mais leves da epilepsia secundária que emergirão por algum tempo, ante recordações mais fortes da luta atual até o reajuste integral do perispírito (reflexo condicionado)”.

Esse caso mostra que, apesar de tratar-se de obsessão, não ocorreu a manifestação do obsessor (estado crepuscular) após a convulsão, provavelmente devido ao passe aplicado durante a convulsão, que produziu o desligamento do espírito desencarnado. Fato semelhante ocorreu no caso retirado do Evangelho, onde no texto de Marcos (9: 14-30) observa-se que o jovem apresenta a convulsão e após a interferência de Jesus ele fica “como morto”. Outro ensinamento desse caso é quanto ao prognóstico de cura após o tratamento desobsessivo, analisado pelo mentor Aulus, surgindo a epilepsia secundária a reflexo condicionado.


CONCLUSÃO

Os quadros de epilepsia podem ser provocados por obsessão, mas existem casos sem ação de desencarnados e casos mistos.

Independentemente do caso, com ou sem envolvimento obsessivo, há necessidade de uso de medicação da medicina acadêmica.

Segundo Bezerra de Menezes, a presença do estado crepuscular é diagnóstico de ação obsessiva.

A terapia desobsessiva é altamente eficaz, devendo ser usada como preconiza a obra kardequiana.

O estudo dos casos clínicos sugere que a maioria dos quadros de epilepsia representa processo obsessivo atual ou passado, e que todo paciente epiléptico deve ser abordado com processo terapêutico nesse sentido. As exceções seriam os casos de lesão cerebral no passado ou na vida atual, como nos casos de suicídio.

O quadro secundário a processo obsessivo, se não socorrido em tempo hábil, pode levar à lesão física.

Existe uma seqüência evolutiva do processo de cura: obsessão com lesão física -> obsessão sem lesão física -> epilepsia por reflexo condicionado -> estado convalesceste (com crises dependendo do comportamento do paciente) -> cura.

“Estai de sobreaviso, vigiai e orai, porquanto, não sabeis quando será o tempo.” Jesus - Mc. 13 - 33.

(Extraído da revista Cristã de Espiritismo 23, páginas 12-14)

OBSESÃO E EPILEPSIA

OBSESÃO E EPILEPSIA

Existe ligação entre os casos de epilepsia e os processos obsessivos?
A interação corpo-mente-espirito.

Osvaldo Hely Moreira

A epilepsia constitui-se num dos desafios da medicina devido a sua alta incidência (0,5% a 2% da população), diagnóstico etiológico difícil e abordagem terapêutica ainda discutida. A história relata casos epiléticos sempre sendo vistos como seres envolvidos por anjos ou demônios, já que a intuição demonstrava ao homem a conexão de determinados processos de convulsão com atuação obsessiva. A responsabilidade dos profissionais da área médica, diante dessa patologia, cresce não em função da alta incidência relatada, mas também em função de suas implicações sociais e emocionais. O epiléptico encontra dificuldades para progredir em sua vida social e profissional. Seu campo de trabalho é restrito e suas inibições, pelo receio da ocorrência das crises convulsivas, levam-no a evitar a convivência habitual na sociedade, além do fato de ver-se obrigado a utilizar medicação de forma crônica. Essa visão da patologia de estudo, leva-nos, profissionais médicos espíritas, a buscarmos soluções mais definitivas para esses pacientes, motivando a realização desse estudo.

DEFINIÇÕES

As epilepsias são um grupo de distúrbios caracterizados por alterações primárias, crônicas e recorrentes na função neurológica, causadas por anormalidades na atividade elétrica do cérebro. Podem ser: Idiopática (primária ou genuína) – indivíduo sem lesão neurológica aparente; Secundária – resultado de lesão neurológica ou alteração estrutural do cérebro. Hipóxia e isquemia perinatal; distúrbios genéticos; doença cérebro-vascular; mal formação congênita; distúrbios metabólicos; tumores; drogas; infecção; traumatismos.

Obsessão - 1) Do latim obsessione – impertinência, perseguição, vexação. Preocupação com determinada idéia, que domina doentiamente o espírito. (Dicionário Aurélio); 2) – “É a ação persistente que um espírito mau exerce sobre um indivíduo. Apresenta caracteres muito diversos, desde a simples influência moral sem perceptíveis sinais exteriores até perturbação completa do organismo e das faculdades mentais”. (O Evangelho Segundo o Espiritismo, Kardec, cap. XXVIII, item 81)

Esclarecendo, Kardec continua: “A Obsessão decorre sempre de uma imperfeição moral do obsediado, que dá ascendência a um espírito mau...”.

