Estudando o Espiritismo

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segunda-feira, 16 de setembro de 2013

O Sofrimento e a Lei do Retorno

O Sofrimento e a Lei do Retorno

As tragédias que estão acontecendo no mundo, nos leva o pensamento ao sofrimento humano e as conseqüências que ele acarreta para as pessoas. Além de estarmos passando por uma transição em nosso planeta, onde, muitas pessoas estão desencarnando, devemos nos ater também ao significado disso para nós do ponto de vista espiritual.

Geralmente, as tragédias mobilizam o sentimento das pessoas em direção à caridade para com o próximo e à mudança de visão em relação aos problemas que irmãos nossos passam. Problemas estes, que afligem pessoas que vivenciam outras realidades. Todo mundo "acorda "um pouco quando acontece uma tragédia. E acorda porque no íntimo já começa a despontar o desejo de ajuda ao próximo, o desejo de “amar ao próximo como a si mesmo”. De uma catástrofe que nos causa sofrimento surge uma renovação do mesmo, no sentido de se mobilizarem forças para ajuda aos irmãos sofredores.

Muita gente tenta negar o sofrimento dizendo que é só nos conscientizarmos de que ele não existe para tudo ficar às claras e os problemas resolvidos. Isso nos reporta ao fato de que nem todos nós passamos por sofrimentos cruéis e catástrofes em nossas vidas, mas, para aqueles irmãos que atravessam momentos difíceis, ele se mostra em toda a sua força, muitas vezes, impedindo-os de terem sequer o entendimento do que estão passando.

O problema do sofrimento, não temos como negar, está relacionado às nossas imperfeições e ao mundo onde estamos aprendendo, muitas vezes, pela dor, pelas desilusões e tragédias, inexplicáveis para muitos, mas que representam um acordar de consciência para o mundo onde vivemos. Sem a aceitação de que viemos novamente para nos ajustarmos às leis divinas, fica difícil entender o sofrimento que muitos irmãos vivenciam. Mesmo que tenha chegado a era da renovação para todos, o sofrimento do irmão é nosso também. Estou falando aqui do sofrimento realmente devastador, como a tragédia ocorrida na Ásia, em que muitos irmãos pereceram de forma trágica, e muitas crianças ficaram órfãs e traumatizadas pelo resto de suas vidas.

O sofrimento que devemos considerar como normal na vida, capaz de superarmos por nós mesmos, é aquele que nos traz as desilusões, as preocupações, os problemas materiais e toda gama disso decorrente. Esses, temos como reverter, como pessoas conscientes em nosso poder interior, e de que merecemos viver com alegria e enfrentarmos os nossos próprios fantasmas, a fim de nos livrarmos deles e sairmos mais fortes.

São nossas ações equivocadas que vão nos acarretar toda uma gama de problemas, com suas conseqüências a perdurar através, muitas vezes, se nos acomodarmos, de uma vida inteira. As ações que praticarmos certamente estarão sujeitas a lei natural de justiça, chamada de "causa e efeito" ou de "ação e reação". É através da lei do retorno, que nos tornamos responsáveis pelo que fizermos a nós mesmos, tanto quanto ao próximo. Nós podemos semear livremente nossas ações, de acordo com o nosso livre arbítrio, mas, devemos estar preparados para a colheita resultante delas.

O livre arbítrio nos foi concedido por Deus para agirmos de acordo com o nosso pensamento, mas, se ainda estamos na sintonia do desamor, do egoísmo, do orgulho e presunção de sermos mais que nosso irmão, as ações semeadas não serão boas, e portanto, a colheita também não será das melhores.

Uma ação que se mostre prejudicial ao próximo ou a nós mesmos, dará ensejo a uma reação contrária, de igual intensidade. Eis o modo pelo qual a Lei do retorno nos ensina a não reincidirmos no erro. Ela não nos castiga, e sim, corrige-nos dos erros cometidos. Ações contrárias ao bem, de encarnações passadas, acarretam colheitas desagradáveis na presente existência. Assim, se pautarmos nossas ações sem ferir nosso próximo, visando o bem, não só nosso como o dele, semearemos um futuro de felicidade e paz.

Precisamos entender o problema do sofrimento. Ele não pode nos reter eternamente em suas malhas, porém, existem irmãos que estão expiando erros; tem gente que acha que tudo isso é bobagem, mas não é. É a oportunidade bendita que Deus está proporcionando para que ajustemos a vibração visando nossa evolução espiritual. Nós precisamos evoluir, e, se não entendermos que aquela atitude não está de acordo com as leis divinas, vamos praticá-la ainda por muito tempo, retardando o nosso crescimento espiritual.

A dor que nos chega precisa ser encarada sem revoltas, pois, muitas vezes, são provas ou expiações de que ainda carece o nosso Espírito. A partir da aceitação dela, vamos encontrar as forças necessárias para sua superação. Com o esclarecimento do sentido dela em nossas vidas, é que podemos resolver o problema em definitivo, e não nos revoltarmos com os sofrimentos. Se tivermos uma fé raciocinada, nos sentiremos mais aptos para enfrentar as aflições.

Como nos diz Allan Kardec, (A Gênese, Capítulo III): "(...)Porém os males mais numerosos são aqueles que o homem criou para si, por seus próprios vícios, aqueles que provêm de seu orgulho, de seu egoísmo, de sua ambição, de sua cobiça, de seus excessos em todas as coisas; aí está a causa das guerras e das calamidades que elas geram, das dissensões, das injustiças, da opressão do fraco pelo mais forte, enfim, da maior parte das moléstias."

A lei de Causa e Efeito nos ajuda a entender os grandes infortúnios que muitos irmãos nossos sofrem, difíceis de aquilatar se não estivermos em sintonia com o amor e a misericórdia de nosso Pai maior. São esses sofrimentos que não conseguem ser explicados por nenhuma teoria materialista, e não podemos simplesmente dizer: você tem que conscientizar-se que não está sofrendo, você é dono de sua própria vida, pare de sofrer. Deveríamos então falar : Meu irmão, tenha forças. Você não está sozinho, acredite em nosso criador. Só ele pode curar-lhe o coração. Fortaleça-se na fé. Ela te ajudará a atravessar essa fase difícil.

Para aqueles que estão em sofrimentos penosos e afligentes, através das catástrofes e de violências atrozes, devemos oferecer o conforto não só da ajuda material, como da ajuda fraterna, moral e amiga, para fortalecer seus espíritos desalentados, ofertando-lhes uma vibração de amor, com o fim de acalmar seus corações.

Guilhermina Batista Cruz

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