Estudando o Espiritismo

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domingo, 23 de março de 2014

Valorização da vida: lei de trabalho

Valorização da vida: lei de trabalho

Rose Mary Grebe

O Dia Mundial do Trabalho foi criado em 1889, por um Congresso Socialista realizado em Paris. A data foi escolhida em homenagem à greve geral, que aconteceu em 1º de maio de 1886, em Chicago, o principal centro industrial dos Estados Unidos naquela época.

Milhares de trabalhadores foram às ruas para protestar contra as condições de trabalho desumanas a que eram submetidos e exigir a redução da jornada de trabalho de 13 para 8 horas diárias. Naquele dia, manifestações, passeatas, piquetes e discursos movimentaram a cidade. Mas a repressão ao movimento foi dura: houve prisões, feridos e até mesmo mortos nos confrontos entre os operários e a polícia.

Em memória dos mártires de Chicago, das reivindicações operárias que nesta cidade se desenvolveram em 1886 e por tudo o que esse dia significou na luta dos trabalhadores pelos seus direitos, servindo de exemplo para o mundo todo, o dia 1º de maio foi instituído como o Dia Mundial do Trabalho.

Fonte: IBGE / Ministério do Trabalho

674. O trabalho é uma lei da Natureza?
O trabalho é uma lei da natureza e por isso mesmo é uma necessidade. A civilização obriga o homem a trabalhar mais, porque aumenta as suas necessidades e os seus prazeres.

675. Devem-se entender por trabalho somente as ocupações materiais?
– Não; o Espírito também trabalha, assim como o corpo. Toda ocupação útil é trabalho.

Conceito atual de trabalho: ocupação, física ou mental, remunerada ou não que vise o bem comum.

Os Espíritos nos dizem que toda ocupação útil é trabalho.

Precisamos estar muito atentos a algumas ocupações, que rendem dinheiro, estimulam o intelecto, sofisticando a prática, mas não é trabalho. Desta forma, muito dinheiro é ganho facilmente, estimulando a violência, segregando seres, escravizando, enfim destruindo famílias e a própria sociedade.

Pelo trabalho o ser humano desenvolve suas habilidades físicas, a imaginação, aprende a conhecer as forças da natureza e a desafiá-las, aprende a conhecer suas próprias forças e limitações, relaciona-se com os companheiros, impõe-se uma disciplina.

Quanto de benefícios tem o ser que trabalha! Quantas potencialidades que nem imagina estão se desenvolvendo ao executar um trabalho.

Se observarmos a criação, tudo na natureza concorre com o seu trabalho, muito embora, animais o façam inconscientemente, pela lei de conservação a que estão sujeitos.

Joanna de Angelis no livro Estudos Espíritas, psicografado por Divaldo Franco nos diz que: (p. 83)

“A princípio, o homem, à semelhança do próprio animal, procurava apenas prover as necessidades imediatas, produzindo um fenômeno eminentemente predatório, numa vida nômade, em que se utilizava das reservas animais e vegetais para a caça, a pesca e colheita de frutos silvestres, seguindo adiante, após a destruição das fontes naturais de manutenção.”

Então o homem, sendo um ser em evolução, aprimorando o seu intelecto, continuou este já início de trabalho tendo que criar suas rudes ferramentas, plantar, construir para abrigar-se, dando grande impulso ao que a lei prevê que é o adiantamento dos seres, como já foi dito.

Sabemos que o trabalho, historicamente era visto como desonra pelas classes nobres.

Vocábulo que vem do latim, TRIPALIUM, que era um instrumento de tortura formado por três paus, ao qual eram atados os condenados ou os animais difíceis de conter para ferrar.

Ele era reservado aos servos, escravos, aos pobres, vivendo a nobreza daquilo que estas classes produziam. Nem o próprio clero estava livre disto; Santo Tomás de Aquino, na idade média, até tentou reabilitar o trabalho manual dizendo que os trabalhos se equivalem, mas o próprio pensamento da igreja é calcado na visão grega que valoriza a contemplação. E muitos textos da época mostram a arte mecânica como uma arte inferior.

Como toda a lei natural nos cobra os desvios, o trabalho não foge à regra, e é por isso que para alguns é expiação, para outros oportunidade de elevação.

Rodolfo Calligaris no seu livro “As Leis Morais” nos diz que, sendo uma lei da natureza, ninguém dele pode furtar-se. Quando bem executado: (p.58)

Fortalece o significado de dignidade pessoal;
Torna a pessoa respeitada na comunidade em que vive;
Contribui para a sensação de segurança.
Então o trabalho, além do sustento que se busca deve proporcionar também realizações. Por isso devemos tentar uma ocupação que esteja dentro de nossas tendências e habilidades. E sabemos que num mundo capitalista, alguns ganharão muito, outros menos e muitos ganharão pouco, salários de exploração.

Por que isto acontece?

Sendo lei, o trabalho deveria ser facultado a todos que o procuram, que tenham suas capacidades preservadas. Deveria prover o sustento digno. Mas nem sempre isto acontece, pois estamos vivendo bolsões de desemprego, fome, doença, etc, em razão, segundo Calligaris, de uma sociedade mal organizada e necessitando de reformas radicais que visem à Justiça Social. (p. 59/60)

Quando falamos de trabalho, podemos refletir sobre alguns pontos:

Atestados: Será que temos a noção de quantos atestados médicos são expedidos sem que exista a real doença? Quantos encostados, vivendo da previdência?
Aposentadorias: Quantos esperam ansiosamente pela aposentadoria, muito jovens, alguns usam de recursos menos lícitos para isto, para viver na ociosidade. Que engano, pois esta ociosidade o fará candidato à depressão, pela própria inutilidade a que se impõe.
Repouso: Todo corpo tem um limite e precisa do repouso. Responderão aqueles que fugirem disto, patrões e empregados.
Fuga: Das obrigações familiares, educação de filhos, justificando estar dando uma vida melhor e com mais conforto.
Uma curiosidade de Kardec foi saber se existe a lei em outros mundos. E ele pergunta aos Espíritos:

78. Nos mundos mais aperfeiçoados, o homem está sujeito à mesma necessidade de trabalho?
– A natureza do trabalho é relativa à natureza das necessidades. Quanto menos as necessidades são materiais, menos o trabalho é material; mas não deveis crer, por isso, que o homem fica inativo e inútil: a ociosidade seria um suplício, em vez de ser um benefício.

E nosso planeta está caminhando para um estágio de melhora, estamos em transição. Uma mostra disto é um trabalho que já se divulga bastante, não só nos meios espíritas, O TRABALHO VOLUNTÁRIO.

“Há, entretanto, uma outra forma de trabalho, este que não rende moeda, nem produz conforto maior, tampouco crescimento permanente da conjuntura econômica. Este é o trabalho-abnegação, do qual não produz troca ou remuneração mas que redunda em crescimento de si mesmo no sentido moral e espiritual”. (Vera Meira Bestene)

É neste sentido que devemos caminhar, imaginando que cada um de nós tem a capacidade de fazer alguma coisa por alguém sem esperar a recompensa, os louros, a divulgação. Entendendo que não basta só não fazermos o mal, mas fazermos todo bem de que somos capazes.

Bibliografia

1. CALLIGARIS, Rodolfo. As leis Morais. 9 ed. Rio de Janeiro: FEB. 2001.

2. FRANCO, Divaldo. Estudos Espíritas. Pelo Espírito Joanna de Angelis. 9 ed., Rio de Janeiro: FEB. 2011.

3. KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. Tradução: José Herculano Pires. 66 ed. São Paulo: LAKE- Livraria Allan Kardec, 2006.

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