Mas, por que pensar nessa associação (epilepsia e obsessão)?

A história relata-nos, há milênios, os quadros epilépticos sendo atribuídos à ação de bons ou maus espíritos. Com o advento de Jesus surgem novas informações confirmando essa associação. No Evangelho de Lucas, cap. 9, versículo 38 a 43 encontramos o seguinte relato: “A cura do jovem possesso: E eis que, dentre a multidão, surgiu um homem dizendo em voz alta: Mestre, suplico-te que vejas meu filho porque é o único. Um espírito se apodera dele e, de repente, grita e o atira por terra, convulsiona-se até o espumar, e dificilmente o deixa, depois de o ter quebrantam. Roguei aos teus discípulos que o expelissem, mas eles não puderam. Respondeu Jesus: Ó geração incrédula e perversa! Até quando estarei convosco e vós sofrereis? Traze o teu filho. Quando ia se aproximando, o demônio o atirou no chão e o convulsionou, mas Jesus repreendeu o espírito imundo, curou o menino e o entregou ao pai”.

Essa passagem do evangelho é também encontrada no Evangelho de Marcos, 9: 14 a 29, que nos versículos 25 e 26 relata o estado do jovem após a ação de Jesus: “... sai desse jovem e nunca mais tornes a ele. E ele, clamando, agitando-o muito, saiu, deixou-o como se estivesse morto, ao ponto de muitos dizerem: morreu”.

Os relatos de Lucas e Marcos permitem diagnosticar o quadro apresentado pelo jovem como epilepsia com crise generalizada tônico-clônica.

Na obra de Kardec encontramos mais informações sobre o assunto. Em O Livro dos Espíritos, cap. IX, parte 2a, pergunta 474, encontra a seguinte resposta: “Sem dúvida e esses são os verdadeiros possessos (...) isto nunca ocorre sem que aquele consinta, quer por sua fraqueza ou por desejo; muitos epilépticos ou loucos, que mais necessitam de médicos que de exorcismos, têm sido tomados por possessos”.

O relato do Evangelho confirma a existência de quadros epilépticos secundários à ação de obsessores desencarnados e a fala dos espíritos na obra de Kardec esclarece que existem quadros de epilepsia não secundários à interferência espiritual e ainda, na segunda parte do mesmo livro, Kardec fala da postura cármica das doenças.

Esse estudo objetiva encontrar esclarecimentos sobre a questão apresentada. Quando há obsessão ou não?

No entendimento da ação obsessiva levando à crise convulsiva, vemos que da mesma forma que a enfermidade orgânica manifesta-se onde há carência, o campo obsessivo desloca-se da mente do paciente para o departamento somático onde as imperfeições morais do passado deixaram marcas profundas no perispírito.


A INFLUÊNCIA MENTE-CORPO

Todos os nossos corpos e suas células têm sua função governada pelo espírito. Cada órgão do corpo é submetido ao governo do espírito. Quando erramos, entramos em situação de “culpa”, que significa desequilíbrio de nossa mente, que, por sua vez, tem reduzida a sua capacidade de governo celular adequado, gerando no perispírito uma “área de remorso”. Essa área seria a região de nossos corpos utilizadas para o erro ou que nos lembra pessoas ou situações ligadas ao erro. No nosso estudo, essa área seria a região cerebral utilizada inadequadamente como abuso da inteligência ou, por exemplo, como conseqüência de traumatismos provocados em atos de auto-extermínio.

Essa região, o cérebro, no caso em estudo, terá não semente sua função prejudicada, mas terá também suas defesas vibratórias reduzidas, possibilitando a ação obsessiva sobre ela. (A ação obsessiva dá-se na área previamente lesada pelo obsediado). A ação obsessiva gera maior desequilíbrio da fisiologia pela associação da emissão mental tóxica do obsessor, agravando ou fazendo evidente o processo de doença.

Aplicando esse raciocínio à epilepsia, o tecido cerebral é composto, por células de limiar de estimulação baixo. Pequenos estímulos mecânicos ou elétricos aplicados diretamente no cérebro podem desencadear crise convulsiva. Compreenderemos a ocorrência da convulsão, ao imaginarmos a falta de equilíbrio do encarnado sobre a região cerebral, associada à emissão tóxica do obsessor.

