Estudando o Espiritismo

Observe os links ao lado. Eles podem ter artigos com o mesmo tema que você está pesquisando.

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Ainda sobre a Parábola dos Trabalhadores da Vinha



Queridos irmãos:

Vamos retornar á Parábola dos Trabalhadores da Vinha, os trabalhadores da última hora, para comentar alguns aspectos que nos foram cobrados.

Os Espíritas, entre os quais nos incluímos, têm a interpretação de que os primeiros assalariados, logo ao nascer do dia, possam ter sido os Hebreus, á quem, através de Moisés, Deus teria “chamado” ao trabalho, lhes enviando o conceito de monoteísmo.

Os trabalhadores assalariados nas demais horas, poderiam, segundo essa interpretação, ser os profetas do povo hebreu, depois os apóstolos do Cristo, os formadores da Igreja Cristã nascente, e assim por diante.

E os últimos, os trabalhadores da última hora, então, seriam os Espíritas, convocados ao trabalho a partir da publicação de “O Livro dos Espíritos”.

Sem querer polemizar, cremos ser esta interpretação apenas mais uma, que não pode adquirir ares de verdade inconteste, haja vista alguns aspectos, que comentaremos a seguir.

Em primeiro lugar, as Parábolas são alegorias, não são para serem tomadas ao pé da letra, e têm caráter universalizante: não são dúbias, em seu aspecto moral, mas são suficientemente abertas em seu conteúdo para serem usadas amplamente no tempo e no espaço cultural de quem delas se aproxime.

Em segundo lugar, e vinculado ao primeiro aspecto mencionado, os trabalhadores da última hora recebiam seu pagamento perante os demais trabalhadores. Portanto, não poderiam ser os mesmos espíritos, e bem o sabemos no Espiritismo, muitos de nós que hoje nos esforçamos para nos manter trabalhando para o Senhor, já fomos convocados ao trabalho em outras épocas, e não demos continuidade á tarefa iniciada.

Assim é que a bondade divina nos concede sempre novas oportunidades, novos chamados, e esta verdade sofreria prejuízo em uma interpretação literal da parábola, haja vista que nós podemos ter feito parte do povo hebreu, á época de Moisés, ou convivido no tempo do Cristo, com os Apóstolos, etc.

Por fim, e sem querer ofender á ninguém, não concordamos com este entendimento de que com o Espiritismo a História está completa.

E se a última hora ainda não chegou?

Deus não “assalaria”, á cada novo dia, trabalhadores para a sua obra?

Porque com os Espíritas chegou o momento do pagamento?

Acaso isto não nos confere um certo ar de “eleitos”, que pode nos fazer adquirir uma certa “superioridade”, com relação á nossos irmãos de outras designações religiosas?

Para bem nem que fosse apenas da dúvida, se isto nos fizesse prestar mais atenção nas advertências de Kardec quanto ao orgulho e ao egoísmo, seria melhor que não propagassemos este tipo de interpretação entre nós, é o que pensamos.

Fiquemos todos em paz.

Nenhum comentário:

Postar um comentário