Estudando o Espiritismo

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quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

A Doutrina Espírita e o desafio da reforma interior



 
Autor: Cleto Brutes
O contato com os ensinamentos da Doutrina Espírita, cedo ou tarde,
despertará a necessidade da reforma interior. Mas, o que
normalmente ocorre é que o processo de reconstrução interior não
evolui mesmo após a tomada de consciência das ações, valores,
sentimentos e crenças que precisam ser reformulados. Muitos, ao
sentirem-se impotentes diante das próprias fraquezas, permanecem
estacionados. Outros, inclusive, relatam que, ao terem uma piora no
contexto das suas aflições, abandonam a Doutrina Espírita, ignorando
que, para o êxito do reajuste interno, será necessário disciplina e
perseverança.
Supondo-se que alguém resolva reformar a casa e continuar morando
nela, num primeiro momento, a desordem será inevitável. São os
móveis fora de lugar e o material de construção que provavelmente
vai empoeirar as instalações. Mas, aos poucos, as coisas vão
retornando para os seus devidos lugares e, terminada a reforma, a
harmonia doméstica retorna.
Os ensinos da Doutrina Espírita vão proporcionar essa aparente e
momentânea instabilidade interior. E é natural que, num primeiro
momento, haja desarmonia. É o choque de posturas, valores e
conceitos novos com os valores antigos, muitas vezes arraigados por
séculos afora. Se não é fácil modificar hábitos adquiridos nesta
encarnação, imagine-se então a dificuldade para se mudar padrões
de comportamentos e sentimentos vivenciados, muitas vezes,
durante séculos. Hoje cada um é o resultado de tudo o que construiu
como espírito imortal. Mesmo que todas as experiências vividas não
se situem a nível consciente, elas interferem decisivamente no
momento presente.
É evidente que a lição espírita conduz ao rompimento com velhos
paradigmas e à adoção de ações que, mesmo inconscientemente,
muitos não estão dispostos a se submeter. Somente essas
circunstâncias já geram contrariedades, dúvidas e aflições, muito
normais quando se inicia um empreendimento novo. Por isso, não se
pode culpar a Doutrina Espírita, nem as circunstâncias que parecem
ser desfavoráveis.
O processo evolutivo para o espírito, assim como a morte biológica,
está entre os determinismos Divinos. Não ocorrendo
espontaneamente, cada um atrairá para si as experiências
necessárias para esse despertamento, normalmente através do sofrimento. Comumente, diz-se que há apenas dois caminhos para a
evolução: o do amor ou o da dor, a opção é individual.
Facilmente se concluirá que é melhor sujeitar-se aos desafios que a
mudança proporciona do que aguardar que as Leis da Vida, com seus
mecanismos, pacientemente, propiciem os resgates ou que a morte,
que poderá acontecer a qualquer momento, traga as inevitáveis
surpresas para aquele que chega ao Mundo Espiritual. Sem
considerar, ainda, os conflitos e decepções que advirão para quantos
que não souberam aproveitar a encarnação, oportunidade que Deus
oferece para cada um redimir-se perante a consciência e aliviar as
dores da alma.
A reforma íntima, através do autoconhecimento, da meditação, do
estudo, da oração e das boas ações, é tarefa inadiável. Será um
processo longo e gradativo, sem pressa, mas com constância,
persistência e sem aflições, caso os erros antigos tornem a se repetir,
pois o erro faz parte do aprendizado. Talvez, de início, só se consiga
identificar os equívocos (que já é um passo significativo, pois quantos
ainda não se deram conta disso?), para em uma segunda etapa
corrigi-los.
É evidente que a caminhada espiritual não se concretizará sem lutas.
A cada nova atividade assumida, novos obstáculos surgem. Todavia,
quanto maior o progresso, maior o amadurecimento e os obstáculos,
embora crescentes, serão vencidos com naturalidade. O desafio de
um aluno das séries iniciais é o mesmo daquele que já está cursando
a universidade. As dificuldades são as mesmas, só que em dimensões
diferentes. Assim é na evolução espiritual. Os grandes missionários
superam desafios que a maioria ainda não consegue transpor. Assim
como eles já anelaram os recursos necessários, cada um, a seu
tempo e na medida dos seus esforços, também atingirá essa
condição.
É importante ter-se consciência de que quanto maior o progresso,
mais próximo da perfeição se estará e quem atinge esse estágio já
está acima das dores humanas. Sendo assim, é preferível enfrentar o
aumento da responsabilidade que resulta da busca das verdades
eternas a permanecer na ignorância.
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