Resumindo, diríamos que no caso da epilepsia, a convulsão ocorre por excitação interna ou anímica (sem obsessão), associada ou não à excitação externa (obsessão).

Para facilitar o estudo, utilizaremos exemplos retirados de obras espíritas onde existe a análise detalhada dos casos e que nos permite uma visão mais ampla e conclusiva.


ALGUNS CASOS DE EPÍLEPISIA

Caso 1: Livro Grilhões Partidos, de Manoel P de Miranda

Caso Ester: moça, de 15 anos, previamente “normal”. Quadro súbito de contratura generalizada, palidez cutânea, sudorese abundante. Segue-se atitude agressiva do pai, a quem sempre tratou com carinho, seguida de palavras duras, gritos e agitação. Após a medicação injetável, ocorre sonolência intercalada por convulsões.

Diagnóstico espiritual: “Disritmia cerebral secundária a ligação obsessiva, com manifestação do obsessor através de psicofonia atormentada, após a convulsão. O Eletroencefalograma [ECG] era normal antes e após a convulsão. Se não forem evitados os ataques de subjugação, aparecerá lesão cerebral, que já existe no perispírito”.

Ester era espírito com grave débito no passado, com lesão perispiritual na região cerebral. Utilizou sua inteligência para causar prejuízo grave à vida de vários semelhantes.

Observar que após a convulsão seguia-se a fala do obsessor (fala lógica e inteligente), dirigida contra o pai de Ester.

O diagnóstico médico seria crise convulsiva generalizada tônico-clônica seguida de estado crepuscular como a ocorrência de confusão mental, inquietação motora, automatismos, distúrbios da fala, do conhecimento e da ação, após a crise convulsiva.

Esse caso mostra a ocorrência da convulsão são e ressalta a importância da terapia desobsessiva na prevenção de lesão do corpo físico.

Bezerra de Menezes indica o tratamento: “A terapia há de ser múltipla, acadêmica e espírita”, mostrando a importância de usar medicação apesar de ser processo de origem espiritual.


Caso 2: Livro: Nos Domínios da Mediunidade, cap 9.

Caso Pedro: Paciente com doença mental.

Visão espiritual: Observa-se o obsessor ligando-se a Pedro, seguindo-se convulsão generalizada tônico-clônica, com relaxamento de esfíncteres. O mentor Aulus afirma ser possessão completa ou epilepsia essencial e analisa que, no setor físico, Pedro está inconsciente, não terá lembrança do ocorrido, mas está atento em espírito, arquivando a ocorrência e enriquecendo-se. Passado espiritual semelhante aos demais pacientes analisados, com obsessão na espiritualidade antes da atual reencarnação.

Após a prece e o passe dos demais encarnados, ocorre o desligamento do desencarnado, termina a convulsão e Pedro entra em sono profundo.

O mentor Aulus o classifica como médium, mas desaconselha a procura de desenvolvimento mediúnico, até que Pedro desenvolva recursos pessoais no próprio reajuste, com o estudo e reforma íntima, e explica: “Com a terapia desobsessiva exitosa, será possível terminar com os ataques de “possessão”, mas Pedro sofrerá os reflexos do desequilíbrio em que se envolveu, a se expressarem nos fenômenos mais leves da epilepsia secundária que emergirão por algum tempo, ante recordações mais fortes da luta atual até o reajuste integral do perispírito (reflexo condicionado)”.

Esse caso mostra que, apesar de tratar-se de obsessão, não ocorreu a manifestação do obsessor (estado crepuscular) após a convulsão, provavelmente devido ao passe aplicado durante a convulsão, que produziu o desligamento do espírito desencarnado. Fato semelhante ocorreu no caso retirado do Evangelho, onde no texto de Marcos (9: 14-30) observa-se que o jovem apresenta a convulsão e após a interferência de Jesus ele fica “como morto”. Outro ensinamento desse caso é quanto ao prognóstico de cura após o tratamento desobsessivo, analisado pelo mentor Aulus, surgindo a epilepsia secundária a reflexo condicionado.


CONCLUSÃO

Os quadros de epilepsia podem ser provocados por obsessão, mas existem casos sem ação de desencarnados e casos mistos.

Independentemente do caso, com ou sem envolvimento obsessivo, há necessidade de uso de medicação da medicina acadêmica.

Segundo Bezerra de Menezes, a presença do estado crepuscular é diagnóstico de ação obsessiva.

A terapia desobsessiva é altamente eficaz, devendo ser usada como preconiza a obra kardequiana.

O estudo dos casos clínicos sugere que a maioria dos quadros de epilepsia representa processo obsessivo atual ou passado, e que todo paciente epiléptico deve ser abordado com processo terapêutico nesse sentido. As exceções seriam os casos de lesão cerebral no passado ou na vida atual, como nos casos de suicídio.

O quadro secundário a processo obsessivo, se não socorrido em tempo hábil, pode levar à lesão física.

Existe uma seqüência evolutiva do processo de cura: obsessão com lesão física -> obsessão sem lesão física -> epilepsia por reflexo condicionado -> estado convalesceste (com crises dependendo do comportamento do paciente) -> cura.

“Estai de sobreaviso, vigiai e orai, porquanto, não sabeis quando será o tempo.” Jesus - Mc. 13 - 33.

(Extraído da revista Cristã de Espiritismo 23, páginas 12-14)

A CURA DE UM EPILÉTICO

A CURA DE UM EPILÉTICO

'Quando checaram à multidão, procurou a Jesus um homem que, ajoelhando-se diante dele, disse: Senhor, compadece-te de meu filho, porque é epiléptico, e vai mal; pois muitas vezes cai no fogo e muitas outras na água. Eu o trouxe a teus discípulos, e eles não puderam curá-lo. Jesus exclamou: O geração incrédula e perversa! Até quando estarei convosco? Até quando vos sofrerei? Trazei-me aqui o menino. E Jesus ameaçou o demônio, o qual saiu do menino; e desde aquela hora ficou o menino curado. " (Mateus, XVII, 14-18)

"E quando se aproximou dos discípulos, viu uma grande multidão que os rodeava, e alguns escribas discutindo com eles. Imediatamente toda a multidão, vendo a Jesus, ficou muito surpreendida e, correndo para ele, o saudava. Ele lhes perguntou: Que estais discutindo com eles? Respondeu-lhe um da multidão: Mestre, eu te trouxe meu filho que está possesso dum espírito mudo, e este onde quer que o apanha, o lança por terra; e ele espuma, range os dentes e vai definhando; roguei aos teus discípulos que o expelissem, e eles não puderam. Disse-lhes Jesus: Ó geração incrédula! Até quando estarei convosco? Até quando vos sofrerei? Trazei-mo. Então lho trouxeram.

E ao ver a Jesus, logo o espírito o convulsionou; e ele caiu por terra e se estorceu espumando. Perguntou Jesus ao pai dele: Há quanto tempo acontece-lhe isto? Respondeu ele: Desde a infância; e muitas vezes o tem lançado tanto no fogo como na água, para o destruir; mas se podes alguma coisa, compadece-te de nós e ajuda-nos. Disse-lhe Jesus: Se tu podes crer; tudo é possível ao que crê. Imediatamente o pai do menino exclamou: Creio! Ajuda a minha incredulidade! E Jesus vendo que uma multidão afluía, repreendeu o espírito imundo, dizendo-lhe: espírito mudo e surdo, eu te ordeno, sai dele, e nunca mais nele entres.

E gritando e agitando muito, saiu; e o menino ficou como morto, de maneira que a maior parte do povo dizia: Morreu. Jesus, porém, tomando-o pela mão, ergueu-o; e ele ficou de pé. Depois que entrou em casa, perguntaram-lhe os seus discípulos particularmente: Como é que não pudemos nós expulsá-lo? Respondeu-lhes: Esta espécie só pode sair à força de oração. " (Marcos, IX, 14-29)

"No dia seguinte, quando desceram do monte, uma grande multidão foi encontrá-lo. E do meio da multidão um homem clamou: Mestre, suplico-te que ponhas os olhos no meu filho porque é o único que tenho; e um espírito apodera-se dele, fá-lo gritar subitamente, convulsiona-o até escumar e dificilmente o deixa, tirando-lhe todas as forças. Supliquei aos teus discípulos que o expelissem, mas não puderam. Respondeu Jesus: Ó geração incrédula e perversa! Até quando estarei convosco e vos sofrerei? Traze aqui o teu filho. Quando se ia aproximando, o espírito atirou o menino ao chão e convulsionou-o; mas Jesus repreendeu o espírito imundo, curou o menino e o entregou a seu pai. E maravilharam-se todos da grandeza de Deus. " (Lucas, IX, 37-43)

Três ilustres testemunhas, com aquela simplicidade com que a verdade costuma ser apresentada, narram um caso bem interessante de cura de um pobre enfermo que não encontrara, na ciência da Terra, remédio para os seus males. E afirmam que "um espírito imundo, surdo e mudo", tomava o corpo de um menino seu contemporâneo, sendo que nenhum dos apóstolos conseguira expeli-lo.

É preciso, entretanto, considerar que, se as narrativas estão de acordo quanto à cura efetuada, não estão, porém, quanto à parte referente à doença do menino. Mateus fala de um epiléptico, ao passo que Marcos e Lucas falam de um possesso de espírito. Qual deles estará mais consoante com a verdade? Cremos que estes dois últimos; primeiro, porque sendo Lucas médico, não redigiria seu evangelho como o fez, se houvesse probalidade de se tratar de epilepsia; segundo, porque o próprio Mateus conclui afirmando que "Jesus ameaçou o demônio, o qual saiu do menino", e desde aquela hora ficou o menino curado; terceiro porque Jesus, no seu tratamento, opinou pelo diagnóstico de possessão, tratamento esse que deu resultado.

Este caso de cura de possessão é, talvez, o mais importante de todos os que os Evangelistas narram, pois todos eles concordam em que o doente apresentado aos discípulos, não fora por esses curado, e Jesus, inquirido por eles do motivo que os impedia de efetuar a cura, respondeu ser preciso muita pureza dalma para conseguir expelir espírito de tal natureza: "Esta espécie só pode sair à força de oração". De fato, segundo nossas observações na prática espírita, os espíritos de pior laia, são, com efeito, os espíritos mudos e surdos - não atendem às exortações, não aceitam conselhos, não obedecem a razões e não há sentimento, por mais generoso que seja, que os comova. Por isso o Evangelho os classifica de imundos.

Para expeli-lo é preciso uma grande força magnética, duplicada ainda pelo auxilio de um Espírito Superior, cuja oração conseguimos pela prece, mas a prece racional, inteligente, emotiva, divina. Eles só se rendem pela força das circunstâncias, pela oposição formal e cheia de ação ao seu nefasto domínio. Foi, com certeza, este o processo que Jesus usou para tirar a ação que tão maligno espírito exercia sobre o menino.

Espírito de superior grandeza, o Divino Mestre, conhecedor de todos os fluidos, opôs com a sua poderosa força de vontade, fluidos desagregantes aos fluidos que o "espírito mudo" congregava, para se aliar aos fluidos perispirituais e vitais do menino, e rechaçou o ser "maligno" com as palavras: "Sai dele e nunca mais entres nele". Um fato, porém, que nos proporciona substanciosa lição, é o colóquio que com Jesus teve o pai do menino, quando lhe fez a rogativa: "Se podes alguma coisa, compadece-te de nós e ajuda-nos".

Ao que Jesus respondeu: "Se tu podes crer, tudo é possível ao que crê". E imediatamente o pai do menino exclamou: "Eu creio, Senhor! Ajuda a minha incredulidade". Belas palavras que enchem de esperança os desanimados e, ao mesmo tempo, nos ensinam que o impossível é termo sem significação, só pronunciado pelos ignorantes. Quantos impossíveis têm caído ante a ação constante da boa vontade e do esforço! Quantos impossíveis se têm apresentado aos nossos olhos como esfinge devoradora e vão por terra, de um momento para outro, à ordem imperiosa da prece que parte de um coração aflito e crente na misericórdia do Céu!

Quantas vezes todas as portas, diante das quais nos achamos parecem fechar-se duramente para não mais se abrirem, e no dia seguinte, as dificuldades são resolvidas, as lutas afastadas e, em vez de uma atmosfera negra na qual nos mantínhamos sem nos podermos mover, raia uma claridade celeste a abrir novas veredas, por onde nos encaminhamos com sucesso inesperado e com vigor tão admirável, que nós mesmos não sabemos como se operou tal transformação!

"Tudo é possível àquele que crê" e, quando a crença que nos mantém não bastar para removermos sicômoros e transportarmos montanhas, lembremo-nos da exclamação do "pai do menino": "Creio, Senhor! Ajuda a minha incredulidade!' Creio, Senhor, que tudo o que dizes é verdade e que podes fazer prevalecer a tua palavra, mas a minha pequenez é tal que a crença que tenho não basta para o "milagre" ser operado; ajuda-me para que a incredulidade se afaste para longe de mim, e eu possa, cheio de confiança no teu poder, na tua bondade, na tua sabedoria, no teu amor, obter o que desejo, porque ao que crê tudo é possível e tu podes fazer tudo o que é de bom para o nosso bem-estar físico e espiritual!

Cairbar Schutel

sábado, 17 de maio de 2014

Roteiro Sistematizado para o ESE - Fontes Complementares

Veja aqui o tema do Evangelho e o mês onde encontrar os comentários neste blog, acessando os arquivos do lado direito (aperte a seta do ano e mês indicado e procure os artigos dentro do mês).

1 - Meu reino não é deste mundo - estudos nos arquivos de maio de 2014 no blog

2 - O ponto de vista - maio de 2014

3 - Há muitas moradas na casa de meu pai - maio de 2014 e junho de 2016

4 - Destinação da terra - Causas das misérias humanas -  junho de 2016

5 - Ninguém poderá ver o Reino de Deus se não Nascer de Novo - maio de 2014 e junho de 2016

6 - A reencarnação - (x Ressurreição) - maio de 20104 e junho de 2016

7 - A Reencarnação - (x Ressurreição) - maio de 2014 e junho de 2016

8 - A Reencarnação e os laços de família - maio de 2014

9 - A Reencarnação e os laços de família - maio de 2014

10 - Justiça das Aflições - junho de 2014

11 - Causas Atuais das Aflições - agosto de 2014

12 - Causas Anteriores das Aflições - agosto de 2014

13 - Esquecimento do Passado - agosto 2014

14 - Motivos de Resignação - maio 2016

15 - O Suicídio e a loucura - maio de 2016

16 - O Mal e o remédio - maio de 2016

17 - A felicidade não é deste mundo - Fevereiro de 2015

18 - Perda de pessoas amadas - mortes prematuras - Fevereiro de 2015

19 - Se fosse um homem de bem, teria morrido - maio de 2016

21 - A desgraça real - maio de 2016

22 - A melancolia - maio de 2016

23 - Provas voluntárias - o verdadeiro silício - maio de 2016

24 - Dever-se-á pôr termo às provas do próximo - maio de 2016

25 - Será Lícito Abreviar A Vida de um Doente Que Sofra Sem Esperança De Cura? - maio de 16

26 - Sacrifício da própria vida. Proveito dos sofrimentos para outrem - maio 2016

27 - O jugo leve - maio 2016

28 - O que se deve entender por pobre de espírito - Junho de 2016

29 - Aquele que se eleve será rebaixado - junho de 2016

30 e 31 - O orgulho e a humildade - Sobre o orgulho ver o blog Reforma Íntima e Autoconhecimento: http://cursode-reformaintima.blogspot.com.br/ orgulho nos arquivos de agosto de 2013, e humildade ver os arquivos do mesmo blog de junho de 2015.

32 - Missão do homem inteligente na terra - junho de 2016

33 - Simplicidade e pureza de coração - junho 2016

34 - Pecado por pensamento - Adultério - junho de 2016

35 - Verdadeira pureza - mãos não lavadas - junho de 2016

36 e 37 - Escândalos - junho de 2016

38 - Deixai que venham a mim as criancinhas - junho de 2016

39 - Injúrias e violências - junho de 2016

40 - A afabilidade e a doçura - junho de 2016

41 - A paciência - Sobre este tema você acha artigos no blog Reforma Íntima - http://cursode-reformaintima.blogspot.com.br/ nos aquivos de janeiro de 2015

42 - Obediência e resignação - junho de 2016

43 e 44 - A cólera - junho de 2016

45 - Perdoai para que Deus vos perdoe - Ver o Blog Reforma íntima, arquivos de outubro de 2015 e junho de 2016

46 - Reconciliação com os adversários - junho de 2016

47 - O Sacrifício mais agradável a Deus - junho de 2016

48 - O argueiro e a trave no olho - julho de 2016

49 - Não julgueis, para não serdes julgados - julho de 2016

50 e 51 - O perdão das ofensas - Ver o Blog Reforma íntima, arquivos de outubro de 2015 e junho de 2016

52 a 54 - A indulgência - julho de 2016

55 - É permitido repreender os outros, notar as imperfeições de outrem, divulgar o mal de outrem? - 

56 - O maior mandamento -